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1 Reflita e responda: a) A religiosidade de Zé-do-Burro demonstra amor ou temor a Deus? Justifique sua resposta. Demonstra temor a Deus, o que se comprova em sua fala “Não, nesse negócio de milagres, é preciso ser honesto. Se a gente embrulha o santo, perde o crédito. De outra vez o santo olha, consulta lá os seus assentamentos e diz: — Ah, você é o Zé-do-Burro, aquele que já me passou a perna! E agora vem me fazer nova promessa. Vá fazer promessa pro diabo que o carregue, seu caloteiro duma figa! E tem mais: santo é como gringo, passou calote num, todos os outros ficam sabendo”. b) Diferencie amor a Deus de temor a Deus. Temor a Deus passa a ideia de um Deus tirano, dominador. É ter medo de ser castigado por Deus. Amor a Deus refere-se a gratidão e reverência a Deus, é buscar honrá-lo sem temer. 2 Além de pausas na fala, representadas geralmente por ponto, vírgula e ponto e vírgula, a pon- tuação reproduz, na escrita, nossas emoções, intenções e anseios. Leia as passagens extraídas do texto e responda às questões propostas. a) Em “… se você não falou, podia ter botado; a santa não ia dizer nada.”, justifique o emprego do ponto e vírgula. O ponto e vírgula foi empregado para separar orações em que já há vírgula. b) Em “… consulta lá os seus assentamentos e diz: — Ah, você é o Zé-do-Burro, aquele que já me passou a perna!”, justifique o emprego do travessão e dos dois-pontos. O travessão foi empregado para indicar a fala do personagem no discurso direto. Os dois-pontos foram empregados para introduzir a fala de um personagem no texto. c) Em “Sei não... a gente nunca sabe se vai precisar; por isso, é bom ter sempre as contas em dia.”, justifique o emprego das reticências, do ponto e vírgula e do ponto. As reticências foram empregadas para indicar hesitação. O ponto e vírgula, para separar orações que já apresentam vírgula. O ponto, para finalizar uma frase declarativa. PARA CONCLUIR Neste módulo, demos sequência ao trabalho com a sintaxe da língua portuguesa. Concentra- mos o estudo no comportamento dos verbos e seus complementos ou caracterizadores, buscando construir o conceito de regência verbal. Também apresentamos a leitura de textos teatrais e propu- semos a observação de algumas características da organização desse gênero textual, além do uso da regência verbal em suas construções. Destacamos ainda o uso de alguns sinais de pontuação e sua importância para a construção textual. 18 L ÍN G U A P O R T U G U E S A M Ó D U LO 8 PH_EF2_8ANO_LP_005a024_CAD2_MOD08_CA.indd 18 12/10/19 14:53 1 Nas frases a seguir, identifique os verbos e classifique-os quanto à sua regência. a) Aquelas senhoras fabricam enfeites de cabelo muito originais. Fabricam: verbo transitivo direto. b) Os moradores ainda não levaram o lixo para a lixeira. Levaram: verbo transitivo direto. c) Acreditamos em sua profecia. Acreditamos: verbo transitivo indireto. d) Minha mãe gosta muito de salada verde. Gosta: verbo transitivo indireto. e) Minha irmã voltou para casa ontem. Voltou: verbo intransitivo. f) Encontrei o vestido da minha prima no baú de coisas antigas. Encontrei: verbo transitivo direto. g) Antônio pagou a dívida ao feirante. Pagou: verbo transitivo direto e indireto. h) Que pena! Minhas plantas morreram de sede! Morreram: verbo intransitivo. 2 Indique a função sintática dos termos destacados. Em seguida, indique a regência dos verbos. a) Os noivos receberão os convidados no salão de festas. Adjunto adverbial. Receberão: verbo transitivo direto. b) Os governantes estudaram a proposta dos manifes- tantes. Objeto direto. Estudaram: verbo transitivo direto. c) Entregaram as encomendas ao porteiro esta manhã. Objeto indireto. Entregaram: verbo transitivo direto e indireto. PRATICANDO O APRENDIZADO d) Pedro chegou de viagem às 14 horas. Adjunto adverbial. Chegou: verbo intransitivo. e) Os meninos andaram rapidamente até o esconderijo. Adjunto adverbial. Andaram: verbo intransitivo. f) Suas ações acarretaram a perda da harmonia no grupo. Objeto direto. Acarretaram: verbo transitivo direto. 