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Conceito de violência

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→ Conceito de violência 
• O "uso intencional da força física ou do 
poder, real ou em ameaça, contra si 
próprio, contra outra pessoa, ou contra 
um grupo ou uma comunidade, que 
resulte ou tenha a possibilidade de 
resultar em lesão, morte, dano 
psicológico, deficiência de 
desenvolvimento ou privação", 
destacando a intencionalidade do ato 
violento e o uso da força física ou do 
poder na sua definição, 
independentemente do resultado 
produzido. 
• A OMS propõe um modelo que chama 
de ecológico para a compreensão da 
determinação da violência, com fatores 
relacionados a diferentes níveis da 
sociedade, articuladas em círculos 
concêntricos. 
 
 
 
 
 
 
 
→ Tipos de violência 
• Violência auto infligida 
− Comportamento suicida: 
envolve tentativas de suicídio 
e pensamentos suicidas ou 
autolesões deliberadas. 
− Auto abuso: Inclui atos de 
automutilação 
• Violência Interpessoal 
− Violência da família ou parceiro 
íntimo: ocorre entre membros da 
família e parceiros íntimos. Inclui as 
formas de violência como abuso 
infantil, violência contra a mulher, 
violência sexual, violência contra 
idosos, violência contra pessoas com 
deficiência. 
− Violência comunitária: ocorre entre 
pessoas sem laços de parentesco, 
podendo ser conhecidos ou 
estranhos. Ocorre fora de casa, nos 
espaços públicos. Este grupo 
envolve os casos de estupro por 
desconhecidos, violência juvenil, 
violência institucional (em escolas, 
asilos, trabalho, prisões etc.) e a 
violência no trabalho (assédio moral 
e sexual). 
• Violência Coletiva 
− Social: estão os crimes de ódios 
por grupos organizados, atos 
terroristas e violências de multidões 
 
 
 
− Política: inclui guerras e conflitos de 
violência, violência de estados e atos de 
grandes grupos 
− Econômica: ataques de grupos maiores 
motivados por ganhos econômicos, para 
interromper a atividade econômica de 
um país ou região, negar acesso a 
serviços essenciais ou criar 
fragmentação econômica 
→ Conceitos de violência 
• Violência Física: Quando uma pessoa 
que está em relação de poder a outra, 
causa ou tenta causar dano não 
acidental por meio da força física ou 
algum tipo de arma, podendo provocar 
ou não lesões externas, internas ou 
ambas. As agressões podem ser 
socos, pontapés, bofetões, tapas ou 
qualquer outro gesto. 
• Violência Sexual: É todo o ato no qual 
uma pessoa em relação de poder e 
por meio da força física ou intimidação 
psicológica obriga a outra a executar 
ato sexual contra a sua vontade. 
− A violência sexual pode ocorrer em 
uma variedade de situações como: 
▪ Abuso incestuoso / Incesto 
▪ Atentado violento ao pudor 
▪ Estupro 
▪ Assédio sexual 
▪ Exploração sexual 
▪ Pornografia infantil 
▪ Pedofilia 
▪ Voyeurismo 
 
 
 
 
 
 
• Violência Psicológica: É toda ação ou 
omissão que causa ou visa causar dano à 
autoestima, à identidade ou ao 
desenvolvimento dos indivíduos por 
agressões verbais ou humilhações 
constantes, como: ameaças de agressão 
física, impedimento de trabalhar fora, de sair 
de casa, de ter amizades, de telefonar, de 
conversar com outras pessoas. 
• Assédio Moral: É a exposição de um 
trabalhador a situações humilhantes e 
constrangedoras, repetitivas e prolongadas, 
em que prevalecem atitudes e condutas 
negativas dos chefes em relação a seus 
subordinados. 
• Privação ou Negligência: É a ausência de 
atendimento às necessidades básicas, físicas 
e emocionais das crianças, adolescentes, 
adultos, idosos ou pessoas com deficiência 
(física, intelectual ou mental, visual, auditiva). 
• Violência Institucional :É aquela exercida 
nos/pelos próprios serviços públicos ou 
privados, por ação ou omissão. Pode incluir 
tanto a dimensão mais ampla da falta de 
acesso ou da má qualidade dos serviços, 
estendendo-se às próprias relações de 
poder entre os usuários e os profissionais 
dentro das instituições, até uma noção mais 
restrita de dano físico intencional. 
• Violência Econômica ou Patrimonial: São 
todos os atos destrutivos, como: rasgar ou 
reter os documentos, destruir roupas, 
danificar utensílios pessoais e domésticos ou 
omissões do agressor que afetam a saúde 
emocional e a sobrevivência da família. 
 
