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coloide Trabalho II

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UNIVERSIDADE SAVE
INTERFACE SÓLIDO-LÍQUIDO 
Licenciatura em ensino de Química com Habilitações em Gestão de Laboratórios
Aissa Martins Nhombe
Bento João Naiene
Diocleta Diamantino Mabote
Naimo José Neve
Massinga 
2021
1
	UNIVERSIDADE SAVE
FACULDADE DE CIÊNCIAS NATURAIS E EXATAS
	
INTERFACE SÓLIDO-LÍQUIDO 
Trabalho de Química Coloidal apresentado a Faculdade de Ciências Naturais e Exactas, para efeitos de avaliação.
Docente: MSc. Fernando Comé
Aissa Martins Nhombe
Bento João Naiene
Diocleta Diamantino Mabote
Naimo José Neves
Massinga
2021
Índice páginas
CAPITULO I	5
1.0.INTRODUÇÃO	5
1.1.Objectivos:	5
1.1.1.Geral	5
1.1.2.Específicos	5
1.2.Metodologia	5
CAPITULO II	6
2.0.INTERFACE SÓLIDO-LÍQUIDO	6
2.1.Conceitos fundamentais	6
2.2.Tipos de interfaces	6
2.3.Interface sólido-líquido	6
2.3.1.Mecanismo que contribuem para o surgimento de excesso de cargas	6
2.3.2.Hidratação da superfície	7
2.4.Ângulos de contacto e humedecimento	7
2.4.1.Ângulo de contacto	7
2.4.2.Relação entre ângulo de contacto e humedecimento dos minerais	9
2.4.3.Medição directa do ângulo de contacto	9
2.5.Flotação de minérios	10
2.5.1.Aplicação da flotação em processos industria	11
2.5.2.Tratamento de minério por flutuação	11
2.6.Detergência	12
2.6.1.Efeitos detergentes	12
2.7.Adsorção na superfície mineral	14
CAPITULO III	17
3.0.CONCLUSÃO	17
4.0.Referencias Bibliográficas	18
CAPITULO I
1.0.INTRODUÇÃO
O presente trabalho, aborda assuntos relacionados a cadeira de Química coloidal, especificamente sobre a interface sólido-líquido. Este processo pode ser entendido olhando para a segunda lei da termodinâmica “os sistemas evoluem, espontaneamente segundo um sentido preferencial, tendo para um estado de equilíbrio”, isto é, as superfícies geradas a partir da ruptura de ligações frágeis (de natureza molecular, por exemplo) estarão próximas do estado de equilíbrio, ao contrário, as superfícies formadas a partir da ruptura de ligações bastante energética (ligações covalentes por exemplo) reagem espontaneamente com o meio a fim de baixar o seu nível energético.
Como resultado das interacções energéticas na interface sólido-liquido, as superfícies dos minerais apresentam um desbalaceamento de carga, podendo apresentar um excesso de carga positiva ou negativa.
1.1.Objectivos:
1.1.1.Geral 
· Estudar a interface sólido-líquido
1.1.2.Específicos 
· Caracterizar a formação de uma interface sólido-liquido 
· Descrever a Hidratação da superfície
· Apresentar as Principais características da adsorção química
1.2.Metodologia 
Para a realização do presente trabalho com vista ao alcance dos objectivos preconizados, constituiu-se como metodologia básica a pesquisa bibliográfica. Esta pesquisa consistiu na consulta de várias obras literárias e de alguns artigos em Internet e que as tais referências bibliográficas se encontram na última página do trabalho.
CAPITULO II
2.0.INTERFACE SÓLIDO-LÍQUIDO
2.1.Conceitos fundamentais
Segundo Shaw (1992), Interface: é uma fina camada limite entre duas fases, com dimensão coloidal (1 nm), que possui propriedades químicas e físicas diferentes das propriedades das fases constituintes. 
2.2.Tipos de interfaces
Segundo Shaw (1992), Existem cinco tipos de interfaces que são:
· Sólido-sólido; 
· Sólido-líquido;
· Sólido-gás;
· Líquido-líquido;
· Líquido-gás.
2.3.Interface sólido-líquido
Segundo Atkins (2003), a segunda lei da termodinâmica é enunciada da seguinte forma “Os sistemas evoluem, espontaneamente, segundo um sentido preferencial, tendendo para um estado de equilíbrio”. 