3 Sublinhe a opção entre parênteses que indica a regência correta do verbo em destaque. a) Paguei as dívidas a minha mãe. (verbo transitivo direto/verbo transitivo direto e indireto) b) Não suportei ver a humilhação pela qual ela pas- sou. (verbo transitivo direto/verbo transitivo direto e indireto) c) Prefiro natação a basquete. (verbo intransitivo/ verbo transitivo direto e indireto) d) Enquanto algumas pessoas não saem do mundinho da lua, eu concretizo meus sonhos. (verbo transi- tivo direto/verbo intransitivo) e) Agradeceremos aos convidados todos os presen- tes. (verbo transitivo direto/verbo transitivo direto e indireto) f) Sônia, você não gosta de mim, mas sua filha, sim. (verbo transitivo direto e indireto/verbo transitivo indireto). 4 Em relação ao exercício anterior, indique o(s) termo(s) que completa(m) os verbos destacados. Em seguida, indique a função sintática que exerce(m). Paguei – as dívidas: objeto direto; a minha mãe: objeto indireto. Ver – a humilhação: objeto direto. Prefiro – natação: objeto direto; a basquete: objeto indireto. Concretizo – meus sonhos: objeto direto. Agradeceremos – aos convidados: objeto indireto; todos os presentes: objeto direto. Gosta – de mim: objeto indireto. a) b) c) d) e) f) 19 L ÍN G U A P O R T U G U E S A M Ó D U LO 8 PH_EF2_8ANO_LP_005a024_CAD2_MOD08_CA.indd 19 12/10/19 14:53 O texto desta seção é uma peça teatral do escritor bra- sileiro Martins Pena, uma comédia de costumes escrita em 1845. Ela conta a história de Carlos, um jovem cuja tia e tutora enviou ao seminário para que seguisse a vida religio- sa. Porém, o moço não tinha vocação para essa vida, pois seu sonho era casar-se com sua prima Emília, por quem era apaixonado. A seguir, leia o início da peça, em que conhe- cemos os personagens Ambrósio, o vilão, e Florência, sua ingênua esposa. Observe o comportamento do vilão neste trecho: esperto, hipócrita e interesseiro; e o de sua mulher: religiosa, inocente e submissa. Atente para os elementos do gênero dramático e sua estrutura. O noviço Comédia em 3 atos P E R S O N A G E N S AMBRÓSIO FLORÊNCIA – sua mulher EMÍLIA – sua filha JUCA – 9 anos, dito CARLOS – noviço da Ordem de S. Bento ROSA – provinciana, primeira mulher de Ambrósio PADRE – mestre dos noviços JORGE JOSÉ – criado 1 meirinho, que fala 2 ditos, que não falam Soldados de Permanentes, etc., etc. (A cena passa-se no Rio de Janeiro) ATO PRIMEIRO Sala ricamente adornada: mesa, consolos, mangas de vi- dro, jarras com flores, cortinas, etc., etc. No fundo, porta de saída, uma janela, etc., etc. CENA I AMBRÓSIO, só de calça preta e chambre — No mundo a fortuna é para quem sabe adquiri-la. Pintam-na cega... Que simplicidade! Cego é aquele que não tem inteligência para vê-la e a alcançar. Todo homem pode ser rico, se atinar com o verdadeiro caminho da fortuna. Vontade forte, perseverança APLICANDO O CONHECIMENTO e pertinácia são poderosos auxiliares. Qual o homem que, resolvido a empregar todos os meios, não consegue enrique- cer-se? Em mim se vê o exemplo. Há oito anos, eu era pobre e miserável, e hoje sou rico, e mais ainda serei. O como não importa; no bom resultado está o mérito... Mas um dia pode tudo mudar. Oh, que temo eu? Se em algum tempo tiver que responder pelos meus atos, o ouro justificar-me-á e serei limpo de culpa. As leis criminais fizeram-se para os pobres. © A li s s o n A ff o n s o /A c e rv o d a c a rt u n is ta O noviço, de Martins Pena, pelo grupo Ato, Teatro Popular do Sesi, 2002. CENA II Entra Florência vestida de preto, como quem vai à festa. FLORÊNCIA — Entrando — Ainda despido, Sr. Ambrósio? AMBRÓSIO — É cedo (Vendo o relógio). São nove horas e o ofício de Ramos principia às dez e meia. FLORÊNCIA — É preciso ir mais cedo paratomarmos lugar. AMBRÓSIO — Para tudo há tempo. Ora, dize-me, minha bela Florência... FLORÊNCIA — O que, meu Ambrosinho? Dito: voto religioso. Consolo: espécie de móvel de decoração. Mangas de vidro: peças que revestem ou protegem o candeeiro (utensílio com líquido combustível para iluminar o ambiente). Chambre: roupão. Pertinácia: perseverança, determinação. Ofício de Ramos: refere-se à celebração cristã católica na Semana Santa. 