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Semiologia 1 1 Exame neurológico Objetivo é identificar disfunções no sistema nervoso, determinar os efeitos dessas disfunções na vida diária do individuo e detectar situações de risco de morte encefálica Propedêutica neurológica: anamnese neurológica, inspeção, avaliação do estado mental, avaliação da consciência, avaliação pupilar, avaliação da função motora, avaliação do equilíbrio, avaliação da função cerebelar e da coordenação motora, avaliação da função sensitiva, avaliação dos reflexos superficiais e profundos, avaliação dos nervos cranianos Anamnese neurológica HDA (história da doença atual): abordar o início, o modo de instalação e a evolução História pessoal: abordar as condições de habitação e alimentação, vícios, trabalhos e condições emocionais Antecedentes famílias: questionar as patologias hereditárias Inspeção Deve ser realizada nas posições em pé, sentado ou no leito Lesões do nervo radial: mão caída ou em gota Lesões do nervo mediano: mão simiesca Lesões do nervo fibular: pé equino Irritação meníngea: posição em gatilho caracterizada pela hiperextensão da cabeça, flexão das pernas sobre as coxas e encurvamento do tronco com concavidade para a frente Tétano e meningite: opistótono é a contratura da musculatura lombar Doença de Parkinson: face inexpressiva ou congelada Paralisias pseudobulbares: expressão congelada, porém com riso e choro imotivados Doenças do sistema nervoso autônomo: alterações tróficas da pele, perda de pelo, mudanças de cor e temperatura Avaliação do estado mental Avalia-se a orientação alopsíquica, a memória e a linguagem a partir do Miniexame do Estado Mental (MEEM) Avaliação da consciência É o indicador mais sensível de disfunção cerebral Consciência: conhecimento de si mesmo e do ambiente o Despertar e o conteúdo de consciência Despertar: mediado pelo sistema reticular ativador ascendente (SRAA) Conteúdo da consciência: é o que possibilita a pessoa estar ciente de si, perceber e interagir com o meio ambiente Semiologia 1 2 o Lesões no córtex cerebral podem resultar em distúrbios específicos no conteúdo da consciência Dislalia: lesões no palato Disartria: lesões dos nervos cranianos VII, IX, X e XII Dislexia: dificuldade em aprender a ler o As respostas de reatividade avaliam o despertar, enquanto a resposta da perceptividade avaliam o conteúdo da consciência Perceptividade: analisa as respostas que envolvem mecanismo de aprendizagem, como gestos e palavras Reatividade: são os reflexos que podem ser inespecífico, à dor e vegetativa o Inespecífica: abre os olhos mas não interage com o meio ambiente o À dor: o Vegetativa: é o controla da respiração, circulação sanguínea, temperatura e digestão Estímulos auditivos e táteis São utilizados para a obtenção de respostas que podem ser de abertura dos olhos, verbalização ou movimentação Se ocorrer resposta verbal do paciente, deve- se avaliar também a orientação quanto ao espaço e ao tempo e a função cognitiva O estímulo por pressão deve ser aplicado na ausência de resposta ao estímulo auditivo e tátil o Deve-se tocar levemente no braço do paciente, chamando-o pelo nome.. se não responder, o estímulo por pressão deve ser aplicado o A aplicação do estímulo doloroso por meio da compressão no esterno não é recomendada por causar hematomas na região Níveis de consciência Paciente consciente: está acordado, em alerta, responde adequadamente ao estímulo verbal e está orientado no tempo e espaço Paciente em coma: está em sono profundo, inconsciente, com olhos fechados, sem emitir som verbal, sem interagir consigo ou com o ambiente A escala de Glasgow (ECGI) determina e avalia a profundidade e a duração do coma, bem como prognostica a evolução dos pacientes com ou sem trauma cranioencefálico o Indicadores utilizados: abertura ocular, resposta verbal, resposta motora Avaliação pupilar O exame deve avaliar o diâmetro das pupilas, a simetria e a reação à luz Midríase: dilatação da pupila – sistema nervoso autônomo simpático Afasia: perda da linguagem Agnosia: dificuldade ou incapacidade de reconhecer objetos ou sons Apraxia: alteração da atividade gestual consciente Locais para aplicação do estímulo doloroso: compressão do leito ungueal, região supraorbital e o trapézio As respostas motoras podem ser consideradas apropriadas, inapropriadas ou ausentes Semiologia 1 3 Miose: contração da pupila – sistema nervoso autônomo parassimpático O reflexo fotomotor depende dos nervos óptico e oculomotor O exame do sistema motor inclui a avaliação do tônus e da força muscular o Alterações no tônus incluem flacidez, rigidez e espasticidade Tônus muscular É o estado de tensão dos músculos tanto em repouso quanto em movimento Força muscular Mede a força dos membros superiores e inferiores para verificar a dependência ou independência do paciente para realizar atividades da vida diária o Membro superior: pede-se para que o paciente estenda os membros superiores e aperte as mãos do avaliador o Membro inferior: pede-se ao paciente para que se deite sobre a cama, estendendo e