Segundo Shaw (1992), as superfícies geradas a partir da ruptura de ligações frágeis (de natureza molecular, por exemplo) estarão próximas do estado de equilíbrio. Ao contrário, as superfícies formadas a partir da ruptura de ligações bastante energéticas (ligações covalentes, por exemplo) reagem espontaneamente com o meio a fim de abaixar o seu nível energético. Como resultado das interacções energéticas na interface sólido-líquido, as superfícies dos minerais apresentam um desbalanceamento de carga, podendo apresentar um excesso da carga positiva ou negativa.
2.3.1.Mecanismo que contribuem para o surgimento de excesso de cargas
· Cristais iónicos, Hidratação da superfície e substituição isomórfica. 
Segundo Shaw (1992), cristais iónicos: em contacto com um líquido polar (como a água), cada espécie iónica de superfície de um mineral hidrofílico fica submetida a dois esforços que atuam em sentido contrário:
· O que resulta da interacção com os outros iões da estrutura cristalina (potencial eléctrico) - que actua no sentido de manter o referido ião na superfície;
· O que resulta da interacção com as moléculas da água e espécies dissolvidas - que favorece a remoção de iões (potencial químico).
Espécies iónicas existentes na superfície do sólido migram para a solução de forma heterogénea, ou seja, as espécies são removidas com diferentes graus de dificuldade. Ao mesmo tempo alguns iões provenientes da solução podem adsorver-se na superfície do sólido. Essa movimentação prossegue até que o produto das concentrações iónicas iguale o produto de solubilidade. Portanto, em contacto com um líquido polar, como a água, alguns minerais comportam-se como cristais iónicos com diferentes graus de solubilidade (SOUZA, 2007).
Esse comportamento, sob o ponto de vista energético, indica que o processo de deslocamento de iões prossegue até que seja estabelecido o equilíbrio electroquímico do sistema. Após o estabelecimento do equilíbrio electroquímico, a superfície sólida apresenta um excesso de carga eléctrica. Essa carga, em geral, é negativa devido à tendência dos catiões à hidratação e portanto, a permanecerem na fase aquosa em maior quantidade do que os aniões (SOUZA, 2007).
2.3.2.Hidratação da superfície
No momento em que um mineral hidrofílico é imerso em uma solução aquosa, a sua superfície interage com as moléculas da água, tornando-se hidratada. Em seguida, os grupamentos ácidos e básicos resultantes são dissociados em função do pH da suspensão, dando origem a uma superfície que pode ter carga negativa (ionização dos grupos ácidos) ou positiva (ionização dos grupos básicos) (SOUZA, 2007).
2.4.Ângulos de contacto e humedecimento
2.4.1.Ângulo de contacto
Segundo Silva (2016), define-se ângulo de contacto (ϴ) como o ângulo formado entre a fase sólida e a fase gasosa, medido através da fase líquida.
Se uma bolha de gás for colocada em contacto com a superfície de um sólido imerso em um líquido, ela vai formar um ângulo (ϴ) com a fase sólida. Tal ângulo é denominado de ângulo de contacto. Via de regra, na mineração, a fase sólida é um mineral ou rocha, a fase líquida é a água e a fase gasosa é o ar atmosférico. 
Figura 1: Representação Gráfica do ângulo de contacto. Fonte: SILVA (2016)
Segundo Silva (2016), o ângulo formado entre as superfícies conhecido como ângulo de contacto (θ), pode ser usado como uma medida da hidrofobicidade ou hidrofilicidade do sólido. Esse ângulo permite a quantificação dos vários graus de afinidade intermediários entre esses dois casos extremos. Podemos observar três vectores assim identificados como: S/L, S/G e L/G, que representam a tensão superficial das interfaces S/L, S/G e L/G, respectivamente. Eles agem paralelamente às suas respectivas interfaces e se encontram orientados no sentido oposto ao aumento da área interfacial.
Ao chamarmos os três vectores (S/L, S/G e L/G,) de tensão superficial, enfoca-se o fenómeno sob o ponto de vista da Mecânica e, por isto, as unidades mais apropriadas são: N/m no sistema SI e dyn/cm no Sistema CGS.
