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SAÚDE DA MULHER

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SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE HUMANA E PLANEJAMENTO FAMILIAR- UNIME
 
Saúde da Mulher,
Sexualidade Humana 
e Planejamento Familiar
UNIME
SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE HUMANA E PLANEJAMENTO FAMILIAR- UNIME
 PROBLEMA 1
Elucidar a fisiologia do eixo HHO com
as possíveis alterações no período da
adolescência;
Descrever os métodos contraceptivos,
bem como os impactos da gravidez
indesejada e IST's na adolescência;
Discorrer a respeito do atendimento
médico voltado ao adolescente
(aspectos éticos).
OBJETIVOS
1.
2.
3.
OBJETIVO 1
Fisiologia do ciclo menstrual 
Quando pensamos em
regulação/disfunções relacionadas ao
controle das funções sexuais é
importante lembrar do eixo hipotalâmico-
hipofisário e, nesse assunto estudado
atualmente, o eixo hipotálamo-
hipofisário- ovariano {HHO}. O
hipotálamo terá importante função por
realizar a secreção do hormônio
liberador de gonadotrofina {GnRH}. O
GnRH é secretado pelos neurônios e são
conectados entre si ou a outros
neurônios dentro e fora do hipotálamo.
 
OBS: Durante a infância o hipolámano não secreta
quantidades significativas de GnRH. Uma das razões para
isso é que, durante a infância, a pequena secreção de
qualquer hormônio esteroide exerce efeito inibitório
intenso na secreção hipotalâmica de GnRH. Também, por
motivos ainda não compreendidos na época da puberdade,
a secreção de GnRH hipotalâmico supera a inibição infantil,
iniciando a vida sexual adulta. 
 Esse hormônio por sua vez estimula a
adenohipófise a secretar hormônios
gonadotrópicos {FSH E LH}, prolactina
{PRL}, hormônio estimulante da tireóide,
hormônio de crescimento e hormônio
adrenocorticotrófico. Os esteróides
gonadais modulam a resposta do
gonadotropo ao GnRH, dessa forma o
pico do LH na metade do ciclo menstrual
pode ser uma resposta à ação direta do
estradiol (retroalimentação positiva)
sobre a hipófise anterior, assim como o
estrogênio tem forte efeito de inibir a
produção de LH e FSH e a progesterona
imprime reposta bifásica, sendo capaz
tanto de inibir como estimular a liberação
de LH.
 
Nos anos reprodutivos, a resposta
ovariana aos pulsos de LH e FSH ocorre
de maneira variável em ciclos de
aproximadamente 28 dias. Essa
ciclicidade sobrepõe-se à atividade basal
gonadotrofina-independente. Logo,
hipotálamo e hipófise, via modificações
nos níveis de LH e FSH, controlam e
modulam apenas a etapa final do
crescimento folicular. À medida que
diminui a reserva folicular, os níveis
basais de FSH se elevam. Os níveis basais
de LH, relevantes na fase folicular tardia,
permanecem mais estáveis e elevam-se
tardiamente na vida reprodutiva.
SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE HUMANA E PLANEJAMENTO FAMILIAR- UNIME
Foliculogênese
Ovulação
 Função lútea
Células teca: testosterona e androstenediona;
Células granulosa e corpo lúteo: estradiol, estrona e
progesterona;
Hormônios polipeptídicos: relaxina {contração uterina e
dilatação da cervix}, inibina {inibição de FSH} e ativina
{orodução de FSH}.
As gonadotrofinas hipofisárias, produzidas de forma cíclica,
induzem, a cada ciclo, o crescimento de um grupo de folículos,
responsáveis pela fabricação de estrogênios na primeira fase
do ciclo, um dos quais, denominado folículo dominante ou de
Graaf, romper-se-á no meio do ciclo. Além dos hormônios
esteróides, compostos peptídicos são fabricados pelos
folículos ovarianos, a partir de diferentes estruturas celulares.
 
1.
2.
3.
Estradiol e progesterona voltam a crescer com o aumento
da secreção do corpo lúteo, situação que ocorre até a
regressão da glândula {caso não ocorra fecundação};
Progesterona atinge suas taxas máximas cerca de oito dias
após a ovulação, impedindo também o crescimento de
novos folículos pois manda um sinal de redução dos
pulsos de LH;
Queda gradativa da secreção de LH resulta na diminuição
da produção de estradiol e progesterona pelo corpo lúteo
na ausência da gestação. A involução do corpo lúteo
completa-se em torno de 14 dias depois da ovulação
quando a menstruação ocorre;
A baixa de estradiol e progesterona libera o eixo do
retrocontrole negativo e a liberação de FSH estimula a
síntese de estradiol antes mesmo do início da
menstruação. 
Após a ovulação as células granulosas aumentam de tamanho
e são formadas em células lúteas {produzem estradiol e
progesterona}. Os esteróides produzidos controlam sua
própria produção por um sistema regulatório intraovariano e
pela interação com o hipotálamo e a hipófise. 
 
1.
2.
3.
4.
OBS: Se o pico pré-ovulatório de LH não tiver grandeza suficiente, a
ovulação não ocorrerá, e diz-se que o ciclo é “anovulatório”. As
fases do ciclo sexual continuam, mas são alteradas das seguintes
maneiras: primeiro, a ausência de ovulação leva ao não
desenvolvimento do corpo lúteo, de maneira que não há quase
nenhuma secreção de progesterona, durante a última porção do
ciclo. Em segundo lugar, o ciclo é encurtado por vários dias, mas o
ritmo continua.
Disfunções menstruais na adolescência
Os distúrbios menstuais estão entre as
principais causas de consulta
ginecológica na adolescência, vale
lembrar que essas alterações podem ser
consideradas normais nos dois a três
primeiros anos após a menarca, devido a
imaturidade do eixo hipotálamo-hipófise-
ovários (HHO). 
 
A média da menarca no Brasil é de 12,2
anos {podendo variar entre 9 a 16 anos},
pode ser influenciada por vários fatores:
nutrição, nível socioeconômico, peso,
hereditariedade, raça, entre outros.
 
OBS: Será apontado o diagnóstico de disfuções
menstruais em pacientes a partir do 16 anos que
apresenta desenvolvimento puberal e 14 anos em
pacientes que não apresentam desenvolvimento
b l
SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE HUMANA E PLANEJAMENTO FAMILIAR- UNIME
 
 
Assim como a irregularidade menstrual
pode representar um evento fisiológico,
existe também várias condições
patológicas que podem apresentar-se
inicialmente como distúrbios menstruais.
primária: estima-se que 60% dos
casos estejam associados a anomalias
do desenvolvimento. Pode ser
divididas em: Caracteres sexuais
presentes e concordantes e
Caracteres sexuais ausentes,
rudimentares ou discordantes.
As amenorreias são classificadas em:
 
1.
 
 
 
 
 
 
 
 
secundária: o fato de já ter
menstruado pelo menos uma vez
exclui a possibilidade de que o eixo
HHO seja anatomimente disfuncional,
afirma que o endométrio pode 
 
1.
Falta de libido;
Oligomenorreia;
Amenorreia;
Galactorreia (produção de leite sem gestação).
responder a ação hormonal ovariana e
que não há obstrução do trato genital. É
necessário descartar a possibilidade de
gravidez pela dosagem dos níveis de
gonadotrofina coriônica, após isso deve-
se solicitar: ultrassonografia para excluir
anormalidades anatômicas; dosagens de
FSH, LH, prolactina e TSH. 
 
 
 
 
 
 
 
 
OBS: Hiperprolactinemia apresenta como
principais sintomas:
1.
2.
3.
4.
amenorréia secundária 
 hipoestrogenismo {níveis baixos de
estrogênio}.
{antigamente chamada de menopausa
prematura} Como o próprio nome já fala
a IOP o quadro de senescência ovariana
antes dos 40 anos, apresenta
manifestações clinicas amplas, como:
1.
 
Apresenta uma incidência variável e inicio
irregular, sendo períodos de
manifestações hipoestrogênicas,
seguidos de outros períodos de
normalidade menstrual e/ou reprodutiva.
 Insuficiência ovariana prematura
SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE HUMANA E PLANEJAMENTO FAMILIAR- UNIME
Pode apresentar etiologia variada, mas
ambas sucedem pela redução da
populção folicular dos ovários.
 Etiologias
 
Disgenesias
Gonadais
Doenças 
genéticas
Doenças 
autoimunes
Doenças 
infecciosas
Fatores 
ambientais
Iatrogenia
Disgenesias Gonadais 46, XX ou 46, XY;
Síndrome de Turner;
Síndrome de Perrault.
1.
2.
3.
Falência ovariana familiar;
Mutações dos genes receptores de FSH-LH;
Galactosemia
1.
2.
3.
Falência ovariana autoimune isolada;
Síndromes autominunes
poliendocrinopáticas 1 e 2
1.
2.
Ooforite viral pós-parotidite 1.
Hidrocarbonetos policíclicos (tabado).1.
Quimioterapia;
radioterapia;
Cirurgiaspélvicas.
1.
2.
3.
OBS: As Disgenesias Gonadais compõem um espectro
clínico de anomalias com fenótipo variável, de feminino a
ambíguo ou masculino, em pacientes com desenvolvimento
puberal comprometido ou ausente e cariótipo contendo ou
não um cromossomo Y e/ou cromossomos marcadores.
O diagnóstico clínico é caracterizado
essencialmente pela história clínica
pessoal e familiar. Pacientes com FOB
apresentam desenvolvimento dos
caracteres sexuais secundários dentro da
normalidade, mas alguns autores relatam
que em certas pacientes estes tenham
apresentado menarca mais tardia.
Observa-se a instalação da amenorréia,
por mais de 4 meses, secundária com
manifestações de hipoestrogenismo,
acarretando fogachos noturno-diurnos
acompanhados de sudorese. Ao exame
genital observa-se sinais evidentes do
hipoestrogenismo com vagina seca,
dispareunia associada e reduções das
dimensões uterinas pela atrofia genital. 
 
OBS: Dependendo do fator etiológico,existir o
restabelecimento temporário dos ciclos
menstruais e também reprodutivo. 
 
