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Processo Previdenciário à Luz do CPC/2015

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PROCESSO 
PREVIDENCIÁRIO
à luz do CPC/2015 e da 
Emenda nº 103/2019
RENATO BARTH PIRES
JUIZ FEDERAL
MESTRE E DOUTORANDO EM DIREITO PELA PUC/SP
PROFESSOR DA FACULDADE DE DIREITO DA PUC/SP
Karen Malavazzi Timpone - 34398003851
Proposta de trabalho
 Razoável duração do processo (art. 5º, LXXVIII, 
CF/88).
 Cabe aos operadores do Direito dar a sua 
contribuição para isso.
 É claro que nem todos têm interesse em uma 
rápida solução da causa (basicamente, quem 
deve ou quem teme)
 Quando se litiga contra o Estado, a situação é 
pior, diante das várias prerrogativas (“privilégios”) 
processuais: prazos, intimação pessoal, duplo 
grau de jurisdição, cumprimento da sentença, 
etc.
 Ao litigar contra o Estado, é preciso atuar para 
contrabalançar esse desequilíbrio
Karen Malavazzi Timpone - 34398003851
Proposta de trabalho
 Isso significa:
 Redigir a petição inicial de forma 
tecnicamente correta, com clareza e 
objetividade
 Facilitar a compreensão dos fatos e da 
controvérsia
 Interpor os recursos adequados
 Enfim, ADVOGAR ESTRATEGICAMENTE
Karen Malavazzi Timpone - 34398003851
REQUISITOS DA PETIÇÃO INICIAL
 Artigo 319 do NCPC.
 Por que se exige do advogado redigir uma 
petição inicial formalmente apta?
 Defeitos da petição inicial: 321 (emenda).
 Indicação precisa;
Karen Malavazzi Timpone - 34398003851
REQUISITOS DA PETIÇÃO INICIAL
 Paralelo inicial X sentença (489, § 1º).
 Fundamentação analítica.
 Litigância responsável e ética.
 Art. 489. § 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela 
interlocutória, sentença ou acórdão, que:
 I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua 
relação com a causa ou a questão decidida;
 II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua 
incidência no caso;
 III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;
 IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, 
infirmar a conclusão adotada pelo julgador;
 V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus 
fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta 
àqueles fundamentos;
 VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela 
parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação 
do entendimento.
Karen Malavazzi Timpone - 34398003851
REQUISITOS DA PETIÇÃO INICIAL 
 1. O Juízo a que é dirigida.
 Competência:
 Delimitação da jurisdição
 Distribuição racional do trabalho
 Especialização
 Erro:
 Se incompetência relativa – prorroga se não alegada em 
preliminar de contestação (15 dias úteis ou 30 dias úteis 
para o INSS – art. 65);
 Se incompetência absoluta – pode ser alegada em 
preliminar de contestação, ou a qualquer tempo, e 
declarada de ofício – art. 64, § 1º.
 Nos dois casos: juiz ouve a parte contrária e decide 
“imediatamente”.
Karen Malavazzi Timpone - 34398003851
1. O Juízo a que é dirigida
 Onde localizar critérios de competência?
 Constituição Federal
 Leis federais (CPC)
 Leis de organização judiciária dos Estados
 Provimentos dos Tribunais (TJ, TRF, TRT, TRE, etc).
Karen Malavazzi Timpone - 34398003851
1. O Juízo a que é dirigida
 Justiça Federal:
 CF, art. 109. Aos juízes federais compete processar e 
julgar:
 I - as causas em que a União, entidade 
autárquica ou empresa pública federal forem 
interessadas na condição de autoras, rés, 
assistentes ou oponentes, exceto as de falência, 
as de acidentes de trabalho e as sujeitas à 
Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;
 INSS é autarquia federal;
 Logo, a maioria das ações previdenciárias será 
proposta perante a Justiça Federal.
 Competência firmada pela qualidade da parte 
(autarquia federal) – é absoluta – pode ser 
declarada de ofício e arguida em preliminar de 
contestação.
Karen Malavazzi Timpone - 34398003851
1. O Juízo a que é dirigida
 Justiça Estadual:
 CF, art. 109 [redação original]
 § 3º Serão processadas e julgadas na justiça 
estadual, no foro do domicílio dos segurados ou 
beneficiários, as causas em que forem parte 
instituição de previdência social e segurado, 
sempre que a comarca não seja sede de vara do 
juízo federal, e, se verificada essa condição, a lei 
poderá permitir que outras causas sejam também 
processadas e julgadas pela justiça estadual.
 § 4º Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso 
cabível será sempre para o Tribunal Regional 
Federal na área de jurisdição do juiz de primeiro 
grau.
 “Competência delegada”: recurso para o TRF.
 Direito subjetivo do segurado/dependente
Karen Malavazzi Timpone - 34398003851
1. O Juízo a que é dirigida
 Justiça Estadual:
 Lei nº 13.876/2019: alterou o art. 15, III, da Lei nº 
5.010/1966:
 Art. 15. Quando a Comarca não for sede de 
Vara Federal, poderão ser processadas e 
julgadas na Justiça Estadual:
 III – As causas em que forem parte instituição 
de previdência social e que se referirem a 
benefícios de natureza pecuniária, quando a 
Comarca de domicílio do segurado estiver 
localizada a mais de 70 km (setenta 
quilômetros) de distância de município sede 
de Vara Federal.
 Vigência: a partir de 01.01.2020.
Karen Malavazzi Timpone - 34398003851
1. O Juízo a que é dirigida
 Justiça Estadual:
 CF, art. 109 [redação dada pela Emenda nº 103, 
publicada em 13.11.2019].
 Art. 109.
 § 3º. Lei poderá autorizar que as causas de 
competência da Justiça Federal em que forem 
parte instituição de previdência social e 
segurado possam ser processadas e julgadas na 
justiça estadual quando a comarca do domicílio 
do segurado não for sede de vara federal.
 Mais uma “desconstitucionalização”.
 Comparação (Lei vs Constituição) leva em 
conta a data da promulgação da lei – ver RE 
346.084, Rel. Marco Aurélio.
Karen Malavazzi Timpone - 34398003851
1. O Juízo a que é dirigida
 Justiça Estadual:
 E as ações antigas, já em tramitação quando do 
advento da Lei nº 13.876/2019:
 STJ, Conflito de Competência nº 170.051, Rel. Min. 
Mauro Campbell Marques: deferida medida liminar, 
suspendendo a remessa das ações à Justiça Federal, 
até o julgamento definitivo.
 Questão de ordem julgada em 25.9.2020: suscitado o 
IAC neste CC e ratificada a liminar deferida (manteve 
a suspensão).
 Recomendação CNJ nº 60, de 17.12.2019 –
recomendou não enviar até o julgamento do CC.
 Resolução nº 603/2019, do CJF: a modificação da 
competência delegada alcançaria apenas as ações 
propostas a partir de 1º de janeiro de 2020 (art. 4º).
Karen Malavazzi Timpone - 34398003851
1. O Juízo a que é dirigida
 Justiça Estadual é opção do segurado/assistido.
 Observações:
 1) Opção não pode ser exercida se o autor é domiciliado em cidade 
que é sede da Justiça Federal ou de JEF.
 2) Não pode haver uma “quarta via”: por exemplo, Justiça Federal em 
outra Subseção (que não a da Capital).
 Exemplo: segurado domiciliado em Campos do 
Jordão, que não tem Justiça Federal, mas integra a 
jurisdição das Varas Federais de Taubaté;
 Segurado pode escolher propor a ação na Justiça 
Estadual em Campos do Jordão, na Justiça Federal 
em Taubaté ou na Justiça Federal em São Paulo –
mas não pode propor na Justiça Federal em São 
José dos Campos (Súmula 689 do STF)
 TRF3 – pode ser declarada de ofício (alguns 
julgados).
Karen Malavazzi Timpone - 34398003851
1. O Juízo a que é dirigida
 Conceito legal de acidente do trabalho e doença profissional: artigos 20 e 21 da 
Lei nº 8.213/91:
 Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo anterior, as 
seguintes entidades mórbidas:
 I - doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo 
exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva 
relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social; 
 II - doença do trabalho, assim entendidaa adquirida ou desencadeada em 
função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se 
relacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso I.
 § 1º Não são consideradas como doença do trabalho:
 a) a doença degenerativa;
 b) a inerente a grupo etário;
 c) a que não produza incapacidade laborativa; 
 d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela 
se desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato 
direto determinado pela natureza do trabalho.
 § 2º Em caso excepcional, constatando-se que a doença não incluída na relação 
prevista nos incisos I e II deste artigo resultou das condições especiais em que o 
trabalho é executado e com ele se relaciona diretamente, a Previdência Social 
deve considerá-la acidente do trabalho.
Karen Malavazzi Timpone - 34398003851
1. O Juízo a que é dirigida
 Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei:
 I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente 
para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão 
que exija atenção médica para a sua recuperação;
 II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em conseqüência de:
 a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho;
 b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho;
 c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de trabalho;
 d) ato de pessoa privada do uso da razão; 
 e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior;
 III - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade; 
 IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho:
 a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa;
 b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito;
 c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta dentro de seus planos 
para melhor capacitação da mão-de-obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive 
veículo de propriedade do segurado; 
 d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de 
locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado. [REVOGADO PELA MP 905/2019, mas que perdeu a 
eficácia]
 § 1º Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras necessidades 
fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado é considerado no exercício do trabalho.
 § 2º Não é considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho a lesão que, resultante de 
acidente de outra origem, se associe ou se superponha às consequências do anterior.
Karen Malavazzi Timpone - 34398003851
1. O Juízo a que é dirigida
 Art. 21-A. A perícia médica do Instituto Nacional do Seguro 
Social (INSS) considerará caracterizada a natureza 
acidentária da incapacidade quando constatar ocorrência 
de nexo técnico epidemiológico entre o trabalho e o agravo, 
decorrente da relação entre a atividade da empresa ou do 
empregado doméstico e a entidade mórbida motivadora da 
incapacidade elencada na Classificação Internacional de 
Doenças (CID), em conformidade com o que dispuser o 
regulamento. 
