· DIREITO CONSTITUCIONAL AVANÇADO (Lara Alves Vieira) - TEORIA DO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE -> Temos como base a hierarquia constitucional, pois só assim será possível fazer uma análise das normas INFRACONSTITUCIONAIS com a constituição. (pirâmide de Kelsen) - TIPOLOGIA DA INCONSTITUCIONALIDADE a) Quanto à norma constitucional violada: a.1) FORMAL (tem algum tipo de vício no procedimento de formação da lei - MONODINÂNICA): - INICIATIVA (ex. deputado que faz lei que trata de remuneração de servidor público, ele não é competente para tanto, logo tem um vício na iniciativa da lei, NO SUJEITO); - PROCESSO LEGISLATIVO (esse geralmente tem algum vício relacionado na tramitação legislativa, por exemplo o quórum inadequado na aprovação da uma lei); - COMPETÊNCIA (orgânica, se é competência dos estados, dos municípios ou da União legislar sobre aquele tema). a.2) MATERIAL (trata-se da matéria disposta nos arts. da constituição, é o seu conteúdo - MONOESTÁTICA). b) Quanto ao tipo de conduta ofensiva: b.1) AÇÃO (+), quando existe uma conduta positiva do poder público, ou seja, ele até agiu, mas a sua conduta está eivada de vícios. b.2) OMISSÃO (-), há uma inércia por parte do poder público, um dos exemplos mais dados é a ausência de lei infraconstitucional que trate da greve dos servidores públicos. A omissão pode ser parcial ou total. c) Quanto ao momento: c.1) ORIGINÁRIA, é a única admitida no Brasil, ocorre quando uma norma nasce inconstitucional em relação ao parâmetro vigente (constituição da época). c.2) SUPERVENIENTE, o STF não reconhece. d) Quanto ao alcance (extensão) do vício: d.1) TOTAL, não é possível salvar nenhum artigo desta norma, está em sua totalidade comprometido com a constitucionalidade. d.2) PARCIAL, é possível que seja declarada a inconstitucionalidade de um artigo só, sem comprometer os demais artigos da norma. e) Quanto ao prisma de apuração: e.1) DIRETA (forma imediata), é a inconstitucionalidade imediata, análise frontal com a constituição, norma é diretamente analisada com a constituição, não há uma analise de norma intermediárias. e.2) INDIRETA (forma mediata), pode ser REFLEXA (quando o vício é decorrente do desrespeito a uma norma infraconstitucional – ex: uma lei originariamente constitucional que é regulamentada por um decreto que desrespeita a constituição) ou CONSEQUENCIAL (quando há duas normas, que tenham uma relação de dependência – PRINCIPAL E ACESSÓRIA – sendo que a declaração de inconstitucionalidade afeta a acessória e vice versa. - PARÂMETRO PARA A DECLARAÇÃO DE (IN)CONSTITUCIONALIDADE · O preâmbulo NÃO é parâmetro. · Parte Permanente (art.1º ao 250º). · Parte Transitória (ADCT) – tem parâmetro, desde que o art. Tenha aplicabilidade atual. - CLASSIFICAÇÃO DAS FORMULAS ADOTADAS PARA O CONTROLE a) Quanto a natureza do órgão: No Brasil é só o JURÍDICO, legislativo e o executivo não participam do controle de constitucionalidade. b) Quando ao momento: b.1) PREVENTIVO, quando é feito durante o trâmite legislativo. b.2) REPRESSIVO, é a regra geral, feita após a edição da norma, neste caso a norma já esta vigente. c) Relação entre o órgão e o momento do controle: c.1) JUDICIAL-PREVENTIVO, órgão jurisdicional faz antes da edição da norma (ex.: MS de impetrado por parlamentar). c.2) JUDICIAL-REPRESSIVO, é a mais usada, é a regra geral. c.3) POLÍTICO-PREVENTIVO, são exemplos: o veto do presidente (no poder executivo) e a comissão de conciliação e justiça (poder legislativo). c.4) POLÍTICO-REPRESSIVO, congresso suspendendo ato do executivo (art. 49, V, CF. d) Quanto ao nº de órgãos competentes: d.1) CONTROLE DIFUSO, tem PLURARIDADE DE ÓRGÃOS (incidente) d.2) CONTROLE CONCENTRADO, é SÓ UM órgão, geralmente o STF. e) Quanto à finalidade do controle: e.1) CONTROLE CONCRETO, incidente (difuso), é uma questão prejudicial. e.2) CONTROLE ABSTRATO, (concentrado), avaliação em tese, só analisa a constitucionalidade. -> CONTROLE DIFUSO DE CONSTITUCIONALIDADE O controle difuso não tem ações específicas, podem ocorrer em qualquer