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INFLUÊNCIA DO CAPITALISMO E A REFORMA DO ENSINO MÉDIO NO BRASIL
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INFLUÊNCIA DO CAPITALISMO E A REFORMA DO ENSINO MÉDIO NO BRASIL RESUMO - Em 2017 foi sancionada a reforma do ensino médio pelo presidente Michel Temer, após o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, promovendo uma transformação imponente e antidemocrática no ensino médio no país. Na perspectiva dessa reforma, se tornam claros os interesses políticos e econômicos e diferenças ideológica. Conferindo a flexibilização curricular na educação básica, condensando a concepção de qualidade da educação no Brasil. Este artigo tem como objetivo analisar e pontuar os diversos aspectos acerca do novo modelo educacional, para a melhor compreensão da reforma na educação disposta na Lei nº 13.415/2017 e a influência do sistema capitalista na educação. É importante analisar e discutir as novas diretrizes que envolvem área da educação, que relaciona uma tendência pedagógica tecnicista com o novo formato do ensino médio regular em consonância com suas bases legais. Para alcançar o objetivo adotou-se como metodologia a revisão de literatura, através de diversos trabalhos acadêmicos e periódicos sobre o tema. PALAVRAS-CHAVE: Reforma do Ensino Médio. Impeachment. Política Neoliberal. Ensino Tecn INTRODUÇÃO Nos últimos anos o cenário educacional tem se caracterizado por uma série de reformas marcadas pela competição de projetos cujos alicerces possuem diferentes visões da sociedade sobre a função social da escola e do currículo. Esses conflitos de projeto giram em torno de dois pontos de vista diferentes, um que coloque a educação de qualidade para todos no contexto de um país com extrema desigualdade social e defenda profundas mudanças sociais e econômicas em direção a uma sociedade melhor e igualitária; e outro que preconiza a formação profissional segundo a lógica de mercado, vantagens para os gestores, competência consolidada e cultura de desempenho. O impeachment da presidenta Dilma Rousseff, visto pelo mundo como um processo antidemocrático, instituiu a PEC 55 aprovada com reformas drásticas no sistema previdenciário e trabalhista. Junto com essas reformas, também trouxe mudanças significativas no campo educacional do Brasil. Durante o período da ditadura militar no Brasil, duas leis educacionais foram impostas pelos militares e pelos tecnocratas (leis n° 5.50/68 e 5.692/71), a partir dessa perspectiva, podem-se encontrar similaridades com o governo neoliberalista de Michel Temer (2016-2018), e as propostas referentes a mudanças educacionais, principalmente no ensino médio e no ensino técnico no Brasil. Diante do panorama neoliberal e ultraconservador que vem ocorrendo no Brasil nos últimos anos, após o impeachment de Dilma Rousseff, assumindo medidas que eliminam os direitos e amplia a desigualdade social e a concentração de renda no país. No governo do presidente Michel Temer, foram aprovados o Projeto de Lei 867/2015, que inclui diretrizes e fundamentos da educação nacional como “Programa Escola sem Partido”; Medida provisória 76/2016 (reforma do Lycée), a emenda constitucional (CE) 95/2016, que congelou gastos públicos por 20 anos; a Lei n° 13.415/2017, bastante danosa à educação básica pública, que tem impacto direto sobre a formação docente foi a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Essas medidas representam um grande retrocesso para a educação brasileira e para o país como um todo. O impeachment da presidenta Dilma Rousseff em 2016 trouxe enormes perdas para a classe trabalhadora, principalmente em termos de direitos e desmantelamento dos serviços públicos. Uma das propostas pelo então vice- presidente Temer em 2015 ao meio empresarial, foi o programa “Ponte para o futuro”, que se apresenta como um grande túnel para o passado que visa desconstruir os avanços constitucionais de 1988 e o acesso aos direitos universais (Saúde, educação, segurança e seguridade social) por meio do argumento falacioso de que esses direitos foram consagrados dentro da constituição "sem orçamento público". Essas recomendações partiram do diagnóstico de que a política de ajuste fiscal adotada no governo Dilma era insuficiente. A seguinte questão norteia este estudo: A partir das reformas educacionais anteriores e de seus respectivos resultados, a reforma proposta pela Lei nº 13.415/17, será eficaz para resolver de forma definitiva os problemas do ensino brasileiro ou apenas uma justificativa para beneficiar o setor privado-mercantil? Nessa perspectiva, as mais recentes "reformas" educacionais, lembram o período da ditadura militar em ambos os governos, a educação brasileira passa por dificuldades e as medidas propostas emergem dessa "crise" de mudança que visa a profissionalizar o cidadão como força de trabalho que visa a satisfação dos interesses do mercado. A linha pedagógica tecnicista passou a ter um domínio maior, com o surgimento da necessidade de mão-de-obra qualificada, impulsionada pelo desenvolvimento industrial, o que originou um sistema educacional adaptado ao novo modelo educacional dando prioridade ao ensino técnico, enquanto a educação da sociedade fica em segundo plano, intencionalmente reproduzido para atender às necessidades da economia capitalista. Sendo assim, após a análise da literatura acerca desse novo modelo educacional proposto, é possível concluir que a Lei nº 13.415/17 não poderá ser considerada como a ação definitiva para resolução dos problemas no sistema de ensino médio no Brasil, sendo que visa priorizar o ensino profissionalizante, pois entre os moldes desse novo modelo educacional, está a flexibilização dos conteúdos, deixando de ser obrigatório o ensino de várias disciplinas. A formação geral passa a se desenvolver em competências especificas como: linguagens; matemática; ciências da natureza; ciências humanas e sociais aplicadas, e na formação técnica e profissional. Assim, este artigo tem como objetivo analisar e pontuar os diversos aspectos acerca do novo modelo educacional, para a melhor compreensão da reforma na educação (Lei nº 13.415/2017) e a influência do sistema capitalista na educação. É importante analisar e discutir as novas diretrizes que envolvem área da educação, que relaciona uma tendência pedagógica tecnicista com o novo formato do ensino médio regular em consonância com suas bases legais como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, Lei 9394/96), a BNCC e demais legislações de interesse relacionadas ao tema. Para realização deste trabalho, adotou-se como metodologia a revisão de literatura, através de diversos trabalhos acadêmicos e periódicos. As pesquisas foram realizadas em diversas bases de dados como SciELO e Google Acadêmico, e foram escolhidas por serem multidisciplinares e contemplarem estudos de diferentes partes do país. Os estudos foram selecionados para delinear e esclarecer as posições dos autores sobre o tema. 1 DESENVOLVIMENTO 1.1 Reforma do Ensino Médio de 2017 Em 2016, após a posse Michel Temer propôs uma grande reforma do ensino médio no Brasil. Diante do cenário nacional, o ensino médio do país deveria passar por uma profunda reforma devido ao seu fraco desempenho e ao índice de evasão. No entanto, a forma como as reformas atuais são aplicadas e as propostas curriculares são arbitrárias e autocráticas e não beneficiam a sociedade brasileira (NETO; LIMA; ROCHA, 2017). Sua plataforma de governo denominada "Ponte para o Futuro" do ponto de vista político-ideológico contrasta fortemente com a agenda do governo anterior de da qual o fazia parte, se encaixando em um cenário político preocupante (CAVALCANTI; VENERIO,2017). A reforma começou como uma medida provisória e convertida na Lei nº 13.415 em 16 de fevereiro de 2017, passando a entrar em vigor em 2018. Esta lei altera as disposições da lei n° 9.394/9, que dispões sobre as orientação e fundamentos da educação