 
 
 
 
• Violência Intrafamiliar ou doméstica :Toda 
ação ou omissão cometida por algum 
membro da família, incluindo pessoas que 
passam a assumir função parental, ainda 
que sem laços de consanguinidade, em 
relação de poder, sem importar o 
espaço físico onde ocorra e que 
prejudique o bem-estar, a integridade 
física, psicológica ou a liberdade e o 
direito ao pleno desenvolvimento de 
outro membro da família. 
• A violência doméstica: congrega a 
violência interpessoal cometida por 
pessoas íntimas, como parceiros, filhos, 
pais, responsáveis, irmãos, tios, sogros e 
outros parentes ou pessoas que vivam 
juntas. 
→ Violência doméstica 
• As violências estão integradas e se 
reforçam mutuamente: ser testemunha 
de violência entre seus pais ou sofrer 
violência física (meninos) e sexual 
(meninas) durante a infância são 
importantes fatores de risco para que 
essas crianças experimentem violência 
por parceiro íntimo na sua vida adulta, 
criando o que tem sido chamado de 
reprodução intergeracional da violência 
e reforçando a importância da 
intervenção nos casos atuais como 
prevenção de novos casos nas 
gerações futuras. 
 
 
 
 
 
 
 
❖ Consequência relacionada à 
naturalização das normas culturais de 
gênero: 
• Ideia de que a maternidade, o cuidado, a 
doçura e a monogamia são 
características inatas e naturais da 
mulher 
• Falta de controle sobre os impulsos 
sexuais e violentos e a força física, 
assim como a maior autoridade na casa, 
são características naturais dos homens 
• Sobrecarga sobre as mulheres da 
responsabilidade sobre o cuidado de si, 
das crianças, dos idosos e de toda a 
família em contraste com a negligência 
no cuidado dos homens e um baixo 
incentivo ao seu cuidado consigo 
mesmos e com os outros 
❖ A violência doméstica e repercussões 
sobre a saúde 
• Na violência sexual contra crianças e 
adolescentes: pais e padrastos são os 
principais agressores. Tem diferenças, 
relacionadas às expectativas sociais de 
gênero: meninas sofrem mais violência 
sexual e meninos são mais submetidos a 
abuso físico grave. 
− Mulheres que vivem (ou viveram) 
violência doméstica apresentam 
• Utilização muito mais frequente dos 
serviços de saúde, percebidas como 
usuárias excessivas, incômodas ou 
impertinentes; 
• Trazem queixas confusas e que nunca 
são resolvidas, gerando impotência e 
insatisfação nos profissionais de saúde 
e sendo por vezes desqualificadas e 
desacreditadas na sua demanda; 
 
