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Manutenção em ambientes hospitalares e de saúde APRESENTAÇÃO O estabelecimento de saúde é uma estrutura dinâmica e complexa, com múltiplas atividades ocorrendo concomitantemente e dependendo de diversas estruturas e recursos. Sendo assim, a manutenção dos ambientes hospitalares é de suma importância para que as atividades não sofram interrupção. Dessa forma, é necessário reconhecer as características de um serviço de manutenção, como organizá-lo e manter as boas práticas de ambientes hospitalares. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer como deve funcionar um serviço de manutenção, a sua organização e o planejamento. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Detalhar as características mais importantes a respeito da manutenção hospitalar.• Identificar as formas de organização dos processos de trabalho da área de manutenção.• Definir instrumentos de planejamento e gestão para o setor de manutenção.• INFOGRÁFICO A manutenção de ambientes hospitalares não é um setor que se ocupa apenas em consertar canos quebrados e instalações elétricas. Atualmente, com o grande compromisso social em relação à sustentabilidade, os hospitais dependem também do setor de manutenção, que irá auxiliar no processo de tornar o estabelecimento de saúde uma instituição que desenvolve suas atividades com o menor dano possível ao meio ambiente. Neste Infográfico, você vai conhecer alguns exemplos de ações sustentáveis. CONTEÚDO DO LIVRO O serviço de manutenção hospitalar é responsável por manter em funcionamento a complexa máquina que é o estabelecimento de saúde. A atuação do serviço de manutenção pode abranger várias áreas, como a manutenção de equipamentos, máquinas, estrutura, parte elétrica e até alguns itens de mobiliário. A amplitude de ação e especialização de um setor de manutenção está diretamente ligada à complexidade do estabelecimento de saúde. Nesse sentido, um serviço de manutenção tem várias normas e regulamentações que devem ser seguidas para a eficiência do setor. No capítulo Manutenção em ambientes hospitalares e de saúde, da obra Hotelaria, hospitalidade e humanização, você vai conhecer as principais caraterísticas de um serviço dessa natureza e os aspectos gerais do seu funcionamento, e os principais procedimentos que são de sua responsabilidade. Boa leitura. HOTELARIA, HOSPITALIDADE E HUMANIZAÇÃO Karen Cardoso Manutenção em ambientes hospitalares e de saúde Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Detalhar as características mais importantes a respeito da manutenção hospitalar. Identificar as formas de organização dos processos de trabalho da área de manutenção. Definir instrumentos de planejamento e gestão para o setor de manutenção. Introdução Neste capítulo, você vai conhecer as principais características de um serviço responsável pela manutenção das estruturas e dos serviços de um estabelecimento de saúde, bem como de equipamentos e máquinas. O serviço de manutenção é estratégico para a manutenção predial, ou seja, manter a integridade da estrutura física e o acesso aos serviços de água, energia elétrica, aquecimento e resfriamento do ambiente e outros serviços necessários para o funcionamento do estabelecimento de saúde. Também é fundamental que muitos dos equipamentos e das máqui- nas sejam mantidos em funcionamento e calibrados por meio de uma equipe local capacitada ou em parceria com a assistência técnica externa específica. Para que isso ocorra, é necessário desenvolver uma série de atividades que abrangem a organização do processo de trabalho e do setor, bem como manter a equipe constantemente atualizada sobre processos, materiais e equipamentos. Para exemplificar a importância da manutenção em hospital, imagine a instituição sem água. Sem água, não é possível desenvolver as atividades hospitalares, cozinhar para pacientes e colaboradores, usar a lavanderia, o centro cirúrgico e de esterilização, limpar o hospital, higienizar as mãos e os pacientes, além de muitos outros procedimentos. O planejamento e a gestão são estratégicos para a atuação e a contri- buição do serviço de manutenção para manter a “máquina” funcionando e contribuindo para o atendimento dos usuários em saúde. 