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Aula 14
Segurança Institucional e Leis Penais p/ Policia Legislativa Federal - 2016 (com
videoaulas)
Professores: Alexandre Herculano, Marcos Girão
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Segurança Institucional e Leis Penais p/ Policia Legislativa Federal 
Profs. Alexandre Herculano e Marcos Girão 
 
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Aula 14 - Leis nº 7.716/89 e 8.137/90 
SUMÁRIO 
I - LEI Nº 7.716/89 – CRIMES CONTRA O PRECONCEITO .............................. 2 
1. Conceitos Introdutórios ........................................................................ 2 
2. Os tipos penais trazidos pela Lei nº 7.716/89 ....................................... 7 
2.1. Preconceito em ESTABELECIMENTOS COMERCIAIS ............................. 8 
2.2. Preconceito em RESTAURANTES, BARES e SIMILARES ........................ 9 
2.3. Preconceito em ESTABELECIMENTOS ESPORTIVOS OU DE LAZER ....... 11 
2.4. Preconceito em SALÕES DE CABELEREIROS E SIMILARES .................. 12 
2.5. Preconceito no acesso às ENTRADAS DE EDIFÍCIOS ........................... 13 
2.6. Preconceito no acesso aos TRANSPORTES PÚBLICOS ......................... 14 
2.7. Preconceito no acesso ao serviço nas FORÇAS ARMADAS ................... 15 
2.8. O CASAMENTO e a CONVIVÊNCIA FAMILIAR ou SOCIAL ..................... 16 
2.9. Preconceito no acesso ao SERVIÇO PÚBLICO ..................................... 17 
2.10. O preconceito na vida das EMPRESAS PRIVADAS ............................. 19 
2.11. Preconceito no ingresso às ESCOLAS PÚBLICAS ou PRIVADAS ......... 23 
2.12. Preconceito no acesso ou hospedagem a HOTEIS e SIMILARES ........ 24 
2.13. A PRÁTICA, a INDUÇÃO ou INCITAÇÃO ao preconceito .................... 25 
3. A Liberdade de Expressão .................................................................... 30 
4. Distinção: RACISMO x INJÚRIA POR PRECONCEITO .............................. 31 
II – CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA .............................................. 48 
1. Crimes contra a Ordem Tributária ........................................................ 48 
1.1. Conceito de TRIBUTO ........................................................................ 48 
1.2. FATO GERADOR e SUJEITO PASSIVO do Tributo ................................. 50 
1.3. Considerações Importantes .............................................................. 51 
1.4. Crimes Cometidos por Funcionários Públicos ..................................... 55 
1.5. Crimes Cometidos por Particulares (Sonegação Fiscal) ...................... 58 
1.6. Outros Crimes Correlatos previstos na Lei nº 8.137/90 ..................... 65 
QUESTÕES DE SUA AULA ............................................................................ 75 
GABARITO.................................................................................................. 83 
 
 
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I - LEI Nº 7.716/89 – CRIMES CONTRA O PRECONCEITO 
 
1. Conceitos Introdutórios 
 
Para o direito penal brasileiro, os crimes resultantes da prática da 
discriminação e do preconceito por raça, etnia, cor, religião ou 
procedência nacional estão previstos na Lei nº 7.716/89, alterada pela Lei 
9.459/97. As referidas normas foram promulgadas em consonância com o art. 
5º, inciso XLII, da Constituição Federal de 1988, que assim estabeleceu: 
 
CF/88 
Art. 5º. (...) 
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e 
imprescritível, sujeito a penas de reclusão na forma da lei. 
 
Mas aí você me pergunta: professor, como devo entender, à luz do 
direito, o significado das palavras: racismo, raça, etnia, cor, religião, 
discriminação e preconceito? 
De fato, para entendermos melhor o regramento trazido pela Lei nº 
7.716/89, é preciso adentrarmos um pouco nos conceitos doutrinários dos 
termos acima citados. 
Vamos lá: 
 
 Preconceito 
 
Conforme o dicionário Aurélio, o termo preconceito possui os seguintes 
significados: 
 conceito ou opinião formados antecipadamente, sem maior 
ponderação ou conhecimentos dos fatos (ideia preconcebida); 
 julgamento ou opinião formada sem se levar em conta o fato que os 
conteste - prejuízo; 
 superstição, crendice e; 
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 por extensão: suspeita, intolerância, ódio irracional ou aversão a 
outras raças, credos, religiões etc. 
 
Os doutrinadores Fabio Medina Osório e Jairo Gilberto Schafer 
conceituam dentro do direito positivo que: 
“o preconceito representa uma ideia estática, 
abstrata, pré-concebida, traduzindo opinião carregada 
de intolerância, alicerçada em pontos vedados na 
legislação repressiva”. 
 
 
 
 
 Só será possível a punição do agente se houver a 
exteriorização do preconceito, sendo a mera elaboração 
intelectiva (motivação interna) um indiferente penal. 
 
 
 Discriminação 
 
A discriminação é diferente de preconceito e racismo, pois é uma palavra 
derivada de discriminar, que significa diferenciar, discernir. 
 Ser discriminado, portanto, não quer dizer algo negativo, pois alguém 
pode ser diferenciado em um grupo por suas características positivas. Por isso, 
tem-se adotado a expressão discriminação positiva para explicar as medidas 
especiais e temporárias, tomadas ou determinadas pelo Estado, com o objetivo 
de eliminar as desigualdades historicamente acumuladas, garantindo a 
igualdade de oportunidades e tratamento. 
A Convenção internacional sobre a Eliminação de todas as Formas de 
Discriminação Racial, que foi ratificada pelo Brasil em 27 de março de 1968, 
previu em seu art. I, item 4, que: 
 
 
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“não serão consideradas discriminação racial as 
medidas especiais tomadas com o único objetivo de 
assegurar o progresso adequado de certos grupos raciais ou 
étnicos ou de indivíduos que necessitem de proteção que 
possa ser necessária para proporcionar a tais grupos ou 
indivíduos igual gozo ou exercício de direitos humanos e 
liberdades fundamentais, contanto que tais medidas não 
conduzam, em consequência, à manutenção de direitos 
separados para diferentes grupos raciais e não prossigam 
após terem sido alcançados seus objetivos”. (LEX federal, 
v.33, p. 2545-2557, nov./dez.1969.) 
 
 
 
 
 Segundo a Lei nº 7716/89, o elemento discriminação deve 
ser interpretado como espécie de segregação negativa, 
dolosa, comissiva ou omissiva, adotada contra alguém 
por pertencer, real ou supostamente, a uma raça, cor, etnia, 
religião, contrariando o principio constitucional da 
isonomia. 
 
 
 Racismo 
 
Podemos entender o racismo como a doutrina que: 
 sustenta a superioridade de certas raças; 
 tese que admite o predomínio de certas raças humanas; 
 teoria que tende a preservar a unidade de raça numa nação. 
Alguns doutrinadores definemo racismo como muito mais que apenas 
discriminação ou preconceito racial. É uma doutrina que afirma haver relação 
entre características raciais e culturais e que algumas raças são, por natureza, 
superiores a outras. O racismo deforma o sentido científico do conceito de 
raça, utilizando-o para caracterizar diferenças religiosas, linguísticas e 
culturais. 
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No Brasil, a classificação das raças é a seguinte: Branca, Negra e 
Vermelha. Já as os frutos da miscigenação ente essas raças formam as 
seguintes: Mameluco (vermelha x branca); Mulato (branca x preta); e 
Cafuzo (vermelha x preta). 
Outros critérios já foram utilizados para classificar a raça de um 
indivíduo. Um exemplo é que nos EUA, indivíduos já foram classificados como 
negros ou índios por terem um dezesseis avos de sangue índio ou sangue 
negro, ou seja, quando um de seus dezesseis ancestrais foi um negro ou índio, 
pouco importando se fosse um indivíduo com a cútis branca, e cabelos loiros 
lisos e olhos azuis. 
Essas classificações não poderiam pretender delimitar a humanidade em 
categorias rigorosamente separadas e, em virtude da complexidade da historia 
humana, é difícil estabelecer o lugar de certos grupos, numa classificação 
racial, especialmente o de certas populações que ocupam uma posição 
intermediária. 
Com relação à interpretação da expressão raça no direito penal, devem 
ser levadas em conta as classificações usualmente consagradas, na prática, 
basear seu entendimento de acordo com a expressão usada pelo agente 
delitivo, que externa não gostar de tal raça. Cabe ao operador do direito 
adequar as expressões. 
 
 Cor 
 
É um termo empregado para definição da pigmentação epidérmica dos 
seres humanos, sentindo que deve ser dado efeito de interpretação da Lei n. 
7716/89. A expressão cor é até mesmo referida pela ONU, na redação de 
Convenções. Para o direito positivo e para o senso comum, cor deve ser 
entendida como tonalidade da pele, não havendo correspondência exata entre 
as cores, amplamente, e as cores da epiderme. 
 
