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Otite Média Aguda e Secretora

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1 Otorrinolaringologia GDs – Ester Barbosa 7°P 
Otite Média Aguda (OMA) 
Introdução anatômica 
 
Após a membrana timpânica, está a orelha média. Ela 
se encontra na parte petrosa do osso temporal e é 
composta pela cavidade timpânica e pelo recesso 
epitimpânico. 
Na cavidade timpânica estão localizados os ossículos 
da audição (martelo, bigorna e estribo). Esses 
ossículos recebem as vibrações do ar pela membrana 
timpânica, aumentando sua força e diminuindo a 
amplitude, para então propaga-las para a orelha 
interna. 
 
Conceitos e Epidemiologia 
A otite média aguda (OMA) é o processo inflamatório 
da mucosa da orelha média, com presença de 
secreção, de início agudo, acompanhado de sinais e 
sintomas de inflamação. 
Sabendo-se que os espaços pneumatizados do osso 
temporal são contíguos, havendo inflamação na 
orelha média, ela pode se estender para o mastoide, 
ápice petroso e células perilabirínticas. Portanto, toda 
otite média é uma osteomastoidite em potencial, 
tento maior ou menor acometimento das células 
mastoideas. 
A grande maioria dos casos de OMA acomete 
crianças, principalmente menores de 5 anos, porém 
pode ocorrer também em adolescentes e adultos. 
As crianças têm tubas auditivas pouco desenvolvidas, 
horizontalizadas e curtas, o que associado a grande 
frequência de infecções das vias aéreas superiores, 
predispões a OMA. 
Antes dos 2 anos, os episódios de OMA costumam 
ser bilaterais, a partir desta idade é mais comum o 
acometimento unilateral. 
Sexo masculino é mais acometido. 
Etiologia 
Bacteriana 
 Streptococcus pneumoniae 
 Haemophilus influenzae 
 Maroxella catarrhallis 
Viral 
 Rinovírus 
 Adenovírus 
 Influenza 
 Parainfluenza 
 VSR 
Manifestações clínicas 
Se inicia com a inflamação das vias aéreas superiores, 
principalmente na rinofaringe. 
Ocorre contaminação por ascensão de bactérias e ví-
rus da rinofaringe até a tuba auditiva, provocando 
infecção da orelha média. 
A inflamação leva a secreção de transudato pela 
mucosa da orelha que, com o aumento progressivo 
de seu volume, leva a otalgia e abaulamento da 
membrana timpânica. 
Ocorre também ingurgitação dos vasos submucosos 
da membrana timpânica, permitindo sua visualização 
através da otoscopia. 
No quadro clássico de OMA o paciente relata otalgia 
aguda após quadro de IVAS, com piora da dor ao 
 
2 Otorrinolaringologia GDs – Ester Barbosa 7°P 
deglutir e assoar o nariz, comumente associada a 
hipoacusia e sensação de plenitude auricular. Pode 
ocorrer ruídos inespecíficos e o sinal de Scheibe 
(pulsações auriculares sincrônicas com os batimentos 
cardíacos). 
A pressão exercida pelo transudato na membrana 
timpânica pode levar a sua ruptura espontânea, 
permitindo a drenagem para o meato acústico ex-
terno e aliviando a otalgia. 
A recuperação da OMA pode levar 1 semana até 3 
meses e ocorre redução do edema, reabsorção da 
secreção e ingurgitamento vascular. 
Obs.: Crianças com episódios recorrentes (3 episódios 
em seis meses ou 4 em doze meses) podem evoluir 
com perda auditiva condutiva, que apesar de 
transitória, pode levar a atraso na aquisição de 
linguagem e, consequente má desempenho escolar 
com déficits de aprendizagem. 
Diagnóstico 
Clínico! 
História + otoscopia. 
Os critérios clínicos para diagnóstico de OMA são: 
otalgia súbita, febre e abaulamento da membrana 
timpânica. Esses critérios associados à idade, 
gravidade dos sintomas, presença de otorreia e 
lateralidade apoiam o diagnóstico de OMA. 
Otoscopia normal: 
 
MT translúcida, sem abaulamento, hiperemia e 
efusão. 
 
