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ETIOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO DAS MÁS-OCLUSÕES

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1 Sophya de Almeida Lima 
Ortodontia 
ETIOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO DAS MÁS-OCLUSÕES 
INTRODUÇÃO 
❖ Palavra Etiologia: 
➢ Etio: vem do Grego, Aitia, que significa causa. 
➢ Logia: vem do Latim, Logos, que significa estudo. 
➢ Estudo da causa. 
❖ Boa oclusão: 
➢ Mastigação. 
➢ Respiração. 
➢ Fonação. 
➢ Deglutição. 
❖ A importância de saber a etiologia das más oclusões? 
➢ Dor → Cura → Definindo a etiologia da mal oclusão para “agir” nela. 
❖ Palavra mal oclusão: 
➢ Mal: vem do Latim, Male, que significa, de modo irregular, diferente do que deveria ser. 
➢ Oclusão: do Latim, Oclusi-oné, que significa, fechar, cerrar. 
ESTUDO DA ETIOLOGIA DAS MÁS-OCLUSÕES 
❖ Estudo, investigação da origem ou causa de um fenômeno que em ortodontia, se refere as 
anomalias da oclusão dentária. 
❖ Conhecer os fatores etiológicos das mal oclusões é fundamental na prática ortodôntica para 
prevenir certas irregularidades, definir o prognóstico de tratamento e viabilizar a estabilidade 
dos casos tratados. 
❖ A má-oclusão tem sido definida como qualquer desvio da oclusão normal. 
❖ Oclusão ideal: 
➢ É considerada a oclusão ideal aquela que permite a realização de todas as funções 
fisiológicas próprias do sistema estomatognático, ao mesmo tempo em que é preservada a 
saúde de suas estruturas constituintes (Luaritzem, 1974). 
❖ Segundo Moyers, a má-oclusão é o resultado da interação de diversos fatores de um sistema 
tissular em desenvolvimento, o qual possui seu próprio padrão de crescimento. 
❖ Equação de Moyers: 
CAUSAS atuam em → PERÍODO sobre → TECIDOS produzindo → EFEITOS 
• Hereditárias; 
• Causas de 
desenvolvimento 
de origem 
desconhecida; 
• Traumatismos; 
• Agentes físicos; 
• Hábitos; 
• Enfermidades; 
• Má nutrição. 
• Contínuo ou 
intermitente. 
• Diferentes 
faixas etárias. 
• Neuromusculatura; 
• Dentes; 
• Ossos e 
cartilagem; 
• Tecidos moles. 
• Disfunção; 
• Má oclusão; 
• Displasia 
óssea. 
 
 
2 Sophya de Almeida Lima 
 
ETIOLOGIA DAS MÁS-OCLUSÕES 
❖ A capacidade de cada sistema tecidual de se adaptar varia grandemente e toda a adaptabilidade 
diminui com o envelhecimento. 
❖ O mesmo fator etiológico pode ter efeitos diferentes em idades diferentes e em pessoas 
diferentes. 
❖ Etiologia → Más-oclusões → Multifatorial. 
❖ Vários genes + fatores ambientais. 
❖ FATORES GENÉTICOS – HEREDITARIEDADE: 
➢ Óbvia a forte influência hereditária nas características faciais. 
➢ Fácil reconhecer tendencias familiares: inclinação do nariz, 
forma dos maxilares e tipo de sorriso. 
➢ O tamanho dentário aumentado ou diminuído pode causar 
apinhamentos ou diastemas respectivamente, assim como 
cúspides extranumerárias, cúspides em garra, geminação, 
fusão dentaria, associadas a displasia ectodérmica e disostose 
cleidocraniana ou não. 
➢ As irregularidades de origem genética não podem ser prevenidas, elas simplesmente se 
instalam como fatalidade biológica, mas podem ser atenuadas com intervenção ortodôntica, 
ortopédica e/ou cirúrgica, dependendo da localização, da extensão e da gravidade da mal 
oclusão. 
➢ Fatores genéticos → Malformações dentais → Dentes supranumerários ou malformados. 
▪ Distúrbios durante o estágio de morfodiferenciação do desenvolvimento dentário. 
▪ Mais comum → variação de tamanho (incisivos laterais superiores e segundos pré-
molares superiores). 
▪ Cerca de 5% da população total tem uma significativa “discrepância do tamanho dentário” 
→ a oclusão normal se torna impossível. 
 Discrepância de Bolton e Agenesia, 
respectivamente. 
 Discrepância de Bolton com macrodontia 
do incisivo central superior direito e microdontia do incisivo lateral superior direito, 
respectivamente. Nesses casos, é mais fácil aumentar a coroa clinica do incisivo lateral 
pequeno, do que reduzir os incisivos laterais grandes. 
 