 
• Padrão de menor aderência às 
práticas de prevenção, como menor 
uso de preservativo ou realização de 
Papanicolau. 
• A violência entre parceiros íntimos 
tem também diversas 
consequências para a saúde das 
crianças que testemunham as 
agressões, como: depressão, 
ansiedade, enurese noturna e 
transtornos de comportamento. 
→ Fases da situação de violência 
doméstica 
• Fase da tensão : Que vai se 
acumulando e se manifestando por 
meio de atritos, cheios de insultos e 
ameaças, muitas vezes recíprocos. 
• Fase da agressão: Com a descarga 
descontrolada de toda aquela tensão 
acumulada. O agressor atinge a 
vítima com empurrões, socos e 
pontapés, ou às vezes usa objetos, 
como garrafa, pau, ferro e outros. 
• Fase da reconciliação: Em que o 
agressor pede perdão e promete 
mudar de comportamento, ou finge 
que não houve nada, mas fica mais 
carinhoso, bonzinho, traz presentes, 
fazendo a mulher acreditar que 
aquilo não vai mais voltar a 
acontecer... Até o reinício 
❖ Prevenção à Violência e a 
Promoção da Saúde 
• Prevenção primária: Destinada a 
evitar que a violência surja 
 
 
 
 
• Prevenção secundária: Realizadaquando a 
violência já ocorreu. Significa respostas 
mais imediatas à violência, enfocando a 
capacidade de diagnóstico, tratamento etc. 
• Prevenção terciária: Composta por 
respostas mais em longo prazo, busca 
reduzir os efeitos, as sequelas e os 
traumas; prevenir a instalação da violência 
crônica e promover a reintegração dos 
indivíduos. 
• Promoção de saúde: É uma ação 
intersetorial que se baseia no 
fortalecimento de fatores protetores para 
evitar ou controlar os riscos, estimular 
capacidades, o exercício do autocuidado e 
da ajuda mútua 
❖ O Papel do Profissional de Saúde no 
Enfrentamento da Violência 
• É fundamental o olhar atento e crítico do 
profissional da Equipe Saúde da Família 
diante dos problemas identificados 
durante sua consulta ou visita 
− Cabe aos profissionais da equipe de saúde: 
▪ Realizar funções assistenciais em atenção à 
vítima de violência, 
▪ Desenvolver ações propositivas, visando 
prevenir eventos, 
▪ Promover melhoria da qualidade de vida e 
cultura da paz. 
• Para desenvolver ações de prevenção, é 
crucial que os profissionais da equipe de 
saúde, conheçam os sistemas assistenciais e 
redes de apoio social e comunitário, a fim 
de identificar os casos e as populações sob 
risco de violências. 
 
 
 
 
 
▪ Durante todo o processo de 
atendimento das situações de 
violência intrafamiliar, a equipe de 
saúde deve manter uma 
preocupação ética com a qualidade 
da intervenção e suas consequências. 
▪ Por ser um fenômeno multifatorial, a 
pessoa vítima de violência requer 
abordagens multiprofissionais e 
interdisciplinares. Não se espera que 
uma categoria profissional dê conta de 
situações tão complexas. 
→ A atuação do profissional de saúde 
tem papel fundamental no 
enfrentamento da violência, tendo 
como compromissos: 
• identificá-la; 
• ser sensível aos dramas das pessoas 
em situação de violência; 
• ser capaz de diagnosticar, 
compreender, encaminhar, tratar e 
ouvir aqueles que o procuram; 
• ter o compromisso em notificar as 
violências; 
• ter postura ética e sigilo profissional. 
▪ Sigilo e Segurança 
▪ A Intervenção Não Pode Provocar 
Maior Dano 
▪ Respeitar o Tempo, o Ritmo e as 
Decisões das Pessoas 
▪ Estar Consciente do Impacto da 
Violência Sobre si Mesmo 
 
 
 
 
 
 
 