1 Características mais importantes a respeito da manutenção hospitalar As edifi cações hospitalares são os locais onde ocorre uma série de atividades que são fundamentais para as práticas de saúde e acolhimento de usuários que acorrem aos estabelecimentos de saúde para prevenção e tratamento. Dessa forma, é fundamental perceber as edifi cações como produtos duráveis e que devem ser mantidos em pleno funcionamento por muitos anos, atendendo às exigências do serviço e às necessidades dos usuários: As edificações são o suporte físico para a realização direta ou indireta de todas atividades produtivas, e possuem, portanto, um valor social fundamen- tal. Todavia, as edificações apresentam uma característica que as diferencia de outros produtos: elas são construídas para atender seus usuários durante muitos anos, e ao longo deste tempo de serviço devem apresentar condições adequadas ao uso que se destinam, resistindo aos agentes ambientais e de uso que alteram suas propriedades técnicas iniciais (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2012, p. XI). Qualquer edificação, ao ser projetada, tem uma vida útil. Neste sentido, a NBR 5674 refere que o custo de manutenção equivale de 1 a 2% do valor do seu custo de construção inicial (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2012). Esse valor acumulado, ao passar dos anos, é significativo e representa, muitas vezes, um valor que ultrapassa o valor de construção inicial da estrutura. É importante perceber que, em termos de valor, as estruturas hospitalares têm necessidade de todo o tipo de manutenção, como qualquer outra estrutura. Quando a manutenção é omitida pode comprometer o desempenho da estrutura em si, que por não ser constantemente monitorada e receber as ações de manutenção periódica e adequada, pode ter seu ciclo útil encurtado, tendo muitas vezes que ser recuperada ou ser substituída por outra construção a custo muito mais elevado (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2012). Mas o que é manutenção? Segundo a ABNT, é o “conjunto de atividades a serem realizadas para conservar ou recuperar a capacidade funcional da edifi- cação e de suas partes constituintes de atender às necessidades e à segurança dos seus usuários” (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, Manutenção em ambientes hospitalares e de saúde2 1999, p. 2). No entanto, na revisão da Norma 5674, em 2012, há uma ampliação conceitual, que já inclui um “serviço de manutenção”, isto é, a ação de manter, corrigir ou reformar estruturas e um “sistema de manutenção” como um conjunto de intervenções e rotinas previamente organizadas com o intuito de gerenciar um departamento responsável pela manutenção de estruturas, bem como padronizar suas ações, tornando-se assim parte de um conjunto da norma vigente que descreve o conjunto de procedimentos necessários para qualquer ação de manutenção em edificações (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2012). Por outro lado, Santos (2014, documento on-line) define a manutenção como a “[...] combinação de todas as ações, técnicas e administrativas, destinadas a manter ou recolocar um item em estado no qual possa desempenhar uma função requerida”. Um serviço de manutenção também pode ser entendido como uma unidade, um departamento com capacidade e organização administrativa para gerenciar todo o processo de manutenção de uma estrutura. O serviço de manutenção hospitalar tem importância estratégica, tornando- -se responsável por várias ações que vão proteger e manter a estrutura interna do estabelecimento de saúde, bem como a reforma e a atualização das estruturas e os reparos elétrico e hidráulico,no oferecimento de vácuo, pinturas interna e externa, dentre outros tantos serviços que devem atender a uma série de normatizações. Dessa forma, o serviço de manutenção: É responsável pelo controle e gestão de materiais e serviços, pela realização de ativi- dades de acordo com as normas vigentes, ocasião em que visa à garantia de existên- cia contínua de realização de serviços de gestão de projetos, gerenciamento de ma- nutenção preditiva, execução e coordenação com equipe própria e de terceirizados de serviços, dentre outras, momento em que faz-se necessário proceder a uma orga- nização, de modo a não faltar capacidade reativa no sentido de realizar as atividades demandadas (EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES, 2018, documento on-line). Responsabilidades do serviço de manutenção São responsabilidades do serviço de manutenção a conservação e a manutenção de edifi cações, instalações, sistemas hidráulicos, sistemas elétricos e serviços básicos de marcenaria e serralheria, além do serviço de chaveiro. Dessa forma, cabe à equipe de manutenção: 1) Executar medidas para conservação dos bens e patrimônios; 2) Executar serviços de manutenção preventiva; 3) Executar serviços de manutenção corretiva; 3Manutenção em ambientes hospitalares e de saúde 4) [Executar] inspeções prediais; 5) Planejar a aquisição e a utilização de equipamentos e materiais, fiscalizando