20 L ÍN G U A P O R T U G U E S A M Ó D U LO 8 PH_EF2_8ANO_LP_005a024_CAD2_MOD08_CA.indd 20 12/10/19 14:53 AMBRÓSIO — O que pensa tua filha do nosso projeto? FLORÊNCIA — O que pensa não sei eu, nem disso se me dá; quero eu — e basta. E é seu dever obedecer. AMBRÓSIO — Assim é; estimo que tenhas caráter enérgico. FLORÊNCIA — Energia tenho eu. AMBRÓSIO — E atrativos, feiticeira. FLORÊNCIA— Ai, amorzinho! (à parte:) Que marido! AMBRÓSIO — Escuta-me, Florência, e dá-me atenção. Crê que ponho todo o meu pensamento em fazer-te feliz... FLORÊNCIA — Toda eu sou atenção. AMBRÓSIO — Dous filhos te ficaram do teu primeiro ma- trimônio. Teu marido foi um digno homem de muito juízo; deixou-te herdeira de avultado cabedal. Grande mérito é esse... FLORÊNCIA — Pobre homem! AMBRÓSIO — Quando eu te vi pela primeira vez não sa- bia que era viúva rica. (à parte:) Se o sabia! (Alto:) Amei-te por simpatia. FLORÊNCIA — Sei disso, vidinha. AMBRÓSIO — E não foi o interesse que obrigou-me a casar contigo. FLORÊNCIA — Foi o amor que nos uniu. AMBRÓSIO — Foi, foi, mas agora que me acho casado con- tigo, é de meu dever zelar essa fortuna que sempre desprezei. FLORÊNCIA, à parte — Que marido! AMBRÓSIO, à parte — Que tola! (Alto:) Até o presente tens gozado desta fortuna em plena liberdade e a teu bel-prazer; mas daqui em diante, talvez assim não seja. FLORÊNCIA — E por quê? AMBRÓSIO — Tua filha está moça e em estado de ca- sar-se. Casar-se-á, e terás um genro que exigirá a legítima de sua mulher, e desse dia, principiarão as amofinações para ti, e intermináveis demandas. Bem sabes que ainda não fizestes inventário. FLORÊNCIA — Não tenho tido tempo, e custa-me tanto aturar procuradores! AMBRÓSIO — Teu filho também vai a crescer todos os dias e será preciso por fim dar-lhe a sua legítima... Novas demandas. FLORÊNCIA — Não, não quero demandas. AMBRÓSIO — É o que eu também digo; mas como pre- veni-las? FLORÊNCIA — Faze o que entenderes, meu amorzinho. AMBRÓSIO — Eu já te disse há mais de três meses o que era preciso fazermos para atalhar esse mal. Amas a tua filha, o que é muito natural, mas amas ainda mais a ti mesma... FLORÊNCIA — O que também é muito natural... AMBRÓSIO — Que dúvida! E eu julgo que podes conciliar esses dous pontos, fazendo Emília professar em um convento. Sim, que seja freira. Não terás nesse caso de dar legítima algu- ma, apenas um insignificante dote — e farás ação meritória. FLORÊNCIA — Coitadinha! Sempre tenho pena dela; o convento é tão triste! AMBRÓSIO — É essa compaixão mal-entendida! O que é este mundo? Um pélago de enganos e traições, um escolho em que naufragam a felicidade e as doces ilusões da vida. E o que é o convento? Porto de salvação e ventura, asilo da virtude, único abrigo da inocência e verdadeira felicidade... E deve uma mãe carinhosa hesitar na escolha entre o mundo e o convento? FLORÊNCIA — Não, por certo... AMBRÓSIO — A mocidade é inexperiente, não sabe o que lhe convém. Tua filha lamentar-se-á, chorará desesperada, não importa; obriga-a e dai tempo ao tempo. Depois que estiver no convento e acalmar-se esse primeiro fogo, abençoará o teu nome e, junto ao altar, no êxtase de sua tranquilidade e ver- dadeira felicidade, rogará a Deus por ti. (À parte:) E a legítima ficará em casa. FLORÊNCIA — Tens razão, meu Ambrosinho, ela será freira. AMBRÓSIO — A respeito de teu filho direi o mesmo. Tem ele nove anos e será prudente criarmo-lo desde já para frade. FLORÊNCIA — Já ontem comprei-lhe o hábito com que andará vestido daqui em diante. AMBRÓSIO — Assim não es- tranhará quando chegar à idade de entrar no convento; será frade feliz. (À