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Atividade Individual Mediação e Arbitragem

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ATIVIDADE INDIVIDUAL 
	Matriz de atividade individual
	Disciplina: MEDIAÇÃO E ARBITRAGEM
	Aluno: CAMILA DE SOUSA CARVALHO
	Introdução
	A evolução das boas práticas jurídicas trouxe à tona a necessidade de soluções aos conflitos de maneira célere e satisfatória, o que, geralmente, não é alcançado quando recorremos ao judiciário para conduzir a resolução de alguma celeuma. Essa percepção abriu espaço para novas formas de solução de conflitos, que fossem céleres, capazes de produzir soluções legalmente amparadas e tivessem um caráter mais compositivo, em detrimento do belicoso processo judicial.
Nesse cenário, surgiu a Arbitragem. Esse método pressupõe a presença de uma terceira pessoa, alheia à situação que gerou o conflito entre as partes, para que ela conduza a solução do impasse, de maneira mais informal do que no Judiciário propriamente dito. A informalidade não prejudica o respaldo da decisão firmada na arbitragem, uma vez que ela tem efeitos de sentença judicial.
No presente trabalho, objetivamos analisar o procedimento de solução de conflitos adotado no Contrato de Concessão para a Exploração e Produção de Petróleo e Gás Natural, entendendo suas características, pontos positivos e negativos e possíveis sugestões de melhoria.
	Parte I
	O Contrato a ser analisado, em sua Cláusula Trigésima Quarta, define o regime jurídico sob o qual será conduzido nas situações de inconformidade. Na cláusula 34.5, há o estabelecimento do método da Arbitragem como caminho para os casos em que não for possível encontrar uma resolução amigável para alguma discordância através da conciliação, método sugerido no item 34.2. 
No caso do contrato analisado, nos deparamos com a definição de algumas diretrizes para conduzir a aplicação da Arbitragem quando necessária. Entende-se, portanto, que são apresentadas cláusulas cheias, quanto as características do procedimento a ser adotado. Tal afirmação baseia-se na presença de requisitos norteadores para o exercício da arbitragem nessa relação contratual, qual sejam:
· Rito definido para a escolha dos árbitros;
· Quantidade de árbitros;
· Local sede da arbitragem e da prolação da sentença arbitral;
· Idioma a ser utilizado;
· Responsabilidade quanto aos custos envolvidos;
· Critérios de escolha da Câmara Arbitral;
Observando cláusulas anteriores, encontramos outra opção de meio de solução de controvérsias: a conciliação. Na minuta contratual analisada, a Conciliação foi apresentada como uma etapa anterior à arbitragem. Estabeleceu-se a obrigatoriedade do método como etapa prévia nas situações em que houver conflito, sendo descartada quando não for possível uma solução amigável, e direcionando as partes a buscarem a arbitragem.
Algumas importantes vantagens da escolha da arbitragem como método a ser utilizado na resolução de conflitos, sem dúvidas, é a economia. A arbitragem tem um custo bem menor do que recorrer ao judiciário. Nesse procedimento, não há que se falar em custas judiciais, preparo, honorários advocatícios contratuais e sucumbenciais. As partes arcam com os honorários dos árbitros e com algum procedimento eventual que se faça necessário (tal como uma análise por perícia técnica). Ademais, a arbitragem é uma ferramenta deveras célere, uma vez que, instaurado o procedimento, a sentença deverá ser prolatada em até seis meses, período esse que poderá ser prorrogado, além a irrecorribilidade da sentença arbitral. Outro ponto positivo da arbitragem, especialmente quando se considera um caso como o analisado, é a grande possibilidade de preservação da relação contratual amistosa entre as partes, que seria rapidamente desgastada e, possivelmente, inviabilizada após uma disputa judicial.
A principal desvantagem da arbitragem está, justamente, na irrecorribilidade da sentença, anteriormente mencionada. Em caso de inconformismo quanto a decisão prolatada, não será possível reexame.
Alguns pontos presentes na cláusula 34 são interessantes e passíveis de análise crítica. Conforme já falado, a cláusula 34.2 prevê a aplicação prévia e obrigatória do procedimento de Conciliação, quando da existência de algum conflito. Em análise superficial, pode-se compreender que tal exigência interfira na celeridade que poderia ser alcançada se as partes pudessem optar diretamente pela arbitragem. Porém, quando pensamos em uma relação contratual a longo prazo, quanto mais pacífica a execução das obrigações contratuais e relacionamento das partes, melhor. A conciliação é o meio mais amigável de resolução de celeumas, em que as próprias partes negociam um termo que satisfaça os interesses de ambos, diferente da arbitragem em que há a intervenção de terceiro imparcial. Portanto, é positivo que se priorize métodos que consigam preservar os bons termos entre as partes, escalonando o grau de complexidade do caso em análise e a disposição dos envolvidos em alcanças uma decisão amigável no momento.