a sua validade e as condições de conservação, de forma que evite desperdícios; 6) [Executar] serviços de pequenas instalações sob a orientação da equipe de engenharia [institucional] (UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO, 2016, documento on-line). As áreas de atuação na manutenção em estruturas hospitalares são bem amplas. Dessa forma, o tamanho da equipe e a especialização dos profissionais podem variar conforme o tamanho da instituição e da complexidade do serviço oferecido. Além desses serviços, e dependendo da complexidade e do tamanho da equipe, alguns equipamentos, máquinas e motores simples podem ser reparados pelo setor de manutenção. Um exemplo disso são alguns equipamentos com estufas elétricas ou sistemas de esterilização com vapor, que podem ter algum reparo simples. Alguns equipamentos, no entanto, dependem de serviços de manutenção de fábrica, ou assistência técnica especializada, podendo perder a garantia caso outros profissionais executem a manutenção ou o reparo. Nor- malmente, há empresas contratadas para esse tipo de serviço e que ficam sob responsabilidade do responsável técnico e do chefe do setor. O reparo do equi- pamento depende de conhecimentos especializados de engenharia, por exemplo. Assim, a característica geral de um serviço de manutenção é desenvolver ati- vidades em áreas diversas, porém, predominantemente nas áreas estruturais e dos sistemas que fazem a estrutura do estabelecimento de saúde funcionar e nos equi- pamentos que forem da sua especialidade e competência a manutenção e o reparo. Nesse sentido, o serviço caracteriza-se por desenvolver atividades de manutenção nas seguintes áreas (INSTITUTO FEDERAL PERNAMBUCO, [2019]; UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO, 2016): alvenaria — pequenos reparos e adequações necessárias; pintura — manutenção permanente das áreas do hospital; marcenaria — pequenos reparos e manutenção de portas e mobiliários; hidráulica — devido à quantidade de torneiras, chuveiros e bacias sani- tárias instaladas, a presença do encanador também pode ser necessária nas 24 horas do dia; serviços gerais e jardinagem; elétrica — manutenção, substituição de lâmpadas, tomadas e adequações elétricas. Esta atividade precisa estar disponível 24 horas. O setor de manutenção tem equipes dimensionadas para atender a diversas necessidades e, desta forma, necessita desenvolver competência para dife- Manutenção em ambientes hospitalares e de saúde4 rentes áreas de manutenção. Dependendo da complexidade e da dimensão do estabelecimento de saúde, a equipe pode ter múltiplas competências, ou desdobrar-se em diferentes equipes com habilidades específicas. As principais atribuições e competências da equipe de manutenção de edifi- cação e instalações são (UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO, 2016): manter a urbanização das vias de acesso, sinalização e pavimentação (se o serviço for responsável pela jardinagem, deve fazer a manutenção de jardins e podas de árvores); fazer pequenas obras nas instalações, tubulações, etc.; fazer o acabamento de revestimentos, pintura e aplicações em paredes e pisos, no interior e exterior das edificações; fazer serviços de carpintaria, envolvendo a manutenção de telhados, forros e coberturas; fazer cópia de chaves e abrir algum sistema que esteja trancado e/ou com defeito. As atribuições da equipe responsável pela manutenção hidráulica e sanitária são: resolver os problemas de vedação em geral, isto é, vazamentos, perda da força de jato d´água, refrigeração deficiente; problemas relacionados à bomba ou motor, isto é, perda de lubrificação, refrigeração, contaminação, ruído anormal, vazamentos de óleo, ruídos e vibração (UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO, 2016). Em relação às atribuições na manutenção elétrica, são competências fazer a manutenção dos cabos de eletricidade e materiais elétricos, dos quadros de eletricidade, bem como de cabos em geral, de informática, comunicações, sistemas de alarme, antenas em geral, aterramentos e para-raios. Além disso, deve ter competência para fazer manutenção e pequenos reparos em sistemas de ar condicionado, aquecimento, ventilação, exaustão, refrigeração, etc. Deve ter competência para instalar tomadas e ampliar os pontos de luz na estrutura nos ambientes que já têm fiação, fazendo todas essas atividades sob orientação de um engenheiro (UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO, 2016). Finalmente, a equipe de marcenaria e serralheria deve ter competência para, no caso da serralheria, fazer pequenas obras de manutenção e conservação, reparo e recuperação de bens, esquadrias, máquinas e equipamentos, armações e pequenas construções. No caso da marcenaria, cabe a ela a manutenção de bens móveis como macas, camas hospitalares, armários, esquadrias, etc. