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Faculdade de Ciências Médicas Santa Casa de São Paulo Melina Houlis MEDICINA MOLECULAR - P1 ESTRUTURA E REPLICAÇÃO DO DNA 01. Diferencie nucleosídeo de nucleotídeo Nucleosídeo corresponde a uma pentose e uma base nitrogenada. A ligação entre elas é feita covalentemente através de uma ligação N-glicosídica, com a base nitrogenada ligada ao carbono 1 da pentose Nucleotídeo corresponde a um fosfato, uma pentose e uma base nitrogenada. No nucleotídeo, a ligação do nucleosídeo ao fosfato é feita através e uma ligação fosfodiéster, com o fosfato ligado ao carbono 5 da pentose 02. Quais são as 3 formas de DNA DNA tipo A: 11 pares de nucleotídeos por volta da hélice espiralada para direita. Presente em hidratação < 65% DNA tipo B: 10 pares de nucleotídeos por volta da hélice espiralada para a direita. É o principal constituinte do DNA cromossômico DNA tipo Z: 12 pares de nucleotídeos por volta da hélice espiralada para esquerda. Acredita-se que ele contenha sítios de ligação de carcinógenos e pode, em eucariotos, estar ligado a metilação do DNA 03. Descreva o passo a passo da replicação do DNA em eucariotos A replicação do DNA é um processo semiconservativo, pois embora a dupla fita de DNA seja separada, cada fita parietal individual é conservada nas duas novas duplas hélices formadas. O processo de replicação em eucariotos está descrito a seguir: SEPARAÇÃO DAS DUAS FITAS COMPLEMENTARES: em eucariontes, a replicação inicia-se em múltiplos sítios ao longo da dupla hélice de DNA FORMAÇÃO DA FORQUILHA DE REPLICAÇÃO: as fitas se separam e formam um "V" por onde ocorre a síntese ativa de DNA. A região da forquilha move-se bidirecionalmente ao longo da molécula de DNA enquanto ocorre a síntese formando origens de replicação (bolhas). As enzimas que mantêm a separação das fitas e desenrolam a dupla hélice são: - DNA helicases: quebram as ligações de hidrogênio entre as bases nitrogenadas, forçando a separação da dupla hélice. São dependentes de ATP - Proteínas de ligação a DNA de fita simples (SSB): mantém as fitas de DNA separadas na origem da replicação e protegem o DNA das nucleases que clivam o DNA de fita simples. Quando as duas fitas de dupla hélice se separam, começam a aparecer "torções" positivas (superenrolamentos) que interferem no desenrolamento adicional da fita. Assim: - Topoisomerases: removem as super torções na hélice → Tipo I: cortam de maneira reversível uma única fita da dupla hélice. 1 Faculdade de Ciências Médicas Santa Casa de São Paulo Melina Houlis → Tipo II: cortam as duas fitas da dupla hélice e depois refazem a ligação DIREÇÃO DA REPLICAÇÃO DO DNA: as DNA polimerases somente leem as sequências nucleotídicas parietais no sentido 3' → 5'. Uma dupla hélice de DNA é sempre antiparalela, ou seja, uma fita vai na direção 5' → 3' e outra no sentido 3' → 5'. Isto faz com que seja necessário que as duas novas fitas, que também são antiparalelas a seus moldes, sejam feitas de maneiras diferentes. - Uma das novas fitas, a que se desloca de 5' para 3' em direção a forquilha de replicação é chamada de fita líder. Esta fita é feita continuamente, porque a DNA polimerase está se movendo na mesma direção que a forquilha - A outra nova fita, que se desloca de 5' para 3' distanciando-se do garfo, é mais complicada. Esta fita é feita em fragmentos porque, conforme o garfo avança, a DNA polimerase (que se afasta do garfo) se separa e se religa ao DNA recentemente exposto. Esta fita é chamada de fita tardia e os pequenos fragmentos são chamados de fragmentos de Okazaki INICIADOR DE RNA: o DNA polimerase não consegue iniciar a síntese de DNA a partir de apenas fita simples. É necessário que seja sintetizada uma pequena região de fita duplas de DNA e RNA, a qual contém o grupo hidroxila livre na