O diagnóstico laboratorial é estabelecido
principalmente pelas determinações dos
níveis séricos de FSH , LH, Prolactina e
TSH. Níveis séricos de FSH superiores a
40 mUI/ml em duas ou três dosagens
repetidas selam o diagnóstico. A
ultrassonografia pélvica evidenciará a
redução das dimensões do útero, dos
ovários e a inexistência de crescimento
de folículos intraováricos.
OBS: Se o ovário não se desenvolver ou
interromper sua produção de hormônios antes da
puberdade, a paciente não irá desenvolver
caracteres sexuais secundários sem terapia
hormonal. Caso a insuficência ovariana se inicie
mais tarde, a mulher tem caracteres sexuais
normais.
SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE HUMANA E PLANEJAMENTO FAMILIAR- UNIME
 Síndrome do ovário policístico:
resposta inadequada do ovário aos
hormônios secretados pela hipófise
para estimular a ovulação;
produção inadequada hipofisária de
gonodatrofinas {em algumas
pacientes observa-se níveis altos de
LH e baixo de FSH};
distúrbios do metabolismo de
carboidratos, principalmente
resistência á insulina {Este fato está
apoiado na alta prevalência de
hiperinsulinemia nas mulheres com
SOP, atingindo cifras de
aproximadamente 70%};
Amenorreia ou oligomenorreia;
hiperandrogenismo clínico ou 
 bioquímico;
observação de ovários policísticos por
ultrassonografia.
É um distúrbio no eixo neuro-endócrino-
reprodutor, associada a alteração
morfológica ovariana {disfunção
ovulatória} e produção androgênica
elevada {hiperandrogenismo}. 
 
A etiopatogenia da síndrome ainda é
muito debatida, mas entre as discussões
feitas por autores observamos:
 
1.
2.
3.
 
OBS: Para explicar a relação SOP e resistência à
insulina, a teoria corrente é a de que a
hiperinsulinemia pode desencadear o
hiperandrogenismo, pois encontra-se receptores
de insulina nos ovários e na ação da insulina sobre 
estes, com aumento da produção de androgênios.
 
O diagnóstico da SOP é clínico e
laboratorial, dois dos três critérios de
Rotterdam já são suficientes para
diagnosticar a paciente:
 
1.
2.
3.
Dentre os exames complementares, o mais
importante é a determinação da
testosterona total para identificar a
hiperandrogenemia. Valores elevados de LH
e índices baixos ou no limite inferior da
normalidade de FSH auxiliam na
identificação de anovulação e podem ser
úteis para o tratamento da infertilidade.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A disfunção menstrual que ocorre na
SOP decorre da anovulação ou
oligovulação, variando da amenorreia à
oligomenorreia. O distúrbio clássico é 
 permanente, caracterizado por
anormalidades menstruais desde a
puberdade.
 
 
 
SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE HUMANA E PLANEJAMENTO FAMILIAR- UNIME
 Hiperprolactinemia
Dosagem de prolactina, TSH, FSH;
ressonância magnética;
tomografia computadorizada;
exame de campo visual.
Interferência na secreção pulsátil de
GnRH comprometendo o funcionamento
do eixo hiporálamo-hipófise-ovariano. A
hiperprolactinemia não fisiológica tem
como sintoma mais claro a galactorréia,
podendo também causar irregularidades
do ciclo menstrual. 
 
É observado clinicamente ciclos
mentruais encurtados, anovulação com
espaniomenorréia, amenorréia e até
infertilidade.
 
Em condições normais como no
hipotireoidismo (com aumento do TRH) e
na insuficiência adrenal, também há
estímulo na secreção de prolactina. Existe
ainda uma associação entre síndrome
dos ovários policísticos
ehiperprolactinemia. Na insuficiência
renal e na insuficiência hepática, por
interferência com a eliminação, verifica-se
elevação dos níveis séricos de PRL.
 
Para fechar diagnóstico é necessário:
 
1.
2.
3.
4.
 
OBS: A dosagem de prolactina deve ser
realizada pela manhã, em jejum,
preferencialmente após repouso de 30
minutos. A dosagem de TSH auxilia no
diagnóstico de hiperprolactinemia em
decorrência do hipotireoidismo.
 
 
Na história clinica deve ser observado o
uso de drogas que posssam causar
hiperprolactinemia. 
 
 
 
 
 
 
 
Os níveis de prolactina p odem ser 
 elevados por adenomas hipofisários 
 produtores de prolactina, por outras 
 lesões do SNC que perturbam o 
 transporte normal de dopamina
ao longo do pedículo hipofisário.
 
 
Fluxograma para auxiliar no
diagnóstico:
 
SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE HUMANA E PLANEJAMENTO FAMILIAR- UNIME
 Transtorno alimentares
 Alterações na regulação na liberação
pulsátil de hormônio liberador da
gonadotrofina (GnRH);
FSH E LH podem ficar contantemente
baixos;
Aumento da pulsatibilidade do LH
durante o sono compatível com o
padrão observado no início da
puberdade. 
Os transtornos alimentares apresentam
maior prevalência entre crianças e
adolescentes, entre eles o mais
prevalente é a anorexia nervosa. 
 
A paciente procura manter o baixo peso
corporal com restrição intesa da
alimentação, atividades físicas de forma
abusiva e uso de laxantes. Entre os
sintomas apresentados no quadro clinico
da anorexia nervosa observamos a
amenorreia em qualquer fase do
distúrbio. A explicação para essa
ocorrência é a alteração hormonal:
 
1.
2.
3.
 
A amenorreia está associada ao TA em
68% dos casos e há alguns fatores de
favorecimento, como baixo peso
corporal, exercício excessivo, estresse e
restrição calórica com balanço energético
negativo. 
Estresse
 
A amenorreia por estresse segue padrões
semelhantes àqueles observados na
interrupção do fluxo menstrual em
decorrência de transtornos alimentares e
exercícios intensos, podendo também ser
desencadeada pelo excesso de opioides
endógenos e de CRH {hormônio liberador
de corticotrofina}, que inibe a secreção
adequada do GnRH.
 
 
SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE HUMANA E PLANEJAMENTO FAMILIAR- UNIME
 
Na adolescência observamos o
anticocepcional não apenas como uma
forma de previnir uma gravidez indesejada,
mas também observamos por meios ético-
legais envolvidos. A constituição brasileira e
o ECA garante ao adolescente o direito do
atendimento e escolha sobre o uso de
métodos contraceptivos, dessa forma a
adolescente tem direito à educação sexual,
ao acesso à in formação sobre
contracepção, à confidencialidade e ao
sigilo sobre sua atividade sexual e sobre a
prescrição de métodos anticoncepcionais,
não havendo infração ética ao profissional
que assim se conduz.
 
Adolescentes desejam método seguro e
efetivo de contracepção, mas encontram
barreiras ao conhecimento de diferentes
opções e a seu acesso, muitas vezes pelo
alto custo inicial. Quando se orienta uma
adolescente quanto á contracepcção, é
necessário apresentar todos os métodos
disponíveis e auxilia-la durante a escolha.
Vale lembrar que mulheres entre 15 e 19
anos apresentam menor conhecimento e
menor taxa de utilização de métodos
contraceptivos, sendo assim é necessário
que existe o aconselhamento adequado e
abrangente. 
 
Além das barreiras e tabus encontrados no
caminho do aconselhamento é importante
lembrar que muitas vezes as pacientes se
recusam a tomarpor conta de mitos
compartilhados, como: 
métodos contraceptivos
Contraceptivo oral combinado: ganho de
peso; são menos eficazes que os
preservativos; afetam a fertilidade.
Métodos intrauterinos: só pode ser
usado em quem já teve filho; necessita
de cirurgia para colocação; não pode ser
usado absorventes internos.
Injetáveis: efeitos negativos a longo
prazo; causam infertilidade.
1.
2.
3.
 
É necessário que exista uma comunicação e
confiança entre médico-paciente para que
ocorra uma melhor adesão do método. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OBS: As mulheres preferem decidir de forma
autônoma, com menos influência do profissional
de saúde, sobre seu método contraceptivo, após
um adequado aconselhamento.
 
A idade por si só não constitui contra-
indicação à utilização de qualquer método
contraceptivo, podendo a maioria dos
métodos ser usado sem restrições. 
 
 
OBJETIVO 2
SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE HUMANA E PLANEJAMENTO FAMILIAR- UNIME
 
 
Adolescentes podem necessitar de
contracepção antes da menarca, em
decorrência do início de vida sexual precoce,
uma vez que é possível a concepção nesse
período. não existem evidências sobre o uso
de contraceptivos hormonais antes da
primeira menstruação, aventando-se ainda
possível interferência dos esteróides sexuais
sobre o eixo hipotálamo-hipofisário. 
 
OBS: Preferência contraceptivos de barreira.
 
 
A acne é bastante comum entre
adolescentes, que frequentemente
procuram por contraceptivos para o
tratamento. O uso de contraceptivos orais
combinados no tratamento da acne baseia-
se na possibilidade de haver redução da
oferta androgênica à unidade pilo-sebácea
e ao bloqueio da atividade androgênica na
unidade pilo-sebácea. 
 
Em condições normais, a manutenção da
pele sem excessiva oleosidade ou acne
ocorre com o uso de todos os
contraceptivos orais, incluindo os de baixa
dose, ainda que contenham progestagênios
derivados da 19 nor-testosterona.
Acne
DIU
O benefício dos métodos intrauterinos (DIU
e SIU) supera os riscos, podendo ser
utilizado em adolescentes. Deve-se
considerar, no entanto, a maior propensão
à expulsão devido a nuliparidade.
 
Permite uma contracepção de longa
duração (5 anos para DIU com
levonorgestrel e 10 anos para DIU de
cobre), reversível. A principal preocupação
na utilização do DIU na jovem é o risco de
doença inlamatória pélvica (DIP) e
subsequentemente de infertilidade, tem
maior risco nas 3 primeiras semanas de
inserção. 
 
O DIU com levonorgestrel permite uma
redução do fluxo menstrual e uma
diminuição da dismenorreia podendo, no
entanto, estar associado a alguns efeitos
secundários como padrão hemorrágico
irregular, spotting e amenorreia em 25%
dos casos. Este método contraceptivo está
particularmente indicado nas mães
adolescentes, podendo ser colocado a
partir das 4 semanas de puerpério, e nas
adolescentes com menorragias abundantes
e dismenorreia severa associadas a
endometriose.
 
uso de pílula antes da menarca
SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE HUMANA E PLANEJAMENTO FAMILIAR- UNIME
 
Métodos de barreira
O preservativo protege contra IST, é
facilmente adquirido, é relativamente
barato, fácil de utilizar e não tem efeitos
sistémicos. 
 
A realização de questionários de avaliação
sobre a frequência e diiculdades
encontradas na utilização do preservativo
aplicados a nível da comunidade, escolas e
consultas, constituem igualmente uma
forma eicaz de sensibilizar esta população.
Outra estratégia eicaz para implementar a
difusão deste método de barreira entre os
adolescentes é a sua distribuição gratuita
ou a preço reduzido.
 
OBS: Outro dos métodos de barreira a
considerar é o preservativo feminino. No
entanto o seu preço e complexidade da sua
utilização podem ser obstáculos para a
adolescente.
 