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO, 2016). 5Manutenção em ambientes hospitalares e de saúde Principais normas a serem seguidas na manutenção hospitalar O serviço de manutenção necessita cumprir uma série de normas e regulamen- tações no processo das ações de manutenção das estruturas hospitalares. Nesse sentido, a normatização abrange vários aspectos do estabelecimento de saúde: RDC 50/2002 — Agência Nacional de Vigilância Sanitária — Ministério da Saúde. Dispõe sobre o regulamento técnico para planejamento, pro- gramação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde. Instalações prediais ordinárias e especiais — Secretaria de Assistência à Saúde — Ministério da Saúde. ABNT NBR 5626/98 — Instalação predial de água fria — instalações. ABNT NBR 5674/12 — Manutenção de edificações. ABNT NBR 13534/95 — Instalações elétricas em estabelecimento assistencial de saúde — requisitos para segurança. ABNT NBR 5410/97 — Instalações elétricas de baixa tensão. ABNT NBR 14664/01 — Grupos geradores. ABNT NBR — 7256/05 — Tratamento de ar na saúde. ABNT NBR 16401/08 — Instalações de ar-condicionado — Sistemas Centrais e Unitários. ABNT NBR 6401/80 — Instalações centrais de ar-condicionado para conforto. ABNT NBR 9450/04 — Acessibilidade a edificações, mobiliário, es- paços e equipamentos urbanos. ABNT NBR 5419/05 — Sistemas de proteção contra descarga elétrica. ABNT NBR 13714/2000 — Sistemas de hidrantes e de mangotinhos para combate a incêndio. ABNT NBR 17240/2010 — Sistemas de detecção e alarme de incêndio – projeto, instalação comissionamento e manutenção de sistemas de detecção e alarme de incêndios. ABNT NBR 12188:2016 — Sistemas centralizados de suprimento de gases medicinais, de gases paradispositivos médicos e de vácuo para uso em serviços de saúde. ABNT NBR 15345/13 — Instalação predial de tubos e conexões de cobre e ligas de cobre — procedimentos. ABNT NBR 5410:2004 — Instalações elétricas de baixa tensão. ABNT NBR 13534:2008 — Instalações elétricas de baixa tensão — requi- sitos específicos para instalação em estabelecimentos assistenciais de saúde. Manutenção em ambientes hospitalares e de saúde6 É importante que a equipe de manutenção tenha profissionais que conheçam as normas e os regulamentos relacionados à estrutura, às questões hidráulicas, elétricas e outras semelhantes. Qualquer tipo de reforma ou manutenção deve seguir as normas vigentes, visando à segurança das instalações e das pessoas. Segundo a NBR (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2012, p. 10), uma reforma deve ser o seguinte fluxo: De� nição e apresentação e escopo da reforma Organização (plano formal de requisitos e diretrizes) Liberação para início da obra Documentação (arquivos e registros) Realização da reforma e incumbências Apresentação dos requisitos Justi� cativa técnica ou administrativa Justi� cativa técnica ou administrativa Corrigir inadequação Início Fim OK OK OK N N S S S N 7Manutenção em ambientes hospitalares e de saúde 2 Formas de organização dos processos de trabalho da área de manutenção Para o desenvolvimento das atividades do serviço de manutenção, é ne- cessário organizar os recursos humanos e o processo de trabalho. Dessa forma, é importante conhecer os diferentes tipos de manutenção, o perfi l da chefi a de um setor como esse e quais são os principais procedimentos executados. Nesse sentido, a chefia de um setor de manutenção deve ter capacidade de divulgar, cobrar e fazer cumprir as normas e os procedimentos adequados para a execução da manutenção, supervisionando e orientando a equipe em relação às normas e aos equipamentos de segurança (UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO, 2016). São competências da chefia do setor (UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO, 2016): elaborar os planos de trabalho do setor; distribuir as tarefas e acompanhar a execução; analisar, priorizar e determinar as ordens de serviço, dando retorno à unidade solicitante e previsão de atendimento; cumprir a regulamentação e acompanhar os processos de fiscalização atendendo às demandas burocráticas necessárias quanto às licenças e aos alvarás; fazer o relatório das atividades e cumprimento do planejamento, bem como os gastos do setor. Para que a supervisão e as atividades de manutenção sejam executadas a contento, é necessário reconhecer os diferentes tipos de manutenção. Ao fazer esse reconhecimento, é possível estabelecer a prioridade das ações e