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Português_8ano_Módulo8

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1 Reflita e responda:
a) A religiosidade de Zé-do-Burro demonstra amor ou temor a Deus? Justifique sua resposta.
Demonstra temor a Deus, o que se comprova em sua fala “Não, nesse negócio de milagres, é preciso ser honesto. 
Se a gente embrulha o santo, perde o crédito. De outra vez o santo olha, consulta lá os seus assentamentos e diz: 
— Ah, você é o Zé-do-Burro, aquele que já me passou a perna! E agora vem me fazer nova promessa. Vá fazer 
promessa pro diabo que o carregue, seu caloteiro duma figa! E tem mais: santo é como gringo, passou calote num, 
todos os outros ficam sabendo”.
b) Diferencie amor a Deus de temor a Deus.
Temor a Deus passa a ideia de um Deus tirano, dominador. É ter medo de ser castigado por Deus. Amor a Deus 
refere-se a gratidão e reverência a Deus, é buscar honrá-lo sem temer.
2 Além de pausas na fala, representadas geralmente por ponto, vírgula e ponto e vírgula, a pon-
tuação reproduz, na escrita, nossas emoções, intenções e anseios. Leia as passagens extraídas 
do texto e responda às questões propostas.
a) Em “… se você não falou, podia ter botado; a santa não ia dizer nada.”, justifique o emprego 
do ponto e vírgula.
O ponto e vírgula foi empregado para separar orações em que já há vírgula.
b) Em “… consulta lá os seus assentamentos e diz: — Ah, você é o Zé-do-Burro, aquele que já 
me passou a perna!”, justifique o emprego do travessão e dos dois-pontos.
O travessão foi empregado para indicar a fala do personagem no discurso direto. Os dois-pontos foram empregados 
para introduzir a fala de um personagem no texto.
c) Em “Sei não... a gente nunca sabe se vai precisar; por isso, é bom ter sempre as contas em 
dia.”, justifique o emprego das reticências, do ponto e vírgula e do ponto.
As reticências foram empregadas para indicar hesitação. O ponto e vírgula, para separar orações que já apresentam 
vírgula. O ponto, para finalizar uma frase declarativa.
PARA CONCLUIR
Neste módulo, demos sequência ao trabalho com a sintaxe da língua portuguesa. Concentra-
mos o estudo no comportamento dos verbos e seus complementos ou caracterizadores, buscando 
construir o conceito de regência verbal. Também apresentamos a leitura de textos teatrais e propu-
semos a observação de algumas características da organização desse gênero textual, além do uso 
da regência verbal em suas construções. Destacamos ainda o uso de alguns sinais de pontuação e 
sua importância para a construção textual.
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1 Nas frases a seguir, identifique os verbos e classifique-os 
quanto à sua regência.
a) Aquelas senhoras fabricam enfeites de cabelo muito 
originais.
Fabricam: verbo transitivo direto.
b) Os moradores ainda não levaram o lixo para a lixeira.
Levaram: verbo transitivo direto.
c) Acreditamos em sua profecia.
Acreditamos: verbo transitivo indireto.
d) Minha mãe gosta muito de salada verde.
Gosta: verbo transitivo indireto.
e) Minha irmã voltou para casa ontem.
Voltou: verbo intransitivo.
f) Encontrei o vestido da minha prima no baú de coisas 
antigas.
Encontrei: verbo transitivo direto.
g) Antônio pagou a dívida ao feirante.
Pagou: verbo transitivo direto e indireto.
h) Que pena! Minhas plantas morreram de sede!
Morreram: verbo intransitivo.
2 Indique a função sintática dos termos destacados. Em 
seguida, indique a regência dos verbos.
a) Os noivos receberão os convidados no salão de 
festas.
Adjunto adverbial.
Receberão: verbo transitivo direto.
b) Os governantes estudaram a proposta dos manifes-
tantes.
Objeto direto.
Estudaram: verbo transitivo direto.
c) Entregaram as encomendas ao porteiro esta manhã.
Objeto indireto.
Entregaram: verbo transitivo direto e indireto.
PRATICANDO O APRENDIZADO
d) Pedro chegou de viagem às 14 horas.
Adjunto adverbial.
Chegou: verbo intransitivo.
e) Os meninos andaram rapidamente até o esconderijo.
Adjunto adverbial.
Andaram: verbo intransitivo.
f) Suas ações acarretaram a perda da harmonia no grupo.
Objeto direto.
Acarretaram: verbo transitivo direto.
