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Voleibol e a Fisioterapia

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Stephane Bispo @vidadefisio_study 
 
O voleibol é um esporte que surgiu em 1895 nos 
Estados Unidos através do professor de educação física 
Willian George Morgan. A pretensão de Morgan era 
criar um esporte com pouco contato para que não 
houvesse lesões e pessoas de diferentes idades 
pudessem participar. 
O jogo ocorre com duas equipes, ambas compostas por 
6 jogadores e são separadas por uma rede vertical 
dentro de uma quadra retangular onde o jogo 
acontece. O objetivo do jogo é marcar ponto 
arremessando a bola por cima da rede conseguindo 
fazê-la tocar o chão. A partida possui 5 sets, sem tempo 
definido em nenhum deles. Um set só termina quando 
uma das equipes atinge 25 pontos com 2 pontos de 
diferença do time adversário. 
Os principais gestos no vôlei são cinco: saque, ataque, 
bloqueio, levantamento e passe. 
Análise cinesiológica 
• Biomecânica detalhada: Na fase de vôo do saque 
em suspensão o voleibolista atinge a altura 
necessária para efetuar o saque. O jogador faz 
hiperextensão da coluna vertebral 
simultaneamente com rotação. 
• O ombro da mão de saque finaliza a flexão, vindo a 
praticar a abdução de 90° e estendido 
horizontalmente e os cotovelos se encontram 
flexionados e acima do ombro. A mão na bola com 
flexão do punho. O ombro que não faz o saque 
mantem-se em extensão e auxilia o equilíbrio do 
corpo no ar. 
• Nesta fase da cortada os joelhos flexionam 
aproximadamente em 90º. Quando o atleta de 
vôlei realiza o saque, a coluna vertebral efetua 
rotação simultaneamente com flexão anterior da 
mesma. O ombro da mão de saque efetua adução, 
rotação interna e extensão. 
• O cotovelo pratica extensão. O membro superior 
de equilíbrio faz uma adução e extensão, 
acontecendo ao mesmo tempo extensão dos 
joelhos 
 
 
Lesões 
• Lesões no ombro: Entre sacar, arremessar, passar, 
rebater, bloquear e mergulhar, não é surpresa que 
problemas nos ombros sejam uma das lesões mais 
comuns no voleibol. Este tipo de lesão no voleibol 
pode ocorrer devido a movimentos muito 
repentinos e repetitivos acima da cabeça, que 
podem fazer com que os ombros do atleta fiquem 
instáveis. Como os braços que executam essas 
ações estão em posições extremas, os músculos e 
ligamentos podem ser estressados. As estruturas 
nas articulações também são afetadas por esses 
movimentos extras, que podem causar dor. 
• Lesões nas mãos /dedos: Lesões nos dedos de 
jogadores de voleibol são comuns. Do contato com 
a bola ao contato com outros jogadores, várias 
atividades podem causar entorses, luxações, 
fraturas e rupturas de tendões e ligamentos. 
Normalmente, as entorses e luxações ocorrem nas 
articulações dos dedos, especialmente com 
bloqueios nas redes. A posição geral do dedo cria 
uma tensão única na pele, resultando em fissuras 
que são extremamente difíceis de cicatrizar 
mesmo suturadas. 
• Entorses de tornozelo: A entorse de tornozelo é a 
lesão aguda mais comum no voleibol. A maioria 
dessas lesões ocorre quando o tornozelo vira 
(varo). Essa situação ocorre com mais frequência 
em jogadas na rede, quando um atleta faz contato 
com o pé de outro atleta durante um salto com 
aterrissagem. Jogos mais caóticos, como erros de 
passagem ou jogos fora do sistema, também 
podem colocar seus tornozelos em risco. 
• Lesões no joelho (tendinite patelar): Os saltos e 
aterrissagem de esforço repetitivos no vôlei 
costumam provocar dores e lesões nos joelhos dos 
atletas. Conhecida como tendinite patelar (joelho 
de saltador). Entorses com ruptura do ligamento 
cruzado anterior estão entre as lesões mais 
comuns. Essa lesão não é um evento traumático e 
 Voleibol e a Fisioterapia 
Stephane Bispo @vidadefisio_study 
sim uma lesão que normalmente ocorre com o 
tempo. 
