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CAPÍTULO 01 CARACTERÍSTICAS GERAIS DO TERRITÓRIO FLUMINENSE O tema “Geografia do Rio de Janeiro e Conhecimentos Gerais” tem feito parte da grade de editais de diversos concursos do estado do Rio de Janeiro, inclusive do Concurso para Polícia Militar do referido estado. Esse enfoque retrata o caráter inovador da disciplina a partir de sua abordagem crítica. Este material traz uma visão múltipla sobre a Geografia, abordando especificidades físicas e humanas. Natureza e sociedade se embaralham e moldam o planeta em seus vários recantos. Os temas abordados adentram na explicação da natureza e do dia a dia dos habitantes dos continentes, de modo a fazer menção aos mais variados temas. Várias temáticas vêm acompanhadas de textos complementares para que um maior arcabouço teórico possa ser oferecido ao leitor. Acreditamos que, a partir dessa leitura, possamos ampliar o conhecimento de nossa realidade. -------------------------------------------------------------------- GEOGRAFIA FLUMINENSE - LOCALIZAÇÃO, EXTENSÃO E LIMITES TERRITORIAIS / CONSTRUÇÃO DO TERRITÓRIO O Sudeste é uma das cinco macrorregiões geográficas do IBGE, ao lado de Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte. Nela, o estado do Rio de Janeiro situa-se na parte leste da região, fazendo divisa com o Oceano Atlântico e com os outros três estados (Espírito Santo, São Paulo e Minas Gerais). REGIÃO SUDESTE Fonte: IBGE O Sudeste está situado na parte mais elevada do Planalto Atlântico, onde estão localizadas as serras do Espinhaço, da Mantiqueira e do Mar. Corresponde à porção mais dinâmica e desenvolvida do país, composta pelos estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo. A paisagem característica é constituída por formações de relevo arredondadas, conhecidas como “mares de morros”, e por “pães de açúcar”. Essa posição geográfica insere todo o seu território na Zona Intertropical, com forte influência do litoral. O estado limita-se a norte e noroeste com Minas Gerais, nordeste com o Espírito Santo e sudoeste com São Paulo. Ocupa uma área de 43.696,054km². Essa área representa cerca de 5% da área total da região Sudeste e menos de 2% do território nacional. Sua capital é a cidade homônima. O estado do Rio de Janeiro conta com 92 municípios. Há 8 Regiões de Governo definidas pelo CIDE (Centro de Informações e Dados Estatísticos). O CIDE é o órgão vinculado ao Governo do Estado do Rio de Janeiro que possui, entre suas principais atividades, o levantamento de informações e a tabulação de dados estatísticos. Produz um Anuário Estatístico, com dados do IBGE e de diversas outras instituições, além de diversos mapas sobre temas variados. REGIÃO METROPOLITANA Como em todas as metrópoles do Brasil (e do mundo), a concentração urbana, econômica e populacional é acompanhada de inúmeros desafios no âmbito da pobreza, da desigualdade de renda, do acesso ao trabalho e ao transporte público de qualidade. Essas pressões tornam as metrópoles mais complexas, assim como a busca de soluções para seus problemas. O estado do Rio de Janeiro se destaca neste cenário por apresentar a maior proporção de pessoas vivendo em sua metrópole, caracterizando-se como o estado mais metropolitano do Brasil. A Região Metropolitana do Rio de Janeiro (RMRJ) concentra 74% da população, responde por aproximadamente ¾ da economia, reúne 68% das empresas e 75% do emprego de todo o estado. Porém, a concentração não é apenas econômica. A RMRJ abriga, sozinha, 74% da pobreza do ERJ, sendo que 44% dos pobres estão em suas áreas periféricas (exceto a capital), segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD/IBGE) de 2017. A RMRJ tem o segundo maior PIB entre as metrópoles brasileiras, ficando atrás somente de São Paulo. A evolução da economia entre 2002 e 2010 revela um desempenho inferior da RMRJ em relação à média brasileira e da RMSP. A taxa média de crescimento anual na RMRJ foi de 2,0%, inferior à da RMSP (4,1%), da média brasileira (4,6%) e também do estado (3,5%), fato que não ocorreu em São Paulo. EVOLUÇÃO DO PIB O Rio de Janeiro é o quarto estado mais rico do Brasil, medido pela sua renda per capita, ficando atrás do Distrito Federal, de São Paulo e Santa Catarina em 2017, segundo a PNAD/IBGE. Já a RMRJ possui uma renda per capita inferior às regiões metropolitanas do Sul e Sudeste, embora acima da média brasileira. Isso se deve ao fato de o crescimento da renda domiciliar