a elaboração de um cronograma de execução. Veja, no Quadro 1, os diferentes tipos de manutenção. Manutenção em ambientes hospitalares e de saúde8 Fonte: Adaptado de Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (2018). Tipos de manutenção Descrição Manutenção preditiva Baseia-se em planejamentos exímios e elaborados, nos quais os componentes de uma máquina são substituídos em perí- odos pré-programados, baseados em estudos e históricos de cada componente, aproveitando ao máximo sua vida útil e trocando-os antes de entrarem em colapso. Manutenção preventiva Atividade planejada que preza a conservação dos equipa- mentos e suas características produtivas ou de trabalho, antecipando a ocorrência de falhas/quebras. Manutenção corretiva Tem caráter emergencial e sem planejamento, consistindo em substituir peças ou componentes que se desgastaram ou falharam e que levaram a máquina/equipamento a uma in- terrupção ou serviço a ser executado em caráter emergencial e que afeta o funcionamento do estabelecimento de saúde. Quadro 1. Tipos de manutenção Cada uma das categorias de manutenção demanda ações diferentes e de- monstra também o grau de organização e planejamento do serviço. Se você observar, na manutenção preditiva, já se sabe que há a necessidade de manu- tenção de peças, sistemas e componentes, por motivo de regulação, calibração, monitoramento e troca de peças, seguindo recomendação do fabricante e prazos de validade e deve ser documentada, ter um histórico, para ser feita adequadamente. No caso da manutenção preventiva, as ações mais comuns são a lubrificação, o reaperto, a inspeção de peças e a limpeza (EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES, 2018). Os itens a serem inspecionados são muitos e devem ser listados e cate- gorizados conforme o tipo de manutenção. Um exemplo de itens e sistemas pode ser verificado no Quadro 2. 9Manutenção em ambientes hospitalares e de saúde Fonte: Adaptado de Cleide (2016). Sistemas de manutenção preventiva e inspeção — procedimentos Alvenaria estrutural com bloco de concreto ou cerâmico Alvenaria de vedação com bloco de concreto ou cerâmico Antena coletiva Automação de portões Cabeamento estruturado Esquadrias de alumínio Esquadrias de madeira Esquadrias e peças metálicas Estrutura de concreto Estrutura metálica Ferragem das esquadrias Forro de gesso Iluminação automática Iluminação de emergência Impermeabilização Instalações de combate a incêndio Instalações elétricas (fios e disjuntores) Instalações de gás/central de gás Instalações hidrossanitárias Louças sanitárias Caixas de descarga e válvulas Instalações de interfonia Instalações de telefonia Juntas de dilatação da fachada Metais sanitários Motobomba Pintura externa/interna Piscina Pisos de madeira Revestimento em argamassa decorativa Revestimentos cerâmicos (interno e externo) Revestimentos em pedras (mármore e granito) Sistema de aquecimento central de água Sistema de cobertura — estrutura, calhas e rufos Sistema de proteção para descargas atmosféricas Sistema de segurança Vidros Quadro 2. Exemplo de itens para fazer a manutenção preventiva e a inspeção em esta- belecimentos de saúde Equipe e suas atribuições A composição da equipe pode variar em número de profi ssionais e espe- cialidade, conforme o tipo de estabelecimento de saúde, suas dimensões e complexidade. A equipe geralmente contém profi ssionais próprios, isto é, trabalhadores com carteira assinada e vínculo trabalhista com a instituição. Também é possível a terceirização da mão de obra para serviços pontuais e especializados, ou uma equipe mista, parte terceirizada, parte com profi ssio- nais da própria instituição (PROGRAMA DE EXTENSÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE, [200–?]). Manutenção em ambientes hospitalares e de saúde10 Devido à necessidade de observância de regulamentação e uma série de normas a serem cumpridas, é necessária a responsabilidade técnica do enge- nheiro civil e elétrico, que muitas vezes assume a chefia do serviço, sendo subordinado à diretoria do estabelecimento de saúde. Alguns dos profissionais que compõem a equipe são, por exemplo, pedreiro, eletricista, encanador, jardineiro e auxiliar de serviços gerais. O treinamento e a atualização dos profissionais são fundamentais para que o serviço de manutenção se mantenha eficiente e contribuindo para a economia de custos na manutenção da estrutura e dos ambientes em saúde. Para saber mais sobre a importância da manutenção preventiva na redução de custos de uma unidade hospitalar, leia o artigo Manutenção preventiva com foco na redução de custos em unidades hospitalares: uma revisão integrativa da literatura (RODRIGUES; DINIZ; RODRIGUES, 2016). 