 
 Contracepção de emergência
Os adolescente devem ser conhecedores
da conreacepção de emergência, dos
diferentes tipos existente, do modo de
utilização e seus efeitos. A contracepção de
emergência deve ser iniciada o mais
precocemente possível, uma vez que existe
uma redução do risco de gravidez de 95% e
de 74% quando tomada nas primeiras 24
horas e 72 horas após a relação sexual
desprotegida.
A contracepção de emergência não permite
a proteção contraceptiva para o resto do
ciclo menstrual, devendo ser aconselhada a
abstinência ou a utilização de preservativo
nos primeiros 7 dias após a relação sexual
desprotegida. 
O acetato de ulipristal é um modulador
seletivo dos receptores de progesterona e
tem como vantagem a demonstrada eficácia
até 5 dias após relação sexual.
 
 Contracepção definitiva
 Não é um método adequado na
maioria dos casos na adolescência.
Deve ser considerado apenas em
situações especiais, quando outros
métodos não são aceitáveis e existe
uma contra-indicação absoluta à
gravidez. 
SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE HUMANA E PLANEJAMENTO FAMILIAR- UNIME
 
 Contracepção hormonal combinada
A contracepção hormonal combinada (CHC)
quer por via oral (pílula), vaginal ou
transdérmica têm uma elevada eicácia
contraceptiva. Vale lembrar que o uso
incorreto da pílula é responsável por 30%
das falhas deste método, por isso alguns
autores apoiam o uso continuo. 
 
Quanto à dosagem da pílula, é defendida a
utilização de compostos com 30mg de
etinilestradiol nas adolescentes mais novas,
de forma a proteger as jovens da
diminuição da densidade mineral óssea.
Nos casos das adolescentes tabagistas,
apesar de o tabaco não ser uma
contraindicação absoluta à utilização de
CHC, a dose recomendável é de 20mg de
etinilestradiol. 
 
Os possíveis efeitos secundários da pílula
devem ser antecipados, de forma a poder
ser esclarecida a importância dos mesmos e
qual a atitude que a adolescente deve
tomar. Pretende-se assim que seja mantida
a toma da pílula durante pelo menos 3
meses até ser feita uma nova consulta para
reavaliação clínica.
 
 
Contracepção com progestogênio
São comprimidos que contêm uma dose
muito baixa de progestogênio, que promove
o espessamento do muco cervical,
dificultando a penetração dos
espermatozóides, e inibe a ovulação em
aproximadamente metade dos ciclos
menstruais. Durante a lactação, quando
usados de forma correta e consistente, os
anticoncepcionais orais de progestogênio
têm uma taxa de falha de 0,5%, no primeiro
ano de uso. Em uso habitual, a taxa de falha é
de 1%.
 
A forma oral do progestativo isolado é um
método eficaz mas depende da correta
utilização por parte da adolescente. Não é
considerado um método de primeira linha
uma vez que necessita do uso diário, produz
um padrão hemorrágico imprevisível. 
 
Oferece uma proteção durante três anos,
tem como vantagem uma elevevada eficácia,
porém o aumento excessivo de peso, o
padrão hemorrágico imprevisível e a
amenorreia podem dificultar a adesão ao
método.
Anticoncepção hormonal injetável
progestogênio isolado: Consiste na
administração de progestogênio isolado, via
parenteral (I.M), com obtenção de efeito
anticonceptivo por períodos de 3 meses. Os
anticoncepcionais injetáveis combinados contêm
uma associação de estrogênio e progestogênio,
para uso parenteral (I.M), mensal. 
Apresentam progestogênio ou associação de
estrogênios e progestogênios, é administrado
parenteral (IM) com doses hormonais de
longa duração (podendo ser mensal ou
trimestral).
 
1.
SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE HUMANA E PLANEJAMENTO FAMILIAR- UNIME
 
 
2. Injetáveis combinados: As diferentes
formulações dos anticoncepcionais hormonais
injetáveis combinados contêm um éster de
estrogênio natural, o estradiol, e um progestogênio
sintético. Inibem a ovulação e tornam o muco
cervical espesso, impedindo a passagem dos
espermatozóides. A taxa de falha deste método
varia de 0,1 a 0,6%, durante o primeiro ano de uso,
com injeções mensais. Não há demora na
recuperação da fertilidade. Geralmente o retorno é
imediato
Gravidez na adolescência
A vida sexual ativa dos adolescentes é
uma realidade notória, que exige
sensibilização e orientação dos jovens
para a prática do sexo seguro,objetivando a prevenção de diversas IST's
e gravidez não planejada. 
 
No Brasil, em virtude da alta prevalência,
a gravidez na adolescência tem sido
considerada um importante assunto de
saúde pública (média de 400 mil
adolescente grávidas por ano). A gravidez
nessa fase da vida é enfrentada com
muita dificuldade, pois juntamente com
ela, ocorre uma brusca mudança da
situação da mulher que passa da
condição de filha para ser mãe e, de
modo geral, a adolescente encontra-se
despreparada nas suas condições física,
psicológica, social e econômica para
exercer o novo papel materno. 
 
É um momento em que a adolescente
sofra com uma sentimento de perdas, 
 tais como a perda de identidade,
expectativa do futuro, confiabilidade e
proteção da família. 
 
Além disso, a gravidez na adolescência ainda
representa uma das principais causas de
morte de mulheres entre 15 e 19 anos de
idade e é capaz de gerar consequências
para os bebês, deixando estes mais
vulneráveis a apresentar condições de risco
como o baixo peso ao nascer e a morte por
problemas infecciosos e/ou desnutrição no
primeiro ano de vida.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 O papel das consultas de Planeamento
Familiar / Ginecologia e de Pediatria a nível
da educação sexual é inferior ao da família e
da escola. No entanto, nestas consultas
deverá constar sempre informação e
aconselhamento adicional sobre
sexualidade, IST, contracepção,
comportamentos de risco, consumo de
substâncias tóxicas, etc. A boa comunicação
com as adolescentes requer uma
abordagem especíica, tendo em conta a
maturidade cogniti va e o nível psicossocial
de cada uma individualmente.
 
 
 
 
Fatores de risco associado a gravidez
Baixa escolaridade: Estudos realizados
no Nordeste mostra que a baixa
escolaridade estaria relacionada à
gravidez na adolescência, visto que mais
de 80% 
1.
SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE HUMANA E PLANEJAMENTO FAMILIAR- UNIME
 
 
Assim, a jovem que não estuda ou tenha
abandonado os estudos tem mais chances de
fazer parte das estatísticas de jovens grávidas,
pois a baixa ou ausência de escolaridade pode
influenciar na não aquisição de práticas
preventivas. 
 
2. Idade Precoce para o Namoro e Para a
Primeira Relação Sexual: 62% das
adolescentes grávidas tiveram a sua primeira
relação sexual entre 14 e 16 anos de idade.
Percebe-se então, que o início precoce da
atividade sexual e as consequências advindas
desse fenômeno, se devem ao fato de que os
jovens estão chegando à adolescência e
descobrindo o sexo, antes mesmo de terem
informações suficientes que lhes permitam
compreender primeiro a sua sexualidade e se
prevenir de situações como a maternidade e a
paternidade sem planejamento. 
 
3. Falta de Orientação Sexual, não uso/uso
Inadequado e Dificuldade de Acesso aos
Métodos Anticoncepcionais: A educação
sexual deve ser iniciada na infância e
potencializada na adolescência, que é o
período que ocorrem as primeiras relações
sexuais, porém sabemos que muitos jovens
não recebem esse tipo de educação. Essa
desinformação sobre sexualidade e fertilização
tem como consequência a não adesão aos
métodos contraceptivos pelas adolescentes.
 
60% das gestantes adolescentes pesquisadas
disseram não utilizar nenhum método
anticoncepcional, a partir os relatos das mães
adolescentes foi evidenciado que mesmo
conhecendo os métodos anticoncepcionais,
elas não usavam os mesmos, por temer as
mudanças físicas que poderiam advir dos
efeitos colaterais desses medicamentos.
 
4. Uso de Álcool e Drogas por Familiares: O
uso de drogas lícitas e ilícitas por familiares
promove o estresse do ambiente, uma vez que
a família fica mais propensa a passar por
situações desagradáveis e a sofrer
repercussões psicossociais, contribuindo para
a desestruturação familiar e para o desejo da
jovem engravidar e sair de casa. 
 
IST's na adolescência
As IST's não fazem parte do cotidiano dos
jovens, que frequentemente não estão
atentos ao risco de infecção e não adotam
medidas protetoras; particularmente as
mulheres casadas têm baixa percepção de
vulnerabilidade e, portanto, se acometidas
por uma IST, a falta de diagnóstico precoce
impede que o tratamento seja iniciado,
contribuindo para as complicações advindas
do agravo, além de perpetuar a transmissão
da infecção. Uma grave conseqüência da
AIDS é o impacto na vida dos órfãos de pais
portadores do HIV. Estes órfãos, privados da
convivência com seus pais, tornam-se mais
suscetíveis à pobreza, ao fracasso e
abandono escolar, à violência e à falta de
acesso à saúde . 
 
O não uso de preservativos durante as
relações sexuais não apenas tem causado
gravidez indesejada, mas tem aumentado os
casos de Infecções Sexualmente
Transmissíveis (ISTs). De acordo com dados
obtidos do Ministério da Saúde no ano de
2018 foram registrados 158.051 casos
confirmados de sífilis, dentre esses 62.599
em gestantes.
 
SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE HUMANA E PLANEJAMENTO FAMILIAR- UNIME
 
relações envolvendo mais de um
parceiro e o não uso de preservativos;
baixa idade das primeiras relações
sexuais;
viabilidade do parceiro ao não uso de
preservativo;
uso de drogas ilícitas.
 
Observa-se uma maior incidência em 
 adolescentes de 13 a 19 anos. Vale salientar
que as ISTs nos adolescentes, tendo a
representação de uma morbidade
significativa, o alto índice de IST nos
adolescentes pode estar relacionado com os
seguintes fatores: 
 
1.
2.
3.
4.
 
Alguns pais não conseguem falar sobre
sexualidade nem acerca da prática sexual
segura com os jovens em razão de vários
fatores, dentre eles: desconhecimento sobre
IST, vergonha, falta de liberdade com os
filhos em virtude da cultura na qual eles
vivem, pois vêem o sexo como tabu. Para
tanto, é preciso um processo educativo,
tomando como alicerce hábitos e costumes
de um grupo ou de um indivíduo, pois assim
métodos educativos serão eficazes.
 
No Brasil, as informações sobre a
prevalência de ISTs entre adolescentes são
escassas e pontuais. As ISTs são agravos de
grande importância para a saúde pública,
estando entre os dez principais motivos de
procura por serviços de saúde no mundo,
segundo a OMS. A repercussão de suas
sequelas em ambos os sexos, como o
aumento da morbimortalidade materna e
infantil, do câncer genital e pelo papel
facilitador da transmissão sexual do HIV
estão bem documentados, evidenciando
 
 
 
 relevância deste grupo de enfermidades,
pois demonstra a necessidade de
desenvolver métodos que objetivem a
interrupção da cadeia de transmissão de
forma efetiva e imediata.
 