Se enfocarmos o fenómeno através da Termodinâmica, então os termos S/L, S/G e L/G, serão definidos como variação da energia livre interfacial por unidade de área, mantendo-se constantes a temperatura e pressão. Neste caso, as unidades mais adequadas seriam J/m2 no sistema SI. Para a interface Sólido/Líquido (SL),temos: .
2.4.2.Relação entre ângulo de contacto e humedecimento dos minerais
Segundo Silva (2016), dependendo da magnitude do ângulo de contacto (ϴ), pode-se prever o humedecimento do sólido por qualquer líquido, ou seja:
· Se ϴ=0 o sólido tem total afinidade pelo líquido e será plenamente molhado ou húmido pelo mesmo;
· Se 0 o < ϴ ≤ 90º, diz-se que o sólido é parcialmente molhado ou húmido pelo líquido;
· Quando ϴ > 90º, o sólido repele o líquido completamente.
No que concerne à água, nenhum mineral apresenta ângulo de contacto maior do que 90º. Minerais portadores de oxigénio geralmente apresentam ϴ~0 o mas após adsorção de surfatantes na interface mineral/solução, ϴ pode chegar a valores de até 90º.
A relação entre o ângulo de contacto e a energia superficial do mineral é definida matematicamente pela equação de Young: 
2.4.3.Medição directa do ângulo de contacto
Segundo Silva (2016), a magnitude do ângulo de contacto de um mineral pode ser determinada por medidas directas ou indirectas. A adopção do método está condicionada ao fato da amostra do mineral ser um fragmento ou um pó. Nesta situação, vamos focar na medida directa, abordando os minerais quartzo (SiO2), grafita (C), ouro nativo (Au) e calcocita (Cu2S).
Quando a amostra do mineral é suficientemente grande para ser cortada em placas com dimensões mínimas de 2cm x 2cm, utiliza-se um equipamento denominado de goniômetro de contacto, realizando-se medidas directas através desse equipamento:
(a) Se a placa que representa o mineral for imersa no líquido e uma bolha de ar for colocada em contacto com ela (Figura 2A), a medida é feita pela técnica chamada de “Bolha Cativa” ou “Captive Bubble”;
(b) Se uma gota do líquido for posicionada sobre uma placa seca do mineral (Figura 2B), o ângulo de contacto será medido através de uma técnica chamada de “Gota Séssil” ou “Sessile Drop”.
Figura 2: Ângulo de contacto medido pelo método da Gota Séssil. Fonte: SILVA (2016)A
B
2.5.Flotação de minérios
A flotação é uma técnica de separação de misturas que consiste na introdução de bolhas de ar a uma suspensão de partículas. Com isso, verifica-se que as partículas aderem às bolhas, formando uma espuma que pode ser removida da solução e separando seus componentes de maneira efectiva (SOUSA & COLS., 2003).
O importante nesse processo é que ele representa exactamente o inverso daquele que deveria ocorrer espontaneamente: a sedimentação das partículas. A ocorrência do fenómeno se deve à tensão superficial do meio de dispersão e ao ângulo de contacto formado entre as bolhas e as partículas (SOUSA & COLS., 2003).
A tensão superficial é a responsável pela formação das bolhas e pode ser entendida como uma espécie de película que envolve os líquidos, semelhante à existente na gema do ovo. Isso explica porque, quando viramos um copo molhado, algumas gotas permanecem presas à sua superfície ou porque uma torneira mal fechada consegue segurar a gota de água até certo limite de tamanho antes que esta caia. A justificativa para esse fenómeno está no facto de que as moléculas situadas no interior de um líquido são, em média, sujeitas à força de atracção igual em todas as direcções, ao passo que as moléculas situadas, por exemplo, na superfície de separação líquido-ar, estão submetidas à força de atracção não balanceada ou não equilibrada, o que resulta numa força preferencial em direcção ao interior do líquido. O maior número possível de moléculas se deslocará da superfície para o interior do líquido e a superfície tenderá a contrair-se. Isso também explica porque gotículas de um líquido ou bolhas de gás tendem a adquirir uma forma esférica (JAFELICCI & MASSI, 2007). 
A explicação está no fato de que a superfície dessas partículas é hidrofóbica, fazendo com que a tensão superficial da água expulse a partícula do líquido e promova a adesão da partícula na superfície da bolha de ar. O que não ocorre com os outros componentes hidrofílicos com ângulos de contacto pequenos presentes no sistema, que preferem permanecer no meio líquido em vez de aderir à superfície da bolha de ar (Venditti, 2004).