per capita nas metrópoles do Rio de Janeiro e de São Paulo (18,5% e 16,2%, respectivamente) ter sido menor do que no Brasil (32,5%), entre 2002 e 2011. Mais recentemente, entre 2008 e 2011, a expansão da renda per capita vem desacelerando na RMRJ (2,6%), enquanto na RMSP houve alta de 10,8%. Municípios: Rio de Janeiro, Niterói, Belford Roxo, Duque de Caxias, Guapimirim, Itaboraí, Japeri, Magé, Mesquita, Nilópolis, Nova Iguaçu, Paracambi, Queimados, São Gonçalo, São João de Meriti, Seropédica, Tanguá, Petrópolis, Itaguaí, Cachoeiras de Macacu, Rio Bonito e Maricá. MAPA DA REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO Fonte: Estado do Rio de Janeiro, 2019. REGIÃO DO MÉDIO VALE DO PARAÍBA Municípios: Resende, Volta Redonda, Porto Real, Barra Mansa, Itatiaia, Pinheiral, Piraí, Barra do Piraí, Rio Claro, Valença, Quatis e Rio das Flores. • Região localizada no vale do rio Paraíba do Sul; • Seu histórico de ocupação e degradação está associado à atividade cafeeira; • É a região que mais cresce no interior do estado, devido à posição logística no eixo RJ-SP-BH; • A atividade industrial é bastante intensa, com a presença de empresas como: CSN (Volta Redonda), Volkswagen (Resende), Michelin (Itatiaia), entre outras; • Poluição atmosférica muito intensa, pela presença de muitas indústrias; • A presença do Parque Nacional de Itatiaia alavanca o turismo na região e fortalece o setor de comércio e serviços em cidades como Resende e Itatiaia; • Pecuária leiteira e agricultura em Valença, Barra Mansa, Quatis e Resende. REGIÃO CENTRO-SUL FLUMINENSE Municípios: Três Rios, Areal Comendador Levy Gasparian, Paraíba do Sul, Sapucaia, Vassouras, Paty dos Alferes, Mendes, Miguel Pereira e Engenheiro Paulo de Frontin. • A produção cafeeira foi dinamizadora da região no passado; • Três Rios como principal centro da região. Privilegiado pelo entroncamento rodoferroviário e localização estratégica entre MG e RJ; • Principais atividades econômicas: Metalurgia (Três Rios), Alimentos, Mecânica, Cerâmica (Paraíba do Sul), Construção Civil (Miguel Pereira), entre outras. REGIÃO SERRANA Municípios: Cantagalo, Carmo, Cordeiro, Bom Jardim, Duas Barras, Nova Friburgo, Sumidouro, Santa Maria Madalena, São Sebastião do Alto, Trajano de Morais, Petrópolis, São José do Vale do Rio Preto, Teresópolis e Macuco. • Apresenta bons indicadores socioeconômicos, sendo bem dinamizada nos setores da indústria, do comércio e da prestação de serviços. Sofreu, nas últimas décadas, com o crescimento urbano desordenado; • A região sofre com os desastres naturais, devido aos intensos deslizamentos de terra, normalmente, promovidos pelas chuvas em abundância, principalmente no verão, gerando perda de vidas, bens materiais e abalo econômico na região e no estado; • As terras cultivadas na região abastecem os municípios da região metropolitana; • Contribuem para o desenvolvimento da agricultura: clima e a rede hidrográfica, relevo, o solo e o índice pluviométrico; • Atividade turística bastante desenvolvida, voltada para o turismo histórico (Petrópolis), turismo rural, ecoturismo, turismo cultural (culturas alemãs e suíças) e o turismo de comércio (polos têxteis e moda íntima);• A indústria têxtil tem um papel muito importante na região, chegando a exportar lingerie para diversos países. REGIÃO DAS BAIXADAS LITORÂNEAS Municípios: Maricá, Saquarema, Araruama, Iguaba Grande, São Pedro da aldeia, Cabo Frio, Arraial do Cabo, Armação de Búzios, Casimiro de Abreu, Rio das Ostras, Silva Jardim, Rio Bonito e Cachoeira de Macacu. • A importância do fator clima na região: o clima entre Arraial do Cabo e Cabo Frio é diferente do restante do estado, sendo um local que chove menos, venta mais e o número de dias ensolarados durante o ano é maior, o que estimula o turismo de veraneio na região; • Ressurgência - este fenômeno, característico da região, impulsiona a indústria pesqueira em Cabo Frio; • Turismo é a principal atividade, gerando diversas outras, como comércio e construção civil; • Os ecossistemas de restingas e lagunas sofrem com a pressão desordenada e a falta de políticas públicas para a conservação; • Outros dois setores da indústria muito importantes são: a pesca e a produção de sal, este último em decadência pela pressão dos empreendedores imobiliários e pela concorrência com a produção do Rio Grande do Norte; • Falta de infraestrutura e o crescimento desorganizado, impulsionado pela especulação imobiliária, são os principais