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Conceitualização Cognitiva (Judith Beck, 3 edição)

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Conceitualização Cognitiva
INTRODUÇÃO À CONCEITUALIZAÇÃO COGNITIVA
A conceitualização fornece uma estrutura para o
tratamento. Sua construção tem início no primeiro
contato com o cliente e seu aprimoramento ocorre
a cada contato posterior.
As hipóteses do terapeuta são confirmadas,
rejeitadas ou modificadas à medida que os clientes
apresentam novas informações.
O terapeuta compartilha a conceitualização e
pergunta ao cliente se ela “soa verdadeira” ou
“parece correta”.
Pedir feedback do cliente:
↪ fortalece a aliança e
↪ permite que a conceitualização seja mais acurada
e o tratamento mais efetivo.
Compartilhar a conceitualização pode, por si só,
ser terapêutico.
É importante que o terapeuta faça uso da empatia.
Ajudar os clientes a tomarem conhecimento dos
seus pontos fortes e recursos pode fazer com que
tenham um melhor funcionamento e que haja uma
melhora no humor e na resiliência.
OS PENSAMENTOS AUTOMÁTICOS AJUDAM A
EXPLICAR AS REAÇÕES DOS CLIENTES
Modelo cognitivo: emoções, comportamentos e
fisiologia são influenciados pela percepção que a
pessoa tem dos acontecimentos (externos e
internos).
“As reações das pessoas sempre fazem sentido
depois que sabemos o que elas estão pensando.”
Pensamentos automáticos:
↪ rápidos e avaliativos;
↪ não são resultantes de deliberação ou raciocínio;
↪ mais provável que se perceba a emoção ou
comportamento que se segue que o pensamento em
si;
↪ geralmente aceitos sem críticas.
Os pensamentos automáticos podem ser
identificados quando prestamos atenção às
mudanças no afeto, comportamento e/ou na
fisiologia.
Após identificarmos os pensamentos automáticos,
podemos avaliar sua validade. Quando submetemos
os pensamentos disfuncionais à uma reflexão
objetiva, as emoções, o comportamento e a reação
fisiológica costumam mudar.
“Os temas nos pensamentos automáticos das
pessoas sempre fazem sentido depois que
entendemos suas crenças.”
PSICÓLOGA CONCURSEIRA
CRENÇAS
As pessoas desenvolvem certas ideias sobre si
mesmas, as outras pessoas e seu mundo desde a
infância.
As crenças mais centrais - crenças nucleares - são
compreensões duradouras fundamentais e
profundas. Muitas vezes não são articuladas nem
para a própria pessoa. São consideradas verdades
absolutas.
CRENÇAS ADAPTATIVAS
Pessoas bem adaptadas possuem de forma
predominante crenças realisticamente positivas na
maior parte do tempo.
As crenças adaptativas são flexíveis, úteis e
baseadas na realidade sobre si, o mundo, as outras
pessoas e o futuro.
Crenças negativas latentes, porém, podem ser
parcial ou completamente ativadas em
determinadas situações. Mas, a menos que a pessoa
tenha desenvolvido um transtorno agudo, elas são
revertidas para crenças nucleares mais baseadas na
realidade após um curto período de tempo.
Crenças excessivamente adaptativas podem ser
disfuncionais, Clientes maníacos ou hipomaníacos,
por exemplo, podem ter uma visão sobre si, os
outros, o mundo e/ou o futuro irrealisticamente
positiva.
CRENÇAS NEGATIVAS DISFUNCIONAIS
As crenças nucleares negativas podem ou não ter
sido realistas e/ou úteis quando se desenvolveram
inicialmente. Porém, quando um episódio agudo
ocorre, elas tendem a ser extremas, irrealistas e
muito mal-adaptativas.
Categorias de crenças nucleares negativas:
★ desamparo;
★ desamor e
★ desvalor.
As pessoas podem ter crenças em mais de uma
categoria - e até mesmo em todas -, assim
como podem ter mais de uma crença em uma
determinada categoria.
Quando a crença nuclear está ativa, o indivíduo:
↪ interpreta as situações através das lentes dela,
ainda que a interpretação possa, em uma base
racional, ser evidentemente inválida e
↪ tende a focar de forma seletiva em informações
que a confirmam, negligenciando ou ignorando
informações contrárias.
CRENÇAS INTERMEDIÁRIAS: ATITUDES, REGRAS E
PRESSUPOSTOS
Estão entre as crenças nucleares e os pensamentos
automáticos. Seu desenvolvimento é influenciado
pelas crenças nucleares.
PSICÓLOGA CONCURSEIRA
Influenciam a visão de uma situação, que influencia
pensamento, sentimento e comportamento.
As crenças (nucleares e intermediárias) podem
variar quanto à sua precisão e funcionalidade. As
crenças disfuncionais podem ser desaprendidas e,
em seu lugar, podem ser desenvolvidas e
fortalecidas crenças mais funcionais e baseadas na
realidade.
Pensamento, humor, comportamento e fisiologia
podem afetar uns aos outros.
OS DIAGRAMAS DE CONCEITUALIZAÇÃO COGNITIVA
Os diagramas de conceitualização cognitiva ajudam
a organizar os dados obtidos dos clientes. O
terapeuta pode começar a preenchê-los assim que
identificar informações relevantes.
É importante fazer perguntas para obter
informações positivas, assim como estar atento aos
dados positivos que podem ser ignorados ou
desconsiderados pelos clientes.
Diagrama de Conceitualização Cognitiva
Baseado nos Pontos Fortes: ajuda o terapeuta a
prestar atenção e a organizar os padrões de
cognições úteis e de comportamento do cliente.
→ Pode ser preenchido escolhendo situações
pré-mórbidas em que o cliente teve pensamentos
automáticos e comportamentos adaptativos ou o
terapeuta pode aguardar até que o cliente esteja
percebendo a si mesmo e sua experiência de forma
mais realista e esteja se engajando em estratégias
de enfrentamento úteis.
Diagrama de Conceitualização Cognitiva
(Tradicional): baseado no problema. Organiza a
informação mal-adaptativa que o terapeuta coleta
sobre o cliente.
→ Deve ser preenchido assim que o terapeuta
começar a ver padrões no temas dos pensamentos
automáticos ou comportamentos inúteis do cliente.
REFERÊNCIA
Beck, J. S. (2022). Terapia
Cognitiva-Comportamental: teoria e prática.
3ª Ed. Porto Alegre. Artmed.
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PSICÓLOGA CONCURSEIRA

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