Para uma adesão satisfatória, são necessários ângulos de contacto de pelo menos 50° a 75°, enquanto, para uma boa adesão às bolhas, o ângulo de contacto deve ser preferencialmente superior a 90°, O tamanho da partícula também é factor limitante do processo, pois para ser arrastada, a partícula deverá ter dimensões próximas das coloidais (SOUSA & COLS., 2003).
2.5.1.Aplicação da flotação em processos industria
Em 1886, Carrie Everson, estudando química e metalurgia com seu marido, por meio da experimentação, descobriu a possibilidade da ocorrência da flotação e registou a patente do processo. No entanto, as patentes mais disputadas, referem-se à aplicação do processo inicialmente na separação mineral e na extracção do cobre a partir da calcopirita (CuFeS2). Nesse processo, o mineral é pulverizado e combinado com óleo, água e detergentes. As partículas de sulfetos esmagadas e moídas são molhadas por óleo, mas não por água. Então o ar é borbulhado através da mistura. O sulfeto mineral recoberto de óleo adere à bolha de ar e flutua na superfície com a espuma formada e o resíduo não desejado, pobre em cobre, chamado de ganga, deposita-se na parte inferior. A remoção da espuma é bastante simples e a separação das partículas bastante eficiente (ATKINS E JONES, 2001).
A aplicação na separação de minerais é o emprego mais convencional da flotação, seguido de seu uso na recuperação de corantes em indústrias de papel, tratamento de água e esgoto. Pesquisas recentes ampliaram o uso da flotação em processos tais como despoluição de rios, separação de plástico e até mesmo separação de microrganismos (SABESP, 2006).
2.5.2.Tratamento de minério por flutuação
O minério é esmagado, e misturado com água, à qual se adiciona um óleo. Este vai adsorver-se à superfície do minério, o que faz com que o ângulo de contacto na interfase SLG aumente. Outras partículas permanecem molhadas pela água.
As moléculas de óleo são amfílicas, criando uma superfície hidrofóbica. É então adicionado um agente espumante e forçado ar no fundo do vaso. As partículas aderem às bolhas de ar vindo à superfície, onde são recolhidas ricas em metal (SOUSA & COLS., 2003).
2.6.Detergência
A detergência consiste na remoção de sujidade de superfícies sólidas por meio de surfactantes, consistindo na principal aplicação deste tipo de materiais e os detergentes são substâncias que reduzem a tensão superficial de um líquido, sendo estes compostos, também considerados tensioactivos (PIETER, 1985).
2.6.1.Efeitos detergentes
Segundo PIETER (1985), Um bom detergente deve obedecer às seguintes características:
· Bom poder molhante para entrar em contacto com a superfície;
· Capacidade para remover a “sujidade”.
a) Factores da formulação apropriada
Para Segundo PIETER (1985), A formulação apropriada é dependente de vários factores:
· Tipo de superfície – Vidros, Plásticos; cerâmicos; fibras naturais e sintéticas, pele, cabelos, etc.
· “Sujidade” – características polares/apolares, reactividade ou inércia química;
· Molhamento- Em roupas por exemplo, é necessário reduzir a tensão superficial a 40mN.m1.
b) Remoção da sujidade
Segundo PIETER (1985), A remoção da sujidade: designado por O a sujidade (do termo Oil) temos:
WSO = OW + SW - SO
A acção do detergente consiste em reduzir OW e SW diminuindo a energia de adesão entre o Oil e a superfície sólida. Portanto, se a sujidade é líquida, a remoção é uma questão de ângulos de contacto. A adição de detergente diminui o ângulo de contacto na interfase SOW
· Se 0 <<90° A remoção é por meios mecânicos, e se 90° < <180° O processo envolve solubilização.
A diferença entre sabão e detergente é o processo de obtenção de cada um, sendo os detergentes obtidos a partir de ácido sulfónico (pela reacção entre álcool e ácido sulfúrico), e o sabão obtido por um sal de ácido graxo (pela reacção de saponificação que se dá entre um triester e uma base forte). 