 § 1o A perícia médica do INSS deixará de aplicar o disposto 
neste artigo quando demonstrada a inexistência do nexo de 
que trata o caput deste artigo.
 § 2o A empresa ou o empregador doméstico poderão 
requerer a não aplicação do nexo técnico epidemiológico, 
de cuja decisão caberá recurso, com efeito suspensivo, da 
empresa, do empregador doméstico ou do segurado ao 
Conselho de Recursos da Previdência Social.
Karen Malavazzi Timpone - 34398003851
1. O Juízo a que é dirigida
 Cuidado: mandado de segurança.
 A competência para julgar o mandado 
de segurança firma-se de acordo com a 
categoria da autoridade impetrada e de 
sua sede funcional;
 Matéria previdenciária: autoridade do 
INSS (chefe da APS, gerente executivo, 
etc.) – sempre Justiça Federal (qual?)
 Mesmo se for em acidente do trabalho: 
STJ: prevalece a natureza da autoridade 
sobre a natureza do direito material 
controvertido.
Karen Malavazzi Timpone - 34398003851
1. O Juízo a que é dirigida
 Cuidado: mandado de segurança.
 Mas julgados recentes do STF e STJ 
aplicam ao MS o artigo 109, § 2º, da 
Constituição Federal:
 § 2º As causas intentadas contra a União 
poderão ser aforadas na seção judiciária 
em que for domiciliado o autor, naquela 
onde houver ocorrido o ato ou fato que 
deu origem à demanda ou onde esteja 
situada a coisa, ou, ainda, no Distrito 
Federal.
 Ainda assim, na Justiça Federal.
Karen Malavazzi Timpone - 34398003851
1. O Juízo a que é dirigida
 PROCESSO CIVIL. AGRAVO INTERNO NO CONFLITO DE COMPETÊNCIA. 
MANDADO DE SEGURANÇA. IMPETRAÇÃO. AUTARQUIA FEDERAL. 
APLICAÇÃO DA REGRA CONTIDA NO ART. 109, § 2º, DA CF. ACESSO À 
JUSTIÇA. PRECEDENTES DO STF E DO STJ. AGRAVO NÃO PROVIDO.
 1. Tratando-se de mandado de segurança impetrado contra 
autoridade pública federal, o que abrange a União e respectivas 
autarquias, o Superior Tribunal de Justiça realinhou a sua jurisprudência 
para adequar-se ao entendimento do Supremo Tribunal Federal sobre 
a matéria, admitindo que seja aplicada a regra contida no art. 109, §
2º, da CF, a fim de permitir o ajuizamento da demanda no domicílio do 
autor, tendo em vista o objetivo de facilitar o acesso à Justiça. 
Precedentes: AgInt no CC 153.138/DF, Rel. Ministro Gurgel de Faria, 
Primeira Seção, julgado em 13/12/2017, DJe 22/2/2018; AgInt no CC 
153.724/DF, Rel. Ministra Regina Helena Costa, Primeira Seção, julgado 
em 13/12/2017, DJe 16/2/2018; AgInt no CC 150.269/AL, Rel. Ministro 
Francisco Falcão, Primeira Seção, julgado em 14/6/2017, DJe 22/6/2017. 
2. Agravo interno a que se nega provimento. (AgInt no CC 154.470/DF, 
Rel. Ministro OG FERNANDES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 11/04/2018, 
DJe 18/04/2018)
Karen Malavazzi Timpone - 34398003851
E o JEF?
 Lei nº 10.259/2001: “Art. 3º Compete ao 
Juizado Especial Federal Cível processar, 
conciliar e julgar causas de competência 
da Justiça Federal até o valor de 
sessenta salários mínimos, bem como 
executar as suas sentenças”.
 Em resumo: todas as causas do art. 109
da CF, desde que não se encaixem em
alguma das exceções da Lei nº
10.259/2001 ou se tratar de pessoa que
não pode ser parte perante o JEF.
Karen Malavazzi Timpone - 34398003851
“Até 60 salários mínimos”
 Qual salário mínimo? o fixado em lei federal válido para a 
data da propositura da ação (Enunciado nº 15 do FONAJEF).
 Hoje: R$ 66.000,00 (a partir de janeiro de 2021)
 Como medir o valor da causa no JEF?
 Se obrigações vincendas (futuro): a soma de 12 parcelas não 
pode ser superior a 60 salários mínimos.
 Se obrigações vencidas (passado) e vincendas (futuro): a 
soma do total, com juros e correção monetária, não pode 
passar de 60 SM (todas as vencidas e mais 12 vincendas).
 Se pedido incluir indenização por dano moral: obrigações 
vencidas, 12 vincendas e mais indenização.
 TRF 3ª Região (alguns julgados): para fixar competência do 
JEF, considera-se o dano moral em valor até o do dano 
material:
Karen Malavazzi Timpone - 34398003851
“Até 60 salários mínimos”
 Renúncia ao valor que supera 60 salários 
mínimos:
 Tema Repetitivo nº 1.030 do STJ: “Ao 
autor que deseje litigar no âmbito de 
juizado especial federal cível, é lícito 
renunciar, de modo expresso e para fins 
de atribuição de valor à causa, ao 
montante que exceda os 60 salários 
mínimos previstos no artigo 3º, caput, da 
Lei 10.259/2001, aí incluídas, sendo o 
caso, as prestações vincendas” (julgado 
em 28.10.2020).
KarenMalavazzi Timpone - 34398003851
Valor da causa e dano moral no JEF
 “(...) . 2. Tendo o valor da causa reflexos na competência do Juízo para a demanda (art. 
3º, § 3º, Lei nº 10.259/2001), bem como na verba de sucumbência e nas custas 
processuais, não pode o autor fixá-lo ao seu livre arbítrio. O valor da causa deve 
corresponder ao proveito econômico perseguido pela parte, podendo o magistrado, de 
ofício, com base nos elementos fáticos do processo, determinar a sua adequação. 3. É 
certo que, havendo cumulação dos pedidos de concessão de benefício previdenciário e 
de indenização por danos morais, os respectivos valores devem ser somados para efeito 
de apuração do valor da causa (inteligência do art. 259, II, do CPC). Contudo, a pretensão 
secundária não poderia ser desproporcional em relação à principal, de modo que, para 
definição do valor correspondente aos danos morais, deveria ter sido utilizado como 
parâmetro o quantum referente ao total das parcelas vencidas e vincendas do benefício 
previdenciário pretendido. 4. Sendo excessivo o valor atribuído à indenização por danos 
morais, vale dizer, ultrapassando o valor pretendido o limite equivalente ao total das 
parcelas vencidas mais doze vincendas do benefício (inteligência do art. 260 do CPC), é 
perfeitamente possível que o Juízo reduza, de ofício, o valor da causa, ao menos 
provisoriamente, com vistas à fixação da competência para o julgamento do feito (...) (TRF 
3ª Região, SÉTIMA TURMA, AI 0034397-46.2012.4.03.0000, Rel. Desembargador Federal 
FAUSTO DE SANCTIS, julgado em 20/05/2013, e-DJF3 Judicial 1 DATA:29/05/2013)
 Mesmo sentido: AI 00154691320134030000, Rel. RAQUEL PERRINI, TRF3 - OITAVA TURMA, e-
DJF3 18.10.2013; AI 00338726420124030000, Rel. SOUZA RIBEIRO, TRF3 - NONA TURMA, e-DJF3 
28.02.2013; AI 00142108020134030000, Rel. SERGIO NASCIMENTO, TRF3 - DÉCIMA TURMA, e-
DJF3 04.9.2013.
Karen Malavazzi Timpone - 34398003851
“Valor da causa” e “valor da 
condenação”
 É possível que, em razão do tempo decorrente 
do processamento da ação, o valor da 
condenação supere os 60 salários mínimos.
 Qual é a conduta do Juiz? Extinguir? Intimar o 
autor para renunciar ao excedente?
Karen Malavazzi Timpone - 34398003851
“Valor da causa” e “valor 
da condenação”
 Lei nº 10.259/2001:
 Art. 17. Tratando-se de obrigação de pagar quantia certa, após o 
trânsito em julgado da decisão, o pagamento será efetuado no 
prazo de sessenta dias, contados da entrega da requisição, por 
ordem do Juiz, à autoridade citada para a causa, na agência 
mais próxima da Caixa Econômica Federal ou do Banco do Brasil, 
independentemente de precatório.
 § 1o Para os efeitos do § 3o do art. 100 da Constituição Federal, as 
obrigações ali definidas como de pequeno valor, a serem pagas 
independentemente de precatório, terão como limite o mesmo 
valor estabelecido nesta Lei para a competência do Juizado 
Especial Federal Cível (art. 3º, caput). (...).
 § 4o Se o valor da execução ultrapassar o estabelecido no § 1º, o 
pagamento far-se-á, sempre, por meio do precatório, sendo 
facultado à parte exequente a renúncia ao crédito do valor 
excedente, para que possa optar pelo pagamento do saldo sem 
o precatório, da forma lá prevista.