Mecanismo de Lesão 
O voleibol é um esporte que exige uma força 
importante e com movimentos repetitivos dos ombros 
e braços, além de ser um dos milhares esportes que 
exige que o jogador faça movimentos tantos 
horizontais como verticais repentinos, e com um alto 
grau de impacto e repetitivo. Esses movimentos são 
vistos em mergulhar para pegar uma bola, atacar, cavar 
e ate para bloqueá-la. Essas atividades colocam um alto 
grau de estresse nas pernas, tornozelos e pés. Já os 
movimentos repetitivos feitos acima da cabeça, como 
cravar, bloquear e sacar a bola colocam um alto grau 
de estresse nos ombros, braços, mãos e costas. 
Por isso, os requisitos físicos do jogo podem causar dois 
mecanismos de lesão: lesões traumáticas e lesões por 
uso excessivo. 
• Lesões traumáticas: Podem ser provocadas por 
acontecimentos súbitos, de causa e efeitos 
imediatos, como dor com desenvolvimento de 
inchaço, podendo também ocorrer edema, uma 
torção, um estiramento súbito de uma 
musculatura ou ruptura de um tendão. 
• Lesões por uso excessivo: são aqueles com os 
efeitos cumulativos de colocar muito ou repetitivo 
estresse nos músculos, tendões, ligamentos, ossos 
e assim por diante, como o excesso de 
treinamento. Essas lesões são decorrentes tanto 
dos métodos inadequados de treinamento, falta de 
treinamento ou pelo excesso dele (overuse). 
Atuação da Fisioterapia Preventiva 
O trabalho de prevenção no voleibol é de fundamental 
importância para diminuir o índice de lesões, além de 
garantir que o atleta mantenha-se em atividade por 
maior tempo possível durante a temporada de 
competições. 
Lesões mais comuns: Entorse de tornozelo é a lesão 
aguda mais frequentemente encontrada no voleibol, 
com incidência variando entre 15 a 60%. As lesões mais 
frequentes dos membros superiores acontecem no 
ombro dos jogadores de voleibol, cerca de 8 a 20% 
(CHIAPPA, 2001; BRINER JUNIOR & KACMAR, 1997). As 
lesões na coluna vertebral representam 14% dos 
afastamentos dos treinamentos. As contusões na 
coluna vertebral podem ser crônicas ou ocasionar o fim 
da carreira do jogador, e a hérnia de disco é a 
complicação mais prevalente (BRINER & BENJAMIN, 
1999; GHIROTOCC & GONÇALVES, 1997; BRINER & 
KACMAR, 1997). 
• Para prevenirmos as lesões no tornozelo a 
American Volleybal Coaches Association (1997) 
indica exercícios específicos para o fortalecimento 
do tornozelo com o intuito de amenizar a 
possibilidade de lesão. 
• A maneira eficaz de prevenirmos as contusões nos 
músculos rotadores do ombro consiste de sessões 
de força e de flexibilidade (WANG et al., 2000; 
WANG & COCHRANE, 2001). 
• A prevenção das dores nas costas em atletas de 
voleibol pode ser efetivada através do aumento da 
força dos músculos posteriores do tronco, da 
cintura escapular e abdominais. Os exercícios com 
o objetivo de prevenção devem ser planejados na 
ótica da estabilização a partir de contrações 
isométricas contra resistência (BRINER JUNIOR & 
BENJAMIN, 1999; AVCA, 1997; COSTA, 1996; 
ZATSIORSKY, 1999). 
• O fortalecimento dos músculos do complexo 
lombo-pélvico com o trabalho combinado da 
musculatura abdominal e extremidades superior e 
inferior leva à prevenção e reabilitação de 
desordens musculoesqueléticas. (REINEHR et al, 
2008). 
• No que se refere ao tornozelo e joelho o trabalho 
proprioceptivo aumenta a estabilidade postural e 
articular, cinestesia da articulação (LOPES, 2008 
apud Baltaci & Kohl, 2003). Uma boa postura 
maximizará a função dos músculos e articulações 
e, ajuda no bem estar e no desempenho de um 
atleta. Uma postura incorreta pode resultar de 
imperfeições biomecânicas, lesões anteriores e 
razões psico-sociais (LOPES, 2008 apud Findlay, 
2005). 