 Etnia 
 
O Aurélio define a expressão como: 
“grupo biológico e culturalmente homogêneo, relativo ou 
pertencente a povo ou raça. A nacionalidade não se 
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confunde com a etnia, mas pode ocorrer em países onde 
há homogeneidade cultural, linguística etc”. 
 
 Imprescritibilidade 
 
Como acabamos de ver, o racismo faz parte do rol de crimes 
imprescritíveis previstos no art. 5º, inciso XLII, da Constituição Federal. 
Imprescritível, como você já bem sabe, significa que o crime não 
prescreve, que o agente pode ser denunciado e consequentemente julgado até 
a sua morte. 
Esta matéria ainda traz muita polêmica, já que a maioria dos juízes 
brasileiros não acredita na existência desta característica em nenhum caso 
penal. Muitos alegam ser esse dispositivo constitucional ser “inconstitucional”. 
Como é meio irracional considerar essa hipótese, o próprio STF já determinou 
que tal norma é aplicável, não cabendo prescrição do delito. 
Nos últimos anos, essa característica especial ganhou força no cenário 
internacional, principalmente nos países que adotam o sistema da common 
law, países na maioria colonizados pela Inglaterra, e também nos tratados 
internacionais, protegendo as vítimas de genocídio, racismo e outros crimes 
contra a prescrição dos delitos. 
 
 
 
 A imprescritibilidade só é válida para os crimes de 
discriminação de RAÇA, COR e ETNIA. Os injustos 
culpáveis referentes à origem nacional, à religião e o de 
injúria qualificada continuam prescritíveis. 
 
 
 Inafiançabilidade 
 
Você e eu sabemos que ser inafiançável não significa dizer que o 
agente deve ficar preso durante o processo. 
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O acusado de crime preso em flagrante pode receber liberdade por três 
motivos relatados no Código de Processo Penal e no Código Penal. Uma dessas 
possibilidades é o pagamento de fiança. 
 
 
 
 
 O crime de preconceito é INAFIANÇÁVEL, isto é, o acusado não 
pode receber liberdade provisória através do pagamento de 
fiança, mas pode ser solto se cumprir providência cautelar 
determinada no art. 319 ou no art. 321 do Código de Processo 
Penal. 
 
Não podemos esquecer que ainda há também a possibilidade de prisão 
domiciliar, comparecimento noturno à delegacia e outras possibilidades. 
 
 Pois bem, feita essa introdução, é hora de analisarmos, à luz da doutrina 
(e da jurisprudência, quando cabível), cada um dos crimes tipificados na Lei nº 
7.716/89. 
 
2. Os tipos penais trazidos pela Lei nº 7.716/89 
 
Antes de começarmos, vamos rever o art. 1º da lei em estudo: 
 
Art. 1º- Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de 
discriminação e de preconceito de RAÇA, COR, ETNIA, RELIGIÃO 
ou PROCEDÊNCIA NACIONAL. 
 
Esse dispositivo, repito, estabelece que as condutas acima descritas são 
consideradas crimes de discriminação ou de preconceito. Portanto, estão 
proibidas, sob pena do infrator estar sujeito a um processo criminal que será 
movido pelo Ministério Público. O bem jurídico protegido pela lei é o direito ao 
tratamento igualitário. 
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Com base no que estudamos até aqui, já podemos resolver com 
tranquilidade a nossa primeira questão: 
 
 
 
01. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – PC/RN – 2008] A Lei n.º 7.716/1989 
não considera crime de racismo o ato preconceituoso contra homossexual 
praticado em razão da opção sexual da vítima. 
Comentário: 
Verdade! Um dos grandes buracos nominais na Lei de Discriminação é o 
direito do homossexual. Nela, os homoafetivos não são citados. Vimos que 
segundo esta norma, o elemento discriminação deve ser interpretado como 
espécie de segregação negativa, dolosa, comissiva ou omissiva, adotada contra 
alguém por pertencer, real ou supostamente, a uma raça, cor, etnia, religião 
ou procedência nacional. Em toda a sua literalidade, não há menção ao 
preconceito homossexual. 
Gabarito: Certo 
 
Cara aluno, a fim de facilitar o seu entendimento e consequentemente 
uma melhor memorização, dividi os crimes em tópicos e os listei de forma 
diferente daquela prescrita na norma, ordenando-os em ordem crescente de 
duração das penas privativas de liberdade. Acredito que assim ficará bem 
melhor o aprendizado! 
Vamos lá! 
 
2.1. Preconceito em ESTABELECIMENTOS COMERCIAIS 
 
 Recusar ou impedir acesso a estabelecimento comercial, negando-se 
a servir, atender ou receber cliente ou comprador: 
Pena: reclusão de 01 a 03 anos. 
 
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Permitir o ingresso, mas não o atender, servir, ou receber, calcado em 
preconceito ou discriminação, também caracteriza o crime. Cometerá o crime o 
preposto, o dono ou o empregado do estabelecimento. O dispositivo 
visa proteger o tratamento igualitário nos estabelecimentos comerciais. 
A doutrina o entende como um crime próprio e material. 
 
 
 
 O sujeito ATIVO do crime é o comerciante ou comerciário. 
Também comete o crime o delito o proprietário, sócio, gerente, etc, 
que determina a seus subordinados a atuação criminosa. 
 O sujeito PASSIVO é o cliente ou comprador. 
 É cabível o crime na modalidade tentada. 
 
Por imprecisão do legislador, o estabelecimento comercial deve ser 
entendido em seu sentido vulgar, não técnico, ou seja, como loja, local onde 
se comercia. 
 
2.2. Preconceito em RESTAURANTES, BARES e 
SIMILARES 
 
 
 Impedir o acesso ou recusar atendimento em restaurantes, bares, 
confeitarias, ou locais semelhantes, abertos ao público. 
Pena: reclusão de 01 a 03 anos. 
 
Devemos entender por atendimento a mais ampla disponibilização dos 
serviços e bens colocados pelo estabelecimento ao alcance dos clientes ou 
fregueses, de modo que nada que seja servido ou colocado às ordens de um 
ou alguns possa ser recusado a outros, por discriminação ou preconceito. 
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O crime é material na modalidade de IMPEDIR O ACESSO, sendo 
exigido o resultado naturalístico para a consumação do delito. 
Quanto a RECUSAR ATENDIMENTO, contudo, trata-se de crime formal, 
de consumação antecipada. O delito é consumado quando se impede o acesso 
ou recusa-se o atendimento a alguém nos locais previstos em lei. 
 
 
 
 
 Não é possível a tentativa na modalidade de RECUSAR O 
ATENDIMENTO, mas é cabível no caso de IMPEDIR O ACESSO 
ao inteiro do estabelecimento ou a alguma de suas dependências, 
como o banheiro, por exemplo. 
 O sujeito ATIVO é qualquer pessoa que praticar o delito, 
quando o núcleo é o ato de impedir. Quando se recusa o 
atendimento, o sujeito ativo é o proprietário, sócio, gerente ou 
empregado do estabelecimento. 
 O sujeito PASSIVO é qualquer pessoa que pretenda ingressar 
ou ser atendida em restaurantes, bares, confeitarias ou locais 
semelhantes abertos ao público. 
 
Quanto ao núcleo IMPEDIR, qualquer pessoa pode praticar o delito, 
motivo pelo qual o crime é comum. No que tange ao núcleo RECUSAR O 
ATENDIMENTO, somente o comerciante ou o comerciário pode praticá-lo, 
motivo pelo qual é crime próprio. 
Veja como foi cobrado: 
 
 
 
02. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – PC/RN – 2008] Não constitui crime 
de racismo a simples recusa de atendimento a uma pessoa, na mesa de um 
bar, em razão a cor de sua pele. 
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Comentário: 
Muito fácil, não é mesmo? Recusar atendimento não só em bares como 
também em restaurantes, confeitarias, ou locais semelhantes, abertos ao 
público é sim crime previsto no art. 8º da Lei 7.716/89. 
Gabarito: Errado 
 
2.3. Preconceito em ESTABELECIMENTOS ESPORTIVOS 
OU DE LAZER 
 
 
 Impedir o acesso ou recusar atendimento em estabelecimentos 
esportivos, casas de diversões, ou clubes sociais abertos ao 
público: 
Pena: reclusão de 01 a 03 anos. 
 
Para a caracterização do delito faz-se necessário que o acesso ao 
local não seja restrito a associados. Caracterizará crime a recusa de 
ingresso aos quadros associativos ou listas de acesso de qualquer pessoa por 
discriminação ou preconceito, já que admite dupla acepção: entrada nas 
dependências físicas ou admissão no quadro associativo. 
Chamo a atenção para o sistema de restrição de acesso que algumas 
casas noturnas dos grandes centros urbanos do país têm imposto a 
frequentadores. Porteiros ou encarregados são previamente orientados a 
somente permitir a entrada de pessoas que atendam a critérios vagos e 
imprecisos, supostamente de beleza ou adequação ao vestuário. Quanto à 
adequação de vestuário, há a necessidade de exposição de critérios 
objetivos, devidamente expostos, que permitam aos interessados o 
cumprimento das regras. 
 
