Grátis
9 pág.

Resenha crítica do artigo de Roberto Cardoso de Oliveira O trabalho do Antropólogo.
PUC-MINAS
Denunciar
Pré-visualização | Página 1 de 1
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Práticas Investigativas em Educação: Etnografia da Escola Resenha crítica do artigo de Roberto Cardoso de Oliveira “O trabalho do Antropólogo”. Belo Horizonte 2021 2 Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Práticas Investigativas em Educação: Etnografia da Escola Valéria Silva Brito Resenha crítica do artigo de Roberto Cardoso de Oliveira “O trabalho do Antropólogo”. Este trabalho busca resenhar o artigo “Trabalho do Antropólogo” de Roberto Cardoso de Oliveira. Aqui será apresentado a importância do antropólogo e o processo de pesquisa efetuado por esse profissional. Prof. Sergio de Freitas Belo Horizonte 2021 3 Sumário Agradecimentos ......................................................................................................................... 4 Introdução .................................................................................................................................. 5 Resumo ....................................................................................................................................... 6 Conclusão ................................................................................................................................... 8 Referências ................................................................................................................................. 9 4 Agradecimentos Minha sincera gratidão ao prof. Sergio, por me proporcionar a oportunidade de entender um pouco mais sobre a pesquisa epistemológica e o papel do antropólogo nesse processo. 5 Introdução Esta resenha busca abordar o trabalho do antropólogo, especificando como o olhar, o ouvir e o escrever estão interligados, mostrando a importância dessas etapas para a pesquisa empírica feita pelo pesquisador. 6 Resumo O que se busca aqui é resenhar o livro “O Trabalho do Antropólogo” do autor Roberto Cardoso de Oliveira. Uma leitura instigante que nos deixa a priori curiosos sobre como funciona o trabalho do Antropólogo e as etapas seguidas por ele. Logo no inicio o autor nos traz que o antropólogo utiliza a pesquisa etnográfica em sua atuação, mas ressalta que o pesquisador deve ter uma visão epistemológica e empírica da realidade a sua volta. O autor nos traz que o Olhar, o Ouvir e o Escrever, são etapas importantes para o profissional ele diz “...enquanto no Olhar e no Ouvir "disciplinados" - a saber, disciplinados pela disciplina - se realiza nossa "percepção", será no Escrever que o nosso "pensamento" se exercitará da forma mais cabal...” (Oliveira,1996) Ele especifica a função de cada um, sendo o Olhar o início da pesquisa, pois é o primeiro contato que o profissional terá com o campo, ele enfatiza que é necessário não se ter um olhar comum, mas um olhar treinado para a investigação empírica, ele também discorda da neutralidade e eu concordo com ele, é impossível sermos neutros no ambiente em que estamos, ao olhar mesmo que de forma epistemológica obtemos pensamentos que se contextualizam com o conhecimento de mundo já visto anteriormente, porém não é necessária uma neutralidade, mas sim, uma empatia e a busca pelo entendimento do indivíduo e da cultura que esteve vive. Imaginemos um antropólogo iniciando uma pesquisa junto a um deter- minado grupo indígena e entrando numa maloca, uma moradia de uma ou mais dezenas de indivíduos, sem ainda conhecer uma palavra do idioma nativo. Essa moradia de tão amplas proporções e de estilo tão peculiar, como, por exemplo, as tradicionais casas coletivas dos antigos Tükúna do Alto Solimões, no Amazonas, teria o seu interior imediatamente vasculha- do pelo "Olhar etnográfico", por meio do qual toda a teoria que a disciplina- na dispõe relativamente às residências indígenas passaria a ser instrumentalizada pelo pesquisador, isto é, por ele referida. Nesse sentido, o interior da maloca não seria visto com ingenuidade, como uma mera curiosidade diante do exótico, porém com um olhar devidamente sensibilizado pela teoria disponível. (Oliveira, 1996, p.16) Em sequência ele nos traz o Ouvir, que está em consonância com o Olhar, primeiro se observa, porém, ouvir também é observar, para ele aqui também não deve existir uma neutralidade, deve se considerar o fato de o antropólogo ser de uma cultura ocidental e as diferenças do idioma cultural não apenas a linguagem a qual é dita, 7 mas até mesmo a forma como o antropólogo irá se posicionar, falar, agir. O que deve ocorrer segundo o autor é um diálogo entre ambos, uma troca cultural, uma entrevista em que o entrevistado se sinta confortável para poder falar deve ocorrer um diálogo, uma relação dialógica e não uma relação de pesquisador e informante, onde apenas são ditadas perguntas ao qual o pesquisado deve responder, mesmo o pesquisador tentando não ser autoritário acaba por se tornar apático. Mesmo porque acreditar ser possível a neutralidade idealizada pelos defensores da objetividade absoluta é apenas viver numa doce ilusão... Trocando ideias e informações entre si, etnólogo e nativo, ambos igualmente guindados a interlocutores, abrem-se a um diálogo em tudo e por tudo superior, metodologicamente falando, à antiga relação pesquisador/informante. O Ouvir ganha em qualidade e altera uma relação, qual estrada de mão única, numa outra, de mão dupla, portanto, uma verdadeira interação. (Oliveira,1996, p.21) Sendo assim, chegamos na última etapa a parte onde ocorre a escrita, para o autor a escrita é onde se textualiza os dados obtidos pela investigação de campo do Olhar e Ouvir, para o autor, sendo que concordo com ele, o pensamento não está separado do ato de escrever, enquanto escrevemos relembramos e criamos soluções muitas vezes não pensadas durante o processo de campo. Ele defende a escrita em primeira pessoa, podendo utilizar a terceira pessoa do plural em alguns casos, para ele esse tipo de monografia não esconde o autor etnográfico, sendo importante penso eu para o reconhecimento do trabalho feito pelo pesquisador. A chamada antropologia polifônica, na qual teoricamente se daria espaço para as vozes de todos os atores do cenário etnográfico, remete sobretudo, no meu entendimento, para a responsabilidade específica da voz do antropólogo, autor do discurso próprio da disciplina, que não pode ficar obscurecido (ou seja, substituído) pelas transcrições das falas dos entrevistados. (Oliveira, 1996, p.27) 8 Conclusão Podemos ver que o Olhar e o Ouvir são ferramentas importantes para obtenção de dados, porém é importante saber ouvir e olhar, termos o olhar treinado para isso, levando em consideração a realidade do antropólogo e do ambiente que ele irá fazer a pesquisa, uma boa pesquisa é feita de forma empírica e empática, a neutralidade e o objetivismo é uma ilusão a qual pode ser verificada com a leitura completa do texto, também podemos afirmar que o Olhar e o Ouvir irão trazer informações a serem contextualizadas e textualizadas com a Escrita, a qual irá nos apresentar soluções e não está dicotomizada do ato de pensar, pelo contrário o ato de pensar antecede o de escrever, enquanto estamos escrevendo estamos pensando e enquanto estamos pensando, pensamos no que pretendemos escrever. 9 Referências Oliveira, Roberto. Trabalho do Antropólogo. Revista de Antropologia, Vol. 39, No. 1 (1996), pp. 13-37