 
Otoscopia na OMA: 
 
 
Podemos encontrar: abaulamento, opacidade, 
hiperemia, edema e hipervascularização da MT e pre-
sença de líquido ou efusão na orelha média. 
Tratamento 
Analgesia: com analgésicos e antitérmicos simples 
(dipirona e paracetamol). 
Acompanhar a evolução e avaliar a necessidade de se 
entrar com ATB. 
Pacientes com quadro não grave podem receber 
uma conduta expectante: uso de exclusivo de sin-
tomáticos com reavaliação do paciente após 48-72 
horas. 
Havendo obstrução nasal importante, pode-se 
associar prednisona aos sintomáticos. 
Quando necessária, a antibioticoterapia deve ser 
iniciada com Amoxicilina 50mg/kg/dia, 2 ou 3x por 
dia, por 10 dias. 
Uso obrigatório de antibióticos na OMA: 
 Presença de otorreia 
 Presença de sinais de gravidade 
 OMA bilateral em <2 anos 
 Todos os < 6 meses 
 
 
 
 
 
3 Otorrinolaringologia GDs – Ester Barbosa 7°P 
Otite Média Secretora (OMS) 
Conceitos e Epidemiologia 
Também é conhecida como otite média crônica com 
efusão. 
É um processo inflamatório na orelha média com 
presença de líquido e membrana timpânica sem 
indícios de infecção aguda. 
É uma importante causa de perda auditiva na infância, 
acometendo cerca de 90% das crianças abaixo de 4 
anos. 
Pode ser classificada em: 
 
Fisiopatologia 
A fisiopatologia da OMS envolve uma reação 
inflamatória inicial, como um quadro de otite média 
aguda, levando a produção de líquido na tuba 
auditiva. 
Essa cavidade preenchida com líquido sofre um 
desequilíbrio de pressão e, o bombeamento muscular 
piora ainda mais o quadro, aumentando a pressão 
negativa dentro da tuba, resultando na permanência 
do líquido dentro da tuba auditiva. 
Manifestações clínicas 
A maioria dos casos de OMS é constituída por 
pacientes assintomáticos, sendo o diagnóstico feito 
pela otoscopia durante uma consulta de rotina. 
Quando há presença de sintomas, o mais comum é a 
perda auditiva (a efusão na orelha média provoca re-
dução na mobilidade da membrana timpânica, 
dificultando a propagação do som). 
Episódios recorrentes de OMA, respiração bucal, 
obstrução nasal e roncos geralmente se associam à 
OMS. 
Obs.: Como nem sempre a criança consegue descre-
ver a diminuição na audição, é preciso questionar 
dificuldade de aprendizagem e déficit de aquisição de 
linguagem. E, associar a história à otoscopia. 
Otoscopia: 
MT de coloração amarelada ou azulada, com 
diminuição da transparência, retração ou 
abaulamento e nível hidroaéreo retrotimpanico. A 
opacidade da membrana timpânica faz com que o 
martelo seja visualizado com uma coloração mais es-
branquiçada e ocorre também, sua horizontalização. 
 
 
Exames complementares 
Audiometria 
Pode ser utilizada para avaliar perda auditiva de 
condução que pode variar de acordo com a 
gravidade da OMS. 
Nos casos nos quais há perda auditiva de elevado 
grau (>55 dB) ou com componente neurossensorial, 
é aconselhado realizar um BERA (avalia a atividade 
elétrica da tuba e o estado do nervo auditivo) para 
confirmação diagnóstica. 
Impedanciometria 
Avalia o grau de resistência da membrana timpânica 
e o tipo de alteração presente na orelha média, assim 
pode confirmar a presença de efusão e pressão 
negativa na tuba auditiva. 
Tratamento 
A maioria dos casos de OMS tem cura espontânea, 
então se a criança está assintomática, a conduta 
expectante é mais indicada. 
Num período de 3 meses a partir do diagnóstico, 
deve-se avaliar periodicamente a otoscopia do 
 
4 Otorrinolaringologia GDs – Ester Barbosa 7°P 
paciente e deve-se ficar atento ao desenvolvimento 
da criança. 
Não havendo resolução espontânea ou havendo 
qualquer atraso no desenvolvimento do paciente 
uma audiometria deve ser realizada para avaliar o 
nível de comprometimento. 
São considerados normais níveis de até 20dB, nesse 
caso, pode seguir com a conduta expectante. 
Níveis entre 21 e 39 dB são considerados perda 
auditiva leve e a abordagem deve ser individualizada, 
levando em consideração a duração da efusão e a 
preferência dos pais. 
Níveis acima 40 dB são moderados: recomenda-se 
cirurgia. 
A cirurgia é a timpanotomia com inserção de tubo de 
ventilação para drenagem e ventilação prolongado 
da orelha média. 
A cirurgia também está indicada quando há retardo 
na fala ou linguagem,vertigem e desequilíbrio. 
Se há recidiva após a cirurgia, deve-se reaizar nova 
timpanometria associada à adenoidectomia (mesmo 
sem a presença de hipertrofia de adenoide). 
Otite Média Crônica (OMC) 
Conceitos e Epidemiologia 
Processo inflamatório da orelha média que acomete 
a membrana timpânica e as cavidades anexas à tuba 
auditiva, com duração superior a 3 meses, associada 
a secreção, que pode ou não levar a perfuração da 
membrana timpânica. 
A OMC geralmente está associada a uma OMA prévia 
não adequadamente tratada, mas também pode 
estar associada a outras causas, como disfunção 
tubária, otite média serosa e trauma. 
 