 
 
SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE HUMANA E PLANEJAMENTO FAMILIAR- UNIME
 OBJETIVO 3
 Na infância, a menina vem sempre
acompanhada de um de seus
responsáveis, geralmente a mãe, que
fornece todas as informações
necessárias ao profissional, além do
motivo principal da consulta;
A adolescente pode ser trazida por um
de seus responsáveis, que geralmente
também é a mãe, vir só ou vir
acompanhada pela amiga ou namorado;
A queixa principal referida pela
adolescente não se trata do verdadeiro
motivo da consulta.
 
A consulta ginecológica da menina e da
adolescente apresenta diversos pontos em
comum com a consulta da mulher adulta,
mas possui alguns pontos que as
diferenciam:
1.
2.
3.
 
Então quando nos deparamos com uma
consulta ginecológica de adolescente cabe
ao profissional da saúde observar de
maneira mais delicada para entender o que
realmente aquela paciente necessita. Ao
iniciarmos a entrevista, devemos acolher
nossa cliente e seus responsáveis, mas
sempre priorizando a menina e/ou a
adolescente. Na maioria das vezes, quando
o responsável está presente, é ele que
costuma iniciar a exposição do motivo da
consulta. Nessa situação, ele será ouvido e,
caso a paciente seja uma adolescente,
esclarecermos empaticamente sobre os
benefícios de uma entrevista privada
somente com ela. 
 
 
 
Deve ficar claro para família e para jovem
que a autonomia naquele momento é algo
importante, auxiliando assim a comunicação
entre a paciente e o profissional.Os
principais motivos da consulta na infância
são corrimento vaginal, irritações e prurido
dos órgãos genitais externos, dor
abdominal, sinequias de pequenos lábios,
distúrbios do desenvolvimento puberal,
dúvidas sobre a anatomia dos órgãos
genitais externos, traumatismos ou suspeita
de violência sexual. Na adolescência, as
queixas mais frequentes são as dúvidas ou
anomalias do desenvolvimento da
puberdade, distúrbios do ciclo menstrual,
corrimento, vulvovaginites e contracepção. 
 
 
 
Anamnese
 
A idade é importante, porque nos permite
identificar a fase da infância, adolescência e
o desenvolvimento puberal, auxiliando na
interpretação dos dados clínicos e achados
do exame físico. O motivo da consulta deve
ser relacionado com a faixa etária e com os
diversos órgãos sistêmicos e o sistema
reprodutor. Perguntas mal elaboradas
podem gerar interpretações errôneas, 
SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE HUMANA E PLANEJAMENTO FAMILIAR- UNIME
 
 
falsas suspeitas e comportamentos negativos,
dificultando a consulta, pois poderá intimidar a
cliente e/ou seus responsáveis. Deve-se
investigar experimentação de álcool, tabaco e
drogas ilícitas. As queixas de dores pélvicas
crônicas e manifestações clínicas diversas, de
difícil identificação, e mudanças no
comportamento podem estar relacionadas às
diferentes modalidades de violência. A
anamnese deve conter questionamentos sobre
trauma físico e/ou psicológico, abuso sexual,
exploração sexual e conduta violenta.
 
Nas consultas de adolescentes, quer sejam de
rotina ou não, é de boa prática perguntar
sobre o início da prática sexual, o número de
parceiros, dúvidas ou queixas relacionadas ao
coito, qual o método contraceptivo utilizado e,
na oportunidade, certificar-se se o uso está
correto, corrigir possíveis enganos, orientar,
prescrever e enfatizar a dupla proteção. 
 
As características do ciclo menstrual são
inqueridas pela idade do estabelecimento da
menarca, a qual ocorre, em nosso meio, entre
12 e 14 anos de idade. Em pacientes que não
tiveram a menarca estabelecida, indagar se já
iniciaram ou não os caracteres sexuais
secundários. Os ciclos menstruais devem ser
caracterizados quanto ao intervalo, duração e
volume do fluxo menstrual. Investigar também
se existem sinais e sintomas que precedem ou
acompanham o sangramento menstrual.
 
Exame físico geral e específico
 
Deve ser identificado a sua estatura e índice
de massa corporal (IMC), e aferindo a
pressão arterial, a temperatura e o pulso
arterial. É importante deixar a paciente mais
confortável possível, pois cada parte do
exame físico é importante. Como parte do
exame físico, observam-se ainda a pele, as
mucosas, a distribuição de pelos, presença
de acne e, é imprescindível, auscultas
pulmonar e cardíaca.
 
Na sequência após o exame físico geral,
segue-se o exame das mamas, devendo ser
cada etapa explicada para a paciente,
principalmente para aquelas que consultam
pela primeira vez, deixando o exame
ginecológico para o final.
 
OBS: Caso a paciente não queira realizar o exame
ginecológico e a situação não seja uma urgência e/ou
emergência, o exame poderá ser realizado em outro
momento.
 
ndependentemente do motivo da consulta,
deve-se realizar a avaliação clínica do estágio
de desenvolvimento puberal para mamas e
pelos utilizando os critérios de Tanner. Na
criança, telarca e pubarca significam
estímulo hormonal e deverão ser
investigadas. Na adolescente, observar se
existe simetria mamária, o volume, a
presença de estrias, lesões, abaulamentos
e/ou retrações. 
 
SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE HUMANA E PLANEJAMENTO FAMILIAR- UNIME
 
 
 
Exame dos órgãos genitais externos
exposição e inspeção: observa-se monte
do pubis, os grandes e pequenos lábios,
o vestíbulo vulvar, o clitóris, o meato
uretral externo, a fúrcula vaginal, o
hímen e as regiões perineal e perianal.
Na inspeção da vulva, observa-se a
existência ou não de pelos pubianos, o
aspecto e a sua distribuição. Analisa
também presença de lesões verrucosas
e sinais de processo inflamatório e/ou
traumatismo.
O volume clitoriano deve ser observado
e, de acordo com Huffman, a sua medida
para meninas entre 11 e 15 anos é de 3
x 3 mm e para as entre 15 e 19 anos, de
5 x 5 mm;
As glândulas de Bartholin em geral não
são palpáveis, e os óstios de seus ductos
raramente são visíveis e podem ser sede
de cistos ou abscessos;
 
 
Para o exame dos OGEs na criança, a
posição utilizada é a supina, com as pernas
em posição semelhante às da rã e a cabeça
elevada, de forma que ela possa visualizar o
examinador. Para as adolescentes, é a
mesma utilizada para a mulher adulta, a
posição ginecológica; a paciente fica em
decúbito dorsal com as pernas fletidas e as
coxas em adução e flexão.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.
 
Após a exposição e insepeção nota-se:
1.
2.
 
 3. O hímen separa o vestíbulo vulvar da
vagina, sendo constituído por uma estrutura
fibrosa, quase sempre espessa, exibindo
uma abertura central;
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. A vagina em meninas tem a elasticidade
diminuída, a mucosa vaginal é fina, de
coloração rosa pálida e, pela ausência da
ação estrogênica, é seca. Possui, por volta
dos 7 a 8 anos, o comprimento de 5 cm,
aproximadamente. Na puberdade, pelo
estímulo hormonal, torna-se mais elástica e
lubrificada, sua coloração adquire aspecto
mais rosado e seu comprimento pode
chegar a 11,5 cm com o estabelecimento da
menarca.
 
Exame dos órgãos genitais internos
Caso a adolescente já tenha iniciado relação
sexual, o exame especular será semelhante
ao da mulher adulta. Na infância e na
integridade himenal, o material, se
necessário, poderá ser colhido com swab,
uma sonda vesical estéril ou, dependendo
do relaxamento himenal, utilizando-se um
espéculo de virgem.
 
 
SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE HUMANA E PLANEJAMENTO FAMILIAR- UNIME
 
 
 
 O corrimento, quando presente, deve ser
analisado quanto a quantidade, cor, odor,
fluidez, presença de bolhas e sinais
inflamatórios associados. Observa-se, na
sequência, o colo uterino quanto a sua
coloração, forma, volume e aspecto do
orifício externo, geralmente puntiforme nas
nulíparas e em fenda transversa nas
multíparas.
 
Nas pacientes que já iniciaram relação
sexual, realiza-se o toque bidigital e
bimanual, avaliando-se as paredes vaginais,
o fundo de sacos laterais e posteriores, o
colo uterino, seu tamanho, a consistência e a
mobilidade, dolorosa ou não. O exame do
corpo uterino, trompas uterinas e ovários é
feito por meio do toque bimanual
abdominovaginal e em situações de
normalidade não deve provocar dor;
quando houver dor, pensar em processos
inflamatórios ou degenerativos. Os ovários
podem ser palpáveis com facilidade na
dependência do peso da paciente, sendo
mais difícil nas pacientes obesas. Qualquer
aumento do volume deve ser investigado. As
trompas uterinas, quando palpáveis, indicam
processos patológicos.
 
 
palpação bimanual
Questões éticas e legais e a consulta
ginecológica da adolescente
A adolescência é definida como a fase de
transição entre a infância e a idade adulta,
possui características biológicas, psicológicas
e sociais próprias. Nesse momento a
sexualidade se insere nesse processo de
desenvolvimento, sobretudo, como um
elemento estrutor da identidade. 
 
{exitem divergência dos mascos legais desde a definição da
própria adolescência:a Organização Mundial da Saúde
(OMS), a adolescência vai dos dez aos 20 anos
incompletos(7), no Estatuto da Criança e do Adolescente
(ECA), a adolescência vai dos 12 aos 18 anos(8), e o Código
Civil determina a 26 maioridade e a imputabilidade aos 18
anos.}
 
O exercício da sexualidade por adolescentes
é marcado por descobertas e conflitos que
podem colocá-los em situações de
vulnerabilidade, como aquisição de IST's,
gravidez inoportuna, abortos inseguros e
violência sexual, com sério impacto na sua
saúde sexual e reprodutiva. Dessa forma,
cabe ao profissional entender essas
vulnerabilidades atendendo componentes
individuais, sociais e intitucionais.As visões jurídicas sobre a capacidade do
adolescente com relação à sua
responsabilidade e autonomia têm gerado
inúmeras interpretações quando se trata do
exercício da sua sexualidade, ocasionando
incertezas, nos profissionais envolvidos no
atendimento ginecológico da adolescente,
referentes aos princípios éticos:
confidencialidade, privacidade e autonomia.
 