3 Instrumentos de planejamento e gestão para o setor de manutenção E como fazer o planejamento das ações e atividades do setor de manutenção? O planejamento envolve um cronograma de inspeções que são divididas em planos separados, como, por exemplo: • Planos de inspeção visual da estrutura; • Planos de manutenção preventiva; • Planos de manutenção preditiva; • Planos de inspeção elétrica; • Planos de inspeção predial; • Planosde inspeção hidráulica (UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO, 2016, documento on-line). Para tanto, é necessário fazer o inventário de sistemas, equipamentos e locais específicos da estrutura hospitalar. O inventário nada mais é do que a discriminação de tudo o que deve ser inspecionado e organizado por categorias e informatizado em planilhas. 11Manutenção em ambientes hospitalares e de saúde O planejamento das atividades de manutenção será a base de todas as atividades que devem ser executadas, seja mediante solicitação de serviço, seja na manutenção programada. Dessa forma, o planejamento é importante para “[…] garantir a priorização e a execução das manutenções e a previsibilidade dos recursos necessários para as suas ações e confiabilidade dos serviços prestados” (EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES, 2018, documento on-line). Sendo assim, as atividades imprescindíveis ao planejamento da manu- tenção são (EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES, 2018): a) Inventário e identificação das instalações, máquinas e equipamentos: tudo deve ser devidamente mapeado, registrado e identificado. A des- crição da condição dos equipamentos e o seu histórico devem fazer parte das informações e de toda a documentação relacionada à garantia de produtos e serviços. b) Administração de estoques de materiais: o estoque dos materiais de reposição deve ser feito, devidamente catalogado, com identificação por código de barra e informatizado. c) Registro das ocorrências e solicitações via portal de serviços: registro informatizado das ocorrências visando ao monitoramento das principais ocorrências, prevalência de ocorrências por setor, por turno, etc. d) Processamento das solicitações: o processamento deve ser feito a cada turno para a elaboração do cronograma de atendimento após a priorização. e) Priorização das ordens de serviço: a priorização é fundamental e segue o princípio da categorização. f) Planejamento dos serviços: a partir da organização e priorização é possível determinar o que deve ser feito, quem deve fazê-lo, quais materiais são necessários e quanto vai custar. g) Alocação de recursos para as atividades: o orçamento deve ser feito, normalmente, em mais de um local visando ao melhor custo-benefício. h) Programação dos serviços: elaboração do cronograma de execução e escalação dos profissionais necessários para a atividade. i) Acompanhamento da execução dos serviços: a supervisão do serviço é fundamental para corrigir eventuais erros e alterações necessárias. j) Fechamento das ordens/solicitações de serviço: ao concluir o serviço, o relatório final deve ser elaborado descrevendo a ação executada e a conclusão do atendimento. Manutenção em ambientes hospitalares e de saúde12 Para conhecer mais ferramentas para a gestão de um serviço de manutenção, leia o artigo Gestão da manutenção em equipamentos hospitalares: um estudo de caso (GERÔ- NIMO; LEITE; OLIVEIRA, 2017). Exemplo de ferramenta de qualidade: programa 5S O programa 5S pode auxiliar no gerenciamento e na organização do setor de manutenção. Essa ferramenta foi criada no Japão, sendo usada nas empresas para alcançar maior efi ciência e qualidade. Nessa ferramenta, você é convidado a refl etir e analisar seu espaço e processo de trabalho, levando em consideração cinco palavras em japonês (ALMEIDA, 2017): 1. Seiri — senso de utilização: diferenciar aquilo que é útil do que é inútil, sabendo dimensionar aquilo que é necessário e o espaço que ocupa, evitando gasto com objetos, materiais e equipamentos que não necessitam de estocagem em grande quantidade. 2. Seiton — senso de ordenação/arrumação: manter as coisas no lugar correto, isto é, ferramentas, materiais e equipamentos, todos armaze- nados em um local adequado. 3. Seiso — senso de limpeza e conservação: é o estímulo para manter o am- biente limpo, isto quer dizer que, ao concluir um atendimento, tudo deve ficar limpo e arrumado. O local de trabalho deve também ser mantido limpo. 4. Seiketsu — senso de saúde/asseio/padronização: leva em consideração a importância do asseio, do autocuidado e do cuidado do grupo, do coletivo. Então, é uma proposta de padronização de limpeza e conser- vação. Além disso, está vinculada à padronização de procedimentos. 