ação. Além da análise da constitucionalidade tem uma questão incidental que é prejudicial (ex. repetição indébito). -SINÔNIMOS: INCIDENTAL E PREJUDICIAL -EFEITOS: “EX TUNTC” E “INTER PARTES”, ou seja, tem natureza declaratória que retroage e tem efeito, via de regra, para as partes da lide. -COMPETÊNCIA: QUALQUER ÓRGÃO, aquele que é endereçado na inicial (inclusive o juízo de primeiro grau). -JUÍZO DE VERIFICAÇÃO (QUESTÃO PREJUDICIAL). -LEGITIMIDADE: AUTOR, RÉU, EVENTUAL 3º INTERESSADO, MP e o JUIZ de OFÍCIO (com exceção o STF no recurso extraordinário em razão do prequestionamento). - OBJETO: QUALQUER NORMA (estadual, municipal, federal,...). -PARÂMETRO: CF ATUAL ANTERIOR. - DECISÃO: meramente declaratória, com efeitos “ex tunc”. - CONTROLE DIFUSO NOS TRIBUNAIS Sempre que um incidente de inconstitucionalidade for recebido pelo tribunal, o relator deve submeter a questão ao órgão fracionário. · CLAÚSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO O órgão pode entender pela constitucionalidade ou pela inconstitucionalidade. Se entender que a norma é CONSTITUCIONAL -> o órgão fracionário irá julgar a questão (declarando a norma compatível com a CF) e na sequência julga o pedido principal (já que a const. Era só um incidente). Se entender que a norma é INCONSTITUCIONAL -> o órgão fracionário enviará uma espécie de acórdão provisório ao PLENO ou ORGÃO ESPECIAL para julgamento. Estes ficarão incumbidos de julgar a inconstitucionalidade (E SOMENTE ESTA), pois o pedido principal permanecerá no órgão fracionário, somente aguardando a solução do incidente para desfecho do mérito (CISÃO FUNCIONAL DE COMPETÊNCIA). ART. 949, CPC – mitigou a reserva de plenário quando estabelece que quando o pleno ou órgão especial já tiverem decidido o INCIDENTE DE CONSTITUCIONALIDADE ou INCONSTITUCIONALIDADE, não será mais necessário que os órgão fracionários nos casos subsequentes, submetam a mesma questão ao pleno ou órgão especial, bastando que se aplique a decisão anteriormente prolatada. - EFEITOS DA DECISÃO > TEMPORAL: “EX TUNC” · MODULAÇÃO DOS EFEITOS DA DECISÃO Isso porque, as vezes, retroagir uma norma decidindo pela sua inconstitucionalidade pode gerar prejuízos e falta de segurança jurídica, permitindo que o tribunal (ou juiz singular) diga a partir de quando terá efeitos, ele pode até mesmo postergar e colocar seu início em uma data futura. - EM REGRA, essa modulação é cabível apenas no controle CONCENTRADO, mas em situações excepcionais o STF tem admitido sua aplicação também no controle difuso, mediante um juízo de ponderação a fim de resguardar a segurança jurídica. - A modulação significa que a decisão pode não retroagir, mas valer a partir do trânsito em julgado ou outro momento que a corte venha a fixar, para o futuro (efeito “pro futuro”) > SUBJETIVO: “INTER PARTES” – quando for decidido pelo juiz/tribunal (regra) e “ERGA OMNES” – quando for pelo STF (exceção). - SITUAÇÃO DO SENADO FEDERAL (ART. 52, X, CF) Antes de 2017 precisava de uma RESOLUÇÃO DO SENADO para ter efeito “ERGA OMNES”, depois de 2017 para ter o efeito “erga omnes” a decisão do STF o senado só precisa dar publicidade, não precisa mais de resolução. - TIPO DE AÇÕES NO CONTROLE DIFUSO Todas, em regra geral, com exceção da ACP que até cabe, mas precisa ter pedido principal e incidenta de constitucionalidade. · CONTROLE CONCENTRADO DE CONSTITUCIONALIDADE - Se difere do difuso pelas ações taxativas (ADI, ADC, ADO e ADPF), aqui só tem pedidos referentes a constitucionalidade. · AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE ADI a) Características gerais: - Órgão julgador: STF - Controle abstrato - Processo objetivo em teses - “Ausência de partes” – é diferente do controle difuso, pois trata-se de partes interessadas, mas terá eficácia “erga omnes”, eles representam um grupo. b) Legitimidade Ativa (art. 103, CF – rol taxativo, não é extensivo aos vices, exceto quando no exercício da titularidade). · AUTORIDADES: Presidente da República, PGR, Governador estados, Governador do DF. · MESAS: Senado Federal, Câmara