Karen Malavazzi Timpone - 34398003851
“Valor da causa” e “valor 
da condenação”
 5ª Turma Recursal de São Paulo:
 “(...) II - VOTO Inicialmente, não há que se falar em incompetência do Juizado 
Especial Federal, em razão do valor da causa, pois não há nos autos 
comprovação de que o montante pretendido pela parte autora supera o limite 
de alçada estabelecido no artigo 3°, § 2°, da Lei federal n° 10.259/2001. Note-se 
que os conceitos de valor da causa e valor da condenação são inconfundíveis. A 
Lei nº 10.259/2001 permite expressamente a expedição de precatório no âmbito 
dos Juizados Especiais Federais (artigo 17, § 4º), razão pela qual nada impede que 
a execução seja realizada em valor superior a sessenta salários mínimos, 
conquanto a competência seja limitada a esse valor na data do ajuizamento da 
demanda. Tal é, inclusive, o entendimento já pacificado pelas Turmas Recursais: 
SÚMULA Nº 16 - É possível a expedição de precatório no Juizado Especial Federal,
nos termos do artigo 17, §4º, da Lei nº 10.259/2001, quando o valor da 
condenação exceder 60 (sessenta) salários mínimos." (Origem Enunciado 20 do 
JEFSP)” (Processo 00294956220124036301, Rel. Juiz OMAR CHAMON, e-DJF3 
24.5.2013).
 No mesmo sentido:
 Processo 00184566820124036301, Rel. Juíza FLAVIA PELLEGRINO SOARES, TR3 - 3ª 
Turma Recursal - SP, e-DJF3 09.5.2013;
 Processo 00095013120064036310, Rel. CRISTIANE FARIAS RODRIGUES DOS SANTOS, 
TR4 – 4ª Turma Recursal, e-DJF3 23.5.2013.
Karen Malavazzi Timpone - 34398003851
A competência do JEF é 
absoluta:
 Lei nº 10.259/2201: “Art. 3º § 3º No foro onde estiver 
instalada Vara do Juizado Especial, a sua competência é 
absoluta”.
 Consequências:
 Incompetência deve ser alegada em preliminar de 
contestação;
 Juiz pode declarar a incompetência de ofício (mesmo 
sem provocação do réu), a qualquer tempo (não 
preclui).
 Jurisdicionado não pode escolher onde propor (JEF ou 
Vara), se houver JEF e Vara instalados na cidade de 
seu domicílio.
 Conduta do Juiz: extinção do processo: (?).
 Enunciado nº 24 do FONAJEF: Reconhecida a 
incompetência do Juizado Especial Federal, é cabível 
a extinção do processo, sem julgamento de mérito, 
nos termos do art. 1º da Lei n. 10.259/2001 e do art. 51, 
III, da Lei n. 9.099/95, não havendo nisso afronta ao art. 
12, § 2º, da Lei 11.419/06. 
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A competência do JEF é 
absoluta:
 Conflito de competência entre JEF e Vara dentro da mesma Região:
 Súmula 428 do STJ: Compete ao Tribunal Regional Federal decidir os conflitos
de competência entre juizado especial federal e juízo federal da mesma
seção judiciária.
 Perícia complexa?
 Lei nº 9.099/95: Art. 35. Quando a prova do fato exigir, o Juiz poderá inquirir 
técnicos de sua confiança, permitida às partes a apresentação de parecer 
técnico. [não é perícia, portanto]
 No JEF?
 Súmula 20 das Turmas Recursais do JEF de São Paulo:
 “A competência dos Juizados Especiais Federais é determinada unicamente 
pelo valor da causa e não pela complexidade da matéria (art. 3° da Lei n°
10.259/2001)”. 
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Competência para concessão de 
liminar e/ou tutela provisória
 A concessão de medidas liminares é, 
obviamente, do Juízo competente para 
aquele processo.
 Mas a doutrina entende que o “poder geral 
de cautela” é inerente à função jurisdicional.
 Assim, mesmo o Juiz incompetente pode 
deferir medida de urgência destinada a 
evitar o perecimento de direito.
 Essa medida de urgência pode ser revista, se 
for o caso, pelo Juízo competente.
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CPC
 Art. 64, § 4º: “Salvo decisão judicial em sentido 
contrário, conservar-se-ão os efeitos de decisão 
proferida pelo juízo incompetente até que outra 
seja proferida, se for o caso, pelo juízo 
competente”.
 Ressalva importante.
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2. Os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de 
união estável, a profissão, o número de inscrição no 
Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da 
Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a 
residência do autor e do réu;
 Qualificação completa e correta:
 Maria Silva é diferente de Maria da Silva;
 Isso é essencial para o pagamento do 
precatório/RPV: se estiver errado, devolve.
 Nomes diferentes em diferentes bases de dados 
(RG, CPF, OAB) – orientar para corrigir, onde estiver 
errado
 Profissão:
 Informação fundamental para os benefícios por 
incapacidade (auxílio por incapacidade 
temporária, aposentadoria por incapacidade 
permanente e auxílio-acidente).
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2. Os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de 
união estável, a profissão, o número deinscrição no 
Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da 
Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a 
residência do autor e do réu;
 Domicílio e residência do autor (atualizados): 
alguns problemas administrativos na implantação 
do benefício;
 INSS manda uma carta pedindo complementação 
de algum documento, não obtém resposta e o 
“sistema” bloqueia o pagamento;
 Perícias domiciliares: (estudo sócio econômico em 
LOAS);
 Intimações pessoais (para prestar depoimento 
pessoal, para constituir novo advogado em caso 
de renúncia).
 Art. 274, parágrafo único, do CPC: Presumem-se 
válidas as intimações dirigidas ao endereço 
constante dos autos, ainda que não recebidas 
pessoalmente pelo interessado, se a modificação 
temporária ou definitiva não tiver sido devidamente 
comunicada ao juízo [...].
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2. Os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de 
união estável, a profissão, o número de inscrição no 
Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da 
Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a 
residência do autor e do réu;
 CPF:
 Importantíssimo:
 Na JF não se distribui ação sem CPF (indica possíveis ações anteriores, 
inclusive no JEF);
 Mesmo para incapazes
 Precatório/RPV: CPF inválido ou irregular faz com que a requisição de 
pagamento seja devolvida;
 Se “pendente de regularização”, impede o levantamento dos depósitos judiciais;
 CPF do advogado:
 Incluir na procuração;
 Precisa ser intimado para apresentar e aí passa o 1º de julho (só em 2019);
 Não recebe honorários (já cheguei a requisitar só do cliente do advogado 
que, intimado, não informou o CPF)
 CNPJ da sociedade de advogados:
 Incluir na procuração;
 É possível receber honorários no CNPJ da sociedade – artigo 85, § 14 do CPC
 (inclusive contratuais, com destaque na requisição). – destaque – artigo 22, §
4º, da Lei nº 8.906/94 (Estatuto da Advocacia).
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2. Os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de 
união estável, a profissão, o número de inscrição no 
Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da 
Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a 
residência do autor e do réu;
 Informações não obrigatórias, mas importantes.
 1) Número de Inscrição do Trabalhador (NIT), que é 
normalmente o mesmo número do PIS/PASEP ou do NIS
(Número de Identificação Social).
 Número que o INSS usa no CNIS para relacionar aquela pessoa às 
suas contribuições, vínculos de emprego e benefícios (requeridos 
e/ou deferidos).
 2) Filiação do autor (nome de pai e mãe):
 Correlação de nome do segurado/dependente + nome da mãe 
ajuda a identificar eventuais homônimos.
 3) Número do benefício (NB) ou do protocolo do 
requerimento administrativo.
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2. Os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de 
união estável, a profissão, o número de inscrição no 
Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da 
Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a 
residência do autor e do réu;
 Artigo 319.
 § 1º Caso não disponha das informações previstas no 
inciso II, poderá o autor, na petição inicial, requerer ao 
juiz diligências necessárias a sua obtenção. 
[dever de cooperação/auxílio para o Juiz!]
 § 2º A petição inicial não será indeferida se, a despeito 
da falta de informações a que se refere o inciso II, for 
possível a citação do réu.
 § 3º A petição inicial não será indeferida pelo não 
atendimento ao disposto no inciso II deste artigo se a 
obtenção de tais informações tornar impossível ou 
excessivamente oneroso o acesso à justiça.
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3. O fato e os fundamentos
jurídicos do pedido
 Teoria da substanciação: a causa de pedir 
decorre tanto da relação jurídica/conflito de 
interesses como dos fatos (diferente da teoria da 
individualização – só os fatos).
 Bom advogado: claro, direto e preciso.
 É a causa de pedir:
 remota: fatos jurídicos.
 próxima: fundamentos jurídicos;
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3. O fato e os fundamentos
jurídicos do pedido
 FATOS:
 Descrever objetivamente o que interessa para a 
causa;
 ex.: tudo começou quando a mãe do autor, nos idos 
de 1950, conheceu o então futuro pai do autor....
 Não é isso: são os fatos jurídicos relevantes para 
a causa.
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3. O fato e os fundamentos 
jurídicos do pedido
 A descrição dos fatos deve ser um espelho do 
direito material.
 Comparar requisitos legais para a concessão do 
benefício X petição inicial.
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3. O fato e os fundamentos 
jurídicos do pedido
 Motivo do indeferimento 
 CPC
 Art. 374. Não dependem de prova os fatos:
 I - notórios;
 II - afirmados por uma parte e confessados pela 
parte contrária;
 III - admitidos no processo como incontroversos;
 IV - em cujo favor milita presunção legal de 
existência ou de veracidade
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3. O fato e os fundamentos
jurídicos do pedido
 Auxílio doença (auxílio por incapacidade temporária): requisitos legais –
incapacidade temporária para a atividade profissional habitual (mais de 15 dias), 
qualidade de segurado e carência (quando necessária):
 “O autor é segurado da Previdência Social, na qualidade de empregado, como
faz prova a cópia da carteira de trabalho anexada (documento nº 2). Foi
acometido de síndrome do túnel do carpo no membro superior direito, como
fazem prova o relatório médico e os exames ora juntados (documentos nº 3 a 6),
doença que é causa de incapacidade para o trabalho, por mais de 15 dias. O
autor requereu administrativamente o auxílio-doença, que foi indeferido sob a
alegação de que não haveria incapacidade, o que não corresponde a verdade.