extremidade 3' - Primases: RNA polimerase específica que sintetiza pequenas regiões de RNA complementares e antiparalelos, os primers. ALONGAMENTO DA CADEIA - DNA polimerase III: inicia a síntese a partir do grupo OH 3' do primer. Realiza o alongamento da cadeia de DNA. Para que esse alongamento ocorra, é necessário ter as DNTPs, ou seja, nucleotídeos formados por uma das bases. A DNA polimerase quebra o DNTP e o nucleotídeo é ligado ao carbono 3 da pentose. → Além disso, a DNA polimerase III possui atividade de exonuclease 3' → 5', ou seja, a medida que cada nucleotídeo é adicionado à cadeia, ela faz uma checagem, para ver se está tudo correto. - DNA polimerase I: possui atividade polimerase 5' → 3' e exonuclease 3' → 5' e 5' → 3', que permite a ela remover hidroliticamente o iniciador de RNA (primer). DNA LIGASE: catalisa a ligação fosfodiéster final entre o grupo 5' - fosfato da cadeia sintetizada pela DNA polimerase III e o grupo 3' - hidroxila da cadeia produzida pela DNA polimerase I. 04. O que são telômeros? Telômeros são as sequências de DNA não codificantes localizados nas extremidades dos cromossomos. Eles mantém a integridade do cromossomo, impedindo que as nucleases o ataquem e permitindo que os sistemas de reparo atuem corretamente. 2 Faculdade de Ciências Médicas Santa Casa de São Paulo Melina Houlis 05. Qual a função da telomerase A telomerase é uma proteína que atua como transcriptase reversa, ou seja, capaz de gerar DNA a partir de RNA. Ela é ativa nas células germinativas, progenitoras (células tronco) e cancerosas e é reprimida nas células somáticas. Em suma, ela mantém o DNA telomérico intacto, impedindo o encurtamento do cromossomo a cada divisão celular. Isso ocorre quando o molde de RNA da telomerase pareia-se com a extremidade 3’ da fita de DNA simples e a transcriptase reversa sintetiza DNA 5' 3'. A telomerase move-se para a extremidade recém sintetizada até o DNA telomérico aumentar. 06. O que é microRNA? Relacione ele com a formação e proteção contra o tumor MicroRNA são moléculas de RNA não codificadores de proteínas, que agem como reguladores pós transcricionais da expressão gênica. A fita de microRNA se liga, por meio de enzimas, ao RNAm, formando um sistema enzimático chamado RISC. A interferência do RISC pode ser o de destruir o RNAm ou silenciá-lo. Existem microRNAs protetores contra o desenvolvimento de tumores e existem microRNAs tumorigênicos por si só: - O microRNA pode se ligar ao oncogene e impedir a transcrição da proteína oncogênica - O microRNA pode silenciar genes de supressão tumoral, favorecendo o desenvolvimento do tumor 07. Qual a implicação das fitas de DNA serem antiparalelas? Como a enzima DNA polimerase III atua no sentido 5' → 3', o fato das fitas de DNA serem anti-paralelas implica que elas não poderão ser replicadas simultaneamente de forma contínua. Para contornar esse problema, é necessário a ação conjunta de um grupo de enzimas (primases, DNA polimerases e DNA ligases) para replicar o DNA da fita sense de como concomitante à replicação contínua da fita antisense TRANSCRIÇÃO E TRADUÇÃO 08. O que é RNA polimerase e quais os seus tipos As RNA polimerases são as enzimas chave da transcrição. Elas rastreiam o DNA à procura de sítios promotores e desenrolam um fragmento de dupla hélice para que a sequência de bases possa ser lida. - RNA polimerase I: sintetiza o precursor do RNAr no nucléolo - RNA polimerase II: sintetiza os precursores dos RNAm e alguns RNAsn no nucleoplasma - RNA polimerase III: sintetiza os precursores do RNAt no nucleoplasma 3 Faculdade de Ciências Médicas Santa Casa de São Paulo Melina Houlis 09. Quais as fases da transcrição? INICIAÇÃO: a síntese de RNA começa em regiões do DNA chamadas de regiões promotoras (sequências específicas reconhecidas pela RNA polimerase