causadores de problemas socioambientais na região; • Expansão das atividades não agrícolas. REGIÃO NORTE FLUMINENSE Municípios: Campos dos Goytacazes, Carapebus, Cardoso Moreira, Conceição de Macabu, Macaé, Quissamã, São Fidélis, São Francisco de Itabapoana e São João da Barra. • Produção de etanol de cana-de-açúcar; • Solos férteis, relevo de planície, disponibilidade hídrica, tradição em agricultura, força de trabalho numerosa e baixo custo, proximidade dos grandes centros consumidores; • Bacia de Campos: exploração do petróleo off shore; • Indústrias ligadas ao setor petrolífero presentes cada vez em maior número na região; • Falta de infraestrutura básica em cidades como Macaé e Campos; • Royalties do petróleo aumentando receitas dos municípios, sem outrora, melhorar as condições de vida da população; • Estrutura fundiária marcada pela forte concentração de terras. REGIÃO NOROESTE FLUMINENSE Municípios: Itaperuna, Aperibé, Bom Jesus do Itabapoana, Cambuci, Italva, Itaocara, Lajes do Muriaé, Natividade, Porciúncula, Santo Antônio de Pádua, São José de Ubá e Varre-Sai. • É a região mais pobre do estado, participa apenas com 1% do PIB do estado; • Itaperuna é o maior centro da região; • O meio físico da região é composto por muitas serras, rios, morros e cachoeiras; • A região está localizada na porção leste da Serra da Mantiqueira; • A agropecuária é a principal atividade econômica (pecuária leiteira). A estrutura fundiária é concentrada, os solos não são utilizados adequadamente e a pecuária é extensiva. REGIÃO DA COSTA VERDE Municípios: Itaguaí, Mangaratiba, Angra dos Reis e Paraty. • É a região de menor extensão territorial; • Possui ainda uma grande unidade de Mata Atlântica do estado, além de diversos ecossistemas associados. Entretanto, esse ecossistema vem sofrendo com a expansão de atividades urbanas; • Na região existem diversas reservas ambientais; • Estão localizadas as Usinas Nucleares de Angra; • Turismo forte em Angra dos Reis e Paraty. MESORREGIÕES FLUMINENSES (IBGE) O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) dividiu o estado do Rio de Janeiro e demais estados em mesorregiões e microrregiões geográficas, sobretudo para fins estatísticos, tendo em vista a gestão do território. As mesorregiões foram identificadas segundo os seguintes critérios: organização produtiva, relações existentes entre as cidades e condicionamentos naturais ligados ao relevo, clima, vegetação e hidrografia. De acordo com esses critérios, no Rio de Janeiro foram delimitadas 6 mesorregiões e 18 microrregiões. Os 92 municípios fluminenses estão distribuídos em seis mesorregiões geográficas – Norte Fluminense, Noroeste Fluminense, Centro Fluminense, Sul Fluminense, Metropolitana do Rio de Janeiro e Baixadas. Fonte: http://www.baixarmapas.com.br/wp-content/uploads/mapa-estado-rio- de-janeiro-mesorregioes.png MESORREGIÃO GEOGRÁFICA MICRORREGIÃO GEOGRÁFICA MUNICÍPIOS Sul Fluminense Vale do Paraíba Fluminense Barra Mansa, Itatiaia, Pinheiral, Piraí, Porto Real, Quatis, Resende, Rio Claro e Volta Redonda Baía da Ilha Grande Angra dos Reis e Paraty Barra do Piraí Barra do Piraí, Rio das Flores e Valença Metropolitana do Rio de Janeiro Vassouras Engenheiro Paulo de Frontin, Mendes, Miguel Pereira, Paracambi, Paty dos Alferes e Vassouras. Itaguaí Itaguaí, Mangaratiba e Seropédica Rio de Janeiro Belford Roxo, Duque de Caxias, Guapimirim, Itaboraí, Japeri, Magé, Maricá, Mesquita, Nilópolis, Niterói, Nova Iguaçu, Queimados, Rio de Janeiro, São Gonçalo, São João de Meriti e Tanguá Serrana Petrópolis, Teresópolis e São José do Vale do Rio Preto Macacu-Caceribu Cachoeira do Macacu e Rio Bonito Baixadas Litorâneas Bacia de São João Casimiro de Abreu, Rio das Ostras e Silva Jardim Lagos Araruama, Armação de Búzios, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Iguaba Grande, São Pedro da Aldeia e Saquarema Centro Fluminense Três Rios Areal, Comendador Levy Gasparian, Paraíba do Sul, Sapucaia e Três Rios Cantagalo-Cordeiro Cantagalo, Carmo, Cordeiro e Macuco Nova Friburgo Bom Jardim, Duas Barras, Nova Friburgo e Sumidouro Santa Maria Madalena Santa Maria Madalena, São Sebastião do Alto e Trajano de Moraes Noroeste Fluminense Itaperuna Bom Jesus de Itabapoana, Italva, Itaperuna, Laje de Muriaé, Natividade, Porciúncula e Varre-Sai Santo Antônio de Pádua Aperibé, Cambuci, Itaocara, Miracema, Santo Antônio de Pádua e São José de Ubá Norte Fluminense Campos de Goytacazes Campos de Goytacazes, Cardoso Moreira, São Fidélis, São Francisco de Itabapoana, São João da Barra. Macaé Carapebus, Conceição de Macabu, Macaé e Quissamã. QUESTÕES CORRELATAS 01. “O município de Resende pertence à mesorregião ______________ fluminense.” Assinale a alternativa que completa corretamente a afirmativa anterior: A) leste B) oeste C) centro-oeste D) norte E) sul 02. São mesorregiões do estado do Rio de Janeiro, exceto: A) Baixadas Litorâneas. B) Centro Fluminense. C) Metropolitana do Rio de Janeiro. D) Nordeste Fluminense. E) Norte Fluminense. 