A síndrome do túnel do carpo é uma neuropatia resultante da compressão do
nervo mediano no canal do carpo, estrutura anatômica que se localiza entre a
mão e o antebraço. Através desse túnel rígido, além do nervo mediano, passam
os tendões flexores que são revestidos pelo tecido sinovial. Qualquer situação que
aumente a pressão dentro do canal provoca compressão do nervo mediano e a
síndrome do túnel do carpo. No caso do autor, a extensão da doença é causa de
parestesias (formigamentos) e dores constantes no membro superior direito,
impedindo-o de executar tarefas como manipular objetos pequenos.
Considerando que o autor exerce o ofício de montador, atuando na linha de
produção de uma indústria de aparelhos eletrônicos, não consegue exercer sua
atividade profissional habitual. Tendo cumprido a carência legal exigida (12
meses), tem direito à concessão do auxílio-doença”.
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3. O fato e os fundamentos 
jurídicos do pedido
 Aposentadoria por incapacidade permanente: 
incapacidade definitiva, para qualquer atividade 
que lhe garanta a subsistência, carência e 
qualidade de segurado.
 “O autor, segurado da Previdência Social, foi 
acometido de insuficiência renal crônica, doença 
que causou incapacidade definitiva para exercer 
qualquer atividade laborativa que lhe garanta a 
subsistência, já que não pode fazer quaisquer 
esforços físicos e sua sobrevida depende da 
realização de sessões diárias de hemodiálise. 
Requereu administrativamente o benefício, que foi 
indeferido sob a alegação de que ocorreu a perda 
da qualidade de segurado. Ocorre que a cessação 
de vínculos de emprego e de contribuições à 
Previdência Social decorreu, exatamente, da 
incapacidade para o trabalho, razão pela qual tem 
direito à aposentadoria por invalidez, já que se trata 
de nefropatia grave, sendo dispensada a carência”.
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3. O fato e os fundamentos 
jurídicos do pedido
 Revisão de tempo de contribuição:
 “O autor requereu ao INSS a concessão de aposentadoria por tempo 
de contribuição, benefício que foi deferido. Apesardisso, o INSS deixou 
de computar, como tempo de contribuição, o período trabalhado à 
empresa XYZ, o que reduziu indevidamente a renda mensal inicial do 
benefício.
 Revisão pelo teto das Emendas nº 20/98 e 41/2003:
 “O autor é titular de aposentadoria por tempo de contribuição, cuja 
renda mensal inicial foi fixada no valor correspondente ao teto do 
salário de benefício; por força das Emendas nº 20/98 e 41/2003, foi 
elevado o valor desse teto, mas o INSS não aplicou esses novos valores 
aos benefícios concedidos em datas anteriores, o que se pretende 
obter”.
 Concessão de aposentadoria especial:
 “O autor é segurado da Previdência Social e requereu 
administrativamente a aposentadoria especial, que foi indeferida, sob 
a alegação de falta de tempo de contribuição. Ocorre que o INSS 
deixou de reconhecer, como especiais, os períodos de trabalho 
prestados às empresas X, Y, e Z, de tanto a tanto, o que impediu que 
alcançasse tempo suficiente para a concessão do benefício”.
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3. O fato e os fundamentos 
jurídicos do pedido
 Fundamentos jurídicos
 1) Doutrina: não é necessária a referência à norma jurídica 
que ampara a pretensão (não precisa citar os artigos de lei).
 MAS: a citação de artigos de lei e da Constituição Federal é 
indispensável para RE e RESP.
 2) Não é relevante a qualificação jurídica que o autor dá ao 
fato (pode ser mudada pelo Juiz, se achar que é o caso – jura 
novit curia – livre dicção do direito).
 Ex.: o autor afirma que o ato de concessão do benefício foi 
revogado (na verdade, foi anulado); consequências jurídicas 
distintas (revoga-se por razões de conveniência e 
oportunidade; anula-se no caso de invalidade – nulidade ou 
anulabilidade).
 MAS: não custa indicar corretamente a norma jurídica, 
nem dar a correta qualificação jurídica aos fatos em 
discussão.
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Estratégia de bem 
advogar
 Facilitar o trabalho do Juiz: alguns milhares de processos;
 ex.: réplica: processualmente, serve para duas únicas coisa: 
manifestação sobre questões preliminares ou prejudiciais contidas 
na contestação (337 e 351) e sobre fatos impeditivos, 
modificativos ou extintivos do direito do autor (350) 
 Evitar só repetir o que está na inicial (solução Ctlr C Ctrl V). – serventuário vai 
juntar uma petição vazia de conteúdo – demora mais sem nenhum sentido; 
consome mais papel – frente e verso – ambientalmente correto.
 Apontar especificamente os problemas da contestação ou do laudo pericial.
 Instruir a petição inicial com prova documental desses fatos;
 ex.: reajustes de benefício já concedido: observar a data de início do 
benefício;
 ex.: revisão da renda mensal inicial do benefício: observar se o critério 
que se pretende rever alcança o período básico de cálculo;
 ex.: salário de benefício e salário de contribuição; reajuste do benefício 
em manutenção e revisão da renda mensal inicial;
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Estratégia de bem 
advogar
 Outros cuidados:
 Organização correta e coerente dos documentos; facilita a vida 
do Juiz;
 Inclusive no PJe (“outros documentos 1”, “outros documentos 2” etc. – NÃO!) “I love
PDF1”...
 Carta de indeferimento
 Contagem de tempo de contribuição INSS
 PPP Embraer/GM/Prefeitura
 Declaração médica 1
 Declaração psiquiatra
 Laudo ressonância magnética.
 Requerimento de revisão
 Acórdão recurso administrativo (Junta de Recursos)
 Art. 425, IV: cópias de peças dos autos declaradas autênticas 
pelo advogado, sob sua responsabilidade pessoal, se não lhes for 
impugnada a autenticidade
Karen Malavazzi Timpone - 34398003851
4. O pedido, com as suas 
especificações
 É preciso saber pedir:
 Art. 322, § 2º: A interpretação do pedido considerará o conjunto da 
postulação e observará o princípio da boa-fé [como se feito de boa fé, por 
princípio].
 Mas princípio da correlação (congruência ou adstrição) entre a sentença e 
o pedido (arts. 141 e 492 do CPC):
 Art. 141. O juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas partes, sendo-lhe 
vedado conhecer de questões não suscitadas a cujo respeito a lei exige a 
iniciativa da parte.
 Art. 492. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida, 
bem como condenar a parte em quantidade superior ou em objeto diverso 
do que foi demandado.
 Se não pedir, o juiz não concederá; isso é muito mais grave e muito mais 
frequente do que se imagina.
 ex.: pediu o “restabelecimento” do benefício que não foi concedido;
 pediu a concessão do benefício, mas não pediu o pagamento dos valores 
atrasados (o benefício deveria ter sido concedido lá atrás, quando do requerimento 
administrativo);
 pediu para não se sujeitar ao recolhimento da contribuição previdenciária, mas não 
pediu a devolução do que foi pago indevidamente.
 não especificou a data de início do benefício (o juiz fixou a partir da citação ou da 
propositura da inicial, mas ele era devido desde a data de entrada do requerimento 
administrativo).
 Pode até apelar disso: mas se especificar, o juiz precisa decidir e, se 
esquecer, embargos de declaração;
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4. O pedido, com as suas 
especificações
 “Fungibilidade” do pedido nos benefícios por 
incapacidade:
 [...] A concessão de auxílio-doença não se revela como julgamento 
extra petita, porque há visível fungibilidade entre aquele e a 
aposentadoria por invalidez, tendo em vista que ambos os benefícios 
possuem basicamente as mesmas exigências legais (com exceção do 
grau e duração da incapacidade) e, presentes os requisitos à 
concessão de qualquer deles, deve a benesse ser outorgada [...] 
(APELREEX 00270811620164039999, DESEMBARGADOR FEDERAL DAVID 
DANTAS, TRF3 - OITAVA TURMA, e-DJF3 Judicial 1 DATA:18/10/2016).
 [...] 1. Embora a parte autora tenha pleiteado o benefício de auxílio-
acidente, nota-se que o MM. Juiz a quo houve por bem em conceder 
o benefício de auxílio-doença, atendendo ao princípio da 
fungibilidade do pedido, de forma a não caracterizar julgamento 
extra petita, devendo ser concedido o benefício adequado, 
implementados os requisitos necessários, tendo em vista o caráter 
social que está presente nesta ação [...]. (APELREEX
0112520520114036140, DESEMBARGADOR FEDERAL NELSON PORFIRIO, 
TRF3 - DÉCIMA TURMA, e-DJF3 Judicial 1 DATA:29/06/2016) .
Karen Malavazzi Timpone - 34398003851
4. O pedido, com as suas 
especificações
 “Fungibilidade” do pedido nos benefícios por 
incapacidade:
 Paradoxo da EC nº 103/2019: alterou a RMI da aposentadoria 
por incapacidade permanente, mas não alterou a do auxílio 
por incapacidade temporária...
 AIP – média de 100% das contribuições (não mais 80% 
maiores); coeficiente de 60%, mais 2 pontos percentuais para 
cada ano de contribuição que exceder 20 (H) ou 15 (M) anos 
(exceto se acidentário, doença profissional ou do trabalho: 
100% da média).
 AIT – média de 100% das contribuições (artigo 26 da EC nº 
103/2019 – “dos benefícios do RPPS da União e do RGPS”); 
aplica coeficiente de 91% (art. 61 da Lei nº 8.213/91) –
acidentário ou previdenciário.
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4. O pedido, com as suas 
especificações
 Cumulação de pedidos:
 Cumulação alternativa: quero A ou B. Estou satisfeito 
com qualquer um deles (326, parágrafo único).
 Cumulação sucessiva: quero A e B, mas o 
acolhimento de B depende do acolhimento de A.
 Cumulação subsidiária ou eventual: quero A; se não 
for possível, quero B; se não for possível, quero C (326, 
“caput”).
 ex.: aposentadoria por incapacidade permanente, 
auxílio por incapacidade temporária ou auxílio-acidente;
 ex.: aposentadoria especial ou aposentadoria por tempo 
de contribuição (com contagem de tempo especial, 
convertido em comum).