3 Sublinhe a opção entre parênteses que indica a regência 
correta do verbo em destaque.
a) Paguei as dívidas a minha mãe. (verbo transitivo 
direto/verbo transitivo direto e indireto)
b) Não suportei ver a humilhação pela qual ela pas-
sou. (verbo transitivo direto/verbo transitivo direto 
e indireto)
c) Prefiro natação a basquete. (verbo intransitivo/
verbo transitivo direto e indireto)
d) Enquanto algumas pessoas não saem do mundinho 
da lua, eu concretizo meus sonhos. (verbo transi-
tivo direto/verbo intransitivo)
e) Agradeceremos aos convidados todos os presen-
tes. (verbo transitivo direto/verbo transitivo direto 
e indireto)
f) Sônia, você não gosta de mim, mas sua filha, sim. 
(verbo transitivo direto e indireto/verbo transitivo 
indireto).
4 Em relação ao exercício anterior, indique o(s) termo(s) 
que completa(m) os verbos destacados. Em seguida, 
indique a função sintática que exerce(m).
Paguei – as dívidas: objeto direto; a minha mãe: objeto indireto.
Ver – a humilhação: objeto direto.
Prefiro – natação: objeto direto; a basquete: objeto indireto.
Concretizo – meus sonhos: objeto direto.
Agradeceremos – aos convidados: objeto indireto; todos os 
presentes: objeto direto.
Gosta – de mim: objeto indireto.
a)
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c)
d)
e)
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O texto desta seção é uma peça teatral do escritor bra-
sileiro Martins Pena, uma comédia de costumes escrita em 
1845. Ela conta a história de Carlos, um jovem cuja tia e 
tutora enviou ao seminário para que seguisse a vida religio-
sa. Porém, o moço não tinha vocação para essa vida, pois 
seu sonho era casar-se com sua prima Emília, por quem era 
apaixonado. A seguir, leia o início da peça, em que conhe-
cemos os personagens Ambrósio, o vilão, e Florência, sua 
ingênua esposa. Observe o comportamento do vilão neste 
trecho: esperto, hipócrita e interesseiro; e o de sua mulher: 
religiosa, inocente e submissa. Atente para os elementos 
do gênero dramático e sua estrutura. 
O noviço
Comédia em 3 atos
P E R S O N A G E N S
AMBRÓSIO 
FLORÊNCIA – sua mulher 
EMÍLIA – sua filha 
JUCA – 9 anos, dito
CARLOS – noviço da Ordem de S. Bento 
ROSA – provinciana, primeira mulher de Ambrósio 
PADRE – mestre dos noviços
JORGE 
JOSÉ – criado 
1 meirinho, que fala 
2 ditos, que não falam 
Soldados de Permanentes, etc., etc. 
(A cena passa-se no Rio de Janeiro) 
ATO PRIMEIRO
Sala ricamente adornada: mesa, consolos, mangas de vi-
dro, jarras com flores, cortinas, etc., etc. No fundo, porta de saída, 
uma janela, etc., etc. 
CENA I
AMBRÓSIO, só de calça preta e chambre — No mundo a 
fortuna é para quem sabe adquiri-la. Pintam-na cega... Que 
simplicidade! Cego é aquele que não tem inteligência para 
vê-la e a alcançar. Todo homem pode ser rico, se atinar com o 
verdadeiro caminho da fortuna. Vontade forte, perseverança 
APLICANDO O CONHECIMENTO
e pertinácia são poderosos auxiliares. Qual o homem que, 
resolvido a empregar todos os meios, não consegue enrique-
cer-se? Em mim se vê o exemplo. Há oito anos, eu era pobre 
e miserável, e hoje sou rico, e mais ainda serei. O como não 
importa; no bom resultado está o mérito... Mas um dia pode 
tudo mudar. Oh, que temo eu? Se em algum tempo tiver que 
responder pelos meus atos, o ouro justificar-me-á e serei limpo 
de culpa. As leis criminais fizeram-se para os pobres.
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O noviço, de Martins Pena, pelo grupo Ato, Teatro Popular do Sesi, 2002.
CENA II
Entra Florência vestida de preto, como quem vai à festa.
FLORÊNCIA — Entrando — Ainda despido, Sr. Ambrósio? 
AMBRÓSIO — É cedo (Vendo o relógio). São nove horas e 
o ofício de Ramos principia às dez e meia. 
FLORÊNCIA — É preciso ir mais cedo paratomarmos 
lugar. 
AMBRÓSIO — Para tudo há tempo. Ora, dize-me, minha 
bela Florência... 