 
 
 
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 O sujeito ATIVO é qualquer pessoa que praticar o delito, 
quando o núcleo é o ato de impedir. Quando se recusa o 
atendimento, o sujeito ativo é o proprietário, sócio, gerente ou 
empregado do estabelecimento. 
 O sujeito PASSIVO é qualquer pessoa que pretenda ingressar 
ou ser atendida em estabelecimentos esportivos, casas de 
diversões ou clubes sociais abertos ao público. 
 Não é possível a tentativa na modalidade de RECUSAR O 
ATENDIMENTO, mas é cabível no caso de IMPEDIR O ACESSO 
ao inteiro do estabelecimento ou a alguma de suas dependências, 
por exemplo. 
 
Da mesma forma que o crime explicado no tópico anterior, o crime é 
comum quanto ao núcleo IMPEDIR e próprio no que tange ao núcleo 
RECUSAR O ATENDIMENTO, pois nesse caso somente o comerciante ou o 
comerciário pode praticá-lo. 
O crime é material na modalidade de IMPEDIR O ACESSO, sendo 
exigido o resultado naturalístico para a consumação do delito. Quanto a 
RECUSAR ATENDIMENTO, contudo, trata-se de crime formal, de consumação 
antecipada. 
 
2.4. Preconceito em SALÕES DE CABELEREIROS E 
SIMILARES 
 
 
 Impedir o acesso ou recusar atendimento em salões de cabeleireiros, 
bares, termas ou casas de massagem ou estabelecimentos com as 
mesmas finalidades: 
Pena: reclusão de 01 a 03 anos. 
 
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Nesse crime, aplicaremos a mesma lógica do crime explicado no tópico 
anterior: é crime comum e material quanto ao ato de IMPEDIR e próprio e 
formal quanto ao ato de RECUSAR ATENDIMENTO. 
Consuma-se o delito quando se impede o acesso ou recusa-se o 
atendimento a alguém nos locais previstos em lei e não é possível a tentativa 
na modalidade de RECUSAR O ATENDIMENTO, sendo, contudo, cabível no caso 
de IMPEDIR O ACESSO ao interior do estabelecimento ou alguma de suas 
dependências, por exemplo. 
Antes de prosseguirmos, duas informações importantíssimas: 
 
 
 
 
 Para todos os crimes citados até este tópico, constitui efeito da 
condenação a suspensão do funcionamento do 
estabelecimento particular por prazo não superior a 03 
meses. 
 A suspensão do funcionamento do estabelecimento particular não é 
automática, devendoser MOTIVADAMENTE DECLARADA EM 
SENTENÇA. 
 
Este dispositivo expande os efeitos das condenações chamadas 
tradicionais (multa, penas restritivas de liberdade e/ou direito), lembrando que 
na jurisprudência se entende que no caso de estabelecimento privado 
comercial é necessário ter sido cometido o crime de preconceito por 
parte dos proprietários ou por anuência dos mesmos. Se, por exemplo, 
tratar-se de um funcionário, não poderá o juiz determinar o cumprimento do 
disposto acima. 
 
2.5. Preconceito no acesso às ENTRADAS DE EDIFÍCIOS 
 
 Impedir o acesso às entradas sociais em edifícios públicos ou 
residenciais e elevadores ou escada de acesso aos mesmos: 
Pena: reclusão de 01 a 03 anos. 
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Consuma-se o crime ao se IMPEDIR QUALQUER PESSOA de ter acesso a 
esses locais, determinando-lhe uma entrada específica e causando-lhe 
constrangimento e vergonha. O dispositivo visa proteger o tratamento 
igualitário no acesso às entradas sociais em edifícios públicos e privados. 
Trata-se, diga-se de passagem, de um delito praticado largamente em 
nosso país, embora as estatísticas revelem poucos casos registrados, 
revelando que a falta de conhecimento dos ofendidos e o desconhecimento, 
até, de que a conduta caracteriza crime. 
 
 
 
 
 É CRIME COMUM, pois qualquer pessoa pode praticá-lo, tanto 
funcionário ou empregado do edifício como o usuário de elevador ou 
transeunte. 
 O delito também é classificado como CRIME MATERIAL. 
 
Cabe ainda ressaltar que a infração penal é consumada quando se dá o 
impedimento ao acesso, admitindo-se a tentativa. 
 
2.6. Preconceito no acesso aos TRANSPORTES 
PÚBLICOS 
 
 Impedir o acesso ou uso de transportes públicos, como aviões, 
navios, barcos, ônibus, trens, metrô, ou qualquer outro meio de 
transporte concedido: 
Pena: reclusão de 01 a 03 anos. 
 
Quando se fala em impedir O ACESSO, significa atrapalhar a entrada no 
trem, metro, etc. Quando se prevê impedir O USO, diz respeito a dificultar o 
início ou o prosseguimento da viajem de quem já teve acesso ao meio de 
transporte. 
 
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É bom que se diga que, em relação aos transportes públicos, o termo 
destacado “como” indica que o rol previsto no artigo é exemplificativo, de tal 
sorte que o transporte pertença ao poder público. Assim, incide também o 
tipo penal em restrições ao acesso ou uso de helicóptero, táxi aéreo, charrete, 
táxi, motocicleta-táxi. O dispositivo visa proteger o tratamento igualitário no 
acesso aos meios de transportes. 
 
 
 
Tanto o sujeito ATIVO quanto o PASSIVO pode ser qualquer 
pessoa. 
 O crime é comum, pois qualquer pessoa pode praticá-lo, e material, 
por ser necessário o resultado naturalístico à sua consumação. 
 O crime é consumado quando se dá o impedimento ao acesso ou ao 
uso e admite-se a tentativa. 
 
 
2.7. Preconceito no acesso ao serviço nas FORÇAS 
ARMADAS 
 
 Impedir ou obstar o acesso de alguém ao serviço em qualquer ramo 
das Forças Armadas: 
Pena: reclusão de 02 a 04 anos. 
 
As Forças Armadas constituem-se da Marinha, do Exército e da 
Aeronáutica. O dispositivo visa proteger o tratamento igualitário dos 
postulantes, devidamente capacitados, no acesso ao serviço das Forças 
Armadas. Por IMPEDIR OU OBSTAR O ACESSO de alguém ao serviço em 
qualquer ramo das Forças Armadas entende-se qualquer conduta que 
dificulte, atrapalhe ou de fato impeça alguém de exercer funções civis 
ou militares nas Forças Armadas. 
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As polícias militares e os corpos de bombeiros, como forças auxiliares e 
reserva do Exército, não escapam a essa norma, assim como, também é 
crime obstar ou impedir o acesso ao serviço dessas corporações. 
 
 
 
 
 O sujeito ATIVO é qualquer pessoa que impedir ou obstar o 
acesso ao serviço em qualquer ramo das Forças Armadas. 
 O sujeito PASSIVO é qualquer pessoa que atenda aos 
requisitos para realizar serviço em qualquer ramo das Forças 
Armadas. 
 Trata-se de crime comum, já que não se exige nenhuma 
qualificação pessoal do sujeito ativo, ou seja, qualquer pessoa pode 
praticá-lo e é admitida a forma TENTADA. 
 
É um delito formal (ou de consumação antecipada), por bastar ao agente 
atrapalhar ou dificultar o acesso ao serviço. Assim, é possível a caracterização 
da infração mesmo quando a vítima, ao final, vencido as injustas barreiras, ter 
conseguido prestar o serviço militar. 
 
2.8. O CASAMENTO e a CONVIVÊNCIA FAMILIAR ou 
SOCIAL 
 
 Impedir ou obstar, por qualquer meio ou forma, o casamento ou 
convivência familiar ou social: 
Pena: reclusão de 02 a 04 anos. 
 
Entende-se por meio o recurso empregado para atingir um objetivo. Já a 
forma é a maneira, o jeito, o modo. O dispositivo visa proteger o convívio 
familiar e social e a liberdade para contrair núpcias entre os indivíduos. 
Em nosso país laico, o ordenamento jurídico, em tese, ainda entende 
como casamento apenas como: 
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 “(...) o vínculo entre o homem e a mulher que visa o auxílio 
mútuo material e espiritual, de modo que haja uma integração 
fisiopsíquica e a constituição de uma família legitima.” 
Faz referência, portanto, apenas ao casamento previsto no direito positivo 
(casamento civil) e também ao casamento religioso realizado com efeitos civis. 
A convivência familiar tem significado de união estável gravada apenas 
pela cerimônia religiosa, e a convivência social significa qualquer forma de 
contato mais próximo fora do âmbito familiar. Tem uma expressão e alcance 
mais amplo que a familiar. 
 