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4. O pedido, com as suas 
especificações
 Não precisa pedir: juros, correção monetária e verbas de sucumbência (art. 
322, § 1º CPC)
prestações periódicas (art. 323 CPC).despesas processuais antecipadas (art. 82, § 2º do CPC)
honorários de advogado (art. 85 do CPC).
 Juros e correção monetária:
 se pedir e especificar o critério, provoca uma decisão do juiz a respeito, que faz coisa 
julgada;
 Evita rediscutir a matéria em impugnação ao cumprimento da sentença (só o cálculo, 
não o critério do cálculo);
 Manual de Orientação de Procedimentos para Cálculos na Justiça Federal, aprovado 
pela Resolução CJF nº 658/2020.
 Art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, com a redação que lhe foi dada pela Lei nº 11.960, de 
29.6.2009 (“Nas condenações impostas à Fazenda Pública, independentemente de sua 
natureza e para fins de atualização monetária, remuneração do capital e compensação 
da mora, haverá a incidência uma única vez, até o efetivo pagamento, dos índices 
oficiais de remuneração básica e juros aplicados à caderneta de poupança”).
 Incidente a partir de 30.6.2009. – inconstitucionalidade – STF, ADI 4357 e 4425 (Emenda nº 
62/2009) – modulação só para correção de precatórios (não para condenações em 
geral) – 25.3.2015.
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4. O pedido, com as suas 
especificações
 O STF finalmente concluiu o julgamento do RE 870.947 (tema 810), em regime de 
repercussão geral, firmando, quanto ao assunto em discussão, as seguintes teses:
 1) O art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, com a redação dada pela Lei nº 11.960/09, na 
parte em que disciplina os juros moratórios aplicáveis a condenações da Fazenda 
Pública, é inconstitucional ao incidir sobre débitos oriundos de relação jurídico-
tributária, aos quais devem ser aplicados os mesmos juros de mora pelos quais a 
Fazenda Pública remunera seu crédito tributário, em respeito ao princípio 
constitucional da isonomia (CRFB, art. 5º, caput); quanto às condenações oriundas 
de relação jurídica não-tributária, a fixação dos juros moratórios segundo o índice 
de remuneração da caderneta de poupança é constitucional, permanecendo 
hígido, nesta extensão, o disposto no art. 1º-F da Lei nº 9.494/97 com a redação 
dada pela Lei nº 11.960/09; e
 2) O art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, com a redação dada pela Lei nº 11.960/09, na 
parte em que disciplina a atualização monetária das condenações impostas à 
Fazenda Pública segundo a remuneração oficial da caderneta de poupança, 
revela-se inconstitucional ao impor restrição desproporcional ao direito de 
propriedade (CRFB, art. 5º, XXII), uma vez que não se qualifica como medida 
adequada a capturar a variação de preços da economia, sendo inidônea a 
promover os fins a que se destina.
Karen Malavazzi Timpone - 34398003851
4. O pedido, com as suas 
especificações
 A ata do referido julgamento foi publicada no DJe de 22.9.2017. 
 Artigo 1.035, § 11, do Código de Processo Civil: a publicação da ata valerá como 
acórdão; não é necessário aguardar a divulgação dos votos ou da ementa para 
que os efeitos processuais decorrentes de julgado sejam plenamente produzidos.
 Aplicação obrigatória: artigo 927, III, do Código de Processo Civil. Mesmo que, 
ontologicamente, seja possível diferenciar os recursos extraordinários repetitivos 
daqueles decididos em regime de repercussão geral, a vinculação de ambos os 
julgados é medida que se impõe, como consequência, inclusive, do dever 
atribuído aos Tribunais de que uniformizem sua jurisprudência e mantenham-na 
“estável, íntegra e coerente” (art. 926 do CPC).
 IPCA-E ou INPC? Naquele caso concreto, o STF acabou por determinar a 
aplicação do IPCA-E. Mas a tese (o precedente) limitou-se à declaração de 
inconstitucionalidade, que faz restabelecer o índice legal anterior para benefícios 
previdenciários (INPC). Como a vinculação que se estabelece é a fixação do 
precedente, não o julgamento do caso paradigma, tenho que o índice a ser 
aplicado é realmente o INPC.
Karen Malavazzi Timpone - 34398003851
4. O pedido, com as suas 
especificações
 STJ: RESP 1.495.146, Rel. Min. MAURO CAMPBELL MARQUES, DJe 
02.3.2018
 (REPETITIVO)
 1. Correção monetária: o art. 1º-F da Lei 9.494/97 (com redação dada 
pela Lei 11.960/2009), para fins de correção monetária, não é 
aplicável nas condenações judiciais impostas à Fazenda Pública, 
independentemente de sua natureza.
 1.1 Impossibilidade de fixação apriorística da taxa de correção 
monetária.
 No presente julgamento, o estabelecimento de índices que devem ser 
aplicados a título de correção monetária não implica pré-fixação (ou 
fixação apriorística) de taxa de atualização monetária. Do contrário, a 
decisão baseia-se em índices que, atualmente, refletem a correção 
monetária ocorrida no período correspondente. Nesse contexto, em 
relação às situações futuras, a aplicação dos índices em comento, 
sobretudo o INPC e o IPCA-E, é legítima enquanto tais índices sejam 
capazes de captar o fenômeno inflacionário.
Karen Malavazzi Timpone - 34398003851
4. O pedido, com as suas 
especificações
 STJ: RESP 1.495.146, Rel. Min. MAURO CAMPBELL MARQUES, DJe 
02.3.2018
 1.2 Não cabimento de modulação dos efeitos da decisão.
 A modulação dos efeitos da decisão que declarou inconstitucional a 
atualização monetária dos débitos da Fazenda Pública com base no 
índice oficial de remuneração da caderneta de poupança, no âmbito 
do Supremo Tribunal Federal, objetivou reconhecer a validade dos 
precatórios expedidos ou pagos até 25 de março de 2015, impedindo, 
desse modo, a rediscussão do débito baseada na aplicação de 
índices diversos. Assim, mostra-se descabida a modulação em relação 
aos casos em que não ocorreu expedição ou pagamento de 
precatório.
 2. Juros de mora: o art. 1º-F da Lei 9.494/97 (com redação dada pela 
Lei 11.960/2009), na parte em que estabelece a incidência de juros de 
mora nos débitos da Fazenda Pública com base no índice oficial de 
remuneração da caderneta de poupança, aplica-se às condenações 
impostas à Fazenda Pública, excepcionadas as condenações oriundas 
de relação jurídico-tributária.
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4. O pedido, com as suas 
especificações
 STJ: RESP 1.495.146, Rel. Min. MAURO CAMPBELL MARQUES, DJe 02.3.2018
 3. Índices aplicáveis a depender da natureza da condenação.
 3.1 Condenações judiciais de natureza administrativa em geral.
 As condenações judiciais de natureza administrativa em geral, sujeitam-se aos 
seguintes encargos: (a) até dezembro/2002: juros de mora de 0,5% ao mês; 
correção monetária de acordo com os índices previstos no Manual de Cálculos 
da Justiça Federal, com destaque para a incidência do IPCA-E a partir de 
janeiro/2001; (b) no período posterior à vigência do CC/2002 e anterior à vigência 
da Lei 11.960/2009: juros de mora correspondentes à taxa Selic, vedada a 
cumulação com qualquer outro índice; (c) período posterior à vigência da Lei 
11.960/2009: juros de mora segundo o índice de remuneração da caderneta de 
poupança; correção monetária com base no IPCA-E.
 3.1.1 Condenações judiciais referentes a servidores e empregados públicos.
 As condenações judiciais referentes a servidores e empregados públicos, sujeitam-
se aos seguintes encargos: (a) até julho/2001: juros de mora: 1% ao mês 
(capitalização simples); correção monetária: índices previstos no Manual de 
Cálculos da Justiça Federal, com destaque para a incidência do IPCA-E a partir 
de janeiro/2001; (b) agosto/2001 a junho/2009: juros de mora: 0,5% ao mês; 
correção monetária: IPCA-E; (c) a partir de julho/2009: juros de mora: 
remuneração oficial da caderneta de poupança; correção monetária: IPCA-E.
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4. O pedido, com as suas 
especificações
 3.1.2 Condenações judiciais referentes a desapropriações diretas e indiretas.
 No âmbito das condenações judiciais referentes a desapropriações diretas e indiretas 
existem regras específicas, no que concerne aos juros moratórios e compensatórios, razão 
pela qual não se justifica a incidência do art. 1º-F da Lei 9.494/97 (com redação dada 
pela Lei 11.960/2009), nem para compensação da mora nem para remuneração docapital.
 3.2 Condenações judiciais de natureza previdenciária.
 As condenações impostas à Fazenda Pública de natureza previdenciária 
sujeitam-se à incidência do INPC, para fins de correção monetária, no que 
se refere ao período posterior à vigência da Lei 11.430/2006, que incluiu o 
art. 41-A na Lei 8.213/91. Quanto aos juros de mora, incidem segundo a 
remuneração oficial da caderneta de poupança (art. 1º-F da Lei 9.494/97, 
com redação dada pela Lei n. 11.960/2009).
 3.3 Condenações judiciais de natureza tributária.
 A correção monetária e a taxa de juros de mora incidentes na repetição de indébitos 
tributários devem corresponder às utilizadas na cobrança de tributo pago em atraso. Não 
havendo disposição legal específica, os juros de mora são calculados à taxa de 1% ao 
mês (art. 161, § 1º, do CTN). Observada a regra isonômica e havendo previsão na 
legislação da entidade tributante, é legítima a utilização da taxa Selic, sendo vedada sua 
cumulação com quaisquer outros índices.
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4. O pedido, com as suas 
especificações
 4. Preservação da coisa julgada.
 Não obstante os índices estabelecidos para 
atualização monetária e compensação da mora, de 
acordo com a natureza da condenação imposta à 
Fazenda Pública, cumpre ressalvar eventual coisa 
julgada que tenha determinado a aplicação de 
índices diversos, cuja constitucionalidade/legalidade 
há de ser aferida no caso concreto.