03. Niterói pertence à Região Metropolitana do estado do Rio de Janeiro, composta por vários outros municípios. Das opções abaixo, aquela que contém município que NÃO pertence à Região Metropolitana é: A) Rio de Janeiro, Belford Roxo, Duque de Caxias, Guapimirim e Itaboraí. B) Tanguá, Seropédica, Rio de Janeiro, Belford Roxo e Itaboraí. C) Barra Mansa, Duque de Caxias, Guapimirim, Itaboraí e Itaguaí. D) Itaguaí, Japeri, Magé, Maricá e Mesquita. E) Paracambi, Queimados, São Gonçalo, São João de Meriti e Seropédica. 04. Não é um município que integre a Região das Baixadas Litorâneas: http://www.baixarmapas.com.br/wp-content/uploads/mapa-estado-rio-de-janeiro-mesorregioes.png http://www.baixarmapas.com.br/wp-content/uploads/mapa-estado-rio-de-janeiro-mesorregioes.png A) Araruama. B) Casimiro de Abreu. C) Saquarema. D) Armação de Búzios. E) Macaé. 05. São municípios que, no estado do Rio de Janeiro, integram a mesma região de governo do município de Saquarema: A) Cabo Frio e Nova Friburgo. B) Maricá e Silva Jardim. C) Araruama e Arraial do Cabo. D) Itaboraí e Rio Bonito. E) São Pedro da Aldeia e Tanguá. CAPÍTULO 02 RELAÇÕES SOCIEDADE E NATUREZA NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO O tema “Geografia doRio de Janeiro e Conhecimentos Gerais” tem feito parte da grade de edital de diversos concursos do estado do Rio de Janeiro, inclusive do Concurso para Polícia Militar do referido estado. Esse enfoque retrata o caráter inovador da disciplina a partir da sua abordagem crítica. Este material traz uma visão múltipla sobre a Geografia, abordando especificidades físicas e humanas. Natureza e sociedade se embaralham e moldam o planeta em seus vários recantos. Os temas abordados adentram na explicação da natureza e do dia a dia dos habitantes dos continentes, de modo a fazer menção aos mais variados temas. Várias temáticas vêm acompanhadas de textos complementares para que um maior arcabouço teórico possa ser oferecido ao leitor. Acreditamos que, a partir dessa leitura, possamos ampliar o conhecimento de nossa realidade. --------------------------------------------------------------------- IMPACTOS AMBIENTAIS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO O estado do Rio de Janeiro apresenta uma grande variedade de ecossistemas e de paisagens. No entanto, em virtude do processo de ocupação em seu território, iniciado no século XVI, vem sofrendo perdas significativas em seu ambiente natural, além do risco de degradação ambiental. Observa-se que, ao longo de sua formação socioespacial, as atividades ligadas à agricultura, à pecuária, ao extrativismo, ao turismo e à indústria, além da urbanização, expandiram-se pelo território fluminense sem levar em conta a preservação de seus recursos naturais. Houve também uma grande concentração econômica, populacional, espacial e decisória na região metropolitana, especialmente em seu núcleo, a cidade do Rio de Janeiro, o que resultou na fraca articulação entre as diversas regiões fluminenses. Recentemente, o estado vem passando por inúmeras transformações em sua estrutura produtiva, em função da maior inserção na economia global. As atividades implantadas são conduzidas por empresas e/ou interesses multinacionais, trazendo mudanças significativas ao espaço fluminense. Essas ações têm provocado intensa mobilidade espacial da população, modificações na paisagem, em seu uso e suas funções, além de gerar problemas ambientais com impacto em diversos recursos naturais, bem como no patrimônio natural e cultural. Também geram conflito ambiental nas diversas regiões em que se localizam. Deslizamento de terra na Avenida Oscar Niemeyer Ciclovia Tim Maia, na avenida Oscar Niemeyer, que desabou em forte ressaca do mar, no ano de 2016 Vamos avaliar os impactos ambientais de acordo com a divisão regional do território fluminense, proposta pela CEPERJ, com base na Lei Estadual nº 1227/87. São elas: Metropolitana, Noroeste