Mesmo alguns profissionais da saúde
condicionando o atendimento e a escolha
da contuda de jovens menores de idade nos
seus responsáveis legais, existem leis que
lhe permite uma maior autonomia: 
SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE HUMANA E PLANEJAMENTO FAMILIAR- UNIME
 
 
 
 Artigo 74 do Código de Ética médica: '' É
proibido revelar segredo profissional
referente à paciente menor de idade,
inclusive a seus pais ou responsáveis
legais, desde que o menor tenha
capacidade de avaliar seu problema e de
conduzir-se por seus próprios meios
para solucioná-lo, salvo quando a não
revelação ocasionar danos ao paciente”;
Artigo 78 do Código de Ética médica: '' É
inaceitável deixar de orientar seus
auxiliares e alunos a respeitar o sigilo
profissional e zelar para que seja por
eles mantido''
1.
2.
 
Dessa forma, a confidencialidade é tanto um
direito do paciente quanto uma obrigação
do médico, não sendo uma prerrogativa de
pa cientes adultos, devendo estar presente
em todos os atendimentos,
independentemente da faixa etária.
 
Mas como os profissionais da saúde estão
supordinados ao código penal, que por sua
vez, está supordinado á Contituição Federal
Brasileira. A Constituição Federal Brasileira,
assim como o ECA, não aborda
expressamente os direitos sexuais e
reprodutivos dos jovens, deixando os
profissionais da saúde e o próprio
adolescente confusos. 
 
 
 Conflitos relacionado á autonomia 
da adolescente.
O atendimento médico à adolescente, em
especial o atendimento ginecológico, precisa
assegurar maior privacidade a ela. O
profissional deve avisar aos responsáveis
dos benefícios de uma entrevista privada
com a adolescente. O direito e os limites
desse envolvimento à autonomia da
adolescente devem ficar claros para a família
e para a jovem, desde o primeiro contato. A
adolescente tem o direito,
independentemente da idade, de ser
atendida sozinha em um espaço privado de
consulta, onde se reconhece a sua
autonomia e individualidade.
 
Sobre a constatação de virgindade, é
necessário contextualizar a situação,
intermediar a discussão entre a adolescente
e seus responsáveis e esclarecer que laudos
periciais são de responsabilidade de
médicos legistas. Ainda relacionada à
autonomia da adolescente, uma outra
situação geradora de dúvidas entre os
profissionais que assistem adolescentes, por
ser mais recente, refere-se à necessidade da
realização de procedimentos de maior
complexidade, que necessitem ou não de
internação hospitalar, como cauterização de
lesões em vulva, vagina ou colo uterino,
inserção de implante, dispositivos
intrauterinos, etc. 
{devem ser realizados sempre com a
autorização ou a presença dos pais ou
responsáveis.}
 
SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE HUMANA E PLANEJAMENTO FAMILIAR- UNIME
 
 
 
 
 Conflitos relacionado ao sigilo e á
confidencialidade da consulta
percepção da ideia de suicídio ou
homicídio;
recusa ao tratamento por doenças de
risco;
gravidez com ou sem o intuíto de
interrupção.
A adolescente é atendida sozinha e
menciona alguma informação que justifica a
quebra de sigilo da consulta, porém ela não
está de acordo. Em primeira análise, o
profissional poderá estabelecer um pacto de
confiança com a sua cliente, reafirmando o
seu direito ao sigilo. No entanto, deverá ficar
claro a ela que em algumas situações este
pacto poderá ser violado. 
 
Nas situações em que a quebra do sigilo é
justificada e não havendo anuência da
adolescente, após a equipe profissional tê-la
encorajado a envolver a família e oferecer
apoio na comunicação, a adolescente será
esclarecida dos motivos para tal atitude,
antes do repasse da informação aos seus
pais e/ou responsáveis. Alguns motivos que
justificam a quebra de sigilo: 
1.
2.
3.
 
 
 Conflitos relacionado á atividade sexual em
menores de 14 anos
Embora já bem documentado que o início
das relações sexuais aconteça em idade
cada vez mais precoce e que a gravidez na
adolescência é no Brasil um problema de
saúde pública, sendo preocupante o
crescente número de gestações e partos
abaixo de 14 anos. 
 
Nesse contexto, frente ao risco da gravidez
na adolescência, pelas constantes mudanças
que ocorrem na sociedade e até que novas
leis sejam criadas para elucidarem os
conflitos relacionados ao tema, não se deve
levar em consideração apenas a idade para
prescrição da contracepção. O profissional
ao atender uma adolescente, sozinha ou
acompanhada pelos seus responsáveis, que
solicita a prescrição de contracepção e pede
sigilo, deve avaliar de forma criteriosa em
qual contexto está inserida a relação sexual
desta adolescente, seu parceiro é seu
namorado? Parente? Qual a diferença de
idade entre eles? Existe suspeita de
vitimização, abuso? A solicitação de
contracepção é antes do estabelecimento
da menarca? Essas situações podem
caracterizar um cenário em que o
profissional poderá decidir sobre a não
prescrição e/ou a quebra de sigilo.
Recomenda-se ainda que o prontuário
médico seja bem documentado com todas
as informações pertinentes ao caso.
 
OBS: a prescrição de anticoncepcional à adolescente
menor de 14 anos deve ser criteriosa, não
constituindo ato ilícito por parte do médico desde que
não haja situação de abuso ou vitimização da menor e
que a adolescente detenha capacidade de
autodeterminação com responsabilidade e
consciência a respeito dos aspectos que envolvem a
sua saúde e a sua vida.
 
 
 
 
Conflitos relacionado á violência
O Código de Ética Médica diz textualmente,
no artigo 102o , que é vedado ao médico
revelar fato de que tenha conhecimento em
virtude de exercício de sua profissão, salvo
por justa causa, dever legal ou autorização
expressa do paciente. O artigo 103o refere-
se à menor de idade, e a proibição vale,
inclusive, para seus pais ou responsáveis,
SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE HUMANA E PLANEJAMENTO FAMILIAR- UNIME
 
 
 
 
 mas faz duas ressalvas: o sigilo pode não
ser mantido caso o menor não tenha
capacidade de avaliar seu problema e de
conduzir-se por seus próprios meios para
solucioná-lo ou se a não revelação puder
acarretar danos ao paciente. 
 
A Lei nº 8.069/90 do Estatuto da Criança e
do Adolescente, artigo 13º , apena o médico
que deixar de comunicar à autoridade
competente, Conselho Tutelar da respectiva
localidade, os casos de suspeita ou
confirmação de maus tratos contra crianças
e adolescentes, sem prejuízo de outras
providências legais. No mesmo estatuto, no
artigo 245º diz que a situação será
considerada como infração administrativa se
o médico, o professor ou responsável por
estabelecimento de atenção à saúde e de
ensino fundamental, pré-escola ou creche,
deixar de comunicar à autoridade
competente os casos de que tenha
conhecimento, envolvendo suspeita ou
confir mação de maus tratos contra criança
ou adolescente. Como pena, multa de três a
vinte salários de referência, aplicando-se o
dobro em caso de reincidência.
 
 
 
 
 
 
SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE HUMANA E PLANEJAMENTO FAMILIAR- UNIME
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Intermediária I
 Elucidar as principais etiologias e
tratamento do corrimento vaginal;
Descrever o quadro clínico,
fisiopatologia e tratamento da dor
pélvica;
Explicar as principais IST 's relacionadas
ao caso clínico, bem como sua etiologia,
prevalência, diagnóstico e tratamento;
Explicar a propedêutica do exame
ginecológico + fluxograma dos exames
relacionada com o caso.
OBJETIVOS
1.
2.
3.
4.
OBJETIVO 1
O corrimento vaginal é uma síndrome
comum, que ocorre principalmente na
idade reprodutiva, podendo ser
acompanhado de prurido, irritação local e
alteração no odor.
 
OBS: A mulher apresenta um corrimento fisiológico- é
constituído por células vaginais descamadas, presença de
bactérias e fungos em limiar baixo, muco cervical-, esse
corrimento age como uma barreira de proteção evitando
que qualquer agente externo prolifere e entre no canal
vaginal. É esperado que a mulher no dia a dia apresente
uma secreção transparente ou branco, em pequena
quantidade e sem odor, sendo resultado da própria flora e
a produção de estrogênio.
 
Quando a paciente apresenta um
corrimento patológico deve-se realizar
uma investigação minuciosa, com
informações sobre características do
corrimento, consistência, cor e odor.
Além disso, deve-se observar práticas de
higiene, agentes irritantes locais,
medicamentos tópicos ou sistêmicos.
Durante o exame físico, além das
características do corrimento, o
profissional deve observar ainda a
existência de ulcerações e/ou eritema. 
Infecções endógenas: candidíase
vulvovaginal e agentes da vaginose
bacteriana;
Infecções iatrogênicas: infecções pós-
aborto e pós-parto;
Infecções sexualmente transmissíveis:
tricomoníase.
Vaginose bacteriana;
Candidíase vulvovaginal;
Tricomoníase;
Causas não infecciosas {p.ex vaginite
inflamatória descamativa, vaginite
atrófica, presença de corpo estranho
e gravidez.}
Todos os corrimentos vaginais são
considerados Infecções do Trato
reprodutivo (ITR):
1.
2.
3.
 
Esse corrimento pode apresentar
múltiplos agentes etiolóigicos, dentre os
principais:
 
1.
2.
3.
4.
Métodos diagnóstico para corrimento vaginal
pH vaginal: pH normal é menor que 4,5
sendo o Lactobacillus spp.
predominante na flora vaginal. Para
medir o pH é usado uma fita de pH na
parede lateral vaginal comparando a cor
do resultado com o padrão da fita. Pode
ser observado: 
pH > 4,5: vaginose bacteriana ou
tricomoníase.
pH < 4 5: candidíase vulvovaginal
1.
SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE HUMANA E PLANEJAMENTO FAMILIAR- UNIME
 
 
 
 
 
 
2. Teste de Whiff - aminas ou ''do cheiro'':
Colaca-se um gota de KOH {hidróxido de
potássio} a 10% sobre o conteúdo vaginal, se
houver ''odor de peixe'' o teste é considerado
positivo. 
 
3. Exame fresco: Realizado com esfregaço
com amostra de material vaginal e uma gota
de salina, cobrindo-se a preparação com
lamínula. O preparado é examinado sob
objetiva com aumento de 400x, observando-
se a presença de leucócitos, células
parabasais, Trichomonas sp. móveis, leveduras
e/ou pseudo-hifas. 
 
OBS: Os leucócitos estão presentes na
candidíase vulvovaginal e tricomoníase.
 
4. Bacterioscopia por coloração de Gram:
Pode ser observado a presença de clue cells,
células epiteliais escamosas de aspecto
granular pontilhado e bordas indefinidas
cobertas por pequenos e numerosos
cocobacilos, é típica de vaginose bacteriana. 
 