 
3 Sophya de Almeida Lima 
❖ DENTES SUPRANUMERÁRIOS. 
▪ Presença de dente extra, com grande potencial de 
alterar o desenvolvimento da oclusão normal. 
▪ Intervalo precoce com a remoção deste dente é 
geralmente indicada para de obter alinhamento e 
relação oclusal. 
▪ Os dentes supranumerários também parecem ser 
geneticamente determinados. Essa anomalia encontra-
se frequentemente presente em pais e irmãos de 
pacientes portadores, apesar de a herança não seguir 
um padrão mendeliano simples. Evidencias 
observadas em gêmeos com supranumerários também 
sustentam essa hipótese. 
▪ Os dentes supranumerários tornam-se particularmente 
preocupantes para o ortodontista quando funcionam 
como obstáculo para a irrupção dos dentes numerários. 
O movimento dentário em pacientes com indicação de tratamento ortodôntico pode 
também ser impedido pela presença de dentes supranumerários não irrompidos. Quando 
conseguem irromper na arcada dentária, os supranumerários tendem a criar uma 
discrepância negativa entre dente e osso e um comprometimento estético. 
❖ Instabilidade oclusal > apinhamento superior. 
❖ ERUPÇÃO ECTÓPICA; 
❖ FISSURAS LABIO-PALATINAS: 
▪ Alterações no desenvolvimento e/ou na maturação dos processos embrionários entre a 
4° e 10° semana de vida embrionária. Falta de fusão dos processos nasais com os 
processos maxilares e estes entre si. 
▪ Representam malformações craniofaciais de origem poligênica, ou seja, um grupo de 
genes atua para determinar o fenótipo, interagindo com fatores ambientais. Desse modo, 
sua etiologia é considerada multifatorial, pois uma congregação de genes com interações 
ambientais determina o fenótipo final. 
 
▪ Classificação das fissuras: pré-forame, transforame, pós-forame e raras de face. 
▪ Pacientes com fissuras completas de lábio e palato mostram etiológicos complexas 
resultantes da presença da fissura em si, das anomalias dentárias associadas 
principalmente aos dentes adjacentes à fissura e, finalmente, da atresia maxilar 
transversal e sagital ocasionada pelas cirurgias plásticas primárias. 
▪ O arco dentário mostra-se segmentado nos pacientes com fissuras que atravessam o 
rebordo alveolar. A ausência de tecido ósseo alveolar na região da fissura impõe 
modificações nas angulações dentárias naturais nos dentes que irrompem vizinhos à 
fissura. Geralmente os caninos apresentam angulações mais acentuadas, enquanto os 
incisivos que ladeiam a fissura mostram-se contra- angulados, definindo desvios da linha 
 
 
4 Sophya de Almeida Lima 
média superior nos casos de fissuras unilaterais. 
 
❖ ETIOLOGIA DA MÁ-OCLUSÃO DE ORIGEM MATERNA: 
➢ Alimentação precária: cálcio. 
➢ Enfermidades graves: rubéola (hipoplasia, aplasia parcial ou total dos dentes decíduos, 
erupção retardada) e sífilis (dentes Huthinson). 
➢ Agentes teratogênicos: AAS, habito de fumar pode causa fenda labial. 
 