Pode-se afirmar que, sabão é biodegradável, ou seja,é degradado pelos microorganismos presentes na natureza, dependendo o meio em que se encontra, a biodegradabilidade da molécula do sabão pode ocorrer em até mais ou menos 24 horas, isso ocorre devido a não existência de ramificações nas cadeias carbónicas, sendo degradada amplamente pelos microorganismos. Os detergentes para que atinja sua máxima biodegradabilidade, deve ser formado a base de sulfonato de Áquila Linear em substituição ao alquilbenzeno sulfonato, os quais não possuem a presença de anel benzeno na estrutura molecular, possuindo cadeia orgânica linear, que permite assim a decomposição com o ataque de microrganismos (PIETER, 1985).
 Figura 3: Estrutura do detergente. Fonte: PIETER (1985)
Uma desvantagem do sabão está em possuir menor poder tensioactivo e, consequentemente menor poder de limpeza que os detergentes. Diferentemente dos detergentes os sabões possuem gorduras não saponificáveis, agridem menos a pele, os detergentes quando utilizados retiram até a gordura natural da pele podendo o usuário adquirir maior susceptibilidade a irritações da mesma. 
O principal tensioactivo presente nos detergentes de uso doméstico é o aniónico, como o alquilbenzeno sulfonato (ABS), que teve uma grande aceitação no mercado por apresentar maior eficiência comparada aos sabões. Mas devido apresentar elevados problemas na estação de tratamento de rede de esgoto, com grandes formações de espuma, teve de ser substituído por tensoativos biodegradáveis como os alquilbenzeno sulfonato linear (LAS). 
Quando comparados aos demais tensioactivos, os aniónicos apresentam uma alta umectância, elevado grau de detergência e um alto poder espumante. Os sabões de ácidos graxos; os alquil sulfonatos; os alquil éter sulfonatos e os alquil sulfossuccionatos são os principais representantes dos tensioactivos aniónicos, que apresentam as características citadas (PIETER, 1985).
Os ABS eram de difícil degradação devido sua cadeia hidrofóbica apresentar carbonos quaternários já os LAS, apresentam cadeias alquílicas lineares. A biodegradação de um tensioactivo LAS ocorre em duas fases, no primeiro momento existe a quebra da cadeia hidrofóbica, no segundo momento os produtos de degradação são transformados em dióxido de carbono, água e sais minerais. Os melhores surfactantes são os que adsorvem na interfase sólido/água e óleo/água, com melhores efeitos detergentes. A adsorção na interface água/ar com a consequente diminuição de não é indicação de bom desempenho (PIETER, 1985).
2.7.Adsorção na superfície mineral
Segundo Shaw (1975), considera-se que uma determinada espécie química (iónica ou molecular), em solução, está adsorvida a uma superfície quando a sua concentração na interface supera a concentração dessa espécie na solução. A adsorção de um determinado reagente a uma superfície mineral implica na redução da sua concentração na solução aquosa. A adsorção sempre contribui para a diminuição da energia livre do sistema e liberação de uma determinada quantidade de calor.
Fenómeno espontâneo e exotérmico, sendo o calor cedido pela reacção conhecida como calor de adsorção. O calor de adsorção pode ter diferentes intensidades, dependendo do tipo de interacção:
· Baixo: ligação de hidrogénio e nas interacções de van der Waals;
· Elevado: nas interacções covalentes. 
a) A adsorção pode ser específica ou não específica
Segundo Shaw (1975), Adsorção específica: pode ser química ou física (van der Waals):
· Adsorção electrostática: é física e não específica.
· Adsorção física ou fisissorção
· Está relacionada à presença de iões indiferentes na fase líquida e ocorre por acção de forças electrostáticas.
· A densidade de adsorção depende, fundamentalmente, do excesso de carga existente na superfície mineral.
· O ião adsorvido mantém-se a uma determinada distância da superfície, podendo situar-se na camada de Stern (camada fixa) ou na camada de Gouy (camada dispersa).
· Na camada de Stern os contra iões perdem o movimento Browniano devido à intensidade da atracção eléctrica que aumenta com a proximidade da superfície. 
· Por sua vez, na camada dispersa os iões se movimentam, aleatoriamente, em função da energia molecular (movimento Browniano) e das forças electrostáticas.
b) Principais características da adsorção física
· A adsorção é pouco energética (<20 kcal.mol-1), ou seja, a força de ligação é frágil;
· Como consequência do baixo calor envolvido, a adsorção é reversível, podendo ser desfeita com a simples quebra do equilíbrio electroquímico do sistema. 