 
 
Etiologia do corrimento vaginal
Infecções sexualmente transmissíveis
Das infecções sexualmente trasmissíveis, a
infecção por Chlamydia trachomatis é a mais
comum, é um parasita intracelular que
infecta o epitélio do canal endocervical e
uretra. 80% das pacientes não apresentam
sintomas, mas caso apresentem serão
observados a partir da 1 a 3 semana após a
infecção, sendo notado:
Corrimento vaginal purulento;
sangramento pós-coital ou inter-
menstrual;
dor abdominal baixa;
dispareunia.
1.
2.
3.
4.
Como apresenta sintomas semelhantes as
outras doenças vaginais é importante que
faça o diagnóstico laboratorial, sendo
antígenos bacterianos detectados por
imunofluorescência ou métodos
imunoenzimáticos.
 
Caso a infecção não seja tratada
corretamente pode levar a sequelas, como
gravidez ectópica, doenças inflamatória
pélvica e até infertilidade. O tratamento
consistem em azitromicina, 1 g, em dose
única ou doxiciclina 100 mg, 2x dia/ 7 dias. 
 
OBS. Os parceiros sexuais devem ser
encaminhados para avaliação e tratamento, e as
relações sexuais devem ser evitadas. 
 
Outra doença sexualmente comum será a
gonorreia, apresenta um período de
incubação de 5 a 7 dias. Na maioria das
vezes a infecção é assintomática, mas pode
aparecer corrimento vaginal espesso e
purulento. O diagnóstico laboratorial de
rotina se faz pela microscopia e coloração
de Gram e cultura. 
 
Quando não tratada pode evoluir para uma
doença inflamatória pélvica. O tratamento é
feito com ciprofloxacina, 500 mg, dose única
ou ceftriaxona, 250 mg, dose única. 
 
OBS: cerca de 45% das pacientes com gonorréia
apresentam clamídia, então o tratamento para
clamídia deve ser feito concomitantemente {p. ex.
azitromicina, 1g, dose única}.
SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE HUMANA E PLANEJAMENTO FAMILIAR- UNIME
corrimento vaginal amarelo esverdeado;
odor fétido;
prurido;
dispareunia;
sinusorragia.
 
 
Sua apresentação pode ir desde um quadro
assintomático (50%) até grave doença
inflamatória aguda. Aproximadamente um
terço das pacientes assintomáticas torna-se
sintomáticas em seis meses. 
 
Os sinais e sintomas são:
1.
2.
3.
4.
5.
 
O aspecto de morango é graças á acentuada
distensão dos capilares e micro
hemorragias, pelo intenso processo
inflamatório.Nas mulheres pode haver
também edema vulvar e sintomas urinários,
como disúria.
 
O diagnóstico laboratorial conta com o
exame a fresco, com gota do conteúdo
vaginal e soro fisiológico, observando-se o
parasita ao microscópio, o pH quase sempre
é maior que 5,0 e geralmente maior que 6,6.
Na maioria dos casos o teste das aminas é
positivo. A bacterioscopia com coloração
pelo método de Gram observa o parasita
Gram negativo, de morfologia característica.
A cultura pode ser requisitada nos casos de
difícil diagnóstico.
 
 
O método mais viável e utilizado é o exame
a fresco, visibilizando-se o movimento do
protozoário, que é flagelado e há grande
número de leucócitos. E em 70% dos casos
de exames afresco confirmou-se por cultura.
 
 
É causado pelo protozoário flagelado,
trichomonas vaginalis, é essencialmente
sexual. Nota-se que é uma infecção
cervicovaginal, com o colo uterino
apresentando microulcerações que dão um
aspecto de morango ou framboesa,
entretanto é uma cervicocolpite
acometendo o epitélio escamoso e não a
mucosa glandular primeiramente, é
importante lembrar que apresenta um
processo inflamatório intenso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Não há impedimento para o flagelado
sobreviver em meio ácido, no entanto, a
transudação inflamatória das paredes
vaginais eleva o pH para 6,7 a 7,5, e neste
meio alcalino, pode surgir variada flora
bacteriana patogênica, inclusive anaeróbica,
apresentando assim uma vaginose
bacteriana associada.
 
Se enquadra nas vulvovaginites , porque a
infecção principal é do epitélio escamoso
vaginal, entretanto em 90% dos casos se
estende à uretra, sabendo-se que a uretra
como único sítio chega no máximo a 5% dos
pacientes. Não é a mucosa glandular o
habitat natural do protozoário, apesar de a
tricomoníase ser multifocal, afetando o
epitélio vaginal, glandular de Skene e
Bartholin e uretra.
Tricomoníase Diagnóstico clínico e laboratorial
SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE HUMANA E PLANEJAMENTO FAMILIAR- UNIME
Metronidazol 2g, via oral, dose única, ou
250mg via oral de 8/8h, por 7 dias; ou
400 mg via oral de 12/12h, por 7 dias;
Secnidazol ou Tinidazol, 2g via oral, dose
única. Vale ressaltar que o Secnidazol é
utilizado há mais de 30 anos, em larga
escala, no Brasil e alguns outros poucos
países, sem grandes ensaios clínicos
publicados, entretanto, com anos de
experiência e eficácia demonstrada na
prática clínica. A vida média do
Secnidazol 20-25h, do tinidazol é de 12h,
do ornidazol (pouco utilizado na
tricomoníase) é de 14h e a do
metronidazol é de 8h. 
 
 
O tratamento de escolha: 
 
1.
2.
Tratamento
 
 
Na prática clínica, a cultura ou a PCR têm
valor em crianças e nos casos com forte
suspeita e vários exames a fresco e corados
repetidamente negativos. O simples achado
de trichomonas vaginalis numa citologia
oncótica de rotina impõe o tratamento da 
 paciente e a chamada de seu(s) parceiro(s)
para consulta e tratamento.
 
Na GRAVIDEZ recomenda-se utilizar os
mesmos esquemas que para as não
grávidas, com metronidazol,após o início do
segundo trimestre. Faltam evidências
consideráveis em relação à toxicidade do
metronidazol na gravidez, portanto o
tratamento deve ser considerado para
mulheres com sintomas moderados a
severos, a partir do segundo trimestre. Vale
ressaltar que o metronidazol cruza a
barreira placentária e, apesar de ser bem
absorvido pela mucosa vaginal, a terapia de
escolha mundialmente aceita, mesmo nas
grávidas sintomáticas, é a oral. O
metronidazol é excretado pelo leite
materno, sendo os níveis da droga no leite
iguais aos níveis séricos.
 
Quando falamos de duchas vaginais, NOTA-
SE que não são duchas de borracha
antihigiênicas, mas apenas lavar a vagina
com as soluções supracitadas, durante o
banho, com seringas de 20ml, pela higiene
mantida. Esta nota é porque nas
recomendações do ACOG encontra-se um
item onde as duchas vaginais não são
recomendadas para prevenção ou
tratamento de vaginites.
 
 
O tratamento para as pacientes HIV-
POSITIVAS é o mesmo que já expusemos
para as negativas, sabendo que a
tricomoníase não tratada amplifica a
transmissão da doença HIV. A tricomoníase
é particularmente prevalente entre as
pacientes HIV-positivo com hábitos sexuais
de alto risco. 
SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE HUMANA E PLANEJAMENTO FAMILIAR- UNIME
Vulvovaginites
Candidíase vulvovaginal.
Vulvovaginites e vaginoses são as causas
mais comuns de corrimento vaginal
patológico, são afecções do epitélio
estratificado da vulva e/ou vagina. Os
agentes mais frequentes são os fungos, as
bactérias anaeróbicas {em número
significativamente aumentado} ou até
mesmo um aumento exacerbado da flora
normal de lactobacilos.
 
Vale ressaltar que frequentemente as
pacientes queixam-se de infecções vaginais
pelo fato de perceberem as descargas
vaginais fisiológicas como anormais,
geralmente terá variação com o ciclo
menstrual e com etapas do ciclo da vida
feminino. 
 
 
 
O agente causal mais comum, cerca de 80%
a 90%, é a candida albicans. Os outos 10%
pode ser causada devido ás espécies não
albicans, ex. glabrota, tropicalis e krusei. 
 
Durante a vida reprodutiva cerca de 10% a
20% das mulheres podem ser colonizadas
com candida sp, assintomáticas. 
Fatores de risco e recorrência
Quando há uma recorrência de quatro ou
mais episódios, sintomáticos, em um ano a
paciente apresenta CVV recorrente,
necessitando de uma mudança na terapía e
no estilo de vida. 
 
Vale lembrar que a candidíase sintomática é
causada por uma resposta imunológica inata
agressiva {resposta inflamatória}, enquanto
a assitomática não apresenta resposta
inflamatória á cândida. Podemos observar
CVV complicada e não complicada, as
complicadas é definida como severa ou
recorrente ou por outras espécies de
cândida ou hospedeiro com resposta
imunológica inadequada, na qual não
respondem ao azóis em curto prazo. 
Diagnóstico clínico e laboratorial
Prurido;
Ardência;
Corrimento geralmente grumoso, sem
odor;
Dispareunia;
Disúria.
Clinicamente a paciente pode apresentar:
1.
2.
3.
4.
5.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
É importante lembrar que esses sinais e
sintomas não são exclussivos da candidíase
vulvovaginal, levando as pacientes a
confundirem com outras condições
patologicas vaginais. 
SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE HUMANA E PLANEJAMENTO FAMILIAR- UNIME
É importante lembrar que o diagnóstico
laboratorial é valioso, sendo observado
uma citologia a fresco utilizando soro
fisiológico e hidróxido de potássio a 10%
para visibilizar a presença de hifas e /ou
esporos dos fungos. Além disso, a CVV está
associada a pH normal vaginal (< 4.5). Se a
citologia a fresco for negativa, culturas
vaginais específicas deveriam ser realizadas.
 
 Vale ressaltar que clinicamente, com o
teste de Schiller, com ou sem o colposcópio,
a CANDIDÍASE VAGINAL apresenta colpites
em pontos, por vezes erosiva, quando a
resposta inflamatória é muito intensa. Outra
caracteristica importante é que o pH vaginal
na CVV é geralmente normal {ácido} , como
o custo da fita medidora de pH é baixo,
acreditamos que possa auxiliar no
diagnóstico, diante de exame clínico muito
característico e impossibilidade
momentânea de realizar outros testes,
devendo aliviar os sintomas da paciente.
 
O diagnóstico também pode ser auxiliado
pelo exame microbiológico que deve ser
realizado com swab coletado por colocação
de espéculo vaginal, preferencialmente no
fórnice vaginal anterior, para estudo a
fresco, gram ou cultura específica, esta
última sendo recomendada, sobretudo nos
casos de CVV complicada. A citologia a
fresco observando muitas hifas do fungo
implicando em alta carga fúngica, portanto
ela é específica, porém não muito sensível
no diagnóstico da CVV, em contraste com a
cultura que é muito sensível e pouco
específica.
Mudanças de hábitos
Como ''padrão ouro'' é indicado que não
utilize sabonetes e cremes vulvovaginais que
não respeitem o pH, nem perfumados, nem
irritantes, assim como evitar o uso de
roupas sintéticas e apertadas. 
 
