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Ordem física

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Traumatologia médico-legal
ENERGIAS DE ORDEM FÍSICA
São aquelas que alteram o estado físico dos corpos e pode gerar ofensa corporal, danos à saúde e até morte.
TEMPERATURA – FRIO, CALOR E OSCILAÇÃO DE TEMPERATURA
FRIO
Atua de maneira individual ou coletiva – crime e acidente e mais raro no suicídio.
A ação geral do frio leva à alteração do sistema nervoso, sonolência, convulsões, delírios, perturbações dos movimentos, anestesias, congestão ou isquemia das vísceras, podendo advir a morte quando tais alterações assumem maior gravidade.
O diagnóstico de morte pela ação do frio é difícil. Têm-se alguns elementos, como: hipóstase vermelho-clara, rigidez cadavérica precoce, intensa e extremamente demorada, sangue de tonalidade menos escura, sinais de anemia cerebral, congestão polivisceral, às vezes disjunção das suturas cranianas, sangue de pouca coagulabilidade, repleção das cavidades cardíacas, espuma sanguinolenta nas vias respiratórias, erosões e infiltrados hemorrágicos na mucosa gástrica (sinal de Wischnewski), e, na pele, poderão ser observadas flictenas semelhantes às das queimaduras.
· primeiro grau, lesão caracterizada pela palidez ou rubefação local e aspecto anserino da pele;
· segundo grau, eritema e formação de bolhas ou flictenas de conteúdo claro e hemorrágico;
· terceiro grau, necrose dos tecidos moles com formação de crostas enegrecidas, aderentes e espessas;
· quarto grau, pela gangrena ou desarticulação.
CALOR:
Pode ser difuso (insolação e intermação) ou direto (queimadura)
Insolação é calor ambiente em locais abertos.
Intermação é excesso de calor ambiente, em lugares mal arejados, confinados, pouco abertos e sem ventilação adequada. Acidental. Alcoolismo.
secreção espumosa e sanguinolenta das vias respiratórias, precocidade da rigidez cadavérica, putrefação antecipada, congestão e hemorragia das vísceras.
análise das condições locais e pela ausência de outras lesões sugestivas de causa mortis percebidas pela necropsia.
ação do calor sobre a miosina cardíaca, produzindo sua coagulação; sobre o sangue, destruindo os elementos figurados e a consequente formação de trombose; bloqueio da perspiração cutânea e da sudorese; efeito direto sobre o encéfalo, principalmente sobre os centros termorreguladores; choque anafilático decorrente de elementos estranhos na circulação; destruição das proteínas hemáticas e a consecutiva ação tóxica dos centros nervosos.
Queimadura: ação de chama, calor irradiante, gases superaquecidos líquidos escaldantes, sólidos quentes, raios solares. Geram alterações locais ou gerais e a gravidade depende da extensão e profundidade. Origem acidental.
(1) Primeiro grau. Distinguem-se pelo eritema simples, em que apenas a epiderme é afetada pela vasodilatação capilar, como, por exemplo, nas queimaduras por raios solares. A pele conserva-se íntegra. O tecido subepitelial pode apresentar-se edemaciado e, no período de cura, não raramente ocorre a descamação dos planos mais superficiais da epiderme. Não produzem cicatrizes, embora possam mostrar-se posteriormente de pigmentação desigual ao restante da pele. Em regra, as vestes protegem o corpo das vítimas desta forma de lesão. Suas características principais são: eritema, edema e dor (sinal de Christinson). Finalmente, como o eritema representa uma reação vital, as queimaduras de 1 o grau não se evidencia no cadáver.
(2) Segundo grau. Além do eritema, apresentam as lesões desse grau vesículas ou flictenas, existindo em seu interior líquido amarelo-claro, seroso, rico em albuminas e cloretos (sinal de Chambert). Quando a flictena se rompe, a derme fica desnuda, de cor escura e, pela ação do ar, disseca-se, ostentando uma rede capilar fina e de aspecto apergaminhado.