• Para melhorar a estabilização de cintura escapular 
e ombros, deve ser realizado fortalecimento de 
manguito rotador, onde mesmo desempenha as 
seguintes funções: potencializa as rotações da 
articulação glenoumeral; estabiliza a dinâmica da 
articulação glenoumeral; proporciona um 
compartimento fechado para a nutrição das 
superfícies articulares da cabeça do úmero e da 
cavidade glenoidal; o músculo subescapular é oprincipal estabilizador dinâmico anterior da cabeça 
do úmero, e o músculo infra-espinhal é 
responsável pela estabilização dinâmica posterior. 
• Realizar exercícios de alongamento como principal 
objetivo proporcionar um aumento da flexibilidade 
Stephane Bispo @vidadefisio_study 
a qual, segundo Bandy et al. (1994), é a habilidade 
de um músculo aumentar seu comprimento, 
possibilitando a uma ou mais articulações. 
São os principais procedimentos e equipamentos 
empregados nas lesões discutidas a seguir: 
• Eletroterapia: efeito terapêutico e traz um efeito 
analgésico e anti-inflamatório. 
• Crioterapia: efeito analgésico. 
• Cinesioterapia: fortalecimento e ganho de adm. 
• Terapias manuais: composto por alongamento, 
mobilização articular. 
• Mecanoterapia: trazendo fortalecimento, uso de 
bandagens funcionais e massoterapia. (xhardez, 
2001; camp et al., 2002). 
LESÕES NO OMBRO: A depender da lesão a fisioterapia 
vai atuar de forma conservadora para frear o agravo do 
quadro, porém em casos mais graves como por 
exemplo rupturas, ou atletas de alto rendimento, é 
recomendado o tratamento cirúrgico, pois este traz 
maios segurança no tratamento da lesão. O ponto 
negativo da opção pela fisiorrapia pode ser a 
recuperação mais lenta. A abordagem fisioterapêutica 
visa diminuir ou eliminar a dor, recuperar a 
estabilidade e a mobilidade da região com lesão, com 
ganho de amplitude de movimento além de 
fortalecimento das estruturas e as adjacentes para 
melhor promover a recuperação e evitar lesões 
futuras. 
LESÕES NAS MÃOS E DEDOS: A depender da lesão, 
pode ou não ser indicada a tratamento cirúrgico. É 
amplamente indicado a imobilização da estrutura 
afetada por uso de tala até que estejam aptas a ser 
reabilitada. A reabilitação consiste em mobilização 
articular, visando diminuir aderências articulares, 
ganho ou preservação de amplitude de movimento e 
fortalecimento dos músculos envolvidos na sua 
capacidade funcional. Assim como na lesão anterior, 
pode ser usado a crioterapia, cinesioterapia, as 
terapias manuais e mecanoterapia. 
ENTORSES DE TORNOZELO: A entorse de tornozelo 
deve ser tratada de acordo com seu grau de lesão. 
Inicialmente deve ser evitado o uso da estrutura e em 
muitos casos é recomendado a imobilização por tala ou 
órtese. Após o período agudo da lesão o fisioterapeuta 
deve pautar seu tratamento no ganho de amplitude do 
movimento visando diminuir os encurtamentos 
causados pela entorse recomendando exercícios que 
envolvem movimentos de amplitude controlados do 
seu tornozelo, sem resistência. Para melhorar a 
estabilidade articular deve prescrever exercícios para 
fortalecer os músculos e os tendões, hidroterapia, 
exercícios de resistência, poderá usar ainda uma fita de 
kinesio tape para proteger o tornozelo evitando uma 
nova lesão. 
LESÕES NOS JOELHOS (TENDINITE PATELAR): O 
fisioterapeuta vai entrar inicialmente com exercícios 
de força excêntrica e alongamentos. Caso não seja 
eficaz é recomendado o uso de eletroterapia, e realizar 
exercícios de alongamento e de fortalecimento, que 
aceleram o processo de cicatrização do tendão 
afetado. É amplamente utilizado equipamentos eletro 
terapêuticos (laser e ultrassom) pois ajuda no alívio da 
dor e potencializa a regeneração tecidual. Há a 
necessidade de fortalecimento dos músculos 
adjacentes, como os músculos frontais da coxa, se 
atentando aos exercícios de alongamento global, para 
manutenção do equilíbrio entre as forças. A depender 
da gravidade pode ser indicado tratamento cirúrgico 
para reparar os danos provocados no tendão do joelho.

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