 
 
 O sujeito ATIVO é qualquer pessoa, embora normalmente os pais 
acabem tendo maior influência para cometer o delito quanto a seus 
filhos. 
 O sujeito PASSIVO é qualquer pessoa. 
 Trata-se de crime comum e material. 
 
 
2.9. Preconceito no acesso ao SERVIÇO PÚBLICO 
 
 Impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente habilitado, a 
QUALQUER CARGO da Administração Direta ou Indireta, bem como das 
concessionárias de serviços públicos. 
Pena: reclusão de 02 a 05 anos. 
 
O dispositivo visa proteger o tratamento igualitário entre os postulantes 
devidamente capacitados a cargos no serviço público. IMPEDIR é criar 
obstáculo, proibir, obstruir, estorvar, embaraçar, de qualquer maneira, o 
acesso de alguém, que esteja habilitado, a qualquer cargo, nas entidades 
descritas. OBSTAR é opor-se, causar embaraço. 
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Estar devidamente habilitado significa atender aos requisitos 
formalmente exigidos de todos os pretendentes do cargo. Quanto ao cargo, ele 
pode ser uma ocupação, um posto de trabalho ou uma função. 
 
 
 
 O SUJEITO ATIVO é qualquer pessoa que impedir ou obstar o 
acesso ao cargo de alguém por preconceito ou discriminação. 
 O SUJEITO PASSIVO é qualquer pessoa considerada habilitada a 
ocupar o cargo, ou seja, que preencha as características tidas como 
essenciais em edital do concurso público ou processo seletivo, ou 
então no rol de requisitos para cargos de livre provimento. 
 Trata-se de crime formal e admite a forma tentada. 
 
A Lei ainda versa que incorrerá nas mesmas penas quem, por motivo de 
discriminação da raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, obstar a 
PROMOÇÃO FUNCIONAL. Não esqueça!! 
 
 
 
 
 Constitui efeito da condenação a perda do cargo ou função 
pública, para servidor público. 
 A perda de cargo ou função pública não é automática, devendo 
ser motivadamente declarada em sentença. 
 
Veja como foi cobrado: 
 
 
 
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03. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/PI – 2007] Nos crimes resultantes 
de preconceito de raça ou cor, constitui efeito automático da condenação a 
perda do cargo ou função pública, para o servidor público no exercício da 
função que for sujeito ativo do delito. 
Comentário: 
Acabamos de estudar: constitui efeito da condenação a perda do cargo ou 
função pública para o servidor público que é sujeito ativo de crime de 
preconceito ou discriminação. Acontece que essa perda de cargo ou função 
pública não é automática, devendo ser motivadamente declarada em 
sentença. (art. 16). 
Gabarito: Errado 
 
2.10. O preconceito na vida das EMPRESAS PRIVADAS 
 
 
 Negar ou obstar emprego em empresa PRIVADA. 
Pena: reclusão de 02 a 05 anos. 
 
Podemos definir o emprego como a ocupação de alguém em decorrência 
de contrato de trabalho, estabelecendo-se a relação entre empregado e 
empregador. A empresa privada é a pessoa física ou jurídica que exerce 
atividade em âmbito não público, de cunho econômico e voltada à produção ou 
à circulação de bens ou serviços. 
O tipo penal visa proteger o tratamento igualitário ao acesso a vagas de 
trabalho oferecidas pelas empresas da iniciativa privada. Basta a negativa ou 
impedimento para que se materialize o crime. São figuras semelhantes 
(esta e a hipótese infra) tratadas de forma diversa. 
 
 
 
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 O SUJEITO ATIVO é qualquer pessoa que se coloque na situação 
de poder interferir na contratação de empregado em empresa 
privada. Na modalidade de obstar emprego, qualquer pessoa, 
mesmo sem possuir vinculo com a empresa, que atrapalhe o 
exercício do empregado. 
 O SUJEITO PASSIVO é qualquer pessoa que se candidate a 
emprego (na modalidade do delito de NEGAR emprego) ou que já 
seja empregada em empresa privada (na modalidade delitiva de 
OBSTAR emprego). 
 Trata-se de crime comum e material e NÃO admite a forma 
tentada. 
 
É importante destacar que é pacífico o entendimento jurisprudencial nos 
tribunais de que esse delito não deve ser interpretado restritivamente e que 
há, por exemplo, o crime mesmo no caso de emprego em condomínio 
residencial, no qual não se exerce atividade econômica. 
Um exemplo disso é uma decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo 
sobre a Apelação Criminal n. 141.820-3: 
“EMENTA: RACISMO - Caracterização - Anúncio de emprego em 
condomínio denotando preconceito racial - Alegação de que aquele não 
exerce atividade econômica, não podendo ser incluído na expressão 
empresa privada da Lei 7.776/89 - Hipótese em que a norma não deve 
ser interpretada para fins meramente econômicos - Condenação 
mantida - Recurso não provido. A hermenêutica menos restritiva da Lei 
7.776/89 leva à ilação de que em nenhum lugar, sob quaisquer 
hipóteses, pudesse ter alguém conduta discriminante por raça, cor ou 
credo, sendo inócuos para a interpretação da norma, conceitos 
particulares aplicáveis a determinados ramos do Direito, obstando sua 
salutar aplicação. (Apelação Criminal n. 141.820-3 - Araçatuba - 
Relator: FRANCO DE GODOY - CCRIM 3 - v.u. - 10.02.95)”. 
 
 
 
 
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 Incorre na MESMA PENA quem, por motivo de discriminação de raça 
ou de cor ou práticas resultantes do preconceito de descendência ou 
origem nacional ou étnica: 
 deixar de conceder os equipamentos necessários ao 
empregado em igualdade de condições com os demais 
trabalhadores; 
 impedir a ascensão funcional do empregado ou obstar outra 
forma de benefício profissional; 
 proporcionar ao empregado tratamento diferenciado no 
ambiente de trabalho, especialmente quanto ao salário. 
 
E a Lei n. 7.716/89 ainda nos diz mais: 
Além de incorrer nas mesmas penas (02 a 05 anos), ficará sujeito às 
penas de multa e de prestação de serviços à comunidade, incluindo 
atividades de promoção da igualdade racial, quem, em ANÚNCIOS ou 
QUALQUER OUTRA FORMA DE RECRUTAMENTO DE TRABALHADORES, exigir 
aspectos de aparência próprios de raça ou etnia para emprego cujas atividades 
não justifiquem essas exigências. 
Vamos exercitar: 
 
 
 
04. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/SE – 2008] O agente que reduz 
alguém a condição análoga à de escravo, sujeitando-o a condições degradantes 
de trabalho, terá sua pena aumentada se o crime for cometido por motivo de 
preconceito de raça ou cor. 
05. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/PB – 2011] Suponha que o diretor 
de recursos humanos de uma concessionária de serviço público obste, por 
discriminação religiosa, a promoção funcional de um subordinado seu. Nesse 
caso, o referido diretor não praticará conduta penalmente típica, mas infração, 
a ser apurada no âmbito administrativo. 
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Comentário 04: 
Verdade, mas quem nos diz isso não é a Lei 7.716/89, e sim o nosso 
Código Penal Brasileiro, em seu art. 149. Veja: 
Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, 
quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, 
quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer 
restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de 
dívida contraída com o empregador ou preposto: (Redação dada 
pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003) 
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da pena 
correspondente à violência. 
(...)§ 2o A pena é aumentada de metade, se o crime é cometido: 
I – contra criança ou adolescente; 
II – por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião 
ou origem. 
Resolvi inserir essa questão no intuito de também lembrar-lhe desse tipo 
penal. Como você pode constatar, a questão acerta ao afirmar que o agente 
que reduz alguém a condição análoga à de escravo, sujeitando-o a condições 
degradantes de trabalho, terá sua pena aumentada se o crime for cometido por 
motivo de preconceito de raça ou cor. 
Gabarito: Certo 
Comentário 05: 
Pelo que acabamos de estudar, é óbvio que esta assertiva está 
equivocada. Vimos que incorre na mesma pena de quem obsta ou nega 
emprego em empresa privada (02 a 05 anos) quem, por motivo de 
discriminação de raça ou de cor ou práticas resultantes do preconceito de 
descendência ou origem nacional ou étnica, impede a ascensão funcional do 
empregado ou obsta outra forma de benefício profissional. Se incorre na 
mesma pena, temos um tipo penal, e não uma infração administrativa. 
Gabarito: Errado 
 
 
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2.11. Preconceito no ingresso às ESCOLAS PÚBLICAS ou 
PRIVADAS 
 
 Recusar, negar, ou impedir a inscrição ou ingresso de aluno em 
estabelecimento de ensino PÚBLICO ou PRIVADO de qualquer grau. 
Pena: reclusão de 03 a 05 anos. 
 