II) que direcionam a transcrição de genes e não são transcritas. Existem 3 tipos de regiões promotoras: - TATA-box: é a mais comum entre eucariotos, prevalente em genes rapidamente transcritos. É um sequência curta que interage com a proteína TBP, que define o início da transcrição na maioria dos genes dependentes de RNA polimerase II. - Promotores iniciadores - Ilhas CpG: repetições de di, tri ou tetra nucleotídeos Todas asRNA polimerases têm em comum a TBP que se liga ao DNA pelo sulco menor (praticamente todas as proteínas se ligam ao DNA pelo sulco maior), formando uma cela curvando o DNA. O TATA box é curvado em direção ao sulco maior, o que gera uma interação mais íntima entre o fatores de transcrição e RNA polimerase II com o DNA ALONGAMENTO: o RNA recém sintetizado pareia-se temporariamente com a fita molde de DNA, formando um híbrido curto de RNA-DNA. Uma vez iniciada, a transcrição segue numa velocidade de aproximadamente 50 nucleotídeos por segundo, estando a RNA polimerase ligada à fita molde de DNA até encontrar o sinal de término da transcrição TÉRMINO: o final da transcrição é um processo bem controlado, no qual sequências típicas dos transcritos de RNA indicam o local para a finalização da síntese dessa molécula - O RNA formado é imaturo e necessita passar por um processamento para se tornar maduro 10. O que é processamento e quais as suas fases? O RNA formado pela transcrição é imaturo e necessita passar por um processamento para se tornar maduro. Esse processo serve para proteger o transcrito contra a ação de algumas enzimas, facilitar o transporte para o citoplasma e orientar o encaixe na subunidade 40s ribosomal. Ele é dividido em três fases: CAPEAMENTO: corresponde a uma alteração na extremidade 5' - Ocorre a remoção do fosfato terminal e adição de GMP - Auxilia a estabilização do RNAm e permite o início da tradução POLIADENILAÇÃO: corresponde a uma alteração na extremidade 3' - A sequência AAUAAA determina a clivagem do mRNA na extremidade 3' - Ocorre a adição sequencial de 200 resíduos de AMP à extremidade 3' clivada SPLICING: corresponde a remoção dos íntrons e a junção do éxons - Esse processo é realizado pelo spliceossoma, o qual forma o mecanismo de lariat (alça), que precisa de snRNA (RNA pequeno nuclear), que forma o snRNP. Múltiplos snRNPs unem os sítios doadores e receptores de encadeamento, e realizam 2 reações de transesterificação → A snRNP U1 forma a ligação com GU (doador 5'); snRNP U2 se liga ao A e realiza a primeira transesterificação 4 Faculdade de Ciências Médicas Santa Casa de São Paulo Melina Houlis → Ocorre a aproximação do sítio doador 5' e receptor 3', levando a segunda esterificação → O íntron é removido e liberado como uma estrutura em forma de laço e é degradado. → O RNA maduro deixa o núcleo através do poros da membrana nuclear obs. splicing alternativo - Os pré RNAm de alguns genes podem sofrer diferentes corte-junções, pois há diferentes combinações de éxons dentro do mesmo gene (isoformas). - As isoformas podem fornecer uma variedade de possibilidades funcionais e tecido específicas 11. Qual o papel da alça na expressão gênica Em relação ao splicing: a alça é formada no processo de splicing/remoção dos íntrons. Como ela está ligada diretamente ao splicing e esse processo é um fator que altera a expressão gênica, a formação correta da alça é importante Em relação às regiões promotoras: um determinado fator de transcrição se liga ao elemento responsivo e provoca a transformação da heterocromatina do TATA box em eucromatina. Então, as TBPs da RNA polimerase II se ligam à eucromativa e, por meio do sulco menor do DNA, atraem outros fatores de transcrição, para que eles se liguem a TATA box, formando o complexo proteico da transcrição. Esse complexo é responsável por produzir a alça na fita de DNA