FLORÊNCIA — O que, meu Ambrosinho? 
Dito: voto religioso.
Consolo: espécie de móvel de decoração.
Mangas de vidro: peças que revestem ou protegem o candeeiro 
(utensílio com líquido combustível para iluminar o ambiente).
Chambre: roupão.
Pertinácia: perseverança, determinação.
Ofício de Ramos: refere-se à celebração cristã católica na Semana 
Santa.
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AMBRÓSIO — O que pensa tua filha do nosso projeto? 
FLORÊNCIA — O que pensa não sei eu, nem disso se me 
dá; quero eu — e basta. E é seu dever obedecer. 
AMBRÓSIO — Assim é; estimo que tenhas caráter enérgico. 
FLORÊNCIA — Energia tenho eu. 
AMBRÓSIO — E atrativos, feiticeira. 
FLORÊNCIA— Ai, amorzinho! (à parte:) Que marido! 
AMBRÓSIO — Escuta-me, Florência, e dá-me atenção. Crê 
que ponho todo o meu pensamento em fazer-te feliz... 
FLORÊNCIA — Toda eu sou atenção.
AMBRÓSIO — Dous filhos te ficaram do teu primeiro ma-
trimônio. Teu marido foi um digno homem de muito juízo; 
deixou-te herdeira de avultado cabedal. Grande mérito é esse... 
FLORÊNCIA — Pobre homem! 
AMBRÓSIO — Quando eu te vi pela primeira vez não sa-
bia que era viúva rica. (à parte:) Se o sabia! (Alto:) Amei-te por 
simpatia. 
FLORÊNCIA — Sei disso, vidinha. 
AMBRÓSIO — E não foi o interesse que obrigou-me a casar 
contigo. 
FLORÊNCIA — Foi o amor que nos uniu. 
AMBRÓSIO — Foi, foi, mas agora que me acho casado con-
tigo, é de meu dever zelar essa fortuna que sempre desprezei. 
FLORÊNCIA, à parte — Que marido! 
AMBRÓSIO, à parte — Que tola! (Alto:) Até o presente tens 
gozado desta fortuna em plena liberdade e a teu bel-prazer; 
mas daqui em diante, talvez assim não seja. 
FLORÊNCIA — E por quê? 
AMBRÓSIO — Tua filha está moça e em estado de ca-
sar-se. Casar-se-á, e terás um genro que exigirá a legítima de 
sua mulher, e desse dia, principiarão as amofinações para ti, 
e intermináveis demandas. Bem sabes que ainda não fizestes 
inventário. 
FLORÊNCIA — Não tenho tido tempo, e custa-me tanto 
aturar procuradores! 
AMBRÓSIO — Teu filho também vai a crescer todos os dias 
e será preciso por fim dar-lhe a sua legítima... Novas demandas.
FLORÊNCIA — Não, não quero demandas. 
AMBRÓSIO — É o que eu também digo; mas como pre-
veni-las? 
FLORÊNCIA — Faze o que entenderes, meu amorzinho. 
AMBRÓSIO — Eu já te disse há mais de três meses o que 
era preciso fazermos para atalhar esse mal. Amas a tua filha, 
o que é muito natural, mas amas ainda mais a ti mesma... 
FLORÊNCIA — O que também é muito natural... 
AMBRÓSIO — Que dúvida! E eu julgo que podes conciliar 
esses dous pontos, fazendo Emília professar em um convento. 
Sim, que seja freira. Não terás nesse caso de dar legítima algu-
ma, apenas um insignificante dote — e farás ação meritória. 
FLORÊNCIA — Coitadinha! Sempre tenho pena dela; o 
convento é tão triste! 
AMBRÓSIO — É essa compaixão mal-entendida! O que 
é este mundo? Um pélago de enganos e traições, um escolho 
em que naufragam a felicidade e as doces ilusões da vida. E o 
que é o convento? Porto de salvação e ventura, asilo da virtude, 
único abrigo da inocência e verdadeira felicidade... E deve uma 
mãe carinhosa hesitar na escolha entre o mundo e o convento? 
FLORÊNCIA — Não, por certo... 
AMBRÓSIO — A mocidade é inexperiente, não sabe o que 
lhe convém. Tua filha lamentar-se-á, chorará desesperada, não 
importa; obriga-a e dai tempo ao tempo. Depois que estiver 
no convento e acalmar-se esse primeiro fogo, abençoará o teu 
nome e, junto ao altar, no êxtase de sua tranquilidade e ver-
dadeira felicidade, rogará a Deus por ti. (À parte:) E a legítima 
ficará em casa. 