A inscrição é o ato pelo qual o pretendente a uma vaga na escola 
formaliza sua intenção. O ingresso possui tanto o significado de ter aceita a 
inscrição, a matrícula, quanto o de adentrar corporalmente nas dependências 
do estabelecimento de ensino. 
RECUSAR e NEGAR têm o mesmo sentido: opor-se, rejeitar. É bastante 
a recusa de inscrever ou impedir o ingresso de aluno em estabelecimento de 
ensino, não importa se público ou privado, nem o grau em questão. 
O dispositivo visa proteger o tratamento igualitário no acesso aos 
estabelecimentos de ensino. 
 
 
 
 
 O sujeito ATIVO é qualquer pessoa que se coloque na situação de 
poder interferir na inscrição ou ingresso ou ingresso de aluno. 
 O sujeito PASSIVO é qualquer pessoa que se que se encontre na 
condição de aluno em estabelecimento de ensino. 
 Trata-se de crime comum e material e NÃO admite a forma 
tentada. 
 Se esse crime for praticado contra menor de 18 anos a pena é 
AGRAVADA de 1/3 (um terço). 
 
 
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2.12. Preconceito no acesso ou hospedagem a HOTEIS e 
SIMILARES 
 
 Impedir o acesso ou recusar hospedagem em hotel, pensão, 
estalagem, ou qualquer estabelecimento similar. 
Pena: reclusão de 03 a 05 anos. 
 
Não importa onde estejam localizados esses estabelecimentos. O 
simples obstáculo ou a oposição à hospedagem é indicativo do crime. 
Permitir o ingresso, mas recusar hospedagem configurará o crime, 
porque de nada adiantará o ingresso nesses locais, se houver recusa em 
hospedar a pessoa. 
 
 
 
 O sujeito ATIVO quanto ao núcleo IMPEDIR, qualquer pessoa 
pode praticar o delito. No que tange a RECUSAR A HOSPEDAGEM, o 
proprietário, sócio, gerente ou empregado do estabelecimento, 
 O sujeito PASSIVO é qualquer pessoa que pretenda ingressar ou 
hospedar-se em hotel, pensão, estalagem ou estabelecimento 
similar. 
 Trata-se de crime comum e material e NÃO admite a forma 
tentada. 
 Se esse crime for praticado contra menor de 18 anos a pena é 
AGRAVADA de 1/3 (um terço). 
 
Quanto ao núcleo IMPEDIR, o crime é comum, pois qualquer pessoa 
pode praticar o delito. No núcleo RECUSAR hospedagem, o crime é próprio, 
por ser somente o proprietário, sócio, gerente, empregado do estabelecimento 
ou pessoa que ali preste serviço que pode praticá-lo. 
 
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O crime é material nas duas formas previstas na norma penal 
incriminadora (impedir e recusar), não é possível a tentativa na modalidade 
de recusar a hospedagem, mas é cabível no caso de impedir o acesso ao 
saguão de hotel, por exemplo. 
 
2.13. A PRÁTICA, a INDUÇÃO ou INCITAÇÃO ao 
preconceito 
 
 Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de 
RAÇA, COR, ETNIA, RELIGIÃO ou PROCEDÊNCIA NACIONAL. 
Pena: reclusão de 01 a 03 anos + multa. 
 
O dispositivo penal visa proteger o tratamento igualitário que todos os 
cidadãos possuem como direito subjetivo independente de raça, cor, etnia ou 
procedência nacional. Percebe-se nitidamente que se trata de um tipo com 
maior abrangência, criado para aumentar o alcance da Lei nº 7.716/89, ante a 
dificuldade pratica de enquadramento das condutas nos tipos anteriormente 
existentes. 
Trata-se, portanto, de um crime de ação múltipla ou de conteúdo variado, 
por possuir três núcleos do tipo; aplicável quando não possível o 
enquadramento de conduta preconceituosa ou discriminatória nos tipos 
anteriormente previstos. 
Praticar o crime é realizá-lo com esforço próprio. O próprio agente o 
comete. 
Induzir é persuadir, aconselhar, argumentar. Pressupõe a iniciativa à 
prática, que pode ocorrer por qualquer meio. 
Incitar é instigar, provocar a prática do crime, por qualquer meio ou de 
qualquer forma, sem necessidade de que isso aconteça através de meios de 
comunicação social ou publicação. 
Segundo entendimento jurisprudencial (detalharemos mais em outro 
tópico), não há que se falar em crime de racismo previsto na Lei nº 7.716/89 
quando a suposta ofensa se dirige contra o agente considerado 
individualmente, hipótese em que se configura a infração penal de injúria 
prevista no art. 140, § 3º do Código Penal Brasileiro, abaixo transcrito: 
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Código Penal: 
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o 
decoro: 
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. 
(...) 
§ 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos 
referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição 
de pessoa idosa ou portadora de deficiência: 
Pena - reclusão de 01 a 03 três anos e multa. 
 
O entendimento acima citado é extraído de alguns acórdãos, a exemplo 
de um do Tribunal de Justiça do Pará: 
 
“EMENTA: PROCEDIMENTO CRIMINAL - IMPUTAÇÃO A 
MAGISTRADO DE CRIME DE RACISMO – DESCABIMENTO – FATOS 
NARRADOS DA PEÇA INICIAL QUE NÃO CARACTERIZAM CRIME 
PREVISTO NA LEI Nº 7.716/89 – OCORRÊNCIA EM TESE DE 
CRIME DE INJÚRIA – ART. 140 § 3º DO CPB CUJA AÇÃO PENAL 
É DE INICIATIVA PRIVADA [...]” (AC n. 55138, de Abaetuba - PA, 
rel. Des. Nunes, j. 09.12.04). 
 
 Vale lembrar que, para a configuração de um dos núcleos do tipo em 
questão, há a necessidade que o agente tenha vontade consciente 
dirigida no sentido de estimular a discriminação ou preconceito racial. 
Exige o dolo direto ou mesmo o eventual.Confirmando essa ideia temos um acórdão do Tribunal de Justiça de 
Minas Gerais: 
“EMENTA: CRIME DE RACISMO - LEI 7.716/89 - COLUNISTA DE 
JORNAL - CONDENAÇÃO MONOCRÁTICA - PRELIMINAR DE 
NULIDADE - INDEFERIMENTO DE PERGUNTAS NO JUÍZO 
DEPRECADO - REJEITADA - POLITICAMENTE CORRETO - 
TEXTO HUMORÍSTICO - DOLO INEXISTENTE - ABSOLVIÇÃO - 
RECURSO PROVIDO” (Processo n. 1.0000.00.229590-5/000(1), 
de Belo Horizonte - MG, rel. Des. Santiago, j. 28.05.02). 
 
 
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 Se qualquer dos crimes previstos acima (praticar, induzir ou incitar a 
discriminação ou preconceito) é cometido por intermédio dos 
meios de comunicação ou publicação de qualquer natureza a 
pena será de reclusão de 02 a 05 anos e multa. 
 
O termo publicação de qualquer natureza significa material 
informativo, com circulação aberta ao público, comercial ou não. Trata-se de 
matéria escrita, ilustrada, falada, impressa ou não, tendo em vista a expressão 
utilizada, destinada a servir de suporte para verbos do tipo incriminador. 
Esse dispositivo decorre da hipótese de presunção de que por tais meios 
o dano social seria maior, face ao presumível aumento do número de pessoas 
que por eles teriam conhecimento das condutas preconceituosas ou 
discriminatórias. Veja como julgou o Tribunal de Justiça de São Paulo: 
 
“EMENTA - RACISMO - Caracterização - Discriminação e incitação 
contra a raça negra em meio radiofônico - Comentário que, 
dirigido a um número muito grande de ouvintes, produz 
seus efeitos deletérios (nocivos) ou, pelo menos, reunia 
potencial suficiente e era meio idôneo para tanto - Hipótese 
de delito formal, sem resultado – Recurso não provido. (Apelação 
Criminal n. 153.122-3 - São Carlos - 5ª Câmara Criminal de 
Férias - Relator: Celso Limongi - 30.08.95 - V.U.)”. 
 
Em se tratando desse crime, o juiz poderá determinar que seja ouvido o 
Ministério Público, ou que, a pedido deste, ainda antes do inquérito policial, 
sob pena de desobediência: 
 o recolhimento imediato ou a busca e apreensão dos exemplares 
do material respectivo; 
 a cassação das respectivas transmissões radiofônicas ou televisivas; 
 a interdição das respectivas mensagens ou páginas de informação 
na rede mundial de computadores (internet). 
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 Os sujeitos ATIVO e PASSIVO são qualquer pessoa. 
 Trata-se de crime formal e a tentativa é teoricamente possível na 
forma escrita quando esta não chega a atingir a vítima. 
 Constitui efeito de condenação, após o trânsito em julgado da decisão, 
a destruição do material apreendido. 
 