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5. Valor da causa
 Importante calcular: pode alterar a competência 
(JEF ou vara previdenciária);
 Em regra: valor das prestações vencidas MAIS 
doze prestações vincendas (artigo 292, §§ 1º e 2º 
do CPC);
 Se tiver dano moral – vencidas, 12 vincendas e 
valor da indenização;
 TRF 3ª: para fixação do valor da causa e 
competência, dano moral não pode ser maior 
do que o valor do benefício requerido (vencido e 
vincendas).
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5. Valor da causa
 [...] 1. Não obstante o valor do dano moral seja, em princípio, estimado pelo autor, se o propósito é 
o de burlar regra de competência, é evidente que o juiz pode alterá-lo de ofício, devendo, porém, 
indicar valor razoável e justificado. 2. O pedido de condenação por danos morais não pode ser 
excessivo, deve corresponder ao valor econômico do benefício pleiteado na ação, daí porque o 
valor da causa deve ser retificado, restando clara a competência do Juizado Especial Federal. 3. 
Agravo interno não provido. (AI 00023472520164030000, DESEMBARGADOR FEDERAL HÉLIO 
NOGUEIRA, TRF3 - PRIMEIRA TURMA, e-DJF3 Judicial 1 DATA:17/02/2017) 
 [...] 2. A temática trazida no conflito diz com a possibilidade de alteração de ofício, pelo 
magistrado, do valor atribuído à causa no tocante ao pleito de indenização por danos morais. 3. O 
valor atribuído à causa pode ser retificado, de ofício, pelo magistrado, não se tratando de 
julgamento do pleito, mas de correção da estimativa posta na exordial. 4. Esta Corte Regional vem 
admitindo a retificação de ofício do valor da causa, relativo à indenização por dano moral, 
quando a indicação da parte autora representar visivelmente exagero e prestar-se à violação da 
competência absoluta dos Juizados Especiais. 5. Conflito de competência julgado improcedente.
(CC 00266971420154030000, DESEMBARGADOR FEDERAL VALDECI DOS SANTOS, TRF3 - PRIMEIRA 
SEÇÃO, e-DJF3 Judicial 1 DATA:16/02/2017) 
 [...] Como se trata de pedido que engloba prestações vencidas e vincendas, o valor da causa 
deve ser calculado conforme o disposto no art. 260 do CPC. 4. No que diz respeito ao dano moral, 
esta Corte vem se posicionando no sentido de que o pedido indenizatório, em ações 
previdenciárias, deve ser razoável, correspondendo ao valor econômico do benefício almejado, 
para que não haja majoração proposital da quantia indenizatória, com a consequente burla à 
competência dos Juizados Especiais Federais. 5. A cumulação de pedidos (incluindo dano moral) 
não pode servir de estratégia para excluir a competência dos Juizados Especiais. 6. Agravo legal a 
que se nega provimento (AI 00314496320144030000, DESEMBARGADOR FEDERAL PAULO 
DOMINGUES, TRF3 - SÉTIMA TURMA, e-DJF3 Judicial 1 DATA:04/03/2015) 
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6. As provas com que o autor pretende 
demonstrar a verdade dos fatos 
alegados
 Importante especificar;
 Parte da doutrina distingue:
 1) protesto genérico da inicial (“Art. 319, VI: As provas com 
que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos 
alegados”);
 2) especificação (“Art. 348. Se o réu não contestar a 
ação, o juiz, verificando a inocorrência do efeito da 
revelia previsto no art. 344, ordenará que o autor 
especifique as provas que pretenda produzir, se ainda 
não as tiver indicado”).
 É uma especificação guiada por aquilo que for alegado 
pelo réu.
 A distinção não é meramente acadêmica: se as partes 
são especificamente instadas a indicarem as provas, e 
não o fazem, ocorreu a preclusão (pode ter indicado 
anteriormente – nova reflexão com o CPC/2015)
 Estratégia da boa Advocacia: especificar “de novo”, se 
necessário.
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7. A opção do autor pela realização ou não 
de audiência de conciliação ou de 
mediação
 Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos 
essenciais e não for o caso de improcedência 
liminar do pedido, o juiz designará audiência de 
conciliação ou de mediação com antecedência 
mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu 
com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência. 
(...).
 § 4o A audiência não será realizada:
 I - se ambas as partes manifestarem, 
expressamente, desinteresse na composição 
consensual;
 II - quando não se admitir a autocomposição.
 Hipótese não aplicável inteiramente à Fazenda Pública 
(mesmo certos direitos indisponíveis admitem composição).
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Audiência de conciliação ou 
mediação
 Fazenda Pública: princípio da legalidade
 Conciliação e transação mediante autorização 
normativa específica:
 Lei nº 9.469/97:
 Art. 1º O Advogado-Geral da União, diretamente ou mediante 
delegação, e os dirigentes máximos das empresas públicas federais, 
em conjunto com o dirigente estatutário da área afeta ao assunto, 
poderão autorizar a realização de acordos ou transações para prevenir 
ou terminar litígios, inclusive os judiciais.
 § 1º Poderão ser criadas câmaras especializadas, compostas por 
servidores públicos ou empregados públicos efetivos, com o objetivo 
de analisar e formular propostas de acordos ou transações.
 § 5º Na transação ou acordo celebrado diretamente pela parte ou por 
intermédio de procurador para extinguir ou encerrar processo judicial, 
inclusive os casos de extensão administrativa de pagamentos 
postulados em juízo, as partes poderão definir a responsabilidade de 
cada uma pelo pagamento dos honorários dos respectivos 
advogados.
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Audiência de conciliação ou 
mediação
 Recomendação Conjunta 
CNJ/AGU/MTPS nº 01/2015.
 Portaria PGF nº 258/2016 (acordo em 
benefícios por incapacidade).
 Decreto nº 7.392/2010 (Câmara de 
Conciliação e Arbitragem da 
Administração Federal – CCAF).
 Artigo 10 da Lei 10.259/2001 (conciliação 
nos JEF’s).
 Artigo 8º da Lei 12.153/2009 (conciliação 
nos JE’s da FP).
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Audiência de conciliação ou 
mediação
 Portanto: previsão legal que depende de 
especificação em regulamento ou ato 
administrativo.
 Mesmo quando admissível, pressupõe a colheita de 
provas (perícias, audiência de instrução, etc.).
 Ex: benefícios por incapacidade, pensão por morte 
(dependência econômica), aposentadoria por idade rural, 
etc.
 Consequências práticas:
 30 dias úteis para realização da audiência que será 
fatalmente infrutífera;
 30 dias úteis para contestar (prazo em dobro – artigo 183).
 Juiz pode dispensar a audiência de conciliação ou 
mediação? 
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Tutela provisória
 Razoável duração do processo e efetividade da 
jurisdição.
 Decisões “liminares”:
 “In limine”: no início (embora possam ser 
incidentais – no curso do processo).
 Decisões provisórias;
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Espécies de decisões 
liminares
 Cautelar:
 Acautelatória: finalidade de assegurar o resultado útil 
do processo principal; não pode esgotar o objeto do 
processo (“satisfativas”).
 Ex.: suspensão da pensão deferida a outro 
pensionista, até o julgamento da ação principal.
 “Bife na geladeira”.
 Tutela antecipada (antecipação dos 
efeitos da tutela - tutela satisfativa):
 É a própria decisão de mérito, mas deferida 
antecipadamente.
 É exatamente o que o juiz daria na sentença
 Ex.: a concessão do benefício.
 “Bife na frigideira”.
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Tutela provisória no 
CPC/2015
 Pode ser:
 Tutela provisória de urgência (arts. 300-310).
 Pode ser cautelar ou antecipada (satisfativa)
 Pode ser (em ambos os casos) antecedente ou 
incidental
 Tutela provisória de evidência (art. 311).
 Art. 297: juiz pode determinar as medidas que 
considerar adequadas para efetivação da 
tutela provisória
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Tutela provisória de 
urgência
 Requisitos (art. 300)
 “Probabilidade do direito”
 “Perigo de dano ou risco ao resultado útil do 
processo”
 Tutela provisória de urgência cautelar: resguarda 
o resultado útil do processo
 “qualquer outra medida idônea para asseguração 
do direito” (301)
 Tutela provisória de urgência 
antecipada/satisfativa: antecipa os efeitos da 
sentença de mérito
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Tutela provisória de 
urgência
 Juiz pode exigir caução (artigo 300, § 1º) 
– dispensa se a parte não puder oferecê-
la.
 Pode ser concedida liminarmente ou após 
audiência de justificação prévia (§ 2º).
 Não será concedida se houver risco de 
irreversibilidade dos efeitos da decisão (§ 3º)
 Composição dos danos causados pela 
tutela provisória (artigo 302) – nos próprios 
autos.
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Tutela provisória de 
urgência
 Quer cautelar, quer antecipada/satisfativa, 
pode ser antecedente (pedida antes de 
formular o pedido de tutela definitiva) ou 
incidental (pedida junto com o pedido de 
tutela definitiva, ou depois do pedido de 
tutela definitiva).
 Tutela antecipada antecedente (303-304):
 Antes do processo principal.
 Inicial simples: requerimento da tutela e indicação do pedido de 
tutela final, exposição da lide, do direito que se quer realizar e do 
perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo.
 Se tutela concedida: em 15 dias (ou prazo maior fixado pelo juiz), 
autor deve aditar a inicial, complementando a argumentação e 
documentos e pede a confirmação da tutela final, valor da causa 
final. Procedimento comum em seguida (audiência etc.)
 Se não aditar, extinto sem resolução do mérito.
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Tutela provisória de 
urgência
 Tutela antecipada antecedente (303-304):
 A tutela antecipada antecedente ficará estabilizada se o réu não 
interpuser agravo de instrumento (artigo 304).