❖ CONFORMAÇÃO FETAL E INJÚRIAS DO NASCIMENTO: 
➢ Conformação intrauterina alterada: pressão contra a face no desenvolvimento intrauterino 
pode levar a distorções nas áreas de crescimento rápido. Raro > braço pressionando a face 
no útero > deficiência maxilar. 
➢ Trauma mandibular durante o processo de nascimento, particularmente pelo uso do fórceps 
no parto. 
➢ Trauma mandibular ao nascimento: 
▪ Uso de fórceps na cabeça do bebe para auxiliar o nascimento pode danificar ATM. 
▪ Teoricamente: grande pressão na área da ATM pode causar: hemorragia interna, perde 
de tecido e subsequente subdesenvolvimento da mandíbula. 
❖ ENFERMIDADES PÓS-NATAIS: 
➢ Alergia – distúrbios imunológicos. 
➢ Anemia – retardamento do crescimento. 
➢ Distúrbios endocrinológicos – hipófise, paratireoide e tireoides. Podem afetar os ossos, o 
tempo de fechamento das suturas, o período de erupção dos dentes e a velocidade de 
reabsorção dos decíduos. 
➢ Fratura dos maxilares na infância. Fratura condilar > frequentemente ocorre um crescimento 
assimétrico > lado afetado se desenvolve menos. 
➢ Disfunção muscular. Diminuição do tônus da atividade muscular > distrofia muscular, 
paralisia cerebral e síndromesde hipotonicidade muscular > mandibular se desloca para 
baixo excessivamente > resultado: aumento da altura facial anterior, excessiva erupção dos 
dentes posteriores, atresia da arcada superior e mordida aberta anterior. 
❖ INTERFERÊNCIA NA ERUPÇÃO: 
➢ Perda dental precoce. 
 
 
5 Sophya de Almeida Lima 
➢ Retenção prolongada. 
➢ Tratamento: 
▪ Extração do dente supranumerário que possa estar obstruindo. 
▪ Remover a cobertura óssea do dente permanente. 
▪ Fazer uma incisão na gengiva para que o dente possa surgir na cavidade oral. 
❖ ALIMENTAÇÃO: 
➢ Amamentação: 
▪ A mandíbula é estimulada a realizar movimentos para frente e para trás e para cima e 
para baixo (movimento de ordenha); 
▪ Os músculos orais, faciais e a língua agem em conjunto; Respiração nasal; 
▪ Controle dos movimentos-reflexos: sucção, deglutição e respiração. 
➢ Mastigação: 
▪ Aparecimento dos primeiros dentes. 
▪ 7 a 8 meses > introdução de alimentos pastosos e sólidos. 
▪ Com 3 anos é o início da consolidação da mastigação adulta com alimentos sólidos: 
estimulam o crescimento ósseo, da cartilagem e promove o aumento da massa muscular. 
❖ RESPIRAÇÃO: 
➢ Respiração bucal: 
▪ 68,1% da população nunca foi amamentado ou foi amamentado por mais de um mês, 
62% utilizaram mamadeira por mais de 1 ano. 
▪ Hipertrofia das tonsilas faringeanas (adenoides). 
▪ Hipertrofia das tonsilas palatinas (amígdalas). 
▪ Problemas alérgicos – rinite, sinusite, bronquite – que congestionam as vias aéreas 
superiores, dificultando a respiração nasal e forçado a alteração do padrão respiratório. 
▪ Falta de crescimento transversal da maxila e elevação da abóbada palatina. 
▪ Apinhamento e/ou protrusão dos dentes anteriores superiores. 
▪ Mordida cruzada posterior; 
▪ Arcada superior com formato triangular. 
▪ Tendencia a mordida aberta anterior. 
▪ Interposição de língua na deglutição. 
▪ Língua em posição descendente: crescimento rotacional da mandíbula para baixo e para 
trás; aumento da altura do terço médio inferior da face. 
▪ Incompetência lábia. 
▪ Hipotonicidade labial. 
▪ Lábio superior curto. 
▪ Lábio inferior invertido e espesso. 
▪ Olheiras. 
▪ Características comportamentais: 
• Crianças inquietas, impacientes, ansiosas e medrosas, irritadas constantemente e 
impulsivas. 
• Acordam muito cansadas devido a dificuldade respiratória. Por isso na escola, tem 
muito sono, não conseguem prestar atenção nas aulas e estão sempre cansadas e 
deprimidas. 
▪ Ocorrem dificuldades na alimentação: 
• Obesidade: come muito rápido para poder respirar ou pelas refeições geralmente 
serem acompanhadas por muito liquido, além da preferencia por massas, pois estas 
são mais fáceis para serem mastigadas e deglutidas. 
 
