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Conceitualização Cognitiva INTRODUÇÃO À CONCEITUALIZAÇÃO COGNITIVA A conceitualização fornece uma estrutura para o tratamento. Sua construção tem início no primeiro contato com o cliente e seu aprimoramento ocorre a cada contato posterior. As hipóteses do terapeuta são confirmadas, rejeitadas ou modificadas à medida que os clientes apresentam novas informações. O terapeuta compartilha a conceitualização e pergunta ao cliente se ela “soa verdadeira” ou “parece correta”. Pedir feedback do cliente: ↪ fortalece a aliança e ↪ permite que a conceitualização seja mais acurada e o tratamento mais efetivo. Compartilhar a conceitualização pode, por si só, ser terapêutico. É importante que o terapeuta faça uso da empatia. Ajudar os clientes a tomarem conhecimento dos seus pontos fortes e recursos pode fazer com que tenham um melhor funcionamento e que haja uma melhora no humor e na resiliência. OS PENSAMENTOS AUTOMÁTICOS AJUDAM A EXPLICAR AS REAÇÕES DOS CLIENTES Modelo cognitivo: emoções, comportamentos e fisiologia são influenciados pela percepção que a pessoa tem dos acontecimentos (externos e internos). “As reações das pessoas sempre fazem sentido depois que sabemos o que elas estão pensando.” Pensamentos automáticos: ↪ rápidos e avaliativos; ↪ não são resultantes de deliberação ou raciocínio; ↪ mais provável que se perceba a emoção ou comportamento que se segue que o pensamento em si; ↪ geralmente aceitos sem críticas. Os pensamentos automáticos podem ser identificados quando prestamos atenção às mudanças no afeto, comportamento e/ou na fisiologia. Após identificarmos os pensamentos automáticos, podemos avaliar sua validade. Quando submetemos os pensamentos disfuncionais à uma reflexão objetiva, as emoções, o comportamento e a reação fisiológica costumam mudar. “Os temas nos pensamentos automáticos das pessoas sempre fazem sentido depois que entendemos suas crenças.” PSICÓLOGA CONCURSEIRA CRENÇAS As pessoas desenvolvem certas ideias sobre si mesmas, as outras pessoas e seu mundo desde a infância. As crenças mais centrais - crenças nucleares - são compreensões duradouras fundamentais e profundas. Muitas vezes não são articuladas nem para a própria pessoa. São consideradas verdades absolutas. CRENÇAS ADAPTATIVAS Pessoas bem adaptadas possuem de forma predominante crenças realisticamente positivas na maior parte do tempo. As crenças adaptativas são flexíveis, úteis e baseadas na realidade sobre si, o mundo, as outras pessoas e o futuro. Crenças negativas latentes, porém, podem ser parcial ou completamente ativadas em determinadas situações. Mas, a menos que a pessoa tenha desenvolvido um transtorno agudo, elas são revertidas para crenças nucleares mais baseadas na realidade após um curto período de tempo. Crenças excessivamente adaptativas podem ser disfuncionais, Clientes maníacos ou hipomaníacos, por exemplo, podem ter uma visão sobre si, os outros, o mundo e/ou o futuro irrealisticamente positiva. CRENÇAS NEGATIVAS DISFUNCIONAIS As crenças nucleares negativas podem ou não ter sido realistas e/ou úteis quando se desenvolveram inicialmente. Porém, quando um episódio agudo ocorre, elas tendem a ser extremas, irrealistas e muito mal-adaptativas. Categorias de crenças nucleares negativas: ★ desamparo; ★ desamor e ★ desvalor. As pessoas podem ter crenças em mais de uma categoria - e até mesmo em todas -, assim como podem ter mais de uma crença em uma determinada categoria. Quando a crença nuclear está ativa, o indivíduo: ↪ interpreta as situações através das lentes dela, ainda que a interpretação possa, em uma base racional, ser evidentemente inválida e ↪ tende a focar de forma seletiva em informações que a confirmam, negligenciando ou ignorando informações contrárias. CRENÇAS INTERMEDIÁRIAS: ATITUDES, REGRAS E PRESSUPOSTOS Estão entre as crenças nucleares e os pensamentos automáticos. Seu desenvolvimento é influenciado pelas crenças nucleares. PSICÓLOGA CONCURSEIRA Influenciam a visão de uma situação, que influencia pensamento, sentimento e comportamento. As crenças (nucleares e intermediárias) podem variar quanto à sua precisão e funcionalidade. As crenças disfuncionais podem ser desaprendidas e, em seu lugar, podem ser desenvolvidas e fortalecidas crenças mais funcionais e baseadas na realidade. Pensamento, humor, comportamento e fisiologia podem afetar uns aos outros. OS DIAGRAMAS DE CONCEITUALIZAÇÃO COGNITIVA Os diagramas de conceitualização cognitiva ajudam a organizar os dados obtidos dos clientes. O terapeuta pode começar a preenchê-los assim que identificar informações relevantes. É importante fazer perguntas para obter informações positivas, assim como estar atento aos dados positivos que podem ser ignorados ou desconsiderados pelos clientes. Diagrama de Conceitualização Cognitiva Baseado nos Pontos Fortes: ajuda o terapeuta a prestar atenção e a organizar os padrões de cognições úteis e de comportamento do cliente. → Pode ser preenchido escolhendo situações pré-mórbidas em que o cliente teve pensamentos automáticos e comportamentos adaptativos ou o terapeuta pode aguardar até que o cliente esteja percebendo a si mesmo e sua experiência de forma mais realista e esteja se engajando em estratégias de enfrentamento úteis. Diagrama de Conceitualização Cognitiva (Tradicional): baseado no problema. Organiza a informação mal-adaptativa que o terapeuta coleta sobre o cliente. → Deve ser preenchido assim que o terapeuta começar a ver padrões no temas dos pensamentos automáticos ou comportamentos inúteis do cliente. REFERÊNCIA Beck, J. S. (2022). Terapia Cognitiva-Comportamental: teoria e prática. 3ª Ed. Porto Alegre. Artmed. 6 PSICÓLOGA CONCURSEIRA
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