FLORÊNCIA — Tens razão, meu Ambrosinho, ela será 
freira. 
AMBRÓSIO — A respeito de teu filho direi o mesmo. Tem 
ele nove anos e será prudente criarmo-lo desde já para frade. 
FLORÊNCIA — Já ontem comprei-lhe o hábito com que 
andará vestido daqui em diante. 
AMBRÓSIO — Assim não es-
tranhará quando chegar à idade de 
entrar no convento; será frade feliz. 
(À parte:) E a legítima também ficará 
em casa. 
FLORÊNCIA — Que sacrifícios 
não farei eu para a ventura dos meus 
filhos!
[…]
PENA, Martins. O noviço. São Paulo: Ática, 2002. 
(Coleção Quero ler).
Dous: o mesmo que dois.
À parte: separadamente.
Legítima: herança reservada por lei aos herdeiros.
Demanda: desejo, pedido, exigência, solicitação.
Atalhar: encurtar, resumir.
Dote: algum bem levado pela freira quando entra no convento.
Ação meritória: ação digna de elogio, recompensa.
Pélago: abismo.
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1 Explique por que o texto apresentado pertence ao gê-
nero dramático.
Foi escrito para que atores encenem e dia loguem através dos 
personagens. Apresenta rubricas com orientações de encenação.
2 Qual é a função das rubricas no texto dramático? 
Elas servem para indicar como deve ser o tom dos personagens nos 
diálogos e para dar orientações às pessoas envolvidas na peça sobre 
palco, cenário, luz, ações dos personagens, etc.
3 O noviço é uma peça escrita por Martins Pena, no sé-
culo XIX. Nela conhecemos Ambrósio, que pretende 
apoderar-se do dinheiro de Florência. Releia a cena I.
AMBRÓSIO, só de calça preta e chambre — No mundo 
a fortuna é para quem sabe adquiri-la. Pintam-na cega... 
Que simplicidade! Cego é aquele que não tem inteligência 
para vê-la e a alcançar. Todo homem pode ser rico, se ati-
nar com o verdadeiro caminho da fortuna. Vontade forte, 
perseverança e pertinácia são poderosos auxiliares. Qual 
o homem que, resolvido a empregar todos os meios, não 
consegue enriquecer-se? Em mim se vê o exemplo. Há 
oito anos, eu era pobre e miserável, e hoje sou rico, e mais 
ainda serei. O como não importa; no bom resultado está 
o mérito... Mas um dia pode tudo mudar. Oh, que temo 
eu? Se em algum tempo tiver que responder pelos meus 
atos, o ouro justificar-me-á e serei limpo de culpa. As leis 
criminais fizeram-se para os pobres. 
a) O texto de Martins Pena critica a hipocrisia do per-
sonagem que quer ascender socialmente. Explique, 
com suas palavras, o que Ambrósio quis dizer na 
seguinte passagem: “Se em algum tempo tiver que 
responder pelos meus atos, o ouro justificar-me-á 
e serei limpo de culpa. As leis criminais fizeram-se 
para os pobres.” 
Ambrósio quis dizer que a justiça pode ser comprada. O rico 
sempre se dá bem, pois pode pagar para se livrar da culpa; já 
os pobres não têm a mesma condição. Martins Pena, na fala 
de Ambrósio, representa a imoralidade daqueles que fazem do 
dinheiro o valor maior.
b) Destaque do texto dois exemplos de costumes tí-
picos da sociedade do século XIX que destoam dos 
costumes atuais.
Os pais obrigarem os filhos a seguir a vida religiosa, o marido 
tomar todas as decisões.
4 Justifique o emprego dos travessões ao longo do texto.
Como se trata de um texto teatral, os travessões introduzem as falas 
dos personagens.
5 Justifique a regência do verbo amar, nas duas ocor-
rências, na passagem “Amas a tua filha, o que é muito 
natural, mas amas ainda mais a ti mesma...”.
O verbo amar é transitivo direto, exige objeto direto, isto é, sem 
preposição. É o que acontece na primeira ocorrência; porém, na 
segunda ocorrência, empregou-se o objeto direto preposicionado, 
pois esse verbo não exige a preposição a.
6 Releia o trecho e responda às questões.
FLORÊNCIA — É preciso ir mais cedo para tomarmos 
lugar.
a) Explique a regência do verbo ir neste trecho.
O verbo ir é intransitivo.