(3) Terceiro grau. São produzidas geralmente por chamas ou sólidos superaquecidos, seguindo então a coagulação necrótica dos tecidos moles. Esses tecidos, depois de algum tempo, são substituídos por outros de granulação formados por cicatrizes de segunda intenção. A cicatriz pode ser retrátil ou meramente queloidiana. A queimadura do 3 o grau incide até os planos musculares. São mais facilmente infectadas e menos dolorosas em virtude da destruição dos corpúsculos sensíveis da epiderme.
(4) Quarto grau. São mais destrutivas que as queimaduras do 3 o grau e se particularizam pela carbonização do plano ósseo. Podem ser locais ou generalizadas.
A carbonização generalizada tem como escopo a redução do volume do corpo por condensação dos tecidos. O morto toma a posição de lutador em face da semiflexão dos membros superiores e dedos em garras, posição essa explicada pelos leigos como o desespero da vítima surpreendida pelo fogo. A “posição de boxer” ou a “atitude de saltimbanco”, também chamada “atitude em epistótomo”, motivada pela hiperextensão da cabeça sobre o pescoço e hiperextensão do tronco em forma de arco de concavidade posterior, são motivadas pela retração dos músculos da nuca, da goteira vertebral como também da região lombar.
Perícia: identificar o morto, esclarecer se morreu durante o incêndio ou se já estava morto. Procurar outras lesões distintas das queimaduras. Avaliar se o indivíduo respirou na duração do incêndio (pela pesquisa do óxido de carbono no sangue e pela presença de fuligem ao longo das vias respiratórias). O calor da fumaça aspirada provoca também hiperemia e edema da laringe, da faringe, da parte superior do esôfago e da mucosa traqueobrônquica, nesta com acentuado aumento do muco.
As queimaduras produzidas pelo calor irradiante e pelos líquidos e gases respeitam as partes do corpo cobertas pelas vestes. As oriundas de corpos sólidos superaquecidos mostram-se de dimensões limitadas, podem deixar a marca dos objetos e sua profundidade depende da intensidade térmica produzida. As motivadas pelas chamas dirigem-se de baixo para cima e, pelos líquidos, de cima para baixo, dando às lesões o aspecto de contornos geográficos.
Temperaturas oscilantes: acidentes de trabalho e doenças profissionais.
PRESSÃO ATMOSFÉRICA:
Diminuição da Patm: à medida que subimos, a pressão diminui e o ar fica mais rarefeito. A baixa quantidade de O2 e CO2 atrapalha as trocas gasosas que vai resultar em aumento considerável do número de glóbulos vermelhos no sangue, mas que em poucos dias já acontece a aclimatação.
Em altitudes acima de 2500 m existe esforço físico, cefaleia, dispneia, anorexia, fadiga, insônia, tonturas e vômitos.
Aumento da Patm: mergulhadores e profissionais que trabalham debaixo dagua sofrem o efeito do aumento da pressão atmosférica.
Existe o aumento, mas também a descompressão brusca que pode acontecer gerando lesões muito graves. A compressão gera intoxicação por oxigênio, nitrogênio e gás carbônico e a descompressão gera embolia por ter mais gás dissolvido no sangue, gerando o fenômeno do barotrauma. Acidente de trabalho e suicídio, mais raramente homicídio.
ELETRICIDADE:
Natural ou industrial.
Natural: Os fatores que determinam a natureza, a intensidade e a gravidade das lesões são os seguintes: corrente contínua da eletricidade atmosférica; resistência de corpo atingido; tensão elétrica (voltagem); intensidade da corrente; duração do contato da vítima com a corrente; trajeto da corrente através do corpo da vítima.
Lesões externas: aspecto arboriforme e tonalidade arroxeada. Sinal de lichtenberg – fenômenos vasomotores.
Em geral, a morte pelos efeitos da eletricidade atmosférica se dá por inibição direta dos centros nervosos por paralisia respiratória e asfixia. Em outros casos predominam os efeitos cardíacos com fibrilação ventricular. Podem surgir outras alterações, como queimaduras, hemorragias musculares, ruptura de vasos de grosso calibre e até mesmo do coração; fraturas ósseas, congestão e hemorragia dos globos oculares; congestão polivisceral, fluidez do sangue, distensão dos pulmões e equimoses subpleurais e subpericárdicas. As lesões mais intensas são encontradas nos locais de entrada e saída da corrente elétrica (mais comuns na cabeça, no tórax e nos pés).