flexionando, bem como elevando e abaixando um membro de cada vez Paresia: comprometimento da força Paralisia ou plegia: ausência de força Hemiparesia: diminuição da força muscular Hemiplegia: paralisia de metade do corpo Paraplegia: ausência de força muscular dos membros inferiores Tetraplegia: ausência de força dos quatros membros Manobras deficitárias Realiza-se quando há alteração da força motora discreta ou duvidosa Manobra de Mingazzini: com o paciente em decúbito dorsal e com as coxas flexionadas, observar se há oscilação e queda do membro Isocóricas: pupilas com o mesmo diâmetro Anisocóricas: uma pupila maior do que a outra Flacidez: lesão no neurônio motor inferior Espasticidade: lesão no neurônio motor superior Rigidez: lesão de gânglios basais Hipotonia: consistência muscular diminuída, com passividade e extensibilidade aumentadas Hipertonia: consistência muscular aumentada, passividade diminuída e a extensibilidade aumentada Semiologia 1 4 Manobra de Barré: paciente em decúbito ventral, com as pernas fletidas sobre as coxas o Oscilação e queda indicam insuficiência dos flexores da perna Manobra dos braços estendidos com o paciente sentado: manter os braços estendidos por 2 min o Oscilação e queda indicam déficit motor Tremores O tremor é um movimento involuntário e oscilatório em torno de um eixo fixo Tremor de parkinsonismo: desaparece com o movimento e volta após um período de latência Tremor intencional: inicia ao desencadear um movimento ou pensar em fazê-lo Asterix: movimentos rápidos de amplitude variável que ocorrem nos segmentos distais e são semelhantes ao bater das asas de uma ave Movimentos coreicos: são abruptos, sem finalidade e ritmo, de média e grande amplitude Balismo: provoca desequilíbrio do paciente e, às vezes, até queda devido a lesão do núcleo subtalâmico de Luys Atetose: movimento de extremidades distais Mioclonia: contração brusca e involuntária de um ou mais músculos sem deslocamento do segmento Avaliação do equilíbrio Avalia o equilíbrio estático e o dinâmico Equilíbrio estático: um sistema está em equilíbrio quando a somatória das forças que atuam sobre ele é igual a zero o Responsáveis por manterem o corpo em pé: sistema proprioceptivo, visão, sistema vestibular e cerebelar, sistema osteoarticular e muscular o Solicita-se que o paciente fique em pé, com os pés unidos e as mãosjuntos a coxa e com os olhos abertos. Se não apresentar risco de quedam repete-se a avaliação com os olhos fechados Lesão cerebelar: o paciente balança e cai para o lado da lesão, com instabilidade do tronco Lesão do sistema vestibular: ocorre queda para o lado da lesão após um período de latência Equilíbrio dinâmico: solicitar ao paciente que caminhe normalmente e depois pé ante pé Sinal de Romberg: ao fechar os olhos, o paciente oscila e cai sem direção ✓ No casos de idosos, a queda ocorre para trás ✓ É uma lesão no cordão posterior (vertebrobasilar) Lesão vestibular: desvio dos membros superiores paralelos e para o mesmo lado Lesão cerebelar: desvio de só um braço Semiologia 1 5 o Em seguida, solicitar ao paciente que caminhe na ponta dos pés; e por fim, nos calcanhares o Andar rapidamente, voltar rapidamente, ir para a frente e para trás O paciente com disfunção cerebelar apresenta falta de coordenação motora Avaliação da Marcha Marcha helicópode ou ceifante: ao andar, o paciente mantém o membro superior fletido a 90°, em adução, mão fletida em leve pronação e membro inferior epsilateral ldmbespático o Perna arrasta pelo chão descrevendo um semicírculo Marcha de pequenos passos: passos pequenos e curtos e, ao caminhar, arrastam- se os pés Marcha parkinsoniana: o doente anda como um bloco enjirecido Marcha em tesoura: membros inferiores enrijecidos e espásticos, semifletidos, os pés se arrastam e as pernas se cruzam uma na frente da outra Marcha escarvante uni e bilateral: paralisia do movimento de flexão do pé o Lembra o passo do ganso Marcha átaxica: o doente caminha em zigue-zague, como um bêbado Marcha anserina ou miopática: o paciente acentua a lordose lombar e inclina o tronco pra a direita, ora para a esquerda o Lembrar o andar de um pato Sinais meningorradiculares Presente em suspeita de meningite, radiculopatias e hemorragia subaracnóidea Rigidez da nuca: indica comprometimento meningorradicular Sinal de Kerning: coloca-se o paciente em decúbito dorsal, flexionando a coxa sobre a bacia, em ângulo reto e depois realizando extensão da perna sobre a coxa, observando resistência, limitação e dor com a manobra o Paciente sente dor no trajeto do nervo isquiático Disbasia: distúrbio da marcha Semiologia 1 6 Sinal da nuca de Brudzinski: a flexão da nuca determina flexão involuntária das pernas e das coxas Sinal de Laségue: pesquisado com o paciente em decúbito dorsal, com a perna em completa extensão, fazendo a flexão da coxa sobre a bacia Referência: BARROS, Alba Lucia Bottura Leite de. Anamnese e exame físico: avaliação diagnóstico de enfermagem no adulto. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2022.
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