Em se tratando dos efeitos de condenação acima mencionado, essa norma 
é aplicável pelos tribunais apenas nos casos onde os bens a serem destruídos 
tratam-se de panfletos, impressos, e outros materiais semelhantes. 
Há casos onde as apreensões encontram materiais eletrônicos, 
computadores, aparelhos de rádio, etc., neste caso a justiça retira destes 
equipamentos o que lembra a propagação do preconceito e os torna utilizáveis 
pelo setor público. 
Uma questão bastante interessante: 
 
 
 
06. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TRF 5ª – 2005] Consoante 
entendimento do STF, constitui crime de racismo escrever livro fazendo 
apologia de ideias preconceituosas e discriminatórias contra a comunidade 
judaica, no sentido de que os judeus seriam raça inferior, nefasta e infecta, 
características suficientes para justificar a segregação e o extermínio. 
Comentário: 
Essa questão se refere a uma grande polêmica no meio jurídico, no início 
da década de 2000, por conta de publicações antissemitas (contra os judeus) 
do editor de livros Siegfried Ellwanger. Condenado pelo Tribunal de Justiça do 
Rio Grande do Sul a 02 anos de reclusão pela incitação ao racismo em suas 
publicações, o referido editor entrou com habeas-corpus no STJ para que fosse 
retirada a condenação. 
O Superior Tribunal de Justiça julgou a incitação ao preconceito ou à 
discriminação de raça uma prática racista e manteve a condenação do editor de 
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livros por editar e vender tais obras de conteúdo racista. A defesa sustentou 
que Ellwanger não poderia ser condenado pela prática do racismo, pois o 
"incitamento contra o judaísmo", do qual foi acusado, não teria conotação 
racial. Entretanto, disse o relator do habeas-corpus, ministro Gilson Dipp, no 
voto adotado pela maioria do colegiado da Quinta Turma: “penso que deve ser 
ressaltado que a condenação do paciente se deu por delito contra a 
comunidade judaica, não se podendo abstrair o racismo de tal 
comportamento". A decisão do TJ, segundo ele, "foi suficientemente clara e 
motivada nesse sentido, sendo descabida a pretendida reavaliação de seus 
fundamentos". 
Eis então a ementa da decisão do STJ: 
Ementa - CRIMINAL. HABEAS CORPUS. PRÁTICA DE RACISMO. 
EDIÇÃO E VENDA DE LIVROS FAZENDO APOLOGIA DE IDÉIAS 
PRECONCEITUOSAS E DISCRIMINATÓRIAS. PEDIDO DE 
AFASTAMENTO DA IMPRESCRITIBILIDADE DO DELITO. 
CONSIDERAÇÕES ACERCA DE SE TRATAR DE PRÁTICA DE 
RACISMO, OU NÃO. ARGUMENTO DE QUE OS JUDEUS NÃO 
SERIAM RAÇA. SENTIDO DO TERMO E DAS AFIRMAÇÕES FEITAS 
NO ACÓRDÃO. IMPROPRIEDADE DO WRIT. LEGALIDADE DA 
CONDENAÇÃO POR CRIME CONTRA A COMUNIDADE 
JUDAICA. RACISMO QUE NÃO PODE SER ABSTRAÍDO. 
PRÁTICA, INCITAÇÃO E INDUZIMENTO QUE NÃO DEVEM 
SER DIFERENCIADOS PARA FINS DE CARACTERIZAÇÃO DO 
DELITO DE RACISMO. CRIME FORMAL. IMPRESCRITIBILIDADE 
QUE NÃO PODE SER AFASTADA. ORDEM DENEGADA. 
A defesa do autor não de deu por vencida e impetrou recurso ao STF. 
Em 17/09/03, o Habeas Corpus foi definitivamente julgado pelo Supremo 
Tribunal Federal que manteve, pela maioria de sete a três, a condenação do 
editor Siegfried Ellwanger. 
Caro aluno, diante de todo o exposto, há ainda alguma dúvida de que o 
enunciado da questão referia-se a esse julgado? E mais: você tem alguma 
dúvida de que a afirmativa da questão está correta? Claro que não! Está 
certíssima! 
Não esqueça: se a pratica, a indução ou a incitação à discriminação ou ao 
preconceito forem cometidas por intermédio dos meios de comunicação ou 
publicação de qualquer natureza a pena será de reclusão de 02 a 05 anos e 
multa. 
Gabarito: Certo 
 
E por fim, temos o seguinte (e um dos mais graves!) delito: 
 
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 Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, 
ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica 
ou gamada, para fins de divulgação do NAZISMO. 
Pena: reclusão de 02 a 05 anos + multa. 
 
Caro aluno, o crime por si só se explica. Sem comentários!! 
Veja comofoi cobrado: 
 
 
 
07. [UEPB – DELEGADO DE POLÍCIA – PC/PB – 2003] A Lei nº 9.459, de 
13 de maio de 1 997, que modificou a Lei nº 7.716, de 05 de janeiro de 1 989 
(Lei definidora dos crimes de raça ou de cor), determina a punição de todos os 
delitos resultantes da discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião 
ou procedência nacional. Nesse contexto se acha tipificada figura relativa ao 
fabrico, à comercialização, à distribuição ou à veiculação de símbolos, 
emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda, que utilizem a cruz suástica 
ou gamada, para fins de divulgação do nazismo, exceto quando o responsável, 
penalmente imputável, for membro registrado de partido político. 
Comentário: 
Tudo certinho na questão, não fosse pela afirmação errada de que o 
membro registrado em partido político não pode ser condenado pelo crime nela 
citado. Esse crime está previsto no art. 20, §1º, da Lei 7.716/89 e não prevê 
exceções quanto ao sujeito ativo. 
Gabarito: Errado 
 
 
3. A Liberdade de Expressão 
 
É corrente alguém acusado de cometer crime de preconceito alegar 
liberdade de expressão. Por certo este é um princípio constitucional, mas da 
mesma forma o é a igualdade e a dignidade humana. Sabemos que os 
princípios se chocam e em alguns casos um é renegado por ser, naquela 
situação, menos valioso que o outro. 
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O direito de se expressar não é superior a tudo, principalmente a 
dignidade do outro, não pode ele assim ferir a todos sem medir consequências. 
Vê-se, então, que a liberdade de expressão alcança seu limite quando passa a 
propagar determinada conduta ilícita como correta. 
O art. 20 da lei 7.716/89 (praticar, induzir ou incitar a discriminação ou 
preconceito por intermédio dos meios de comunicação ou publicação de 
qualquer natureza) é o que melhor define os casos onde a imprensa pode 
provocar preconceitos. 
 
4. Distinção: RACISMO x INJÚRIA POR PRECONCEITO 
 
Assunto que as bancas gostam muito, vamos falar mais um pouco sobre a 
diferença legal entre racismo e injúria por preconceito. A Lei nº 7.716/89 
define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor. Isso você já 
sabe! 
Já a Lei n. 9.459/97, alterou o art. 140 do Código Penal, que trata do 
crime de injúria. Vamos revê-lo novamente: 
 
Código Penal: 
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o 
decoro: 
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. 
(...) 
§ 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos 
referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição 
de pessoa idosa ou portadora de deficiência: 
Pena - reclusão de 01 a 03 três anos e multa. 
 
Essa nova redação do art. 140, alterada pelo art. 2º da Lei n. 9.459/97, 
acrescentou um tipo qualificado ao delito de injúria, impondo penas de 
reclusão, de um a três anos, e multa, se cometida mediante utilização de 
elementos referentes a raça, cor, religião ou origem. 
A alteração legislativa foi motivada pelo fato de que réus acusados da 
prática de crimes descritos na Lei nº 7.716/89 geralmente alegavam ter 
praticado somente injúria, de menor gravidade, sendo beneficiados pela 
desclassificação. 
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Por isso o legislador resolveu criar uma forma típica qualificada 
envolvendo valores concernentes a raça, cor, etc., agravando a pena. Uma 
infeliz solução!! 
Sabe por quê? 
Porque de acordo com as novas mudanças, chamar alguém de “negro”, 
“preto”, “pretão”, “negrão”, “turco”, “africano”, “judeu”, “baiano”, “japa” etc., 
desde que com vontade de lhe ofender a honra subjetiva relacionada com cor, 
religião, raça ou etnia, sujeita o autor a uma pena mínima de um ano de 
reclusão, além de multa. Grande coisa essa alteração! 
A pura verdade é que para a legislação penal brasileira, conforme 
consagrado na jurisprudência e na doutrina, a conduta de dirigir-se a outrem o 
chamando de "negro", ou mesmo "negro de merda" como na hipótese 
aventada, não restará configurado o crime de racismo. 
Entretanto, em se tratando da esfera civil, a responsabilidade se define 
pelo dever de reparar os interesses privados, não importando tenha o ato 
praticado infringido disposição penal. A responsabilidade civil, de forma 
simples, pode ser definida como sendo a obrigação de reparar o dano causado 
a outrem. O dever de reparação tem fundamento na culpa ou no risco 
decorrente do ato ilícito do agente. O fundamento está na razão da obrigação 
de recompor o patrimônio diminuído com a lesão ao direito subjetivo. 
O réu pode ser civilmente obrigado à indenização do dano, e o fator 
gerador do prejuízo poderá não ser considerado uma conduta definida como 
crime. Isso quer dizer que pode um réu ser absolvido no juízo criminal, pela 
prática de um fato inicialmente considerado delituoso, e ser obrigado a 
indenizar à vítima, ao seu representante legal ou aos seus herdeiros, ou, 
ainda, reparar o dano provocado, perante o juízo cível. 
 Assim, é importante que observemos o art. 159 do Código Civil, abaixo 
transcrito: 
Código Civil: 
Art. 159 - Aquele que, por ação ou omissão voluntária, 
negligência, ou imprudência, violar direito, ou causar 
prejuízo a outrem, fica obrigado a reparar o dano. A 
verificação da culpa e a avaliação da responsabilidade 
regulam-se pelo disposto neste Código, arts. 1.518 a 1.532 
e 1537 a 1553. 
 