Fluminense, Norte fluminense, Baixadas Litorâneas, Serrana, Centro-Sul Fluminense, Médio Paraíba e Costa Verde, englobando 92 municípios. REGIÃO GEOGRÁFICA /POPULAÇÃO * 2010 MUNICÍPIOS Região Metropolitana do Rio de Janeiro (11.945.532 hab.) Cachoeiras de Macacu, Rio Bonito, Itaguaí, Seropédica, Rio de Janeiro, Nilópolis, Queimados, Japeri, Paracambi, Nova Iguaçu, Belford Roxo, São João de Meriti, Duque de Caxias, Magé, Guapimirim, Itaboraí, Tanguá, Maricá, Mesquita, Niterói e São Gonçalo Noroeste Fluminense (317.493 hab.) Varre-Sai, Porciúncula, Natividade, Laje do Muriaé, Itaperuna, Bom Jesus de Itabapoana, São José de Ubá, Miracema, Santo Antônio de Pádua, Aperibé, Itaocara, Cambuci e Italva Norte Fluminense (849.515 hab.) São Francisco de Itabapoana, Cardoso Moreira, São Fidélis, Campos dos Goytacazes, São João da Barra, Quissamã, Conceição de Macabu, Carapebus e Macaé Baixadas Litorâneas (700.841 hab.) Rio das Ostras, Casimiro de Abreu, Silva Jardim, Cabo Frio, Araruama, Saquarema, São Pedro da Aldeia, Iguaba Grande, Arraial do Cabo e Armação de Búzios Serrana (805.627 hab.) Carmo, Cantagalo, São Sebastião do Alto, Santa Maria de Madalena, Duas Barras, Cordeiro, Macuco, Sumidouro, Bom Jardim, Trajano de Morais, Nova Friburgo, Teresópolis, Petrópolis e São José do Vale do Rio Preto Centro-Sul Fluminense (272.227 hab.) Comendador Levy Gasparian, Paraíba do Sul, Vassouras, Engenheiro Paulo de Frontin, Miguel Pereira, Paty de Alferes, Três Rios, Areal, Sapucaia e Mendes Costa Verde (243.500 hab.) Paraty, Angra dos Reis e Mangaratiba Médio Paraíba (855.193 hab.) Barra do Piraí, Barra Mansa, Itatiaia, Pinheiral, Piraí, Porto Real, Quatis, Resende, Rio Claro, Rio das Flores, Valença e Volta Redonda Fonte: Ceperj, 2014; IBGE, Cidades, 2010. REGIÃO METROPOLITANA FLUMINENSE O perfil metropolitano de concentração populacional afirmou-se no passado remoto e eclodiu dos anos 1940 em diante, atraindo um grande fluxo de migrantes, predominantemente nordestinos. Essa concentração metropolitana culminou nos anos 1960, consolidando-se nas décadas seguintes. Em 2010, a Região Metropolitana fluminense contava com um contingente populacional de 11.945.532 habitantes (IBGE, 2010). Seus principais problemas ambientais, relacionados ao intenso processo de metropolização, estão associados à proliferação de loteamentos sem infraestrutura, falta de saneamento e de destinação adequada do lixo, precariedade dos transportes públicos, baixo nível de renda e de escolaridade da população. Nas áreas de baixadas, verificam-se, com frequência, enchentes e inundações nos períodos chuvosos. Enchente em 1966, no Rio de Janeiro. Deslizamento de terra em 1966. A enchente de 1966 é considerada um exemplo de resultado danoso de uma ocupação de áreas pantanosas e/ou mangues com a diminuição da capacidade de absorção do solo, em uma área onde a chuva é parte do ecossistema em um processo de urbanização desgovernado. Todas as funções citadas vêm contribuindo para a ocorrência de inúmeros impactos na Baía de Guanabara, tais como: lançamento de esgoto sanitário sem tratamento e de lixo de todo tipo, com origem nos afluentes da baía ou jogados diretamente no espelho d’água; óleo das embarcações; aterro em suas margens; e retirada de manguezais. As atividades existentes, somadas com aquelas que se estão instalando em suas bordas, em função da nova lógica econômica, vêm afetando, de forma drástica, as atividades de pesca artesanal. A instalação do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) no município de Itaboraí teve início em 2008, sendo considerado o maior empreendimento da Petrobras e um dos maiores do mundo, envolvendo a instalação de várias indústrias. Com essa construção, novos problemas emergiram na porção leste do núcleo metropolitano, potencializando os problemas já existentes no entorno da baía. Nessa área, chama-se também a atenção para as alterações vindouras no município de Maricá, em função da especulação imobiliária e dos inúmeros empreendimentos previstos. O emissário submarino do Comperj, cujas obras estão em fase final, transportará os dejetos químicos provenientes do Complexo Petroquímico, em Itaboraí, lançando-os a dois quilômetros da praia de Itaipuaçu. Ainda haverá outro emissário para efluentes, de construção polêmica e cujo duto também passa por Maricá. O processo de licenciamento dos diferentes empreendimentos que integram o Comperj identificou um conjunto de impactos que atingem