Apesar das evidências, a experiência já
instituiu essas e outras mudanças de
hábitos capazes de diminuir o número de
surtos de candidíase, que ultrapassa a
incidência de vaginose bacteriana no verão,
comportando-se de maneira SAZONAL.
Sabe-se que o ecossistema vulvovaginal tem
suma importância na proteção da genitália
feminina, portanto, na prevenção das
vulvovaginites. Acredita-se que a não
aeração da genitália feminina altere a flora
vaginal facilitando as infecções. 
 
O uso de produtos higiênicos adequados
minimiza os risco de alergias e irritações, já
ressaltando que as vulvovaginites alérgicas
ou irritativas são diagnóstico diferencial de
candidíase, além das próprias vulvovaginites
alérgicas poderem deflagrar crises de
candidíase.
 
Ainda na mudança de hábitos, sabe-se da
relação da CVV com os esteróides. Deve-se
dar preferência aos contraceptivos orais de
mais baixa dosagem, assim como terapia
hormonal de baixa dose, explicando à
paciente os motivos, para que tenha
aderência aos conselhos concomitantes.
Lembrar do uso indiscriminado de
antibióticos e corticóides como fatores
desencadeantes de candidíase. 
SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE HUMANA E PLANEJAMENTO FAMILIAR- UNIME
Tratamento
O tratamento deve ser realizado somente
por uma via de administração, sendo a oral
ou vaginal. 
 
OBS: Não há necessidade de convocar o
parceiro, a não ser que o mesmo apresente
queixas. Vale salientar que é ilegal a prescrição
automática para o parceiro na receita da
própria paciente. 
 
Portanto uma crise de CVV não complicada
pode ser EFETIVAMENTE tratada com DOSE-
ÚNICA ou terapia curta atingindo resposta
superior a 90%, com azóis ou poliênicos:
Fluconazol 150 mg, dose única ou
Itraconazol 200 mg, 12/12h, 1 dia, ou
cetoconazol 200mg, 12/12h, 5 dias, via oral
ou Nistatina oral, esquemas mais
prolongados. Quanto aos cremes ou óvulos
vaginais, temos o butoconazol a 2%, creme
5g, dose única, clotrimazol em 3 esquemas,
3, 7 ou 14 dias, miconazol em 4 esquemas,
tioconazol dose única, isoconazol dose única
ou 7 dias, fenticonazol, terconazol e até 
 mesmo a Nistatina creme por 14 dias, todos
com resposta semelhante .
 
Quando a CVV é complicada, não deve-se
tratar com dose única ou esquemas curtos,
como os acima descritos para as CVV não
complicadas. Nas CVV COMPLICADAS, no
mínino um esquema vaginal de 7 dias é
requerido ou MÚLTIPLAS DOSES DE
FLUCONAZOL (150 mg a cada 72h, 3 doses).
A terapia com os Azóis, até mesmo o
voriconazol, é frequentemente um fracasso
quando se trata de C. glabrata.
NA GRAVIDEZ NÃO SE RECOMENDA OS
AZÓIS ORAIS, preferindo-se o tratamento
com cremes vaginais de Nistatina por 14
dias ou clotrimazol 1% por 7 dias. Em casos
de recorrência, pode-se utilizar Clotrimazol
500 mg a cada 1 a 2 semanas para controle
dos sintomas. Os antifúngicos orais são
drogas classe C, em altas doses há relatos
de teratogenia. Não há evidências sobre a
necessidade de tratar grávidas
assintomáticas (30 a 40%). Conclui-se que na
GRAVIDEZ E LACTAÇÃO a TERAPIA ORAL
para CVV está CONTRA–INDICADA,mas
estudos recentes mostram associações com
parto prematuro, indicando sempre o
tratamento. 
Vaginose bacteriana.
 
 
 
Desordem frequente entre as mulheres em
idade reprodutiva e a causa mais prevalente
de corrimento vaginal com odor fétido. É
uma infecção que está associada á perda da
flora vaginal normal de lactobacilos, na qual
é aumentada em uma resposta de defesa.
Resumidamente, será caracterizada pela
falta de lactobacilos normais vaginais e por
super crescimento de inúmeras bacterias
anaeróbicas {a mais prevalente =
gardnerella vaginalis}.
 
A flora vaginal normal consiste de bactérias
aeróbicas e anaeróbicas, com os
LACTOBACILOS VAGINAIS predominando em
mais de 95% das bactérias presentes para
provavelmente ser uma grande linha de
defesa contra infecções, em parte pela
própria manutenção do pH ácido inerente à
vagina normal e mantendo a produção de
peróxido de hidrogênio (água oxigenada)
neste microambiente. 
SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE HUMANA E PLANEJAMENTO FAMILIAR- UNIME
Corrimento vaginal;
pH > 4,5;
presença de clue cells a fresco;
Whiff positivo.
 
 
O diagnóstico irá contar com:
1.
2.
3.
4.
A coloração pelo Gram, do fluido vaginal é o
método mais utilizado avaliado para VB.
Dessa forma quantifica-se o número de
lactobacillus e de bactérias patogênicos,
resultando em um escore que determina se
há infecção.
 
Diagnóstico clínico e microbiológico
Essas bacterias produzem sialidase que
pode decompor produtos do muco cervical,
levando o corrimento bolhoso que cobre a
vagina. O aumento intenso das sialidases,
facilita a ascenção de germes na doença
inflamatória pélvica (DIP). As bactérias da VB
aumentam na época da menstruação, o que
explica a maior incidência de DIP pós-
menstrual, se houver uma cervicite
associada. 
 
O uso de antibióticos indiscriminadamente
pode ser uma causa da perda dos
lactobacilos, assim como fatores locais tais
quais diafragma, espermaticidas, o coito,
anel vaginal e outros, que facilitariam
bactérias impróprias a crescerem, por
exemplo a E. coli, que nesses casos citados
se associam à alteração da flora, mas
rapidamente os lactobacilos deveriam
retornar aos níveis basais, o que não
ocorrendo, favorece à VB. Sem lactobacilos,
o pH de 4-4,5 aumenta e a gardnerella
vaginalis produz aminoácidos, os quais são
quebrados pelas bactérias anaeróbicas da
VB em aminas voláteis, que aumentam o pH
e levam ao odor desagradável. 
 
OBS: A prevalência da VB aumenta
consideravelmente em clínicas de IST's,
comparando-se a consultórios
ginecológicos gerais.
 
 
Em grávidas as sintomáticas, deve-se fazer
teste microbiológico para VB e tratá-las para
a resolução dos sintomas. O tratamento oral
ou vagina é aceitável e apresenta baixo risco
de complicação, deve ser usado
metronidazol 500mg, oral, 2 vezes ao dia,
por 7 dias ou clindamicina 300mg, oral, 2
vezes ao dia, por 7 dias. Terapia vaginal não
é recomendada para esta indicação.
 
A VB RECORRENTE ( 4 ou mais diagnósticos
confirmados no último ano ) é muito comum
e vem sendo tratada com macrolídeos e
nitroimidazólicos, dependendo do qual foi
primeiramente utilizado. Uma das
recomendações é a utilização do
METRONIDAZOLoral ou vaginal por três dias
desde o início da menstruação, por três a
seis meses, com oferecimento de
antifúngicos, se houver história de
candidíase, pois esta poderá recorrer.
Estudo mostrou que o uso de tinidazol 1g
ao dia por 5 dias e 2g ao dia por 2 dias
mostraram-se eficazes para o tratamento de
VB.
 
Tratamento
SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE HUMANA E PLANEJAMENTO FAMILIAR- UNIME
Outras causas:
Vaginose citolítica: que consiste na
flora de lactobacilos exacerbada, por
vezes incomoda as pacientes e torna-se
queixa principal, apesar de ser apenas
aumento do resíduo vaginal fisiológico.
Pode-se aliviar os sintomas da paciente
com creme vaginal com tampão borato
pH8, por 10 dias e depois manter duas
vezes por semana por 2 meses ou
alcalinizar o meio vaginal com “injeções''.
Vaginose atrófica: própria da paciente
hipoestrogênica, leva à dispareunia,
porvezes apareunia, deve ser tratada
com estrogeniaterapia (Terapia
hormonal sistêmica, se houver
indicações outras) ou estrógenos
vaginais em esquemas individualizados,
como o promestrieno ou o estriol.
Entretanto, quando, além da atrofia, a
vaginose bacteriana secundária está
instalada, pela própria perda de barreira
pela diminuição do número de camadas
do epitélio, o tratamento de ataque
pode ser feito com clindamicina tópica a
2% por 3 a 7 dias,seguido de estrogênios
conjugados por 15 a 30 dias.
Vaginite lactacional: caracteristico
dohipoestrogenismo, pode até mesmo
mimetizar a tricomoníase. Os sintomas
são similares, com desconforto urinário,
prurido vaginal e secura, dispareunia e
corrimento. O pH geralmente é mais
alcalino. À microscopia observa-se
poucos lactobacilos, diminuição de
células superficiais e aumento de células
basais e parabasais. Gel aquoso
lubrificante é aconselhado para aliviar a
dispareunia e há controvérsias sobre o
uso de estrógenos vaginais, que são
absorvidos. 
 
1.
2.
3.
4. Vaginite alérgica: causada por
hipersensibilidade a medicamentos,
cosméticos íntimos, antígenos de fungos ou
protozoários, látex do condom ou
diafragma, espermaticidas, etc., são tratadas
com sucesso, quando o diagnóstico foi
acertado em pacientes muito atópicas, com
vulvites alérgicas concomitantes, anamnese
apurada, utilizando antihistamínicos e, se
houver infecção concomitante, o tratamento
específico conjunto. Apaciente refere ardor,
prurido e há eritema, tal como na irritativa.
 