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Pois bem, a prática da discriminação constitui-se, em matéria civil, um 
ato ilícito praticado em desacordo com a ordem jurídica, violando direito 
subjetivo individual. Causa dano à vítima criando o dever de repará-lo. No 
momento em que se verifica a ocorrência dos fatos discriminatórios, surge o 
direito da vítima propor uma ação de ressarcimento dos danos que podem ser 
patrimoniais ou morais. Teremos a hipótese de danos morais, em strictus 
sensus, ou seja, danos morais com reflexo patrimonial e danos patrimoniais. 
 Resolva as questões a seguir e confira como a nossa estimada adora o 
assunto: 
 
 
 
08. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TRF 5ª – 2011] Em razão do princípio 
da especialidade, a imputação de termos pejorativos referentes à raça do 
ofendido, com o nítido intuito de causar lesão à sua honra, não importa crime 
de injúria, mas delito resultante de preconceito de raça. 
Comentário: 
Qual é mesmo o objeto de estudo do nosso curso? A Legislação Especial! 
Especial é a norma que possui todos os elementos da geral, 
denominados especializantes (não são crimes autônomos, e sim circunstâncias 
que isoladas do tipo geral não teriam significação penal), que trazem um minus 
ou um plus de severidade. Toda a ação que realiza o tipo do delito especial 
realiza também, necessariamente, o tipo do delito geral, enquanto que o 
inverso não é verdadeiro. É aí que se define o princípio da especialidade!! 
O princípio da especialidade, na verdade, evita o bis in idem, pois 
determina que haja a prevalência da norma especial sobre a geral, sendocerto 
que a comparação entre as normas será estabelecida in abstracto. 
Ora, é óbvio que esse princípio é aplicável à Lei 7.716/89 no que diz 
respeito às condutas discriminatórias e preconceituosas ali tipificadas. Acontece 
que precisamos ter o cuidado de discernir, em determinados casos, o que é 
crime de racismo do que é crime de injúria. À luz do que acabamos de estudar, 
a imputação de termos pejorativos referentes à raça do ofendido, com o nítido 
intuito de causar lesão à sua honra, como por exemplo chamar alguém de 
“negro”, “preto”, “pretão”, “negrão”, “judeu” infelizmente não é considerada 
delito resultante de preconceito de raça, e sim crime qualificado de injúria. 
Exatamente o oposto do que afirma a questão! 
Gabarito: Errado 
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09. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/SE – 2008] O crime de injúria 
qualificada por preconceito de raça segue o procedimento especial dos crimes 
contra a honra previsto no CPP. 
Comentário: 
A assertiva nos remete ao procedimento penal relacionado aos crimes de 
injúria, regulamentado Código de Processo Penal. Aconselho você a dar uma 
olhadinha com carinho no referido Código, em especial nos seguintes 
dispositivos: 
Art. 519. No processo por crime de calúnia ou injúria, para o 
qual não haja outra forma estabelecida em lei especial, observar-
se-á o disposto nos Capítulos I e III, Titulo I, deste Livro, com as 
modificações constantes dos artigos seguintes. 
Art. 520. Antes de receber a queixa, o juiz oferecerá às partes 
oportunidade para se reconciliarem, fazendo-as comparecer em 
juízo e ouvindo-as, separadamente, sem a presença dos seus 
advogados, não se lavrando termo. 
 Art. 521. Se depois de ouvir o querelante e o querelado, o juiz 
achar provável a reconciliação, promoverá entendimento entre 
eles, na sua presença. 
Art. 522. No caso de reconciliação, depois de assinado pelo 
querelante o termo da desistência, a queixa será arquivada. 
Art. 523. Quando for oferecida a exceção da verdade ou da 
notoriedade do fato imputado, o querelante poderá contestar a 
exceção no prazo de dois dias, podendo ser inquiridas as 
testemunhas arroladas na queixa, ou outras indicadas naquele 
prazo, em substituição às primeiras, ou para completar o máximo 
legal. 
Logo, a assertiva acerta ao afirmar que o crime de injúria qualificada por 
preconceito de raça segue o procedimento especial dos crimes contra a honra 
previsto no CPP. 
Gabarito: Certo 
10. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/PB – 2011] Para a configuração 
penal do delito de injúria, não se exige o elemento subjetivo consistente no 
dolo de ofender na modalidade de dolo específico, sendo suficiente, para a 
caracterização da figura típica, a presença do chamado dolo genérico. 
Comentário: 
O dolo, em Direito penal, relaciona-se sempre com um tipo legal e, por 
isso, é que se fala em dolo típico. Esse é o mesmo dolo genérico. Trata-se 
do requisito subjetivo geral exigido em todos os crimes dolosos: consciência e 
vontade de concretizar os requisitos objetivos do tipo. 
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Por outro lado, o dolo específico está naqueles tipos penais em que se 
faz essa exigência: além do dolo genérico, há uma intenção especial do agente. 
O dolo específico está presente nos tipos penais incongruentes. O tipo penal 
incongruente é aquele que exige, além do dolo genérico, uma intenção 
especial, um requisito subjetivo transcendental. É o caso da injúria 
preconceituosa e discriminatória, por exemplo. 
Estudamos aqui que o preconceito representa uma ideia estática, 
abstrata, pré-concebida, traduzindo opinião carregada de intolerância, 
alicerçada em pontos vedados na legislação repressiva e que será possível a 
punição do agente se houver a exteriorização do preconceito, sendo a 
mera motivação interna um indiferente penal. 
Logo, podemos concluir que para o crime de injúria não é suficiente o 
dolo genérico (consciência e vontade de concretizar os requisitos objetivos do 
tipo). Há de haver o dolo específico. 
Gabarito: Errado 
11. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA – PC/ES – 2006] Lei especial define 
os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor, prescrevendo-se para 
todas as figuras típicas penas de reclusão ou de reclusão e multa. 
Comentário: 
Isso mesmo! A questão é na verdade uma boa dica para a sua prova: 
todos os crimes previstos na Lei 7.716/89 preveem a reclusão como pena 
restritiva de liberdade. Alguns deles, além da pena de reclusão, também 
preveem a de multa (os previstos no art. 20, caput e §§ 1º e 2º, e a conduta 
prevista no art. 4º, §2º). 
Gabarito: Certo 
12. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – PC/TO – 2008] Os crimes resultantes 
de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência 
nacional são punidos com penas de reclusão ou reclusão e multa, e todas as 
infrações descritas na legislação específica são inafiançáveis e imprescritíveis. 
Comentário: 
Muito parecida com a questão anterior, mas, a meu ver, bastante 
polêmica no que diz respeito ao afirmar que todos os crimes previstos na lei 
7.716/89 são inafiançáveis e imprescritíveis. Em tese sim, mas parte da 
doutrina entende que a imprescritibilidade só cabe para os crimes de 
discriminação de raça, cor e etnia. Os injustos culpáveis referentes a origem 
nacional, religião e o de injúria qualificada continuam prescritíveis. 
A banca considerou a assertiva correta, baseando-se unicamente no 
regramento do inciso XLII do at. 5º da Constituição Federal. Questão que 
deixou espaços para muitos recursos, mas que não teve seu gabarito alterado 
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nem anulado. Fica o registro! 
Gabarito: Certo 
[CESPE – TÉCNICO TRANSPORTE – MPU – 2010] Julgue os itens 
seguintes, de acordo com o que dispõe a legislação 
em vigor acerca de crimes resultantes de preconceito. 
13. Considere que Tânia, proprietária de um salão de beleza especializado em 
penteados afros, recuse atendimento a determinada pessoa de pele branca e 
cabelos ruivos, sob a justificativa de o atendimento, no salão, restringir-se a 
afrodescendentes. Nessa situação, a conduta de Tânia não constitui crime, visto 
que, sendo proprietária do estabelecimento, ela tem o direito de restringir o 
atendimento a determinados clientes. 
