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INTEGRANTES: Diego Borba Zuppo RA: 1220100044 Édila Fernandes dos Santos Menezes RA: 1220100202 Fawaz Charanek RA: 1220100144 Luiz Fellipe Krause do Nascimento RA: 1220100053 Márcio Aydar Thiede Celes RA: 1220100063 Maria Izabel Frota Fontenele Costa RA: 1220100049 Misael Pereira Manoel RA: 1220100067 Murilo Casagrande de Brito RA: 1220100211 Rafael dos Santos Moreira RA: 1220100174 CASO CLÍNICO 1 - PI3 - FASE 1 - PARTE 2 Miguel (nome fictício), 38 anos, negro, farmacêutico, casado, natural e proveniente de São Paulo. Não tem diagnósticos médicos conhecidos nem usa qualquer medicação. Não tem alterações ao exame físico e sua pressão arterial é 114/70 mmHg. Foi internado há quatro dias, eletivamente. Foi submetido a nefrectomia à esquerda, para doar um rim à sua prima Alice, filha do irmão de seu pai. A cirurgia ocorreu sem intercorrências e a incisão foi feita sobre a 12ª costela. Ao longo da internação, houve seguimento dos exames laboratoriais. Hoje (no 4º pós-operatório) sua função renal já está 80% do valor pré-operatório. Miguel recebe alta com orientação de uso de anti-inflamatórios por mais dois dias e repouso por quinze dias. QUESTÕES NORTEADORAS DE FISIOPATO I 1. Descreva os sinais cardinais da inflamação e justifique a fisiopatologia de cada um deles com base nos fenômenos vasculares e celulares vistos em processos inflamatórios agudos. No total são 5 sinais cardinais, sendo eles: ● Rubor: É a vermelhidão, que também decorre da hiperemia,que é quando há aumento do diâmetro do vaso (vasodilatação) com o objetivo de favorecer o fluxo sanguíneo. ● Calor: Decorrente da fase vascular, onde há aumento do volume sanguíneo no local (hiperemia arterial), desencadeando o aumento da temperatura corporal. ● Edema: O edema resulta do aumento do movimento de líquido do meio intravascular e intersticial ou da diminuição do movimento de água do interstício aos capilares ou vasos linfáticos. O mecanismo compreende um ou mais dos seguintes fatores: Aumento da pressão hidrostática capilar. Diminuição da pressão oncótica plasmática. ● Dor: Origina-se por conta da compressão das fibras nervosas em locais decorrentes do edema, agressão direta às fibras nervosas e ação farmacológica sobre as terminações nervosas. Podendo envolver até 3 fases da inflamação: Irritativa, vascular e exsudativa. ● Limitação funcional: As limitações nas atividades funcionais referem-se à redução em longo prazo da capacidade da pessoa realizar as atividades usuais e a perda de função é decorrente do edema (principalmente em articulações, impedindo a movimentação) e da dor, que dificultam as atividades locais. 2. O paciente recebeu alta hospitalar com orientação de uso de medicações anti-inflamatórias. Sabendo que algumas dessas medicações agem inibindo as enzimas cicloxigenase (COX) 1 e 2, explique os mecanismos pelos quais essas drogas inibem o processo inflamatório. A inibição da inflamação por esses medicamentos ocorre pela inibição da enzima COX 1(natural nos tecidos e trato gastrointestinal) ou COX 2 (induzida nos locais de inflamação). Assim, a conversão de ácido araquidônico em prostaglandinas (fundamentais na gênese dos sinais e sintomas da resposta inflamatória, quimiotaxia, vasodilatação e dor) e tromboxanos (responsáveis pela vasoconstrição e agregação plaquetária), essenciais no desenvolvimento do processo inflamatório, não são formadas e a inflamação é inibida. A inibição da COX 2, unicamente, permite a preservação da proteção gástrica e renal visto que a inibição da COX 1 afetaria uma gama extensa de tecidos, como o renal e o gástrico. 3. Discuta o tipo de reparo tecidual ocorrido na região do acesso cirúrgico para o transplante renal, ressaltando a importância da síntese cirúrgica através da realização de suturas. O tipo de reparo tecidual é por cicatrização (por primeira intenção), quando o tecido lesado é substituído por um tecido conjuntivo vascularizado, sendo semelhante, quer a lesão tenha sido traumática ou causada por morte celular. Haverá uma reação inflamatória instalada a partir da liberação de mediadores originados do coágulo de fibrina, das células aprisionadas no coágulo, do tecido conjuntivo das bordas da ferida e das células epiteliais na margem da lesão. Apesar de estar consolidada por volta de 10 dias, a cicatriz leva algumas semanas para completar sua remodelação e adquirir resistência máxima. A substituição de colágeno do tipo III por colágeno do tipo I e as modificações de proteínas não colágenas da parte amorfa devem-se ao controle na síntese e na degradação desses componentes por metaloproteases. Diferentes metaloproteases e glicosidases produzidas ao longo do processo garantem que haja degradação de componentes que vão sendo substituídos por outros. Ocorre a cura por primeira intenção que é o fechamento imediato das feridas através da suturas simples. Como acontece no reparo de uma incisão cirúrgica limpa não infectada e por aproximação das bordas cirúrgicas. A sutura é importante para diminuir o espaço entre os bordos e ajudar a melhorar a cicatrização. 