diversos elementos do ambiente físico e daquele relacionado à sociedade, provocando acentuada alteração na paisagem, intenso fluxo migratório para a área e expansão urbana. O Arco Metropolitano é outro grande projeto levado a efeito nessa porção do território fluminense, ligando o Comperj ao Porto de Itaguaí e passando pelos municípios de Duque de Caxias, Nova Iguaçu, Japeri, Seropédica, Magé, Guapimirim e Queimados. Esse trajeto oferece avantagem de reduzir os custos de transporte ao encurtar distâncias, o que beneficia a cidade do Rio de Janeiro, por desviar os impactos do fluxo de transporte de cargas. Sua construção impactou quatro unidades de conservação de uso sustentável: a Flona Mário Xavier, a APA Rio d’Ouro, a APA Retiro e a APA do Guandu. Entretanto, alguns estudos apontam para seu potencial em termos de crescimento econômico, considerando esse o projeto viário mais importante para o estado do Rio de Janeiro. Sua implantação é avaliada como um fator favorável ao estabelecimento de indústrias, notadamente aquelas ligadas às atividades de petróleo e gás. Faz parte, portanto, das iniciativas de logística de inserção do Porto de Itaguaí e demais empreendimentos. Sua construção, contudo, gerou um número elevado de impactos à natureza e à sociedade. A referida rodovia também corta numerosas áreas de baixa ocupação e com vazios urbanos. Essas áreas merecem especial atenção, pois podem atrair intenso fluxo de população, tornando-se, assim, vulnerável a ocupações desordenadas. Na porção oeste da Região Metropolitana fluminense, outro grande empreendimento – o Porto de Itaguaí – vem atraindo um grande fluxo de população e novas atividades, provocando um novo surto de crescimento nesse município e nas adjacências. O Porto de Itaguaí vem-se destacando em importância, sendo considerado um dos mais modernos da América Latina e o primeiro concentrador de cargas do Atlântico Sul. No município de Itaguaí, também estão em desenvolvimento vários projetos, dentre os quais o que envolve a Petrobras, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e a Gerdau, prevendo a construção de um porto compartilhado, no qual se instalará o apoio à exploração do pré-sal. Seropédica é outro município que integra essa região de governo e que tem, na produção de areia para a construção civil, especialmente no rio Guandu, importante atividade. No entanto, nesse município, ocorrem inúmeros casos de extração ilegal. Embora seja uma atividade que assume grande relevância econômica, abastecendo 70% da construção civil da Região Metropolitana, nem sempre é realizada com respeito às leis de licenciamento ambiental, que incluem as condicionantes e um plano de recuperação. Entre os problemas ambientais causados por essa atividade, verificam-se impacto visual, assoreamento dos rios e abandono dos terrenos (crateras), deixando para trás um grande passivo ambiental. https://oglobo.globo.com/rio/policia-ambiental-prende- sete-por-extracao-irregular-de-areia-em-seropedica- 22776292 REGIÃO DO MÉDIO PARAÍBA A região do Médio Paraíba, área do eixo Rio–São Paulo, apresenta intenso fluxo de mercadorias e de pessoas, com a dinâmica econômica vinculada à expansão industrial, destacando-se as indústrias automobilística e siderúrgica. Inclui-se entre as áreas que receberam o maior número de empreendimentos no estado do Rio de Janeiro. Conta ainda com vários projetos de grande porte, em fase de implantação, ligados principalmente à indústria automobilística. Seus problemas ambientais estão relacionados ao desmatamento, à poluição dos rios e à expansão de periferias urbanas, além de pressão sobre o patrimônio natural: o Parque Nacional de Itatiaia. REGIÃO DAS BAIXADAS LITORÂNEAS A área do conjunto das Baixadas Litorâneas se destaca pela expansão do setor de turismo e lazer, assim como o de segunda residência, recebendo também os impactos provenientes das ações ligadas ao setor de petróleo. Nas últimas décadas, apresentou intenso crescimento populacional, observando-se um grande descompasso entre a demanda e a oferta de serviços públicos. Seus principais problemas ambientais dizem respeito à ocupação desordenada e ao uso inadequado em ambientes considerados frágeis, como manguezais, praias, costões e restingas. O município de Rio das Ostras vem sofrendo intenso processo de erosão em sua linha de costa, o que altera sobremaneira a praia, derruba árvores e destrói edificações. Processo erosivo na costa – Rio das Ostras. REGIÃO