 Processo será extinto.
 Qualquer das partes poderá demandar para rever a tutela 
estabilizada, no prazo de 02 anos, contado da ciência da decisão que 
extinguiu o processo.
 Tutela cautelar antecedente (305):
 Inicial: indicação da lide e seu fundamento, exposição sumária do 
direito que se quer assegurar, perigo de dano ou risco ao resultado útil 
do processo.
 Réu citado para contestar (05 dias) e indicar provas.
 Contestado, segue o procedimento comum.
 Efetivada a tutela cautelar, pedido principal deve ser feito em 30 dias, 
nos mesmos autos (pode aditar pedido, causa de pedir, outros 
documentos etc.).
 Com pedido principal, audiência etc.
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Tutela provisória de 
urgência
 Fungibilidade da tutela provisória de 
urgência:
 Artigo 305. [tutela cautelar antecedente].
 Parágrafo único. Caso entenda que o pedido 
a que se refere o caput tem natureza 
antecipada, o juiz observará o disposto no 
art. 303” [tutela antecipada antecedente].
 “Mão única” ou “mão dupla”?
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Tutela provisória de 
evidência
 Tutela de evidência é outra hipótese de tutela 
provisória, mas não depende de prova do perigo 
de dano ou de risco ao resultado útil do processo.
 São irrelevantes.
 Importante instrumento para efetividade da 
jurisdição
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Tutela provisória de 
evidência
 Hipóteses (artigo 311).
1) Quando ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou 
o manifesto propósito protelatório da parte;
2) Quando alegações de fato puderem ser comprovadas 
apenas documentalmente e houver tese firmada em 
julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante;
3) Quando se tratar de pedido reipersecutório fundado em 
prova documental adequada do contrato de depósito, caso 
em que será decretada a ordem de entrega do objeto 
custodiado, sob cominação de multa;
4) Quando a petição inicial for instruída com prova documental 
suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o 
réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável.
 Decisão liminar: só nos casos 2 e 3. Nos demais, precisa 
ouvir a parte contrária
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Tutela provisória de 
evidência
 Em matéria previdenciária, podem ser mais 
frequentes:
1. Quando ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto 
propósito protelatório da parte - caso em que o INSS sustenta em Juízo 
entendimento diverso do que consta do Decreto nº 3.048/99 ou da IN 
77/2015.
2. Quando alegações de fato puderem ser comprovadas apenas 
documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos 
repetitivos ou em súmula vinculante; - caso do EPI em ruído; revisão da 
vida toda; tempo em auxílio por incapacidade temporária como 
tempo especial. 
4. Quando a petição inicial for instruída com prova documental suficiente 
dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha 
prova capaz de gerar dúvida razoável (opor prova, não 
argumentos...).
 casos de aposentadoria especial baseados em PPP ou laudo 
técnico.
 casos de revisão (normalmente não se defere tutela de urgência –
mas pode deferir tutela de evidência).
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Tutela provisória posteriormente 
revogada
 E se a sentença for de improcedência?
 CPC: Composição dos danos causados pela tutela 
provisória (artigo 302) – nos próprios autos; 
responsabilidade objetiva.
 Mas doutrina e jurisprudência – valores recebidos de boa 
fé e com caráter alimentar são irrepetíveis.
 STJ, AGA 1318361, Rel. Jorge Mussi, DJe 13.12.2010, AGA 
1115362, Rel. Napoleão Nunes Maia Filho, DJe 17.5.2010, 
AGRESP 691012, Rel. Celso Limongi, DJe 03.5.2010.
 TRF 3ª Região, APELREE 1999.03.99.084840-6, Rel. Márcia 
Hoffmann, DJF3 18.8.2011, p. 1207, e a AC 
2008.61.22.000901-6, Rel. Walter do Amaral, DJF3 03.8.2011, 
p. 1678.
 Súmula nº 34 da AGU: “Não estão sujeitos à repetição os 
valores recebidos de boa-fé pelo servidor público, em 
decorrência de errônea ou inadequada interpretação da 
lei por parte da Administração Pública”. 
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RESP repetitivo
 PREVIDÊNCIA SOCIAL. BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. 
REVERSIBILIDADE DA DECISÃO. O grande número de ações, e a demora que disso resultou 
para a prestação jurisdicional, levou o legislador a antecipar a tutela judicial naqueles 
casos em que, desde logo, houvesse, a partir dos fatos conhecidos, uma grande 
verossimilhança no direito alegado pelo autor. O pressuposto básico do instituto é a 
reversibilidade da decisão judicial. Havendo perigo de irreversibilidade, não há tutela 
antecipada (CPC, art. 273, § 2º). Por isso, quando o juiz antecipa a tutela, está 
anunciando que seu decisum nãoé irreversível. Mal sucedida a demanda, o autor da 
ação responde pelo recebeu indevidamente. O argumento de que ele confiou no juiz 
ignora o fato de que a parte, no processo, está representada por advogado, o qual sabe 
que a antecipação de tutela tem natureza precária. Para essa solução, há ainda o 
reforço do direito material. Um dos princípios gerais do direito é o de que não pode haver 
enriquecimento sem causa. Sendo um princípio geral, ele se aplica ao direito público, e 
com maior razão neste caso porque o lesado é o patrimônio público. O art. 115, II, da Lei 
nº 8.213, de 1991, é expresso no sentido de que os benefícios previdenciários pagos 
indevidamente estão sujeitos à repetição. Uma decisão do Superior Tribunal de Justiça 
que viesse a desconsiderá-lo estaria, por via transversa, deixando de aplicar norma legal 
que, a contrario sensu, o Supremo Tribunal Federal declarou constitucional. Com efeito, o 
art. 115, II, da Lei nº 8.213, de 1991, exige o que o art. 130, parágrafo único na redação 
originária (declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal - ADI 675) dispensava. 
Orientação a ser seguida nos termos do art. 543-C do Código de Processo Civil: a reforma 
da decisão que antecipa a tutela obriga o autor da ação a devolver os benefícios 
previdenciários indevidamente recebidos. Recurso especial conhecido e provido. (REsp 
1401560/MT, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, Rel. p/ Acórdão Ministro ARI PARGENDLER, 
PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 12/02/2014, DJe 13/10/2015).
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STF:
 “DIREITO PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL EM 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. BENEFÍCIO 
PREVIDENCIÁRIO. NATUREZA ALIMENTAR. RECEBIMENTO 
DE BOA-FÉ EM DECORRÊNCIA DE DECISÃO JUDICIAL. 
TUTELA ANTECIPADA REVOGADA. DEVOLUÇÃO. 1. A 
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal já assentou 
que o benefício previdenciário recebido de boa-fé 
pelo segurado, em decorrência de decisão judicial, 
não está sujeito à repetição de indébito, em razão de 
seu caráter alimentar. Precedentes. 2. Decisão judicial 
que reconhece a impossibilidade de descontos dos 
valores indevidamente recebidos pelo segurado não 
implica declaração de inconstitucionalidade do art. 
115 da Lei nº 8.213/1991. Precedentes. 3. Agravo 
regimental a que se nega provimento” (ARE 734242 
AgR, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Primeira 
Turma, julgado em 04/08/2015, DJe-175 08.9.2015).
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Benefício recebido por força de tutela 
provisória depois revogada.
 Novidades importantes:
 STJ: em dezembro/2018, afetou novos recursos especiais 
repetitivos: Pet nº 12482 / DF, Rel. Min. Og Fernandes (possível 
revisão do tema) – ainda não julgado.
 Lei nº 13.846/2019
 Alterou o artigo 115 da Lei nº 8.213/91:
 Art. 115. Podem ser descontados dos benefícios:
 II - pagamento administrativo ou judicial de benefício 
previdenciário ou assistencial indevido, ou além do devido, 
inclusive na hipótese de cessação do benefício pela 
revogação de decisão judicial, em valor que não exceda 
30% (trinta por cento) da sua importância, nos termos do 
regulamento;
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Benefício recebido por força de tutela 
provisória depois revogada.
 Art. 115.
 § 3º Serão inscritos em dívida ativa pela Procuradoria-Geral Federal os 
créditos constituídos pelo INSS em decorrência de benefício 
previdenciário ou assistencial pago indevidamente ou além do devido, 
inclusive na hipótese de cessação do benefício pela revogação de 
decisão judicial, nos termos da Lei nº 6.830, de 22 de setembro de 1980, 
para a execução judicial. (Redação dada pela Lei nº 
13.846, de 2019)
 § 4º Será objeto de inscrição em dívida ativa, para os fins do disposto 
no § 3º deste artigo, em conjunto ou separadamente, o terceiro 
beneficiado que sabia ou deveria saber da origem do benefício pago 
indevidamente em razão de fraude, de dolo ou de coação, desde 
que devidamente identificado em procedimento administrativo de 
responsabilização. (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 
2019)
 § 5º O procedimento de que trata o § 4º deste artigo será disciplinado 
em regulamento, nos termos da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, 
e no art. 27 do Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de setembro de 
1942. (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019)
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Tutela provisória em matéria 
previdenciária
 O “despacho” com o Juiz ou Desembargador
 Lei nº 8.906/94: 
 “Art. 7º São direitos do advogado: (...)
 VIII - dirigir-se diretamente aos magistrados nas 
salas e gabinetes de trabalho, 
independentemente de horário previamente 
marcado ou outra condição, observando-se a 
ordem de chegada (...)”.
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Outros temas processuais 
importantes
 1. Condições da ação e o prévio 
requerimento administrativo.
 2. Gratuidade de Justiça
 3. “Reafirmação da DER”
 4. Litisconsórcio no processo 
previdenciário
 5. Prescrição e decadência
 6. Provas.
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Condições da ação e o prévio 
requerimento administrativo.
 Constituição Federal:
 Artigo 5º, XXXV: A lei não excluirá da apreciação do Poder 
Judiciário lesão ou ameaça a direito.