Etiologia 
 Pseudomonas aeruginosa 
 Staphylococus aureus 
 Proteus mirabílis 
 E. coli 
 Corynebacterium 
 Klebsiella pneumoniae 
 Bacteróides spp 
 Peptococus spp 
 Peptostreptococcus spp 
 Prevotella spp 
 Porphyromonas spp 
 Fusobacterium spp 
 Propionibacterium acnes 
Manifestações clínicas 
Em geral, o paciente apresenta otorréia intermitente, 
de característica fluída ou mucóide. 
Os episódios de otorréia geralmente estão associados 
a IVAS, entrada de água no ouvido e sendo tratados 
com antimicrobiano local. 
O paciente queixa-se também de hipoacusia de grau 
variável, que costuma ser condutiva. Casos mais 
graves podem evoluir com perda de audição e 
secreção fétida, paralisia facial, vertigem e focos 
infecciosos intracranianos. 
Pacientes assintomáticos costumam apresentar 
retração da membrana timpânica. 
Otoscopia: 
Membrana timpânica com perfuração, otorreia, 
erosão de ossículos com presença de bridas. O 
conduto auditivo externo pode ser normal, 
 
5 Otorrinolaringologia GDs – Ester Barbosa 7°P 
apresentar secreção, edema, hiperemia ou 
granulações. 
 
Exames complementares 
O diagnóstico é eminentemente clínico! 
Alguns exames podem ser solicitados para avaliar o 
grau de comprometimento. 
Audiometria: verificar o grau de perda auditiva. 
TC de crânio: avaliar o acometimento do osso 
temporal, mastoide. 
 
Tratamento 
O tratamento medicamentoso local é suficiente para 
controle da otorreia. Utiliza-se antibiótico tópico em 
gotas, geralmente ciprofloxacino. 
O uso de uma medicação que associe ciprofloxacino 
e corticoide é indicado para auxiliar na redução do 
processo inflamatório e diminuir o tecido de 
granulação no local. 
Casos refratários faz-se necessário o uso de 
antimicrobianos sistêmicos. Nesses casos, pode-se 
usar amoxicilina com clavulonato e cloranfenicol. 
Casos mais graves se beneficiam de uma 
timpanoplastia. Este é um procedimento cirúrgico 
que visa o fechamento da membrana timpânica e 
remoção da mucosa hiperplásica e bridas da orelha 
média, além de reconstrução da cadeia ossicular. Ela 
deve ser realizada com a orelha sem otorreia pelo 
menos nos 3 meses anteriores. Deve-se operar o lado 
mais acometido, para evitar lesões iatrogênicas mais 
graves. 
Colesteatoma 
O colesteatoma é uma massa composta de pele 
(tecido epitelial) que se forma dentro do ouvido, para 
dentro do tímpano. 
As superfícies internas da orelha média são 
normalmente cobertas por mucosa do tipo 
respiratório, como a que revestem por dentro a boca, 
a garganta, o nariz e os pulmões. 
Uma vez formado o colesteatoma, sua tendência é de 
crescimento contínuo. Seu poder destrutivo vem de 
três fatores: seu crescimento e compressão das 
estruturas vizinhas, a produção de enzimas capazes 
de destruir tecidos e a participação de bactérias 
causando infecção e inflamação crônicas. 
Embora haja grande discussão entre especialistas 
sobre sua real origem, os colesteatomas adquiridos 
costumam surgir em pacientes com história de otites 
crônicas ou de repetição, em que há perfuração ou 
retrações da membrana do tímpano. 
Nessas circunstâncias, cria-se condições para que a 
pele que cobre a superfície do conduto auditivo 
externo migre para a região interna ao tímpano 
(ouvido médio), onde ela não deve estar presente. 
 
 
 
 
 
 
https://portalotorrino.com.br/doencas/dor-de-ouvido/
https://portalotorrino.com.br/doencas/dor-de-ouvido/

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