CENTRO-SUL FLUMINENSE A região que compreende o Centro-Sul Fluminense sofreu, durante anos, as consequências da decadência da produção de café. Atualmente, sua economia se baseia nas atividades agropastoris tradicionais, renovadas pelas atividades turísticas fundamentadas em seu patrimônio histórico e cultural, oriundas da cafeicultura. A construção da usina hidroelétrica de Simplício, no município de Três Rios, é responsável pelo maior impacto ambiental nessa região. Nessa área, verifica-se uma perda muito grande da vegetação natural, encontrando-se predomínio das pastagens ralas, muito sujeitas a queimadas nas épocas de seca, e ocorrendo diminuição dos corpos hídricos. Essa questão motivou a criação, no município de Vassouras, do projeto “Cadê a Água https://oglobo.globo.com/rio/policia-ambiental-prende-sete-por-extracao-irregular-de-areia-em-seropedica-22776292 https://oglobo.globo.com/rio/policia-ambiental-prende-sete-por-extracao-irregular-de-areia-em-seropedica-22776292 https://oglobo.globo.com/rio/policia-ambiental-prende-sete-por-extracao-irregular-de-areia-em-seropedica-22776292 de Andrade Costa?”, desenvolvido pela ONG Vale Verdejante, com o apoio da Assessoria e Planejamento para o Desenvolvimento (Asplande), em face do risco de se extinguirem algumas nascentes e de diminuírem as águas desses córregos. Outro elemento importante está relacionado ao impacto nos ambientes marinhos, com a ocorrência de desastres ambientais que têm origem nos vazamentos de óleo nas atividades de exploração de petróleo. Em novembro de 2011 e março de 2012, verificou-se um vazamento de óleo causado pela empresa Chevron, ocorrido em uma sonda de perfuração em Campo de Frade, na bacia de Campos. REGIÃO DA COSTA VERDE O litoral sul do estado, denominado Região da Costa Verde, é uma área que tem passado por transformações decorrentes da expansão dos setores turístico e imobiliário, da implantação de grandes indústrias e das atividades ligadas à logística de transporte global, com a expansão portuária e a construção da Usina Nuclear de Angra 3. Nessa região, há previsão de um grande aporte de recursos financeiros para atender à implantação de inúmeros projetos. Entretanto, tais empreendimentos envolvem muitos impactos ambientais e conflitos com as populações tradicionais e as atividades econômicas. Para se ter uma ideia da magnitude dos problemas ambientais que afetam essa área, pode-se citar a lista de impactos relacionados à “Fase de Implantação e Operação de Angra 3”, conforme apresentada pela Eletronuclear no processo de licenciamento. O referido estudo chama a atenção ainda para o raio de ação dos impactos de Angra 3 e para sua proximidade com o Núcleo Metropolitano, área mais densamente ocupada do estado do Rio de Janeiro. As instalações termonucleares são empreendimentos polêmicos que devem ser considerados com muito cuidado, por apresentarem impacto elevado e de alto risco. REGIÃO NOROESTE FLUMINENSE A antiga área de produção cafeeira, situada na Região Noroeste Fluminense, parece ainda ressentir- se do processo de erradicação dos cafezais. Além da baixa renda de sua população, apresenta problemas de enchentes, inundações e degradação dos solos. Em 2003, verificou-se um desastre ambiental de grande proporção, proveniente do derramamento de mais de 1 bilhão de litros de resíduos tóxicos de uma indústria em Cataguases, no rio Pomba, afluente da margem esquerda do rio Paraíba do Sul, afetando-o da confluência à foz. REGIÃO NORTE FLUMINENSE A região Norte Fluminense, considerada uma das mais problemáticas do estado do Rio de Janeiro, apresenta inúmeras dificuldadesque advêm dos impactos provenientes das atividades relacionadas à exploração do petróleo, à implantação de grandes empreendimentos e à expansão desordenada de suas cidades. A área apresenta intenso fluxo de pessoas, bens e mercadorias, associado aos problemas de expansão urbana acelerada, como, por exemplo, a precariedade do saneamento básico e do transporte, e o uso inadequado do solo urbano. O Complexo Logístico Industrial Farol Barra do Furado, na divisa de Quissamã e Campos dos Goytacazes, o Complexo do Superporto do Açu, em São João da Barra, e o Terminal Portuário Offshore Canaã, no município de São Francisco do Itabapoana, são exemplos de empreendimentos formados por vários projetos previstos para a área. Esses projetos foram os grandes responsáveis pelas rápidas transformações que se desencadearam no Norte Fluminense, além