Industrial: eletroplessão (efeito proporcionado pela eletricidade industrial,com ou sem êxito letal). De origem acidental ou suicida ou homicida.
Eletrocussão é a cadeira elétrica como pena judicial. Atinge mais o coração e o cérebro.
A marca elétrica é a porta de entrada da corrente elétrica no organismo. As queimaduras são resultado do calor da corrente. Pode gerar amputação de membros e até secção completa do corpo.
A etiologia da morte pela corrente elétrica é justificada por três teorias: 
· Morte pulmonar. Os defensores desse conceito inspiram-se nos achados necroscópicos compatíveis com a asfixia: edema dos pulmões, enfisema subpleural, congestão polivisceral, coração mole contendo sangue escuro e líquido; hemorragias puntiformes subpleurais e subpericárdicas; congestão da traqueia e dos brônquios, com secreção espumosa e sanguinolenta. Esses resultados são decorrentes da tetanização dos músculos respiratórios (diafragma e intercostais) e dos fenômenos vasomotores. A observação tem demonstrado que a parada de respiração antecede a parada do coração.
· Morte cardíaca. Explicada pelo efeito da corrente elétrica sobre o coração, provocando contração fibrilar do ventrículo, alternando-lhe a condução elétrica normal.
· Morte cerebral. Ocasionada pela hemorragia das meninges, hiperemia dos centros nervosos, hemorragia das paredes ventriculares do cérebro, do bulbo, dos cornos anteriores da medula espinal, e edema da substância branca e cinzenta do cérebro, lesões estas com que sempre se defronta a necropsia.
RADIOATIVIDADE:
Raios x, rádio e energia atômica.
Raio x: radiodermites
As radiodermites podem ser agudas ou crônicas:
· Agudas. As radiodermites do 1 o grau, geralmente temporárias, apresentam duas formas: depilatória e eritematosa. Essa fase dura cerca de 60 dias e deixa uma mancha escura que desaparece muito lentamente. As do 2 o grau (forma papuloeritematosa) são representadas geralmente por ulceração muito dolorosa e recoberta por crosta seropurulenta. Têm cicatrização difícil, deixando em seu lugar uma placa esbranquiçada de pele rugosa, frágil e de características atípicas. As radiodermites do 3 o grau (forma ulcerosa) estão representadas por zonas de necrose, de aspecto grosseiro e grave. São conhecidas por úlceras de Röentgen. Nos profissionais que trabalham com raios X, sem os devidos cuidados, podem aparecer essas lesões nas mãos (mãos de Röentgen).
· Crônicas. Essas lesões podem ser locais e apresentar a forma úlcero-atrófica, teleangiectásica ou neoplásica. Esta última também chamada de câncer cutâneo dos radiologistas ou câncer röentgeniano, quase sempre do tipo epitelioma pavimentoso. Podem ser ainda de efeitos gerais, compreendendo várias síndromes: digestivas, cardíacas, oculares – úlcera de córnea e cataratas –, ginecológicas, esterilizantes, cancerígenas, sanguíneas e mortes precoces.
Arma nuclear (bomba atômica), explosões, queimaduras, sequelas tardias.
LUZ E SOM:
Comprometer os órgãos dos sentidos, gerar lesões e perturbações de ordem funcional. Ação intensiva da luz pode gerar cegueira total.
Infravermelho lesão no cristalino; ultravioleta lesão na conjuntiva; laser lesão na córnea e no cristalino.
SOM: efeito mais comum em acidentes de trabalho em pessoas que permanecem sem proteção em ambientes de grande poluição sonora.
Epilepsia acustogênica tem relação com a intensidade e permanência de certos ruídos – comum em telefonistas e radiotelegrafistas.
O som acima de 20.000 ciclos/s e 85 decibéis pode produzir lesões auditivas e perturbações psíquicas. O infrassom também acarreta lesões do tipo labirintite e o ultrassom, destruição celular.
Além da perda auditiva permanente, o ruído intenso pode produzir outros efeitos como os zumbidos, o recrutamento, a perda da discriminação da fala e a otalgia.

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