parte:) E a legítima também ficará em casa. FLORÊNCIA — Que sacrifícios não farei eu para a ventura dos meus filhos! […] PENA, Martins. O noviço. São Paulo: Ática, 2002. (Coleção Quero ler). Dous: o mesmo que dois. À parte: separadamente. Legítima: herança reservada por lei aos herdeiros. Demanda: desejo, pedido, exigência, solicitação. Atalhar: encurtar, resumir. Dote: algum bem levado pela freira quando entra no convento. Ação meritória: ação digna de elogio, recompensa. Pélago: abismo. R ep ro du çã o/ E di to ra Á tic a 21 L ÍN G U A P O R T U G U E S A M Ó D U LO 8 PH_EF2_8ANO_LP_005a024_CAD2_MOD08_CA.indd 21 12/10/19 14:53 1 Explique por que o texto apresentado pertence ao gê- nero dramático. Foi escrito para que atores encenem e dia loguem através dos personagens. Apresenta rubricas com orientações de encenação. 2 Qual é a função das rubricas no texto dramático? Elas servem para indicar como deve ser o tom dos personagens nos diálogos e para dar orientações às pessoas envolvidas na peça sobre palco, cenário, luz, ações dos personagens, etc. 3 O noviço é uma peça escrita por Martins Pena, no sé- culo XIX. Nela conhecemos Ambrósio, que pretende apoderar-se do dinheiro de Florência. Releia a cena I. AMBRÓSIO, só de calça preta e chambre — No mundo a fortuna é para quem sabe adquiri-la. Pintam-na cega... Que simplicidade! Cego é aquele que não tem inteligência para vê-la e a alcançar. Todo homem pode ser rico, se ati- nar com o verdadeiro caminho da fortuna. Vontade forte, perseverança e pertinácia são poderosos auxiliares. Qual o homem que, resolvido a empregar todos os meios, não consegue enriquecer-se? Em mim se vê o exemplo. Há oito anos, eu era pobre e miserável, e hoje sou rico, e mais ainda serei. O como não importa; no bom resultado está o mérito... Mas um dia pode tudo mudar. Oh, que temo eu? Se em algum tempo tiver que responder pelos meus atos, o ouro justificar-me-á e serei limpo de culpa. As leis criminais fizeram-se para os pobres. a) O texto de Martins Pena critica a hipocrisia do per- sonagem que quer ascender socialmente. Explique, com suas palavras, o que Ambrósio quis dizer na seguinte passagem: “Se em algum tempo tiver que responder pelos meus atos, o ouro justificar-me-á e serei limpo de culpa. As leis criminais fizeram-se para os pobres.” Ambrósio quis dizer que a justiça pode ser comprada. O rico sempre se dá bem, pois pode pagar para se livrar da culpa; já os pobres não têm a mesma condição. Martins Pena, na fala de Ambrósio, representa a imoralidade daqueles que fazem do dinheiro o valor maior. b) Destaque do texto dois exemplos de costumes tí- picos da sociedade do século XIX que destoam dos costumes atuais. Os pais obrigarem os filhos a seguir a vida religiosa, o marido tomar todas as decisões. 4 Justifique o emprego dos travessões ao longo do texto. Como se trata de um texto teatral, os travessões introduzem as falas dos personagens. 5 Justifique a regência do verbo amar, nas duas ocor- rências, na passagem “Amas a tua filha, o que é muito natural, mas amas ainda mais a ti mesma...”. O verbo amar é transitivo direto, exige objeto direto, isto é, sem preposição. É o que acontece na primeira ocorrência; porém, na segunda ocorrência, empregou-se o objeto direto preposicionado, pois esse verbo não exige a preposição a. 6 Releia o trecho e responda às questões. FLORÊNCIA — É preciso ir mais cedo para tomarmos lugar. a) Explique a regência do verbo ir neste trecho. O verbo ir é intransitivo. O texto teatral pertence ao gênero dramático e é escrito para ser representado por atores no palco. O diálogo é o elemento fundamental da ação dramática. A encenação exige elementos como cenário, luz, figurino, gestos, movimentos, etc., presentes nas chamadas rubricas,que se apresentam em destaque ou entre parênteses, a fim de dar as orientações necessárias para a organização da peça. GOTAS DE SABER 22 L ÍN G U A P O R T U G U E S A M Ó D U LO 8 PH_EF2_8ANO_LP_005a024_CAD2_MOD08_CA.indd 