4. Discuta qual é o mecanismo de resposta celular que permite ao rim direito remanescente do paciente Miguel compensar a carga de filtração, permitindo-lhe viver normalmente. O mecanismo de resposta celular que fará a autoregulação da taxa de filtração glomerular é o Feedback tubuloglomerular, que se dá pelo aumento da pressão intraglomerular, que consiste na vasodilatação da arteríola aferente e/ou vasoconstrição da arteríola eferente, via ativação do eixo renina-angiotensina-aldosterona (aparelho justaglomerular), resultando em uma hiperfiltração compensatória. Esse mecanismo aumenta a Taxa de Filtração Glomerular (TFG) por néfron e, assim, compensa a queda da TFG global. Porém, a longo prazo, esse aumento de pressão intraglomerular acarreta lesão da sua própria estrutura, dando origem a um processo que leva a esclerose glomerular, diminuindo a quantidade de parênquima renal sadio e, desse modo, reduzindo a TFG que se traduz em aparecimento de proteinúria e progressão para DRC. QUESTÕES DE MAD II 1. Descreva qual a função do sistema imune no processo de recuperação do paciente pós-nefrectomia O sistema imune do paciente submetido a nefrectomia, mas também a outros procedimentos cirúrgicos de forma geral, é afetado tanto pelo trauma decorrente da cirurgia, quanto pela anestesia, provocando sinais de alerta no sistema imune decorrentes de diversas causas. Esses fatores podem exceder a resposta inflamatória ou inibir a capacidade adaptativa imune pós-operatória. A função do sistema imune no processo de recuperação do paciente pós-nefrectomia é de combater agentes infecciosos que podem adentrar no organismo através da incisão cirúrgica feita para a realização do procedimento e também atuar no processode cicatrização. 2. Por que foram prescritos anti-inflamatórios para o paciente após a nefrectomia? Primeiramente, é importante salientar que a prescrição de anti-inflamatórios para este paciente deve ser restrita aos anti-inflamatórios da classe dos corticóides pois, os anti-inflamatórios pertencentes à classe dos não-esteroidais podem ser nefrotóxicos e causar lesões renais, a depender do tempo do uso e dosagem e como o paciente possui apenas um rim, o ideal é preservá-lo ao máximo possível. Sendo assim, é mais adequado a prescrição de anti-inflamatórios da classe dos corticóides que não apresentam nefrotoxicidade e ainda possuem dois efeitos: 1. Bloqueio dos estágios iniciais do processo inflamatório, antes mesmo do início da inflamação. 2. Se a inflamação já se iniciou, a rápida resolução da inflamação e o aumento da velocidade da regeneração. Além disso, os glicocorticóides suprimem o sistema imunológico, reduzindo acentuadamente a reprodução de linfócitos. Os linfócitos T são, especificamente, suprimidos. Por sua vez, a menor quantidade de células T e anticorpos na área inflamada reduz as reações teciduais que promoveriam o processo inflamatório. Portanto, o uso desse medicamento foi benéfico ao paciente porque atuou reduzindo a resposta inflamatória no local da nefrectomia total e, assim, promoveu o reparo tecidual mais rapidamente. 3. Descreva os eventos celulares observados na inflamação. No caso, como houve uma cirurgia, ocorreu rompimento de membranas celulares que são reconhecidas pelo sistema imune inato como padrões associados ao dano (DAMP) através de células que apresentam receptores de reconhecimento padrão (PRR) pertencentes à família Toll-like (TLRs), que reconhecem tais moléculas, devido às lesões celulares. Além da lesão na membrana celular, outros DAMP’s podem ser reconhecidos, como: ácido úrico (produto da degradação do DNA); ATP (liberado por mitocôndrias danificadas); redução das concentrações intracelulares de K+ (que reflete a perda de íons devido à lesão da membrana plasmática, DNA (liberado para o citoplasma e não sequestrado no núcleo, como deveria acontecer) etc. Dessa forma, os receptores de reconhecimento padrão ativam os inflamassomos que induzem a produção da citocina interleucina-1 (IL-1). Então, a IL-1 recruta leucócitos que induzem a inflamação. Esses leucócitos precisam partir do lúmen do vaso para o tecido, processo que ocorre em múltiplas etapas, sendo mediado e controlado por moléculas de adesão e citocinas. Os leucócitos fluem rapidamente no sangue e na inflamação devem ser interrompidos e depois levados ao local de danos teciduais fora dos vasos. O processo é dividido em fases: 1. Marginação leucocitária Quando o leucócito migra do centro do fluxo sanguíneo para as bordas do vaso 2. Rolamento Os leucócitos circulantes possuem carboidratos de superfície que se ligam às selectinas e fixam-se ao endotélio, o fluxo sanguíneo tenta perturbar essa ligação e as modifica. Esse processo repetitivo resulta no rolamento dos leucócitos ao longo da superfície endotelial. 3. Adesão Os leucócitos expressam outro conjunto de moléculas de adesão que são chamadas de integrinas que estão presentes em um estado de baixa afinidade nas células, não ativadas. No entanto, quando as células são ativadas por quimiocinas, ocorre aumento da afinidade das integrinas de leucócitos pelos seus ligantes no endotélio. A firme ligação das integrinas aos seus ligantes firma os leucócitos que estão rolando ao endotélio. 4. Transmigração (diapedese) As quimiocinas também estimulam a motilidade de leucócitos. Como resultado, os leucócitos começam a migrar entre as células endoteliais, através da parede dos vasos ao longo do gradiente de concentração desses quimioatratores para o local da infecção. Em direção ao local lesado.
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