de terem causado um grande número de conflitos e impactos no ambiente natural e na sociedade. Como exemplo do impacto causado por essas transformações, observa-se que, com o Projeto do Porto do Açu, o município de São João da Barra passará a ter, como principais atividades, aquelas ligadas à função portuária, enquanto as atividades tradicionalmente tidas como mais importantes (agrícolas e pecuárias) não mais funcionarão como setor econômico básico. Esse projeto tem gerado muita polêmica, com o questionamento e a solicitação de revisão do licenciamento ambiental. REGIÃO SERRANA FLUMINENSE A chamada Região Serrana Fluminense é uma área que se reestrutura em torno de novas organizações industriais, aliando itens tradicionais e modernos, como a agricultura, o turismo, o centro de informática e a tendência às agroindústrias alimentar e têxtil, ambas apoiadas na presença de um grande mercado metropolitano próximo. As enchentes e os deslizamentos de terra ocorridos em 2011 e 2013, que configuraram um desastre ambiental de grandes proporções, foram traumáticos para a população. As atividades econômicas da região, especialmente nos municípios de Petrópolis, Teresópolis e Friburgo, ainda se ressentem dos impactos sofridos. Além disso, desmatamento, uso inadequado do solo urbano/rural, uso intensivo de agrotóxicos, ocupação desordenada das encostas, falta de fiscalização dos órgãos públicos e desvios de recursos públicos também estão no centro das catástrofes. QUESTÕES CORRELATAS 01. Observando o mapa, é correto afirmar que o fenômeno apresentado pela foto corresponde A) ao processo de desmatamento para a expansão da agropecuária, sobretudo soja e criação de bovinos, que ocorre na Amazônia Legal, identificado no mapa pelo número 1. B) à uma das consequências que se pode notar com o desmatamento da Floresta de Araucárias para a produção de papel, identificado no mapa pelo número 5. C) aos deslizamentos ou escorregamentos de solos, decorrentes de formas inadequadas de ocupação, frequentemente observados na região identificada pelo número 4. D) ao processo de devastação dos Cerrados em função da expansão de cultivos mecanizados de grãos para exportação, verificados na região identificada pelo número 3. E) ao processo de “arenização”, decorrente do uso inadequado dos solos para pastagens, típicos das áreas identificadas pelos números 2 e 6. 02. "Chuva faz dezenas de pessoas deixarem casas em Angra (RJ); 52 morreram. Com medo de novos deslizamentos de terra, dezenas de pessoas deixaram suas casas na manhã desta quarta-feira, a pedido da Defesa Civil Municipal de Angra dos Reis (RJ), após uma chuva fraca atingir a cidade." (Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano. Acesso em: 06 jan. 2010.) A tragédia ocorrida em Angra dos Reis (RJ) põe mais uma vez em evidência um problema socioambiental bastante comum em cidades brasileiras, que são os deslizamentos de terra. A respeito dessa questão assinale a alternativa CORRETA: A) Tais deslizamentos são consequência, exclusivamente, dos níveis de pluviosidade muito acima da média histórica, o que desencadeou um escoamento de águas superficiais com grande intensidade. B) Os deslizamentos de terra em Angra dos Reis e em várias cidades brasileiras são decorrentes, principalmente, de um processo de ocupação desordenada de áreas de encosta, onde a retirada de cobertura vegetal, associada à declividade do relevo e as chuvas, potencializam o escoamento superficial, tendo por consequência o grande arraste de terra. C) Os deslizamentos de terra em Angra dos Reis são decorrentes de um processo de ocupação desordenada de diversas áreas, em que a retirada da cobertura vegetal provoca um grande aumento da infiltração de água no solo, culminando com os deslizamentos de massa. D) Os recentes deslizamentos de terra ocorridos em Angra dos Reis, diferentemente dos demais que ocorrem no Brasil, têm origem de natureza tectônica, tendo em vista que a área em que ocorreram os deslizamentos localiza-se em uma falha geológica. E) Apesar de haver uma ocupação urbana desordenada em Angra dos Reis, os recentes deslizamentos de terra não poderiam ter sido evitados, tendo em vista que em função do fenômeno El Niño, o volume de chuvas registrado foi o maior da história do Rio de Janeiro. http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano Geografia Rio de Janeiro Cap 1 Geografia Rio de Janeiro Cap 2
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