 
→ Bases legais que estimulam a ação 
dos profissionais de saúde no Brasil em 
relação à violência doméstica: 
• O estatuto da criança e do adolescente 
(ECA) determina, desde 1990, que todos 
os casos de suspeita ou confirmação de 
maus-tratos contra crianças ou 
adolescentes devem ser 
obrigatoriamente comunicados ao 
Conselho Tutelar da localidade, sem 
prejuízo de outras providências legais. 
• A notificação de violência doméstica, 
sexual ou outras à vigilância 
epidemiológica é compulsória no caso 
de violência contra criança, 
adolescente, mulher ou pessoa idosa. 
• O Estatuto do Idoso estabelece penas 
específicas para negligência, abandono 
e falta de cuidados médicos 
necessários aos idosos. 
• A Lei Maria da Penha, desde 2006, 
estabelece pena privativa de 
liberdade para agressor que seja 
parceiro íntimo da vítima em 
determinadas situações, medidas 
protetivas para as mulheres e 
necessidade de uma rede intersetorial 
de cuidado para a redução da 
violência, incluindo o encaminhamento 
dos agressores para medidas 
reeducativas e reabilitadoras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
→ Médicos de família e comunidade X 
violência 
• Os médicos de família e comunidade e 
as equipes de saúde da família estão 
em uma posição privilegiada para a 
detecção dos casos de violência 
doméstica, já que acompanham as 
pessoas e suas famílias ao longo do 
tempo, realizam visitas domiciliares e 
tratam de muitos dos problemas de 
saúde associados à violência doméstica. 
→ A construção de uma rede de 
cuidado 
• A proposta de apoio social como 
promoção da saúde, desenvolvida de 
forma intersetorial, faz-se presente nas 
políticas públicas do Brasil. 
• Educação, assistência social, trabalho e 
esportes são apenas algumas das áreas 
que compõem a integralidade das ações 
voltadas para a promoção da saúde e, 
portanto, do desenvolvimento humano. 
• Na saúde, a integralidade é “[...] o 
conjunto articulado e contínuo das 
ações e serviços preventivos e 
curativos, individuais e coletivos, exigidos 
para cada caso em todos os níveis de 
complexidade do sistema”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
→ A construção de uma rede de cuidado 
− Conselhos tutelares :Desempenha uma 
função estratégica: zelar pelo cumprimento 
dos direitos da criança e do adolescente. 
Nesse sentido, age sempre que os direitos 
de crianças e adolescentes forem 
ameaçados ou violados pela própria 
sociedade, pelo Estado, pelos 
pais/responsáveis ou em razão de sua 
própria conduta. Os conselhos tutelares são 
órgãos autônomos, permanentes e não 
jurisdicionais, que integram a administração 
pública local. 
− Centro de Referência de Assistência Social 
(CRAS): é a porta de entrada da Assistência 
Social. É um local público, localizado 
prioritariamente em áreas de maior 
vulnerabilidade social. Objetivo de fortalecer a 
convivência com a família e com a 
comunidade. Possibilita o acesso da 
população aos serviços, benefícios e 
projetos de assistência social. 
Público Atendido :Famílias e indivíduos em 
situação grave desproteção, pessoas com 
deficiência, idosos, crianças retiradas do 
trabalho infantil, pessoas inseridas no 
Cadastro Único, beneficiários do Programa 
Bolsa Família e do Benefício de Prestação 
Continuada (BPC), entre outros 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
− Centro de Referência Especializado de 
Assistência Social (CREAS): é uma 
unidade pública da política de Assistência 
Social onde são atendidas famílias e 
pessoas que estão em situação de risco 
social ou tiveram seus direitos violados. 
Oferece informações, orientação 
jurídica, apoio à família, apoio no acesso 
à documentação pessoal e estimula a 
mobilização comunitária. 
Público Atendido: Famílias e indivíduos 
em situação de risco pessoal e social, 
com violação de direitos, como: 
violência física, psicológica e negligência; 
violência sexual; afastamento do 
convívio familiar devido à aplicação de 
medida de proteção; situação de rua; 
abandono; trabalho infantil; discriminação 
por orientação sexual e/ou raça/etnia; 
descumprimento de condicionalidades 
do Programa Bolsa Família em 
decorrência de violação de direitos; 
cumprimento de medidas 
socioeducativas em meio aberto de 
Liberdade Assistida e de Prestação de 
Serviços à Comunidade por 
adolescentes, entre outras

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