5. Shitsuke — senso de autodisciplina: envolve o compromisso de seguir os padrões ético e técnico visando à qualidade e à melhoria organizacional. Isto quer dizer que profissionais autodisciplinados têm uma comunicação mais eficiente, conseguindo executar suas atividades com eficiência e qua- lidade. Está vinculado com uma postura sem estresse, comprometido com a qualidade de vida e, consequentemente, diminuição de acidentes. Em um ambiente onde as pessoas trabalham o senso de autodisciplina, elas conse- guem cumprir regras e procedimentos com mais facilidade, dessa forma, são mais eficientes, menos estressadas e com melhor qualidade de vida. 13Manutenção em ambientes hospitalares e de saúde Vamos aplicar esse conhecimento? Um exemplo do uso da ferramenta 5S seria o controle de equipamentos do setor de manutenção, em que: Seiri — senso de utilização: você verifica quais são os equipamentos conforme a sua necessidade de utilização. Se a utilização é diária, trata- -se de um equipamento imprescindível e, provavelmente, dependendo do custo, passível de compra pelo estabelecimento de saúde. Equipamentos de uso eventual ou pontual podem ser alugados ou cedidos. Portanto, a periodicidade de uso pode indicar a necessidade de manter determinado equipamento, ferramenta ou material. Seiton — senso de ordenação/arrumação: ferramentas e equipamen- tos devem ter um local específico de guarda. Além disso, peças e outros acessórios devem estar devidamente guardados junto com o equipamento de origem, bem como seus manuais devidamente organizados. Materiais de reposição e construção devem passar pela etapa 1 para verificação de sua necessidade de estocagem e, se for necessário, ser devidamente catalogados no estoque necessário ao uso do hospital. Seiso — senso de limpeza e conservação: a limpeza do ambiente de guarda, evitando pó, ferrugem, umidade e mofo, pode ser determinante para a conservação de algum item. Seiketsu — senso de saúde/asseio/padronização: significa que toda a equipe deve seguir o padrão de guarda, ordenação e limpeza dos mate- riais e equipamentos, entendendo que isso não é uma ação individual, mas coletiva. Shitsuke — senso de autodisciplina: a disciplina de manter o setor organizado, bem como as máquinas e os equipamentos em condições de uso imediato, envolve a autodisciplina e a disciplina coletiva. Nesse sentido, o senso de responsabilidade individual e coletivo, bem como a satisfação de ver o ambiente e o setor em ordem, gera as ações que dão continuidade ao processo. Dessa forma, a ferramenta 5S pode auxiliar os processos de trabalho no setor de manutenção, bem como melhorar a eficiência dos serviços prestados. Manutenção em ambientes hospitalares e de saúde14 Um dos exemplos de organização do serviço de manutenção é a criação do fluxograma dos processos desenvolvidos. Nesse sentido, o Instituto Federal do Rio Grande do Norte criou fluxogramas para o desenvolvimento das atividades de manutenção predial corretiva e preventiva. A necessidade de padronizar os fluxos surgiu após o desenvolvimento de um manual de normas e procedimentos do setor de manutenção. Fonte: Adaptada de Cleide (2016). Neste capítulo, você pôde observar a organização e as características gerais do serviço de manutenção de ambientes em saúde, as competências e atribuições do setor, o tipo necessário de equipe, as principais normatizações que devem ser cumpridas, bem como as formas de organização e planejamento do processo de trabalho. ALMEIDA, G. M. de. Gestão da qualidade, aplicada aos processos de manutenção, reforma e retrofit de edificações: estudo de caso em uma empresa holding de educação básica. Rio de Janeiro: UFRJ/Escola Politécnica,2017. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5674: manutenção de edifica- ções — procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 1999. 15Manutenção em ambientes hospitalares e de saúde ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5674: manutenção de edificações — requisitos para o sistema de gestão de manutenção. 