 
6 Sophya de Almeida Lima 
• Magros: são aqueles que geralmente não se interessam pela comida, pois durante a 
mastigação e deglutição pode ocorrer a falta de ar. 
▪ O diagnostico e tratamento do respirador bucal é tarefa para uma equipe multidisciplinar, 
uma vez que essa anomalia esta associada frequentemente a processos infecciosos nas 
vias aéreas, asma, alergia, problemas cardiopulmonares, imunológicos, transtornos do 
crescimento craniofacial, bem como problemas posturais generalizados. 
❖ HÁBITOS BUCAIS DELETÉRIOS: 
➢ Sucção: 
▪ Hábito da sucção faz parte da fase de desenvolvimento normal da criança, que é a fase 
bucal, onde sua maior percepção está na boca. 
▪ O ato de sucção anormal está relacionado ao estado emocional da criança, normalmente 
ela o executa em momentos de ansiedade. 
▪ Nem todos que praticam a sucção digital apresentam arcos deformados e dentes em má 
oclusão. 
▪ Depende da intensidade, da duração, da posição dos dedos, das contrações musculares 
orofaciais associadas a posição da mandíbula durante a sucção, a morfologia esquelética 
facial. 
▪ Consequências da sucção: 
• Mordida aberta anterior; 
• Mordida cruzada posterior; 
• Protação dos dentes superiores; 
• Retrusão mandibular; 
• Incisivos inferiores lingualizados; 
• Palato ogival; 
• Assoalho nasal estreito; 
• Lábio superior hipotônico e inferior hipertônico. 
▪ Deglutição atípica (hábito de deglutição inadequado): 
• Deglutição normal: dentes em oclusão, lábios selados, dorso de língua apoiado na 
rugosidade do palato duro. 
CLASSIFICAÇÃO DAS MÁS OCLUSÕES 
❖ O que seria oclusão? 
➢ Oclusão dentária é o contato dos dentes superiores com os inferiores ao fechar a boca. Em 
condições normais, os dentes superiores devem cobrir ligeiramente os inferiores, ou seja, o 
arco dentário superior deve ser um pouco maior que o inferior. 
❖ Oclusão normal: 
➢ Oclusão normal X ideal. 
➢ Estável e esteticamente atrativa. 
➢ Gengiva sadia, sem sangramento e com boa aderência. 
➢ Osso alveolar integro. 
➢ ATM livre de dor, ruido ou disfunções. 
➢ Chaves de oclusão. 
❖ Chaves de oclusão de Angle: 
1- Relação molar: A primeira chave de oclusão normal é a chave de oclusão molar de Angle, 
na qual a cúspide mésio-vestibular (MV) do primeiro molar superior oclui no sulco mesio-
vestibular do primeiro molar inferior. À esta relação, Andrews acrescenta que é necessário 
 
 
7 Sophya de Almeida Lima 
que haja também o contato da vertente distal da cúspide disto-vestibular do primeiro molar 
superior com a superfície mesial da cúspide mesio-vestibular do segundo molar, além da 
cúspide palatina do primeiro molar superior ocluir no sulco oclusal do primeiro molar inferior. 
Estando nesta situação, teoricamente, todos os outros dentes se articularão de forma 
correta, desde que não haja giroversões, discrepâncias de tamanho dental, etc. 
 
2- Angulação da coroa (mesio-distal dos dentes): A linha que passa pela coroa e raiz dental 
configura uma curva de convexidade anterior necessária a estabilidade funcional de cada 
dente em particular e de todo o arco em conjunto. A inclinação mésio-distal corresponde a 
corda desta curva. 
3- Inclinação da coroa (vestíbulo-lingual; torque): A inclinação vestibulolingual dos dentes 
obedece a um plano geral de resistência aos esforços funcionais que se manifestam sobre 
o aparelho mastigador, de tal modo a se conseguir um perfeito equilíbrio das suas partes. 
 
4- Ausência de rotações. 
5- Contatos proximais: Em virtude da disposição dos dentes, eles se constatam através de 
faces proximais, assim, se estabelece uma relação entre a face distal de um dente com a 
mesial do que se segue, fazendo exceção dos incisivos centrais, que se tocam pelas mesiais 
e dos últimos molares, que tem suas faces distais livres. Devido aos movimentos fisiológicos 
dos dentes, surgem áreas de contato, como resultado do desgaste ao nível das faces 
proximais que se tocam. A área de contato deve ser considerada como verdadeira entidade 
anátomo-fisiopatológica que garante a integridade do periodonto. Se, por motivos vários 
(cáries, má posição dental), estas áreas fores destruídas ou anormalmente dispostas, haverá 
ruptura do equilíbrio entre os dentes contíguos, acarretando traumatismos para o lado das 
estruturas de suporte dental. 
6- Plano oclusal nivelado ou curva de Spee suave. 
7- Conformação dos arcos dentais: Picosse, baseando-se em dados fornecidos pela geometria 
analítica, demonstrou que a curva descrita pela sucessão dos dentes permanentes configura 
 
 
8 Sophya de Almeida Lima 
um segmento de elipse. Para manutenção da estabilidade, saúde e estética, os arcos dentais 
devem manter a morfologia e as dimensões transversais corretas, daí a necessidade de o 
tratamento ortodôntico não ser expansivo ou promover a contração dos arcos de forma 
anormal. Estando na conformação ideal, haverá harmonia entre dentes, músculos, ossos 
refletindo em harmonia facial. 
 
