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APS - BASE DAS RELAÇÕES PRIVADAS - ANALISE DO FILME O CIRCULO.

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FMU – FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS
DIREITO
ANALISE DO FILME “O CIRCULO”
(pesquisa doutrinária e jurisprudencial, sobre direito à intimidade e à privacidade)
SÃO PAULO
2021
O filme “The Circle” estrelado por Emma Watson, fala de uma universitária cujo sonho é trabalhar na maior empresa de tecnologia do mundo, O Círculo. A organização foi fundada por Eamon Bailey (Tom Hanks) e o seu principal produto é o SeeChange, uma pequena câmera que permite aos usuários compartilharem detalhes de suas vidas com o mundo. Mae vê sua vida mudar completamente quando é contratada pela empresa e sua função passa a ser documentar sua vida em tempo integral. O filme nos traz uma realidade onde a tecnologia é posta de forma desenfreada e, que manter presença no mundo virtual se faz necessário para um bom convívio social. Pauta o direito a intimidade e a privacidade, e os limites da relação entre público e privado.
 Direito a privacidade e a intimidade é à reserva de informações pessoais e da própria vida pessoal, é um direito fundamental que preserva a honra de imagem da pessoa privada, já que nós indivíduos, temos uma vida privada a qual não é de desejo se tornar pública transpondo ao conhecimento de terceiros.
Cena que nos mostra esse direito sendo gravemente ferido é a perseguição de Mercer (Ellar Coltrane) que acaba em um trágico acidente. Ação configurada por ato ilícito, conceituado por “Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.  Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.” (Art. 187 e 188, Código Civil). É possível identificar os cinco elementos que configuram ato ilícito na cena, a começar por Dano (prejuízo moral, quando começam à acusá-lo de matar cervos e, físico devido ao acidente que culminou sua morte); Violação do direito (Art. 5°, inciso X na Constituição Federal que narra que “que são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.”); Omissão (comportamento das pessoas que o perseguem de forma desenfreadas, chegando ao ponto de tentarem invadir sua casa); Culpa (má intenção nas ações dos indivíduos) e nexo causal (efeito e causa que é o uso das artimanhas que o projeto propõe em coletar dados e vigiar tudo; e as consequências que tal uso gera que pode ser citado como exemplo o desconforto da Mae em transmitir 24 horas do seu dia ao vivo, a exposição de seus pais, e a trágica morte de Mercer, respectivamente).
Outra cena no filme que retrata essa invasão, é a qual os pais de Mae (Emma Watson) têm um momento íntimo exposto para milhões de pessoas sem consentimento, ato ilícito previsto no Art. 216-B – CP, afetando grandemente o direito à privacidade e à intimidade. Além desta, há outra cena em que existe a cogitação de interferência no processo eleitoral do país em nome da democracia, ação que ultrapassa o direito privado desde que é responsabilidade do Estado, havendo violação de direito da pessoa jurídica o que resulta na desconsideração de sua personalidade como previsto no Art., 50 do Código Civil que diz “em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de sócios da pessoa jurídicas beneficiadas direta ou indiretamente pelo abuso.”
A estrutura de uma pessoa jurídica inserida no filme se dá pelo abuso de sua personalidade correspondente ao desvio de objetivos uma vez que o projeto que apenas possuía a função de contribuir para a integração social e envolver mais e mais pessoas nas redes sociais, passa a ultrapassar limites atingindo outras áreas de atuação, como o poder de domínio público e estatal. A busca pela monopolização de informações e dados pessoais armazenados, afeta não apenas os direitos individuais, como as esferas públicas e privadas também. A referência para tal desvio, encontramos na cena em que a câmera Seechange, uma nova proposta de produto do Circle é apresentada, sua finalidade seria diminuir a ocorrência de crimes e, acabar com a agressividade presente na sociedade, afetando porém o direito a intimidade e privacidade.
Em parte a tecnologia que o Circle propõe seria de boa ajuda em relação a contribuir em localizar foragidos da lei e compartilhamento de informações sobre cura de doenças e avanços de pesquisas, desde que estivesse de acordo com as leis normativas, mas já por sua outra grande parte, o maior interesse era em vigiar tudo e todos e coletar informações sem autorização ou conhecimento das pessoas com o uso da câmera “Seechange” que até mesmo se adapta para não ser encontrada oque fere gravemente o direito a privacidade e a intimidada da pessoa privada.

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