· A adsorção é pouco selectiva;
· Pode ocorrer em qualquer superfície, desde que apresente um excesso de carga eléctrica de sinal contrário;
· A adsorção é muito rápida. Nos sistemas com colector que se adsorve fisicamente não há necessidade de tempo de condicionamento. 
c) Adsorção química ou quimissorção
Ocorre quando existe afinidade entre um ião específico, presente na fase líquida, e um determinado ião da superfície mineral – as espécies envolvidas passam a formar um composto químico na superfície. O ião desidratado "toca" a superfície mineral e a aproximação não depende das cargas eléctricas.
d) Principais características da adsorção química
· A adsorção envolve um elevado calor de adsorção (> 40 kcal.mol -1);
· Em consequência do elevado calor da reacção, a adsorção é irreversível;
· Ocorre de forma selectiva, já que exige uma compatibilidade química entre as espécies envolvidas.
· A adsorção só ocorre em sítios específicos de determinadas superfícies;
· Exige um determinado tempo mínimo de condicionamento para a formação do composto na superfície do mineral;
· Os iões da solução e da superfície interagem formando um único sistema ambos perdem a sua individualidade original.
· Os iões sorvidos por atracção electrostática (iões indiferentes) conseguem apenas a redução do potencial zeta (que pode chegar a zero), não afectando o potencial de superfície.
 
CAPITULO III
3.0.CONCLUSÃO
As superfícies geradas a partir da ruptura de ligações frágeis (de natureza molecular, por exemplo) estarão próximas do estado de equilíbrio. Ao contrário, as superfícies formadas a partir da ruptura de ligações bastante energéticas (ligações covalentes, por exemplo) reagem espontaneamente com o meio a fim de abaixar o seu nível energético. Como resultado das interacções energéticas na interface sólido-líquido, as superfícies dos minerais apresentam um desbalanceamento de carga, podendo apresentar um excesso da carga positiva ou negativa.
A Hidratacao de superfície, verifica-se no momento em que um mineral hidrofílico é imerso em uma solução aquosa, a sua superfície interage com as moléculas da água, tornando-se hidratada. Em seguida, os grupamentos ácidos e básicos resultantes são dissociados em função do pH da suspensão, dando origem a uma superfície que pode ter carga negativa (ionização dos grupos ácidos) ou positiva (ionização dos grupos básicos).
A adsorção química é caracterizada por envolver um elevado calor de adsorção (> 40 kcal.mol -1), Em consequência do elevado calor da reacção, a adsorção é irreversível, Ocorre de forma selectiva já que exige uma compatibilidade química entre as espécies envolvidas, Exige um determinado tempo mínimo de condicionamento para a formação do composto na superfície do mineral e Os iões sorvidos por atracção electrostática (iões indiferentes) conseguem apenas a redução do potencial zeta (que pode chegar a zero), não afectando o potencial de superfície.
 
4.0.Referencias Bibliográficas
1. ATKINS, Peter. Físico-Química-Fundamentos. 3ª Edição, editora LTC. 2003, Pp 110-116.
2. SOUZA,W et al. Técnicas de microscopia electrónica aplicadas as ciências biológicas. Rio de Janeiro. 2007
3. PIETER Burggraaf, "Guidelines for Optical Microscopy", Semiconductor Internacional, Volume 8,No. 2, Pág. 54-62, 1985.
4. SHAW, D. J. Introduction to Colloid and Surface Chemistry. 4o Ed. Burlington: Butterworth - Heinemann, 1992.
5. SHAW, Duncan J. Introdução à Química dos Colóides e de Superfícies. São Paulo: Edgard Blücher; Edusp, 1975.
6.SILVA, Aline Geice Vitor et al. Desenvolvimento de filmes finos de sílica com propriedade autolimpante e antirreflexiva: síntese, funcionalização e caracterização. 2016. 101 F. Dissertação (Mestrado) - Curso de Programa de Pós-graduação em Engenharia de Materiais, Departamento de Engenharia de Materiais, Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2016. Cap. 1. Disponível em http://www.posmat.cefetmg.br/wpcontent/uploads/sites/120/2017/08/Disserta%C3%A7%C3%A3o_Aline_Silva.pdf. Acesso em: 8 out. 2021.

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