8- Equilíbrio dos dentes: Está intimamente associado a fatores harmônicos e definidos que, ao 
atuarem em conjunto, asseguram a estabilidade das diferentes posições dos dentes em suas 
bases ósseas. Qualquer tratamento ortodôntico que vise unicamenteo posicionamento 
estético dental pode fracassar se não se levar em consideração as forças funcionais 
oriundas dos dentes, ligamentos, músculos mastigadores e faciais, da língua, do palato e 
faringe. Qualquer desequilíbrio do sistema ocasiona a perda da oclusão normal. Os fatores 
mecânicos responsáveis pelo equilíbrio dental são: a. Forças Motoras: representada pela 
ação dos músculos mastigadores; b. Forças Resistentes: representadas pelos próprios 
dentes (antagonistas e vizinhos) que se opõem ao deslocamento vertical e mesio-distal, pelo 
alvéolo e pela musculatura labioglossogeniana; c. Elementos que distribuem as forças 
motoras: representados pelos planos inclinados das cúspides; d. Coxim Elástico: 
representado pelo ligamento periodontal. O Equilíbrio vestíbulo-lingual é representado pelas 
forças da musculatura jugolingual, enquanto que o equilíbrio mesio-distal é representado 
pelo apoio dos dentes proximais, uns em contato com os outros. 
9- Guias de oclusão dinâmica: conceito dinâmico da oclusão nos conduz a seu objetivo maior 
que é a obtenção do equilíbrio oclusal e consequentemente da estabilidade mandibular. 
Segundo Saito, a oclusão normal individual num estado funcional ótimo segue os seguintes 
requisitos: a. As resultantes das forças oclusais devem seguir uma direção axial 
biologicamente favorável às estruturas de suporte; b. É necessário haver estabilidade 
mandibular, ou seja, parada estável com contatos bilaterais simultâneos entre os dentes, em 
cêntrica; c. Não deve existir interferência em qualquer dente posterior no lado de trabalho 
 
 
9 Sophya de Almeida Lima 
durante os movimentos de lateralidade (função em grupo ou guia de caninos), sendo que 
deve existir desoclusão do lado de balanceio nos movimentos de lateralidade; desoclusão 
posterior total em movimento de protrusiva; guia incisal em harmonia com os movimentos 
bordejantes; espaço funcional livre correto, permitindo uma função harmoniosa da oclusão 
com o complexo neuromuscular e ATM. 
10- Harmonia facial: A harmonia das linhas faciais e um perfeito equilíbrio entre suas partes, 
incluindo obviamente os dentes, são imprescindíveis para a compreensão e o verdadeiro 
objetivo da oclusão normal. 
 
❖ As seis chaves da oclusão normal: 
➢ Andrews, em 1972, desenvolveu as seis chaves da oclusão normal, descrevendo as 
características fundamentais de uma oclusão dentária sob o ponto de vista morfológico, 
servindo também como guia para a finalização adequada dos tratamentos.1 
➢ Chave 1 – Andrews: Relação molar ideal. 
▪ Os primeiros molares permanentes superiores devem mostrar três pontos de contato 
evidentes com os dentes antagonistas: 
• A superfície distal da crista marginal do primeiro molar permanente superior contacta 
e oclui com a superfície mesial da crista marginal mesial do segundo molar 
permanente inferior; 
• A cúspide mesiovestibular do primeiro molar permanente superior oclui dentro do 
sulco existente entre a cúspide mesiovestibular e a mediana do primeiro molar inferior; 
• A cúspide mesiopalatina do primeiro molar permanente superior adapta-se à fossa 
central do primeiro molar permanente inferior. 
➢ Chave 2 – Andrews: Angulação das coroas 
▪ A porção cervical do longo eixo de cada coroa encontra-se distalmente à sua porção 
oclusal. 
 
▪ Inclinação mésio-distal das coroas dentárias superiores, todas positivas em uma oclusão 
normal (EVCC). 
▪ Região cervical comparada a incisal e/ou oclusal. 
 