14. Pratica crime decorrente de discriminação racial, apenado com reclusão de 
um a três anos, o síndico que proíbe a circulação, nos elevadores sociais de 
edifício residencial, de todos os empregados domésticos que trabalham para os 
condôminos. 
Comentário 13: 
Errado! Ao recusar atendimento a determinada pessoa de pele branca e 
cabelos ruivos, sob a justificativa de o atendimento, no salão, restringir-se a 
afrodescendentes, Tânia comete sim um dos crimes de preconceito aqui 
estudados, tipificado no art. 10 da Lei nº 7.716/89. Confira: 
Art. 10. Impedir o acesso ou recusar atendimento em salões 
de cabeleireiros, barbearias, termas ou casas de massagem ou 
estabelecimento com as mesmasfinalidades (preconceito de raça, 
cor, etnia, religião ou procedência nacional). 
Pena: reclusão de um a três anos. 
Gabarito: Errado 
Comentário 14: 
Apesar de ser um crime bastante ignorado em nosso país, está certa a 
questão ao afirmar que pratica crime decorrente de discriminação racial, 
apenado com reclusão de um a três anos, o síndico que proíbe a circulação, nos 
elevadores sociais de edifício residencial, de todos os empregados domésticos 
que trabalham para os condôminos. 
Este crime vem tipificado no art. 11 da Lei nº 7.716/89, aqui estudado: 
Art. 11. Impedir o acesso às entradas sociais em edifícios ou 
residenciais e elevadores ou escada de acesso aos mesmos: 
Pena: reclusão de um a três anos. 
Gabarito: Certo 
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15. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/PB – 2011] Suponha que o diretor 
de recursos humanos de uma concessionária de serviço público obste, por 
discriminação religiosa, a promoção funcional de um subordinado seu. Nesse 
caso, o referido diretor não praticará conduta penalmente típica, mas infração, 
a ser apurada no âmbito administrativo. 
Comentário: 
O diretor da concessionária pública comete sim crime de preconceito 
ao obstar, por discriminação religiosa, a promoção funcional de um subordinado 
seu. É o que nos ensina o art. 3º, parágrafo único, da Lei de Preconceito: 
Art. 3º Impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente 
habilitado, a qualquer cargo da Administração Direta ou Indireta, 
bem como das concessionárias de serviços públicos. 
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, por motivo de 
discriminação de raça, cor, etnia, religião ou procedência 
nacional, obstar a promoção funcional. 
Pena: reclusão de dois a cinco anos. 
Gabarito: Errado 
[CESPE – ADVOGADO DA UNIÃO – AGU – 2012] Com relação aos delitos 
de preconceito, julgue os próximos itens. 
16. O crime de racismo praticado por meio da rede mundial de computadores 
consuma-se no local onde sejam recebidas as manifestações racistas. 
17. O fato de um empresário, por preconceito em relação à cor de determinado 
empregado, impedir a sua ascensão funcional na empresa, configurará delito 
contra a organização do trabalho, e não crime resultante de preconceito. 
Comentário 16: 
Caro aluno, de acordo com o que dispõe o art. 70 do Código de Processo 
Penal, a competência será, de regra, determinada pelo lugar onde se consumar 
a infração. 
CPP: 
Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em 
que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar 
em que for praticado o último ato de execução. 
Por sua vez, o crime de racismo tipificado no art. 20 da Lei 7.716/89 
se consuma com a prática, indução ou incitação à discriminação ou preconceito 
de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, isto é, com a 
manifestação discriminatória. 
Logo, a consumação dar-se-á com o envio das mensagens com 
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conteúdo discriminatório, pelo que o juízo competente será o deste local. 
Bom, mas para tirar qualquer dúvida a respeito, vale citar dois 
julgados que foram a fonte de inspiração para a questão. São eles: 
Neste sentido: 
CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. CRIME DE RACISMO PELA 
INTERNET. MENSAGENS ORIUNDAS DE USUÁRIOS DOMICILIADOS 
EM DIVERSOS ESTADOS. IDENTIDADE DE MODUS OPERANDI. 
TROCA E POSTAGEM DE MENSAGENS DE CUNHO RACISTA NA 
MESMA COMUNIDADE DO MESMO SITE DE RELACIONAMENTO. 
OCORRÊNCIA DE CONEXÃO INSTRUMENTAL. [....] PARECER DO MPF 
PELA COMPETÊNCIA DO JUÍZO FEDERAL DE SÃO PAULO. CONFLITO 
CONHECIDO, PARA DECLARAR COMPETENTE O JUÍZO FEDERAL DA 
4A. VARA CRIMINAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE SÃO PAULO, O 
SUSCITADO, DETERMINANDO QUE ESTE COMUNIQUE O RESULTADO 
DESTE JULGAMENTO AOS DEMAIS JUÍZOS FEDERAIS PARA OS 
QUAIS HOUVE A DECLINAÇÃO DE COMPETÊNCIA. 
1. Cuidando-se de crime de racismo por meio da rede 
mundial de computadores, a consumação do delito ocorre no 
local de onde foram enviadas as manifestações racistas. 
2. Na hipótese, é certo que as supostas condutas delitivas foram 
praticadas por diferentes pessoas a partir de localidades diversas; 
todavia, contaram com o mesmo modus operandi, qual seja, troca e 
postagem de mensagens de cunho racista e discriminatório contra 
diversas minorias (negros, homossexuais e judeus) na mesma 
comunidade virtual do mesmo site de relacionamento. 
[....] 
6. Conflito conhecido, para declarar a competência do Juízo Federal 
da 4a. Vara Criminal da SJ/SP, o suscitado, determinando que este 
comunique o resultado deste julgamento aos demais Juízos Federais 
para os quais houve a declinação da competência. 
(CC 102.454/RJ, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, 
TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 25/03/2009, DJe 15/04/2009) 
CONFLITO DE COMPETÊNCIA. PROCESSUAL PENAL. RACISMO 
PRATICADO ATRAVÉS DE PUBLICAÇÃO DE MENSAGENS RACISTAS 
EM SÍTIO DE RELACIONAMENTO. INTERNET. IDENTIFICAÇÃO DOS 
AUTORES. NECESSIDADE. LOCAL DO CRIME. LUGAR DE ONDE 
FORAM ENVIADOS OS TEXTOS OFENSIVOS. [....] COMPETÊNCIA 
DAQUELE JUÍZO QUE PRIMEIRO CONHECEU DA INVESTIGAÇÃO. 
1. A competência para processar e julgar os crimes praticados 
pela internet, dentre os quais se incluem aqueles 
provenientes de publicação de textos de cunho racista em 
sites de relacionamento, é do local de onde são enviadas as 
mensagens discriminatórias. 
2. Na espécie, mesmo após recebidas as informações da empresa 
proprietária do sítio, não houve como identificar, por enquanto, os 
autores das ofensas, o que impõe, obviamente, a manutenção do 
feito no âmbito daquele juízo que primeiro tomou conhecimento da 
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Segurança Institucional e Leis Penais p/ Policia Legislativa Federal 
Profs. Alexandre Herculano e Marcos Girão 
 
www.estrategiaconcursos.com.br | Profs. Herculano e Girão 39 de 83 
 
investigação.[...] 
(CC 107.938/RS, Rel. Ministro JORGE MUSSI, TERCEIRA SEÇÃO, 
julgado em 27/10/2010, DJe 08/11/2010) 
Diante do exposto, podemos concluir que a questão está errada ao 
afirmar que o crime de racismo praticado por meio da rede mundial de 
computadores consuma-se no local onde sejam recebidas as manifestações 
racistas. Consuma-se no local onde sejam enviadas as manifestações racistas! 
Gabarito: Errado 
Comentário 17: 
Não tenha dúvidas: o fato de um empresário, por preconceito em 
relação à cor de determinado empregado, impedir a sua ascensão funcional na 
empresa, configurará crime resultante de preconceito. 
Lembre-se do que aqui estudamos: 
Art. 4º Negar ou obstar emprego em empresa privada. 
[....] 
§ 1o Incorre na mesma pena quem, por motivo de 
discriminação de raça ou de cor ou práticas resultantes do 
preconceito de descendência ou origem nacional ou étnica: 
[....] 
II - impedir a ascensão funcional do empregado ou obstar outra 
forma de benefício profissional; 
Pena: reclusão de dois a cinco anos. 
Gabarito: Errado 
18. [CESPE – PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/PI – 2012] Considere que 
Mauro, irritado com a demora no andamento da fila do caixa de um 
supermercado, tenha proferido xingamentos direcionados à atendente do caixa, 
atribuindo a demora no atendimento à inferioridade

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