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Beatriz Prado - Semiologia Febre e síndrome febril Página 1 de 3 Introdução: • A temperatura corporal é controlada pelo hipotálamo. • Os sinais são integrados pelo centro termorregulador do hipotálamo, visando à manutenção da temperatura. • Indivíduos sadios entre 18 e 40 anos de idade, a temperatura oral média é de 36, 8, com níveis mais baixos às 6h e mais altos entre 16h e 18h. • A variação diária normal da temperatura, também chamada de ritmo circadiano é normalmente de 0,5°c. • Febre: elevação da temperatura corporal acima da faixa de normalidade (37,5°c – axilar/ 37, 8°c oral/ 38°c retal) + aumento do ponto de ajuste hipotalâmico. • Mecanismo de resposta do organismo a alguma anomalia, ou seja, é uma consequência. • Febre: aumento da temperatura corporal + mudança no hipotálamo (seja por citocina, toxina ou alguma outra coisa) • Hipertermia: Não há mudança hipotalâmica. • Febre geralmente é uma consequência, algo está causando a febre. Ex: infecção, tumor. • Investigar a causa da febre. • Obs.: a hipertermia costuma ser diagnosticada com base nos eventos imediatamente precedentes à elevação da temperatura central. Ex.: exposição ao calor ou tratamento com fármacos que interferem na termorregulação e endocrinopatias. • Locais de verificação: o Temperatura axilar: 35,5°c a 37°c o Temperatura bucal: 36°c a 37,4°c o Temperatura retal: 36 a 37,5°c (0,5°c maior que a axilar) Fisiopatologia: • Ação de fatores pirogênicos sobre o centro termorregulador do hipotálamo, elevando o limiar térmico e desencadeando respostas de produção e conservação de calor (tremores, vasoconstrição periféricas, aumento do metabolismo basal). • Pirógenos exógenos (endotoxinas, enterotoxinas) x pirógenos endógenos (citocinas inflamatórias – IL-1, IL-6, TNF, IFN, IL-8, MIP-1) Beatriz Prado - Semiologia Febre e síndrome febril Página 2 de 3 Causas: Abordagem do paciente: • Exame físico: cronologia dos eventos, exposição, condições associadas (comorbidades), uso de medicamentos. • Exames laboratoriais: hemograma completo, PCR, VHS, medicação de citocinas inflamatórias. • Terapias anti-citocinas (anticorpos monoclonais, Anti-TNF): risco aumentado de infecção devido à redução nas defesas. Sinais e sintomas associados: • Astenia; Inapetência; Cefaleia • Taquicardia; taquipneia; mialgia • Calafrios ou sudorese; náuseas; vômitos • Delírio; confusão mental; convulsões Padrão de evolução: • Febre contínua: permanece sempre acima do normal com variações de até 1 grau, sem grandes oscilações. Ex.: Pneumonia. • Febre irregular ou séptica: picos muitos altos intercalados baixas temperaturas ou apirexia, sem nenhum caráter cíclico nessas variações. Ex.: septicemia. • Febre remitente: há hipertermia diária com variações de mais de um grau, sem períodos de apirexia. Ex.: septicemia, pneumonia. • Febre intermitente: a hipertermia e ciclicamente interrompida por um período de temperatura normal. Pode ser cotidiana, terçã (um dia com febre e outro sem – P. vivax) ou quartã (um dia com febre e dois sem – P. malariae) Ex.: linfomas, tuberculose, malária. • Febre recorrente ou ondulante: semanas ou dias com temperatura corporal normal até que períodos de temperatura elevada ocorram. Durante a fase de febre não há grandes oscilações. Ex.: Linfomas (febre de Pel ebstein) Febre de origem indeterminada: • FOI clássica: temperaturas axilares > 38,3°c em várias ocasiões, febre com duração de mais de 3 semanas e sem diagnóstico após três consultas ambulatoriais ou três dias de internamento hospitalar. Beatriz Prado - Semiologia Febre e síndrome febril Página 3 de 3 • FOI nosocomial: temperaturas de >38,3°c em pacientes internados com ausência de infecção ou de doença incubada à admissão, o pré-requisito mínimo é pelo menos três dias de internação com pelo menos dois dias de incubação de culturas. • FOI neutropênica: >38,3°c naqueles pacientes que possuem neutrófilos com valor absoluto menor que 500, ou entre 500-1000 no quais exista expectativa de queda para tais valores em 1 a 2 dias. • FOI associada ao HIV é quando se encontra febre > 38,3°c em várias ocasiões em pacientes infectados por HIV. Tratamento: • O tratamento de febre e dos seus sintomas com antipiréticos rotineiros não faz mal nem retarda a resolução das infecções virais e bacterianas comuns. • Objetivo principal é tratar a causa e não a febre em si. • Em alguns casos, a não utilização de antipiréticos pode facilitar o diagnóstico de uma doença febril incomum. • Obs.: A dissociação temperatura-pulso (bradicardia relativa) ocorre em casos de febre tifoide, brucelose, leptospirose e em algumas febres induzidas por medicamento e na febre factícia. • Os objetos do tratamento da febre são reduzir o ponto de ajuste hipotalâmico e facilitara pera de calor. • O ácido acetilsalicílico e os AINEs orais são efetivos para reduzir a febre, mas também produzem efeitos adversos sobre as plaquetas e o trato gastrointestinal. • Dar preferência ao paracetamol e dipirona. • Dipirona 500mg, 1g, até 4x ao dia/ paracetamol 500mg – 1g até 4x ao dia (dose acima disso, risco de hepatotoxidade).
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