 
10 Sophya de Almeida Lima 
▪ Ângulo de inclinação. 
➢ Chave 3 – Andrews: Inclinação das coroas superiores 
▪ A porção cervical do longo eixo da coroa dos incisivos superiores encontra-se 
lingualmente à superfície incisal, aumentando a inclinação lingual progressivamente na 
região posterior. 
▪ Em dentes superiores posteriores: 
• O padrão é de inclinação lingual. 
• Constante de caninos até segundos pré-molares. 
• Nos molares superiores o padrão mais negativo. 
➢ Chave 4 – Andrews: Contatos Inter proximais 
▪ Devem haver contatos Inter proximais justos. 
▪ Os modelos com oclusão normal não apresentam espaços interdentários. 
▪ Dentes adjacentes devem apresentar seus pontos de contatos juntos. 
▪ Apinhamentos. 
▪ Situação indesejável para a obtenção de uma oclusão normal. 
➢ Chave 5 – Andrews: Rotações 
▪ Não devem haver rotações dentárias. 
➢ Chave 6 – Curva de Spee/plano oclusal 
▪ Deve apresentar-se plana ou suave. 
▪ Os modelos normo-oclusão apresentaram curvas de Spee com pequenas variações de 
curvatura do plano oclusal. 
❖ Classificação de Angle: 
❖ Oclusão mutualmente protegidas: 
➢ Sobremordida: 2,0 mm (Ricketts, 1989). 
➢ Sobresaliência 
➢ Torque dos caninos superiores e inferiores. 
❖ Má oclusão: 
➢ É a má relação entre a maxila e a mandíbula. Quando não há um encaixe perfeito entre as 
arcadas dentárias, podendo prejudicar o desenvolvimento ósseo da face e das articulações 
temporomandibulares (ATM). 
➢ Wylie (1947) define como uma relação alternativa de partes desproporcionadas. 
➢ Suas alterações podem afetar: dentes, ossos, músculos e nervos. 
➢ Más oclusões e displasias: 
▪ Crescimento ou desenvolvimento anormal de um órgão ou tecido. 
▪ Displasias dentais. 
▪ Displasias esqueléticas. 
▪ Displasias dento esquelética. 
➢ Sintomas de má oclusão dentária: 
▪ Desgaste dos dentes. 
▪ Perda de um ou mais dentes pela perda óssea ou por fraturas dos dentes. 
▪ Retração da gengiva deixando uma parte do dente mais sensível e exposta, causando 
desconforto ao ingerir alimentos frios e doces. 
▪ Problemas na articulação temporomandibular. 
▪ Desvios de postura. 
❖ Objetivos da classificação: 
➢ Juntar um grande numero de casos em um pequeno numero de grupos, cada grupo com 
características especificas. 
 
 
11 Sophya de Almeida Lima 
➢ Orientar o plano de tratamento. 
➢ Facilitar o entendimento da etiologia, prognostico e prevenção das mal oclusões. 
❖ Quando classificar? 
➢ Não rotular imediatamente. 
➢ Descrever o que está errado de maneira precisa. 
➢ Enquadrar em grupos. 
❖ Histórico das classificações: 
➢ Angle (1899). 
➢ Margitot (1977). 
➢ Lisher (1911). 
➢ Case (19210. 
➢ Simon (1922). 
➢ Izard (1930). 
➢ A mais difundida foi a de Angle. 
❖ Classificação etiológica das más oclusões: 
➢ Má oclusão de origem óssea: nesta categoria estão as displasias ósseas, envolvendo o 
problema de tamanho, forma, posicionamento, proporção ou crescimento anormal de 
qualquer osso do crânio ou da face. 
➢ Má oclusão de origem muscular: são as anomalias cuja causa principal é o desvio da função 
normal da musculatura. 
➢ Má oclusão de origem dental: são as más oclusões cuja principal alteração está nos dentes 
e osso alveolar, incluindo más posições dentais individuais, anomalias de forma, tamanho 
ou número. 
❖ Classificação de Angle: 
➢ Classe I: 
▪ Característica determinante: chave molar. 
▪ Estão incluídas neste grupo as más oclusões onde há relação anteroposterior normal 
entre os arcos superior e inferior, evidenciada pela “chave molar”. 
▪ Relação anteroposterior normal entre maxila e mandíbula. 
▪ Cúspide mesiovestibular do primeiro molar permanente superior oclui no sulco vestibular 
do primeiro molar permanente inferior. 
▪ Chave molar é a oclusão correta entre os molares permanentes superior e inferior, a qual 
a cúspide MV do 1° MS oclui no sulco MV do 1° MI. 
▪ Pacientes portadores da classe I de Angle, frequentemente apresentam um perfil facial 
reto e equilíbrio nas funções da musculatura peribucal, mastigadora e da língua. 
 