5. Vaginite descamativa inflamatória:
pode apresentar descarga purulenta e
dispareunia. O corrimento é amarelado com
pH alto, colpite macular pode estar presente
e à microscopia observa-se aumento de
polimorfonucleares e células parabasais.
Difere da VB pela inflamação presente.
Infecção estreptocócica concomitante é
relatada e provavelmente trata-se do
próprio líquen plano erosivo vaginal,
podendo levar a sinéquias vaginais se o
tratamento com espumas de
corticosteróides ou cremes vaginais com
corticosteróides não for instituído.
Secreções fisiologicas
SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE HUMANA E PLANEJAMENTO FAMILIAR- UNIME
OBJETIVO 2
Aparelho muscular;
Pele;
Peritonio;
Dor referida;
Trato reprodutor;
Trato urinário;
Gastrointestinal.
Somática: aguda e localizada;
Visceral: dor difusa, contínua, díficil de
localização, sensação vaga e
associada a respostas reflexas
autônomas;
Inflamatória: envolvidas com os
nocioceptores, apresenta uma
caracteristica de dor em pontada e
queimação;
Neuropática: lesão ou inflamação do
sistema nervoso, é uma dor crônica.
A dor pélvica é uma das frequentes
queixas ginecológicas, quando chega
uma pacientes com a queixa principal de
dor pélvica é nessário pensarmos e
ivestigarmos de onde vem a dor,
lembrando que nem sempre a causa é
necessariamente ginecológica. Podemos
considerar que a dor pode estar vindo:
 
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
 
OBS: normalmente a dor vai dar algumas
dicas para saber de onde ela vem e que
tipo ela é. 
 
Podemos classificar as dores pélvicas:
1.
2.
3.
4.
DOR AGUDA
início súbito;
aumento abrupto;
curta duração;
associada ao ciclo menstrual {sendo a
dismenorreia a dor clínica mais comum};
A dor aguda apresenta características:
1.
2.
3.
4.
 
A dor aguda está relacionada com sinais de
inflamação ou infecção, como febre e
leucocitose. A fisiopatologia da dor pélvica
aguda conta com a participação de
mediadores da inflamação presentes em
alta concentração. 
 
O início rápido da dor é mais compatível
com perfuração ou ruptura de alguma
víscera oca ou isquemia após torção de um
pedículo vascular. A dor tipo cólica ou
espasmódica intensa está muitas vezes
associada à contração muscular ou à
obstrução de alguma víscera oca, como o
intestino, o ureter ou o útero. A dor em todo
o abdome sugere reação generalizada a um
líquido irritante na cavidade peritoneal,
como sangue, um líquido purulento ou o
conteúdo de algum cisto ovariano.O diagnóstico precoce é fundamental, uma
vez que grande atraso aumenta a
morbidade e mortalidade e, como já
discutido em outros momentos, a anamnese
minuciosa será um ponto importante para o
diagnóstico correto. É importante perguntar
para a paciente a data e as características
dos duas últimos períodos menstruais, bem
como corrimento e sangramento anormal.
Deve investigar a história sexual,
contraceptiva, IST's e distúrbios
ginecológicos prévios. Na história da queixa
atual é importante investigar melhor sobre a
dor, o momento que ela se inícia, bem como
sinais de infecção (febre, calafrios,
corrimento vaginal purulento) e os seguintes
sintomas: relacionados com a gravidez,
sistema gastrintestinais, urinários e
atribuíveis ao hemoperitônio. É preciso
registrar qualquer história clínica e cirúrgica
prévia e os medicamentos em uso.
SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE HUMANA E PLANEJAMENTO FAMILIAR- UNIME
amenorreia;
sangramento irregular;
início agudo de dor.
 
 
Deve ser feito teste de gravidez em todas as
mulheres em idade reprodutiva com dor
pélvica aguda. A gravidez ectópica é a
implatação do feto na tuba uterina , vale
lembrar que a dor será relatada quando
tiver dilatação aguda da tuba, se houver
ruptura tubária a dor abdominal localizada
tende a ser aliviada e substituída por dor
pélvica e abdominal devido a ocorrência de
hemoperitônio. 
 
Será observado na paciente:
1.
2.
3.
 
 
Os cistos funcionais sãos os mais comuns e
estão mais propensos á ruptura que
neoplasias benignas ou malignas. A dor
associada á ruptura do folículo ovariano no
momento da ovulação é mittelschmerz, essa
dor pélvica pode ser uma resposta a
pequena quantidade de sangue que
extravasa para a cavidade peritoneal e alta
concentração de prostaglandinas no líquido
folicular. 
Em geral, a dor varia entre leve a moderada
e é autolimitada.
Sistema reprodutivo
Atraso da menstruação;
dor com início súbito;
dor abdominal generalizada;
tontura;
síncope {Desmaio ou perda temporária
e súbita de consciência.}.
dor intensa a palpação abdominal;
descompressão súbita no quadrante
inferior;
irritação peritoneal.
A paciente pode apresentar: 
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
Gravidez ectópica
Extravasamento ou ruptura de cisto
ovariano 
 
A torção do pedículo vascular de um ovário,
de um ovário com cisto, de uma tuba
uterina, de um cisto paratubário ou
raramente de um mioma uterino pediculado
provoca isquemia das estruturas distais ao
pedículo torcido e início agudo de dor.
Sendo o mais comum para sofrer torções o
teratoma cístico benigno, a torção é
incomum nas tubas e nos ovários normais,
embora possa ocorrer no ovário policístico.
O diagnóstico de torção dos anexos é difícil,
deve basear-se na anamnese, no exame
clínico e em outros exames, como a US
transvaginal.
 
O processo de torção oclui a drenagem
linfática e venosa dos anexos acometidos;
portanto, a víscera torcida aumenta
rapidamente de tamanho e pode ser
palpada com facilidade ao exame ou
observada por US.
Torção dos anexos 
SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE HUMANA E PLANEJAMENTO FAMILIAR- UNIME
aumento da dor com movimento;
febre;
corrimento vaginal purulento;
náuseas e vômito;
elevação de temperatura e taquicardia;
dor a palpação abdominal direta e a dor
a descompressão súbita é acentuada.
 
 
Todos os casos de DIP são polimicrobianos,
causados por bactérias aeróbicas e
aneróbicas gram-negativas e positivas. DIP
iniciada por gonorreia ou clamídia provoca
início agudo de dor pélvica, pacientes
apresentam:
1.
2.
3.
4.
5.
6.
 
Na DIP aguda, observam-se leucocitose e
aumento da velocidade de
hemossedimentação (VHS), um sinal
inespecífico, embora mais sensível, de
inflamação, para diagnóstico de DIP afirmam
que se deve suspeitar de DIP e instituir
tratamento caso haja risco de DIP e dor à
mobilização uterina, cervical ou anexial sem
motivo aparente.
 
febre e leucocitose;
taquicardia;
hipotensão arterial;
obcessos palpaveis ao exame bimanual
 
 
Os abscessos tubo-ovarianos, uma
complicação da salpingo-ooforite aguda,
geralmente são unilaterais e multiloculares.
Paciente apresenta: 
 
1.
2.
3.
4.
 
 
dor intensa, constante ou pode ser
intermitente;
respostas reflexas autonômicas: náuseas,
vômito e agiitação;
Pequena elevação da temperatuda,
taquicardia e leucocitose;
Grande massa pélvica ao exame bimanual.
Paciente apresenta:
1.
2.
3.
4.
 
doença inflamatória pélvica
Abscesso tubo-ovariano 
 
 
 
Em mulheres com endometriose, as
glândulas e o estroma endometriais
implantam-se fora da cavidade uterina, na
maioria das vezes, nos ovários ou peritônio
pélvico. A cada ciclo menstrual pode haver
maior proliferação, com consequente
inflamação, formação de tecido cicatricial,
fibrose e surgimento de aderências, dessa
forma a dor aguda atribuível a endometriose
geralmente é pré-menstrual e menstrual.
 
Paciente pode apresentar:
 
Dor aguda relacionada
 à endometriose 
SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE HUMANA E PLANEJAMENTO FAMILIAR- UNIME
dispareunia;
disquezia;
sangramento irregular;
infertilidade;
dor a palpação abdominal direta e a dor
a descompressão súbita.
 
 
1.
2.
3.
4.
5.
 
 
dor abdominal difusa;
dor periumbilical;
anorexia;
náuseas;
vômitos;
constipação intestinal;
 dor à palpação do quadrante inferior
direito.
 
 
É a causa intestinal mais comum de dor
pélvica aguda, os sinais e sintomas podem
ser semelhantes aos da DIP, sendo assim
paciente apresenta:
 
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
dor intensa no quadrante inferior
esquerdo da diverticulite;
calafrios;
constipação intestinal;
Exame abdominal mostra distensão com
dor à palpação do quadrante inferior
esquerdo e dor localizada à
descompressão súbita.
 
 
A diverticulite aguda é um distúrbio no qual
há inflamação de um divertículo ou
evaginação da parede do cólon, em geral,
com acometimento do cólon sigmoide. A
diverticulite costuma acometer mulheres na
pós-menopausa, mas pode ocorrer na faixa
dos 30 a 49 anos.
 
Sinais e sintomas:
1.
2.
3.
4.
 
Sistema gastrintestinal
Apendicite 
Diverticulite aguda 
dor abdominal tipo cólica;
distensão abdominal;
vômito;
constipação intestinal;
obstrução intestinal
 
As causas mais comuns de obstrução
intestinal em mulheres são aderências pós-
cirúrgicas, encarceiramento de hérnia,
doença intestinal inflamatória e carcinoma
do intestino ou ovário. Paciente apresenta:
1.
2.
3.
4.
5.
 
Obstrução intestinal 
SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE HUMANA E PLANEJAMENTO FAMILIAR- UNIME
dor intensa e em cólica;
hematúria;
infecção vesical ou renal;
disúria;
polaciúria.
As infecções urinárias que causam dor
aguda são cistite e pielonefrite. Os
microrganismos mais comuns causadores
de infecção urinária (IU) são Escherichia coli
seguida por Proteus, Klebsiella e
Pseudomonas. 
 
Sinais e sintomas:
1.
2.
3.
4.
5.
Sistema urinário
DOR CRÔNICA
A dor pélvica crônica é uma dor que possui a
mesma localização por mais de 6 meses e
causa incapacidade funcional ou requer
tratamento. 
 
OBS: Pacientes com DPC frequetemente são
ansiosas e deprimidas, pois há abalo na vida
conjugal, social e ocupacional. Independentemente
da causa original, quando a dor persiste por
qualquer período de tempo, é provável que outros
fatores psicossociais estejam contribuindo para sua
continuidade. Muitas vezes, a dor é acompanhada
por ansiedade e depressão, e esses distúrbios
devem ser cuidadosamente avaliados e tratados
 
Na primeira consulta, deve-se obter uma
história completa da dor, levando-se em
conta a natureza de cada sintoma:
localização, irradiação, intensidade, fatores
que a agravam e aliviam; efeito do ciclo
menstrual, estresse, trabalho, exercício,
relação sexual e orgasmo; o contexto no
qual a dor surgiu; e o custo social e
ocupacional da dor.
 
Genitais: sangramento vaginal anormal,
corrimento vaginal anormal,
dismenorreia, dispareunia e infertilidade.
Gastrintestinais: constipação intestinal,
diarreia, flatulência, hematoquezia e
relação entre a dor e os períodos de
alteração da função intestinal

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