2. ed. Rio de Janeiro: ABNT, 2012. CLEIDE, M. Normas de gestão da manutenção e reformas. Natal: IFRN, 2016. Disponível em: https://docente.ifrn.edu.br/cleideoliveira/disciplinas/manutencao-predial/normas- -manutencao. Acesso em: 24 mar. 2020. EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES. Manual de padronização de proce- dimentos do setor de infraestrutura física (serviços). Uberaba: Hospital de Clínicas: UFTM, 2018. Disponível em: http://www2.ebserh.gov.br/documents/147715/0/Manual+Serv i%2B%C2%BAos+Infraestrutura+-+servi%2B%C2%BAos+4.pdf/38634642-3253-4afe- bf0d-00e62f5584f5. Acesso em: 24 mar. 2020. GERÔNIMO, M. da S.; LEITE, B. C. C.; OLIVEIRA, R. D. Gestão da manutenção em equipa- mentos hospitalares: um estudo de caso. Exacta - EP, São Paulo, v. 15, n. 4, p. 167–183, 2017. DOI: 10.5585/ExactaEP.v15n4.7144. Disponível em: https://periodicos.uninove.br/index.ph p?journal=exacta&page=article&op=view&path%5B%5D=7144. Acesso em: 24 mar. 2020. INSTITUTO FEDERAL PERNAMBUCO. Plano de manutenção predial preventiva e corretiva. Ipojuca: IFP, [2019]. Disponível em: https://portal.ifpe.edu.br/campus/ipojuca/adminis- tracao-e-planejamento/manutencao/PlanodeManutenoPredialdoCampusIpojuca.pdf. Acesso em: 24 mar. 2020. PROGRAMA DE EXTENSÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE. Projeto de implantação da manutenção preventiva no Hospital Universitário (H. U.) da Universidade de São Paulo: relatório final. São Paulo: USP, [200–?]. Disponível em: http://www.erudito.fea.usp.br/PortalFEA/Repo- sitorio/1087/Documentos/Hospital%20Universit%C3%A1rio.pdf. Acesso em: 24 mar. 2020. RODRIGUES, T. A.; DINIZ, I. A.; RODRIGUES, L. A. Manutenção preventiva com foco na redução de custos em unidades hospitalares: uma revisão integrativa da literatura. Revista de Administração Hospitalar e Inovação em Saúde, Belo Horizonte, v. 13, n. 2, p. 55–66, 2016. DOI: https://doi.org/10.21450/rahis.v13i2.2992. Disponível em: https:// revistas.face.ufmg.br/index.php/rahis/article/view/55-66. Acesso em: 24 mar. 2020. SANTOS, R. V. Padronização de ordens de serviço de manutenções de equipamentos médicos. 2014. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharel em Engenharia Elétrica) — Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2014. Disponível em: http://www.uel.br/ctu/deel/TCC/ TCC2014_RicardoVertuanSantos.pdf. Acesso em: 24 mar. 2020. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO. Plano de manutenção predial preventiva e corretiva. Osasco: UNIFESP, 2016. Disponível em: https://www.unifesp.br/campus/osa2/ images/PDF/Infraestrutura/ANEXO%202.pdf. Acesso em: 24 mar. 2020. Manutenção em ambientes hospitalares e de saúde16 Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun- cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links. 17Manutenção em ambientes hospitalares e de saúde DICA DO PROFESSOR A estabilidade e a funcionalidade das estruturas em ambientes hospitalares dependem do planejamento arquitetônico, levando em consideração não apenas a humanização e a ambiência. O planejamento adequado pode aumentar o tempo médio da estrutura do estabelecimento de saúde e de seus sistemas e dispositivos, garantindo que o usuário seja atendido em suas necessidades e a manutenção seja de baixo custo. Na Dica do Professor, conheça um pouco mais sobre o prazo útil de vida de um projeto, a manutenção e a humanização dos ambientes hospitalares. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! NA PRÁTICA As atividades dos profissionais que atuam no serviço de manutenção também têm vários riscos. Um deles é a Perda Auditiva Induzida pelo Ruído (PAIR) e uma série de sintomas relacionados à exposição aos ruídos inerentes ao uso de máquinas e equipamentos para manutenção e reparos. Em Na Prática, você vai conhecer um pouco mais sobre o assunto e como o Hospital de Clínicas do Paraná, compreendendo a necessidade de proteger e humanizar o serviço, investigou e lidou com a situação. SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Saúde, segurança e meio ambiente: análise preliminar de riscos em atividades que fazem o uso da água em cozinha hospitalar Neste artigo, você vai conhecer o uso racional da água e suas implicações para vários setores no hospital e, principalmente, para o setor de manutenção predial e hidráulica. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Processo de envelhecimento e trabalho: estudo de caso no setor de engenharia de manutenção de um hospital público do Município de São Paulo, Brasil Neste artigo, você vai conhecer sobre as características das equipes de manutenção em um hospital público e o recorte e o impacto do envelhecimento da equipe. A renovação do efetivo de pessoal é abordada no artigo, principalmente devido à aposentadoria do efetivo. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Manutenção preventiva com foco na redução de custos em unidades hospitalares Neste artigo, você vai conhecer a importância da manutenção preventiva como forma de manter a estrutura do estabelecimento hospitalar, evitando gastos desnecessários. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
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