 
12 Sophya de Almeida Lima 
 
➢ Classe II: 
▪ Característica determinante: distoclusão do 1° MI. 
 
▪ As más oclusões da classe II foram separadas em duas divisões: a divisão I° e a divisão 
II°. 
▪ Classe II divisão I°: más oclusões classe II com inclinação vestibular dos ICS. 
Características determinantes: relação molar de classe II e vestibularização dos incisivos 
superiores. Distoclusão na qualos incisivos superiores estão tipicamente em lábio versão 
extrema. São frequentes: problemas de desequilíbrio da musculatura facial decorrente 
do distanciamento VL entre Incisivos superiores e inferiores. Esse desajuste 
anteroposterior é denominado overjet. O perfil facial desses pacientes é em geral, 
convexo. Pode-se observar a presença de mordida aberta, mordida profunda, problemas 
de espaço, cruzamento de mordida a más posições dentais individuais. 
 
 
13 Sophya de Almeida Lima 
 
▪ Classe II divisão II°: engloba as más oclusões que apresentam relação molas de classe 
II sem sobressalência dos incisivos superiores, estando eles lingualizados ou 
verticalizados. Relação maxila X mandíbula idêntica a primeira divisão. Características 
determinantes: relação molar de classe II e lingualização ou verticalização dos incisivos 
superiores. Os perfis faciais mais comuns são o reto e levemente convexo, associados a 
musculatura equilibrada ou com suave alteração, respectivamente. Pode-se encontrar 
mordida cruzada profunda anterior. 
 
 
➢ Classe III: 
▪ São as más oclusões nas quais o 1° MI e seu sulco MV, encontra-se mesializado em 
relação a cúspide MV do 1° MS. 
▪ Característica determinante: mesioclusão do 1° MI. 
 
 
14 Sophya de Almeida Lima 
▪ Perfil facial predominantemente côncavo, em geral, musculatura desequilibrada e 
cruzamento da mordida anterior e posterior frequentes, com eventuais problemas de 
espaço, mordidas abertas ou profunda e más posições dentais individuais. 
▪ Caso apenas um dos lados esteja em Classe III, emprega-se o termo subdivisão. 
 
❖ Desvantagens da classificação de Angle: 
➢ Além de não fazer referencia as más posições dentárias individuais, outras desvantagens 
da classificação de Angle são: 
▪ Não classifica a severidade das mal oclusões. 
▪ Não classifica a complexidade do tratamento. 
▪ Admite os primeiros molares superiores ocupando uma posição fixa e definida, quando 
atualmente sabe-se que esses dentes podem ocupar várias posições e as anomalias 
podem ocorrer tanto na maxila quanto na mandíbula. 
▪ É falha para estudos epidemiológicos. 
❖ Classificação das más oclusões: 
➢ Desvios da normalidade: 
▪ Sagitais (classificação de Angle): prostração é a anteriorização de todo o arco dental, ou 
parte dele, e retração, o deslocamento de um ou mais dentes para posterior. 
 
▪ Transversais (mordidas cruzadas posteriores): São relacionadas ao plano sagital 
mediano, e diz-se contração quando há aproximação de um dente ou segmento de arco 
e distração para o afastamento em relação ao plano. 
 
 
15 Sophya de Almeida Lima 
 
▪ Verticais (sobremordida e mordida aberta): denominada atração quando se aproximam 
do plano (intrusão dos dentes maxilares ou extrusão dos dentes mandibulares) e 
abstração quando se afastam. 
 
▪ Oclusais (maus posicionamentos dentários e individuais). 
 
 
 
 
Referências: 
1- JANSON, G.; GARIB, D.G.; PINZAN, A.; AL., E. Introdução à Ortodontia. Grupo A, 2013. 9788536701868. 
Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536701868/. Acesso em: 18 Aug 
2021 
2- VELLINI, F. Ortodontia: Diagnóstico e planejamento clínico, 7ª ed. São Paulo 2008

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