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1) Introdução: Grande problema de saúde pública em países em desenvolvimento • Prevenção adequada diminui a taxa de sensibilização para menos de 1% das gestantes • EUA: afeta aproximadamente 6,7:1000 nascidos vivos • Desde a década de 1960 existe um método de prevenção efetiva - a imunoglobulina anti-D • 2) Etiologia: Principio: • Exposição a antígenos eritrocitários não compatíveis ◦ Como na transfusão de sangue incompatível, uso de drogas IV e transplante. ‣ Principal causa : • Hemorragia feto-materna em gestação de feto Rh-positivo com mãe Rh-negativo ◦ 3% no primeiro trimestre - com volume de 0,03 mL ‣ 12% no segundo trimestre - com volume menor que 0,1 mL ‣ 45% no terceiro trimestre - volume que pode ser maior do que 0,25 mL. ‣ Imunoglobulina anti-D a todas gestantes Rh - com coombs indireto negativo com 28 semanas • Pode - se detectar eritrócitos fetais na circulação materna a partir de 10 semanas. • Exposições: • Abortamento ou ameaça de abortamento ◦ Descolamento prematuro de placenta ◦ Placenta prévia ◦ Trauma materno ◦ Gravidez ectópica ◦ Gestação molar ◦ Biópsia de vilosidades coriônicas ◦ Amniocentese ◦ Cordocentese tranfusão intrauterina ◦ Manipulação sistêmica ◦ 3) Classificação: Leve • 45-50% dos casos ◦ Hb>11g/dL ◦ Bilirrubina < ou igual a 20mg/100 mL ◦ Sendo por vezes necessária a fototerapia ◦ Moderada • 25-30% dos casos ◦ Grau maior de anemia com Hb> ou igual a 9 ◦ Hemólise não é tão importante ◦ No período pós-natal - a bilirrubinemia indireta elevada para causar kernicterus ◦ Kernicterus - acometimento dos gânglios da base ‣ Tratamento antenatal e pós-natal necessarios ◦ Em geral, RN de termo e vão necessitar de exsanguinotransfusão. ◦ Grave • 20-25% dos casos ◦ Hidropsia fetal com disfunção hepática e IC ◦ Não é má formação - é porque cursa com acometimento de sistemas importantes ‣ Geralmente evoluindo pra óbito ◦ Casos de exsanguinotransfusão em RN prematuro ◦ Hidropsia fetal ◦ Transfusão intrauterina ◦ Óbitos fetais e neonatais ◦ 4) Fisiopatologia: Aloimunização • Causada pela exposição materna a antígenos eritrocitários não compatíveis ◦ 98% dos casos: incompatibilidade ABO e Rh ◦ O do Rh é o antígeno de D - que é o D ou d (d fraco) ‣ 2% do casos - Originado de anticorpos atípicos (Principalmente Kell, C e E) ◦ Exposição primária aos antígenos eritrocitários, ocorre sensibilização por meio da produção: • Inicial - IgM - não atravessa barreira placentária ◦ IgG - ultrapassa barreira - se aderindo a membrana e ativando sistema reticuloenotelial ◦ Principalmente no baço - onde ocorre hemólise e fagocitose. ‣ Produtos da hemólise são metabolizados no fígado. ‣ Quanto maior avidez do IgG mais grave é a doença. ‣ Antígeno e anticorpos se encontram - tentando se juntar e não conseguem, pois rh - é mais forte, • assim, ocorrendo uma isoimunização. A imunoglobulina é anti-d quebra reação do + e -, neutralizando, prevenindo a quebra dos • anticorpos pelas hemácias Profilaxia com imunoglobulina anti-d dura 72 horas • Posso usar até 28 dias - mas vai haver ainda um grau de sensibilização ◦ Anemia fetal -> Eritropoese medular e extramedular (principamente fígado, baço e parde • intestinal) -> eritrócitos jovens no sangue periférico -> eritroblastose fetal Nesse processo de eritroblastose fetal vai haver uma disfunção hepática, devido a eritropoese no • fígado que causa um aumento das ilhotas de cels. Eritropoéticas que coalescem, ocupando maior parte da estrutura hepática - que vai causar: Hipoalbunemia ◦ Hepatoesplenomegalia ◦ Hipertensão porta ◦ Hidropsia fetal ◦ Derrame pericárdico ◦ Placentamegalia ◦ Kernicterus ◦ Derrame pleural ◦ IC ◦ Hidropsia fetal • Aumento da espessura e alteração da ecotextura placentária podem ser decorrentes da ◦ sobrecarga cardíaca que é exarcebada pela elevação da pressão hidrostática nos capilares venosos ‣ Ou da dilatação arteriolar ‣ E do aumento da permeabilidade capilar em resposta á hipóxia ‣ Acarreta: ◦ Acidose metabólica ‣ Edema tissular ‣ Alterações ventilatórias ‣ Imaturidade pulmonr ‣ Diminuição da complacência da parede torácica ‣ Instabilidade da função cardíaca ‣ 5) Tipos de incompatibilidade: Incompatibilidade ABO ◦ Comum - atinge 30% das gestações ‣ Hemólise decorrente é rara - devido não atravessar a barreira placentária (menor do que ‣ 2%) Nunca causa anemia fetal grave ‣ Isso ocorre porque a placenta retira bilirrubina sérica fetal - transportando-a pra mãe ‣ Essa função é perdida após parto • Pode ocorrer hemólise no RN por incompatibilidade ABO • Proteção contra sensibilização a outros antígenos eritrocitários ‣ Anticorpos atípicos ◦ Formados na presença de antígenos eritrocitários não RhD ‣ Rara ‣ Historia pela transfusão/uso de drogas EV ‣ Maioria IGM - não atravessa placenta ‣ Anti-C, anti-E e anti-Kell - podem provocar doença hemolítica grave com óbito ‣ intrauterino. Incompatibilidade Rh (+ importante) ◦ Mais imunogênico ‣ Antígeno D,C,c, E e e ‣ Os antígenos do grupo RhD podem apresentar a variações quantitativas (RhD fraco) e ‣ qualitativas (RhD parcial) RhD fraco -> se comporta como Rh positivo ‣ RhD parcial -> produzem anti-D ‣ Pacientes com D fraco podem ter tipo fenotípico duplo - suspeito se tiver uma alteração ‣ de Rh - solicito RhD fraco. Se o D fraco for presente, a paciente é negativa. ‣ 5) Diagnóstico: Tipagem sanguínea • Se RhD - ◦ Tipagem do parceiro ‣ Se o parceiro for RhD -, o feto vai ser RhD - -> gestante não apresentará risco de ‣ sensibilização. Se for parceiro RhD + -> PAi e titulacao solicitados na primeira consulta e repetir com 16 ‣ e18 semanas, e após isso, mensalmente até o termo. Se RhD + ◦ Repetir coombs indireto e titulação com 16 semanas e mensalmente até o termo ‣ PAi* - pesquisa de anticorpos regulares ◦ 6) Acompanhamento: Predizer a probabilidade da anemia fetal • Propedêutica não invasiva ◦ Historia prévia de gestação afetada por aloimunização ‣ Título de anticorpos maternos ‣ Parâmetros ultrassonográficos fetais ‣ Parâmetros dopplervelocimétricos fetais ‣ Cardiotocografia ‣ História prévia • Comprometimento fetal tende a ser progressivamente mais grave nas gestações seguintes ◦ História obstétrica prévia não tem valor na primeira gestação sensibilizada ◦ Investigação invasiva do feto (amniocentese ou cordocentese) geralmente é iniciada com 2 ◦ semanas antes da idade gestacional em que a doença se manifestou na gestação anterior Títulos de anticorpos maternos • Determinam se o feto está em risco ◦ Não predizem com acurácia a gravidade da doença ◦ Maior monitorização se títulos ascendentes de anticorpos ◦ Realizar na 1a consulta de pré-natal , entre 16 e 18 semanas e posteriormente, a cada 4 ◦ semanas nos casos de Rh negativo. Parâmetros ultrassonográficos fetais • Detectar alterações precoces e definir terapêutica ◦ Visualiza alterações morfológicas que a doença provoca no feto e na placenta ◦ avalia alterações na atividade biofísca do feto ◦ Mudanças no volume de LA ◦ Sinais de anemia fetal: ◦ Alteração da ecotextura placentária - sinal + precoce ‣ Aumento da espessura placentaria - sinal + tardio ‣ Derrame pericárdico - sinal precoce de anemia ‣ Volume de liquido amniótico aumentado ‣ Ascite fetal - em decorrência da hipertensão porta. ‣ Edema de subcutâneo - sinal tardio - visto na hidropsia fetal ( com derrame pericárdico e ‣ ascite). Derrame pleural ‣ Parâmetros dopplervelocimétricos fetais • Velocidade máxima do fluxo da artéria cerebral média aumentada é preditiva da anemia fetal ◦ Melhor facilidade de obtenção com menor angulo de insonação (<20o) e maior ◦ reprodutibilidade Fetos anêmicos ◦ Diminuicao da viscosidade ‣ Aumenro do DC ‣ Levando a um estado hiperdinâmico ‣ Correlação inversa com os níveis de hematócrito e hemoglobina ◦ Quanto maior pico de velocidade - menor a hemoglobina. ‣ Estudos mostram que velocidade acima de 60 estão relacionados a anemia. ◦ Cardiotocografia fetal • Padrão sinusoidal é característico de fetos comprometidospela aloimunização Rh com ◦ anemia e hipóxia É a única cardiotoco que não se repete ‣ Tirar o bebê imediatamente ‣ Padrões não reativos e desacelerações são sugestivos de anemia. ◦ É empregada para acompanhamento do fetos com risco de anemia e avaliação do bem estar ◦ fetal durante US e para monitorização após transfusões sanguíneas. 6) Acompanhamento pré-natal: Gestante não sensibilizada • PAi mensal e profilaxia com imunoglobulina ◦ 28 sem - imunoglobulina ◦ Sangrou - imunoglobulina ◦ Gestante sensibilizada sem histórico de DHPN e com anti-d <16 • Titulação mensal dos anticorpos ◦ Gestante anti-d>16 ou antecedente de DHPN • Encaminhar o serviço especializado ◦ Avaliação fetal com derrame cavitário, hidropsia ou aumento da Vmáx da ACM • Cordocentese ◦ Na ausência de suspeita de anemia fetal sem antecedente ou com história leve • Retorno a cada 3 a 4 semanas ◦ Gestante com antecedente moderado ou grave • Reavaliadas a cada 1 a 2 semanas ◦ 7) Conduta: Transfusão intrauterina (Padrão ouro) • Cordocentese guiada por US ◦ A partir de 20 sem ◦ Monitorar fluxo de sangue injetado e BCFs ◦ Cardiotocografia por um período de aproximadamente 2-4 horas ◦ Sobrevida fetal após transfusão intrauterina é de 94% e em fetos hidrópicos 74%. ◦ Tratamento adjuvante • Plasmaférese ◦ Plasma contendo anticorpo é removido e substituido por plasma, albumina e soluçào ‣ salina Reduz acs maternos e fetais. ‣ 12-16 sem ‣ Nao é 1a escolha nem deve ser usado isolado ‣ Imunoglobulina EV ◦ Administrada antes da presença de anemia fetal ‣ Pode ser iniciada em torno de 8 semanas ‣ 0,4g/kg de peso materno por 3 dias consecutivos e repetir a cada 3 semanas ‣ Manter esquema durante transfusões intrauterina ‣ Posterga a 1a transfusão e aumentar o intervalo entre elas ‣ Parto ◦ 34-37 semanas se transfusão intrauterina ‣ Entre 37-40 semanas nos demais ‣ Via de parto é indicação obstétrica ‣ Cesária eletiva para casos graves e moderados ‣ 8) Prevenção Imunoglobulina anti-d para gestante rh- • Indicações • Gestante rh- nao sensibilizada, com 28 semanas ◦ Pós-parto de rh+ ou d fraco ◦ Abortamento ◦ Gravidez molar ◦ Gravidez ectópica ◦ Trauma abdominal ◦ Óbito intrauterino ◦ Após procedimento invasivo ◦ Síndromes hemorrágicas durante a gestação ◦ Realização de versão cefálica externa ◦ Após transfusão incompatível. ◦ A imunoglobulina pós-parto deve ser administrada até 72 horas • 9) Procedimentos invasivos Obtenção de cels do feto pra o diagnóstico de doenças fetais • Principais procedimentos • Biópsia de vilosidades coriônicas ◦ Amniocentese ◦ Cordocentese ◦ Embrioscopia e fetoscopia ◦ Amnioinfusão ◦ biópsia de vilosidades • ◦
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