 “Inafastabilidade do acesso à jurisdição”, “proteção judicial 
efetiva”, “livre acesso à justiça”.
 Dois aspectos: monopólio da jurisdição pelo Poder Judiciário e 
direito de demandar + direito de responder.
 Inovações:tutela preventiva e tutela reparatória
direitos de qualquer natureza (não só individuais).
 Art. 3º CPC: Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito. § 1º É 
permitida a arbitragem, na forma da lei. § 2º O Estado promoverá, sempre que possível, a 
solução consensual dos conflitos. § 3º A conciliação, a mediação e outros métodos de 
solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores 
públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial.
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Condições da ação e o prévio 
requerimento administrativo.
 Na doutrina, temos várias consequências práticas que 
decorrem da garantia do direito de ação
 1) Proibição de instâncias administrativas de curso forçado:
 Mas: a) habeas data (artigo 5º, LXXI, CF/88; Lei nº 9.507/97; 
Súmula 2 do STJ)
b) reclamação por descumprimento de súmula vinculante 
(artigo 7º, § 1º, da Lei nº 11.417/2006 – “Contra omissão ou ato 
da administração pública, o uso da reclamação só será 
admitido após esgotamento das vias administrativas”.
c) prévio requerimento administrativo em benefícios 
previdenciários e assistenciais:
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Condições da ação e o prévio 
requerimento administrativo.
 RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL. PRÉVIO REQUERIMENTO 
ADMINISTRATIVO E INTERESSE EM AGIR. 1. A instituição de condições para o regular 
exercício do direito de ação é compatível com o art. 5º, XXXV, da Constituição. 
Para se caracterizar a presença de interesse em agir, é preciso haver necessidade 
de ir a juízo. 2. A concessão de benefícios previdenciários depende de 
requerimento do interessado, não se caracterizando ameaça ou lesão a direito 
antes de sua apreciação e indeferimento pelo INSS, ou se excedido o prazo legal 
para sua análise. É bem de ver, no entanto, que a exigência de prévio 
requerimento não se confunde com o exaurimento das vias administrativas. 3. A 
exigência de prévio requerimento administrativo não deve prevalecer quando o 
entendimento da Administração for notória e reiteradamente contrário à 
postulação do segurado. 4. Na hipótese de pretensão de revisão, 
restabelecimento ou manutenção de benefício anteriormente concedido, 
considerando que o INSS tem o dever legal de conceder a prestação mais 
vantajosa possível, o pedido poderá ser formulado diretamente em juízo – salvo se 
depender da análise de matéria de fato ainda não levada ao conhecimento da 
Administração –, uma vez que, nesses casos,a conduta do INSS já configura o não 
acolhimento ao menos tácito da pretensão [...] (RE 631240, Relator(a): Min. 
ROBERTO BARROSO, Tribunal Pleno, julgado em 03/09/2014, ACÓRDÃO 
ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-220 DIVULG 07-11-2014 PUBLIC 10-
11-2014) 
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Condições da ação e o prévio 
requerimento administrativo.
 Interesse “de agir” (terminologia do CPC de 1939).
 CPC para interpretar a Constituição Federal?
 Em resumo:
 Para concessão, precisa requerimento prévio (não exaurimento).
 Ameaça surgirá se exceder prazo legal para análise.
 Não se exige:
 Quanto o entendimento do INSS por notória e reiteradamente contrário ao 
pedido do segurado (ex.: LOAS com renda > ¼ sm/capita; ruído e problema 
da metodologia de aferição – “dosimetria” versus “NHO-1 da Fundacentro”).
 Nos casos de revisão, restabelecimento e manutenção do benefício antes 
concedido (INSS tem o dever de conceder o mais vantajoso)
 Exceto se depender da análise de matéria de fato ainda não 
submetida ao exame do INSS (por exemplo, novo vínculo de emprego, 
tempo especial etc.).
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Condições da ação e o prévio 
requerimento administrativo.
 Nos casos de revisão, restabelecimento e manutenção do benefício 
antes concedido (INSS tem o dever de conceder o mais vantajoso)
 Exceto se depender da análise de matéria de fato ainda não 
submetida ao exame do INSS (por exemplo, novo vínculo de 
emprego, tempo especial etc.).
 Decadência? Se exige requerimento administrativo, como fixar o 
termo inicial do prazo de 10 dez anos do artigo 103 da Lei nº 
8.213/91.
 STJ: RESP 1.612.818 (Tema 996): “sob a exegese do caput do artigo 
103 da Lei 8.213/1991, incide o prazo decadencial para 
reconhecimento do direito adquirido ao benefício previdenciário 
mais vantajoso” (DJe 13.3.2019).
 Portanto, é um tema que pode ser levado ao STF (considerando o 
que ele decidiu sobre o prévio requerimento administrativo). 
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Gratuidade da Justiça.
 2) Direito à assistência jurídica e integral
 Art. 5º [...]
 LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem 
insuficiência de recursos....
 não só judiciária;
CPC: Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de 
recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios tem 
direito à gratuidade da justiça, na forma da lei.
 § 1o A gratuidade da justiça compreende:
 I - as taxas ou as custas judiciais;
 II - os selos postais;
 III - as despesas com publicação na imprensa oficial, dispensando-se a publicação em 
outros meios;
 IV - a indenização devida à testemunha que, quando empregada, receberá do 
empregador salário integral, como se em serviço estivesse;
 V - as despesas com a realização de exame de código genético - DNA e de outros 
exames considerados essenciais;
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Gratuidade da Justiça.
CPC: Art. 98. 
 VI - os honorários do advogado e do perito e a remuneração do intérprete ou do tradutor 
nomeado para apresentação de versão em português de documento redigido em língua 
estrangeira;
 VII - o custo com a elaboração de memória de cálculo, quando exigida para instauração 
da execução;
 VIII - os depósitos previstos em lei para interposição de recurso, para propositura de ação 
e para a prática de outros atos processuais inerentes ao exercício da ampla defesa e do 
contraditório;
 IX - os emolumentos devidos a notários ou registradores em decorrência da prática de 
registro, averbação ou qualquer outro ato notarial necessário à efetivação de decisão 
judicial ou à continuidade de processo judicial no qual o benefício tenha sido concedido.
 § 2o A concessão de gratuidade não afasta a responsabilidade do beneficiário pelas 
despesas processuais e pelos honorários advocatícios decorrentes de sua sucumbência.
 § 3o Vencido o beneficiário, as obrigações decorrentes de sua sucumbência ficarão sob 
condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser executadas se, nos 5 
(cinco) anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou, o credor 
demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a 
concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do 
beneficiário.
 § 4o A concessão de gratuidade não afasta o dever de o beneficiário pagar, ao final, as 
multas processuais que lhe sejam impostas.
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Gratuidade da Justiça.
CPC: Art. 98. 
 § 5o A gratuidade poderá ser concedida em relação a algum ou a todos os atos 
processuais, ou consistir na redução percentual de despesas processuais que o 
beneficiário tiver de adiantar no curso do procedimento.
 § 6o Conforme o caso, o juiz poderá conceder direito ao parcelamento de 
despesas processuais que o beneficiário tiver de adiantar no curso do 
procedimento.
 § 7o Aplica-se o disposto no art. 95, §§ 3o a 5o, ao custeio dos emolumentos 
previstos no § 1o, inciso IX, do presente artigo, observada a tabela e as condições 
da lei estadual ou distrital respectiva.
 § 8o Na hipótese do § 1o, inciso IX, havendo dúvida fundada quanto ao 
preenchimento atual dos pressupostos para a concessão de gratuidade, o notário 
ou registrador, após praticar o ato, pode requerer, ao juízo competente para 
decidir questões notariais ou registrais, a revogação total ou parcial do benefício 
ou a sua substituição pelo parcelamento de que trata o § 6o deste artigo, caso em 
que o beneficiário será citado para, em 15 (quinze) dias, manifestar-se sobre esse 
requerimento.
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Gratuidade da Justiça.
 Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser 
formulado na petição inicial, na contestação, na petição 
para ingresso de terceiro no processo ou em recurso.
 § 1o Se superveniente à primeira manifestação da parte na 
instância, o pedido poderá ser formulado por petição simples, 
nos autos do próprio processo, e não suspenderá seu curso.
 § 2o O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos 
autos elementos que evidenciem a falta dos pressupostos 
legais para a concessão de gratuidade, devendo, antes de 
indeferir o pedido, determinar à parte a comprovação do 
preenchimento dos referidos pressupostos.
 § 3o Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência 
deduzida exclusivamente por pessoa natural.
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Gratuidade da Justiça.
 Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na 
petição inicial, na contestação, na petição para ingresso de terceiro 
no processo ou em recurso.
 § 4o A assistência do requerente por advogado particular não impede 
a concessão de gratuidade da justiça.
 § 5o Na hipótese do § 4o, o recurso que verse exclusivamente sobre 
valor de honorários de sucumbência fixados em favor do advogado 
de beneficiário estará sujeito a preparo, salvo se o próprio advogado 
demonstrar que tem direito à gratuidade.
 § 6o O direito à gratuidade da justiça é pessoal, não se estendendo a 
litisconsorte ou a sucessor do beneficiário, salvo requerimento e 
deferimento expressos.
 § 7o Requerida a concessão de gratuidade da justiça em recurso, o 
recorrente estará dispensado de comprovar o recolhimento do 
preparo, incumbindo ao relator, neste caso, apreciar o requerimento 
e, se indeferi-lo, fixar prazo para realização do recolhimento.
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Gratuidade da Justiça.
 Art. 100. Deferido o pedido, a parte contrária poderá 
oferecer impugnação na contestação, na réplica, nas 
contrarrazões de recurso ou, nos casos de pedido 
superveniente ou formulado por terceiro, por meio de petição 
simples, a ser apresentada no prazo de 15 (quinze) dias, nos 
autos do próprio processo, sem suspensão de seu curso.
 Parágrafo único. Revogado o benefício, a parte arcará com

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