A cláusula 34.5 merece questionamento, uma vez que diz, em sua alínea f) o seguinte: 
f) toda e qualquer despesa necessária à instalação e desenvolvimento da arbitragem, tais como custas e adiantamento de honorários arbitrais e periciais, serão suportados exclusivamente pelo Concessionário. A ANP somente ressarcirá tais valores em caso de condenação final, na forma como decidido pelos árbitros;
Para manter o equilíbrio da relação, o ideal a ser praticado quanto as despesas da mediação é a divisão igualitária entre as partes, desde o início do procedimento. Assim, apenas ao final, a parte vencida deverá ressarcir a vencedora.
É importante analisarmos as peculiaridades da execução da sentença arbitral. Esta sentença, por ter natureza de título executivo extrajudicial (art. 515, VII, CPC), precisar ser executada, necessariamente, no judiciário. Pela legislação, o cumprimento de sentença oriunda de arbitragem deverá ser através de processo autônomo. No entanto, a doutrina tem opiniões divergentes quanto a esse entendimento.
O prof. Didier entende que só há que se falar em processo autônomo para a execução de sentença arbitral quando ela não necessitar de liquidação. Do contrário, haverá a necessidade de processo de liquidação e a execução será realizada nessa demanda. Outro entendimento relevante é de que é dever do árbitro realizar a liquidação da sentença, podendo a comissão arbitral afastar a obrigação.
Na análise sobre o conflito de competência envolvendo o Contrato de Concessão para a Exploração e Produção de Petróleo e Gás Natural, observou-se a declaração de competência do Tribunal Arbitral da Corte Internacional de Arbitragem da Câmara de Comércio Internacional, conforme previsto na cláusula 34.6. Ao corroborar esse entendimento, o STJ ratifica a disponibilidade do objeto patrimonial envolvido no contrato de concessão, podendo ser submetido, assim, à jurisdição arbitral, ainda que seja bem da Administração.
Cita o voto da Min. Regina Helena Costa no Conflito de Competência nº 139.519-RJ do STJ:
“Portanto, cabe ressaltar que, em regra, há precedência da utilização dos métodos alternativos à atuação jurisdicional do Estado para solução de controvérsias. E, se assim é, à Administração Pública não pode ser negada tal possibilidade. ”
O julgado reforça a legitimidade do procedimento arbitral, tanto na esfera privada quanto na esfera da Administração Pública, fortalecendo, assim, a arbitragem como um meio efetivo e eivado de segurança jurídica para a solução de litígios.
	Parte II
	A adoção da arbitragem como meio de resolução célere e menos conflituosa, já que prioriza uma solução compositiva intermediada por terceiro, reflete a tendência dos anseios de nossa geração e do mercado em si. Nesse sentido, ainda que já existam demandas judiciais envolvendo aquele cliente, a empresa que trabalho sempre opta, de acordo com a conveniência da situação, por uma atuação compositiva. 
Quando possível, a empresa recorre à conciliação. Hoje, em nosso departamento jurídico, sou a negociadora responsável pela maioria dos casos. Quando estamos diante de situações mais complexas, em que já existe um certo desgasteentre as partes, provocado pelo próprio histórico do cliente ou mesmo pelo processo judicial preexistente, opta-se pela Arbitragem como meio de solução de conflitos. A presença do árbitro em mesa equilibra o diálogo e traz imediata segurança às partes, além de evitar o aumento dos desgastes de relacionamento existentes, contribuindo, muitas vezes, para o seu reestabelecimento.
	Considerações finais
	O questionamento judicial sobre a competência do Tribunal Arbitral em uma situação de conflito, provocada seja por um inconformismo diante de uma sentença arbitral, seja por uma resistência à atuação desse método previamente consolidado em instrumento contratual, reflete a resistência ainda existente quando se trata de atuações não tradicionais, ou seja, não essencialmente judiciais.
A confirmação dessa competência pelo STJ, por sua vez, reafirma a nova tendência da prática jurídica atual: em que há uma valorização maior da celeridade e de soluções eficazes, ainda que em detrimento de resoluções mais formais. A arbitragem apresenta-se como uma alternativa mais econômica, mais célere, mais satisfatória e bem menos desgastante para as partes quando comparada com o processo judicial. Ainda assim, não deixa de ter segurança jurídica em suas decisões, através da irrecorribilidade desse tipo de sentença. É, portanto, um instrumento essencial para quem quer baixo custo, celeridade e segurança na solução de seus conflitos.
	Referências bibliográficas
	OLIVEIRA, Amom da Silva. O processo de execução da sentença arbitral e suas principais peculiaridades. Jus Navigandi, 09/2018. Disponível em: < https://jus.com.br/artigos/68945/o-processo-de-execucao-da-sentenca-arbitral-e-suas-principais-peculiaridades > Acesso em: 05/11/2021
ALMEIDA, Rafael Alves de, et al. Apostila de Mediação e arbitragem. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2021.
 Lei Nº 9.307, de 23 de Setembro de 1996. Lei de Arbitragem. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9307.htm > Acesso em: 05/11/2021
	
	
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