O texto teatral pertence ao gênero dramático e é escrito para ser representado por atores no palco. O diálogo 
é o elemento fundamental da ação dramática. A encenação exige elementos como cenário, luz, figurino, gestos, 
movimentos, etc., presentes nas chamadas rubricas,que se apresentam em destaque ou entre parênteses, a fim 
de dar as orientações necessárias para a organização da peça.
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b) Se o complemento do verbo ir fosse um lugar, a re-
gência seria a mesma? Explique.
Sim, pois um termo que indicasse lugar seria um adjunto 
adverbial, e o verbo continuaria intransitivo, porém exigiria a 
preposição a.
7 Releia a seguinte rubrica: 
Entra Florência vestida de preto, como quem vai à festa.
 Se a preposição a, regida pelo verbo ir, fosse trocada 
pela preposição em nessa rubrica, haveria ou não um 
desvio da norma-padrão? Explique.
Sim, haveria um desvio da norma-padrão, pois o verbo ir exige a 
preposição a, e não a preposição em.
8 Justifique o emprego das reticências nos trechos a seguir.
a) AMBRÓSIO — Pintam-na cega... Que simplicidade!
As reticências foram empregadas para indicar interrupção do 
pensamento.
b) AMBRÓSIO — Porto de salvação e ventura, asilo da vir-
tude, único abrigo da inocência e verdadeira felicidade... 
E deve uma mãe carinhosa hesitar na escolha entre o 
mundo e o convento?
Foram empregadas para indicar hesitação, insegurança.
c) FLORÊNCIA — Não, por certo...
Para indicar suspensão do pensamento.
9 Justifique o emprego dos dois-pontos no seguinte trecho:
AMBRÓSIO — Assim não estranhará quando chegar 
à idade de entrar no convento; será frade feliz. (À parte:) E 
a legítima também ficará em casa.
A expressão à parte é uma rubrica, pausa breve com orientação para 
o ator. Os dois-pontos foram empregados a fim de dar sequência à 
fala da personagem.
A um poeta
Longe do estéril turbilhão da rua,
Beneditino, escreve! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!
Mas que na forma se disfarce o emprego
Do esforço; e a t rama viva se construa
De tal modo, que a imagem fique nua,
Rica mas sóbria, como um templo grego.
Não se mostre na fábrica o suplício
Do mestre. E, natural, o efeito agrade,
Sem lembrar os andaimes do edifício:
Porque a Beleza, gêmea da Verdade,
Arte pura, inimigo do artifíci o,
É a força e a graça na simplicidade.
BILAC, Olavo. Antologia poética. Porto Alegre: L&PM, 2012. p. 68.
DESENVOLVENDO HABILIDADES
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1 Segundo o eu lírico, longe do turbilhão da rua o poeta 
trabalha, teima, lima e sofre. Qual é o objetivo de tanto 
esforço? Os versos que melhor confirmam esse objetivo 
são:
a) [...] Do claustro, na paciência e no sossego, / Traba-
lha, e teima, e lima, e sofre, e sua!
b) [...] De tal modo, que a imagem fique nua, / Rica mas 
sóbria, como um templo grego.
c) [...] Do mestre. E, natural, o efeito agrade, / Sem 
lembrar os andaimes do edifício:
d) [...] Mas que na forma se disfarce o emprego / Do 
esforço; e a trama viva se construa
2 Em relação à regência do verbo escreve (verso 2), po-
de-se afirmar que:
a) é transitivo direto e tem como complemento a ex-
pressão “Longe do estéril turbilhão da rua”.
b) é transitivo direto e indireto e tem como comple-
mentos: “Longe do estéril turbilhão da rua” e “No 
aconchego”.
c) é transitivo indireto e tem como complemento: 
“Longe do estéril turbilhão da rua”.
d) é intransitivo e tem como caracterizador verbal: 
“Longe do estéril turbilhão da rua”.
3 Na terceira estrofe, a expressão “os andaimes do edifí-
cio” pode ser, sintaticamente, classificada em:
a) objeto direto.
b) objeto indireto.
c) adjunto adverbial de lugar.
d) adjunto adnominal.
4 Segundo o eu lírico, para produzir uma poesia, a con-
dição mais favorável é:
a) deixar as ideias fluírem na mente sem se preocupar 
com a estética.
b) trabalhar arduamente e em isolamento para chegar 
à perfeição.
c) ir às ruas e inspirar-se no barulho da cidade grande.
d) construir um templo grego para que fique igual à 
poesia.
ANOTAÇÕES
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