22 12/10/19 14:53 b) Se o complemento do verbo ir fosse um lugar, a re- gência seria a mesma? Explique. Sim, pois um termo que indicasse lugar seria um adjunto adverbial, e o verbo continuaria intransitivo, porém exigiria a preposição a. 7 Releia a seguinte rubrica: Entra Florência vestida de preto, como quem vai à festa. Se a preposição a, regida pelo verbo ir, fosse trocada pela preposição em nessa rubrica, haveria ou não um desvio da norma-padrão? Explique. Sim, haveria um desvio da norma-padrão, pois o verbo ir exige a preposição a, e não a preposição em. 8 Justifique o emprego das reticências nos trechos a seguir. a) AMBRÓSIO — Pintam-na cega... Que simplicidade! As reticências foram empregadas para indicar interrupção do pensamento. b) AMBRÓSIO — Porto de salvação e ventura, asilo da vir- tude, único abrigo da inocência e verdadeira felicidade... E deve uma mãe carinhosa hesitar na escolha entre o mundo e o convento? Foram empregadas para indicar hesitação, insegurança. c) FLORÊNCIA — Não, por certo... Para indicar suspensão do pensamento. 9 Justifique o emprego dos dois-pontos no seguinte trecho: AMBRÓSIO — Assim não estranhará quando chegar à idade de entrar no convento; será frade feliz. (À parte:) E a legítima também ficará em casa. A expressão à parte é uma rubrica, pausa breve com orientação para o ator. Os dois-pontos foram empregados a fim de dar sequência à fala da personagem. A um poeta Longe do estéril turbilhão da rua, Beneditino, escreve! No aconchego Do claustro, na paciência e no sossego, Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua! Mas que na forma se disfarce o emprego Do esforço; e a t rama viva se construa De tal modo, que a imagem fique nua, Rica mas sóbria, como um templo grego. Não se mostre na fábrica o suplício Do mestre. E, natural, o efeito agrade, Sem lembrar os andaimes do edifício: Porque a Beleza, gêmea da Verdade, Arte pura, inimigo do artifíci o, É a força e a graça na simplicidade. BILAC, Olavo. Antologia poética. Porto Alegre: L&PM, 2012. p. 68. DESENVOLVENDO HABILIDADES Il u s tr a C a rt o o n /A rq u iv o d a e d it o ra R e p ro d u ç ã o /L & P M 23 L ÍN G U A P O R T U G U E S A M Ó D U LO 8 PH_EF2_8ANO_LP_005a024_CAD2_MOD08_CA.indd 23 12/10/19 14:53 1 Segundo o eu lírico, longe do turbilhão da rua o poeta trabalha, teima, lima e sofre. Qual é o objetivo de tanto esforço? Os versos que melhor confirmam esse objetivo são: a) [...] Do claustro, na paciência e no sossego, / Traba- lha, e teima, e lima, e sofre, e sua! b) [...] De tal modo, que a imagem fique nua, / Rica mas sóbria, como um templo grego. c) [...] Do mestre. E, natural, o efeito agrade, / Sem lembrar os andaimes do edifício: d) [...] Mas que na forma se disfarce o emprego / Do esforço; e a trama viva se construa 2 Em relação à regência do verbo escreve (verso 2), po- de-se afirmar que: a) é transitivo direto e tem como complemento a ex- pressão “Longe do estéril turbilhão da rua”. b) é transitivo direto e indireto e tem como comple- mentos: “Longe do estéril turbilhão da rua” e “No aconchego”. c) é transitivo indireto e tem como complemento: “Longe do estéril turbilhão da rua”. d) é intransitivo e tem como caracterizador verbal: “Longe do estéril turbilhão da rua”. 3 Na terceira estrofe, a expressão “os andaimes do edifí- cio” pode ser, sintaticamente, classificada em: a) objeto direto. b) objeto indireto. c) adjunto adverbial de lugar. d) adjunto adnominal. 4 Segundo o eu lírico, para produzir uma poesia, a con- dição mais favorável é: a) deixar as ideias fluírem na mente sem se preocupar com a estética. b) trabalhar arduamente e em isolamento para chegar à perfeição. c) ir às ruas e inspirar-se no barulho da cidade grande. d) construir um templo grego para que fique igual à poesia. ANOTAÇÕES 24 L ÕN G U A P O R T U G U E S A M ” D U LO 8 PH_EF2_8ANO_LP_005a024_CAD2_MOD08_CA.indd 24 12/10/19 14:53
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