que aproximará o elemento responsivo, região promotora e sítio de início da transcrição 12. Quais as fases da tradução? INICIAÇÃO - Formação de um complexo pré iniciação: subunidade ribossomal menor; RNAt iniciador carregando uma metionina; e fatores protéicos de iniciação, como eIF-2 - A subunidade 40S ribosomal reconhece a extremidade 5' Cap do RNAm e percorre o RNAm até encontrar o códon de iniciação AUG - Ocorre o pareamento do códon iniciador com o anticódon do RNAt no sítio P da unidade ribossomal maior - O próximo RNAt com outro aminoácido pareia-se com o próximo códon no sítio A - O primeiro peptídeo é catalisado por uma proteína ribosomal ALONGAMENTO: continua-se a leitura dos códons, no sentido 5' → 3' pelo ribossomo com a adição dos aminoácidos na região C terminal do peptídeo que está sendo formado - TRANSPEPTIDAÇÃO: durante a formação de cada ligação do peptídeo, o polipeptídeo (proteína sendo formada) anexado ao RNAt no sítio P é transferido para o grupo amino do aminoacil-RNAt no sítio A pela peptidiltransferase - TRANSLOCAÇÃO: o ribossomo se move para o próximo códon (5' → 3') e o RNAt vazio é ejetado e o peptidil-RNAt sai do sítio A para o sítio P Logo que o RNA mensageiro chega ao citoplasma, o ribossomo posiciona seu sítio P sobre o 1º códon do RNA mensageiro e um RNA transportador carrega um aminoácido metionina até essa área P. Em seguida, um outro RNA transportador carrega o 2º 5 Faculdade de Ciências Médicas Santa Casa de São Paulo Melina Houlis aminoácido (referente ao 2º códon) e o posiciona no sítio A do ribossomo. Então, ocorre a transpeptidação: o aminoácido do sítio P é transferido para o sítio A, se ligando ao aminoácido do RNA transportador ali presente – note que o RNA transportador do 1º aminoácido continuou no sítio P. Em seguida, ocorre a translocação: o ribossomo segue adiante, ejetando o RNA transportador que estava em seu sítio P e colocando seu sítio P sobre o 2º códon (logo, o sítio A fica sobre o 3º códon). Desta forma, a proteína em montagem (e o RNA transportador do 2º códon) que estava no sítio A passam a estar no sítio P. E o ciclo recomeça, com a adição de novos aminoácidos a proteína em montagem. TERMINAÇÃO: ocorre quando há um stop códon (não é reconhecido por nenhum RNAt, mas sim por fatores liberadores de proteínas eRF). O fator R se liga ao sítio A e libera a cadeia de polipeptídeo. O ribossomo, agora inativo, libera o RNAm e dissocia suas subunidades 13. Após a tradução, as proteínas podem sofrer modificações pós-traducionais. Explique o que são e dê exemplos As modificações pós traducionais modulam a interação molecular, estabilidade e localização da proteína, mas também podem levam a proteínas alterados e desenvolvimento de doenças neoplásicas, metabólicas e neurológicas - Hidroxilação - Metilação - Fosforilação - Adição de carboidratos: as proteínas secretadas das células ou enviadas para lisossomos são glicadas - Adição de lipídios: ocorrem em proteínas que participam da transdução de sinais. - Clivagem pós tradução: clivagens internas tornam o produto maduro menos. Às vezes a metionina é clivada do produto primário, logo nem todas as proteínas têm metioninas. - Acetilação: a grelina só é ativa quando é acetiladas pela ligação do ácido octanóico à serina na posição 3 - Ubiquitinação: a ubiquitina é um polipeptídeo feito por 76 aminoácidos. Sua principal função é sinalizar proteínas a serem degradadas com uso de ATP na via proteolítica da ubiquitina proteassoma. - Sumoilação: pode alterar a atividade de fatores de transcrição. O SUMO é um polipeptídeo de 97 aminoácidos que liga-se de maneira covalente aos resíduos de lisina da proteína. Pode alterar sua estabilidade, atividade e localização de fatores de transcrição EXPRESSÕES GÊNICAS 14. O que são Housekeeping Genes (HKGs)? São genes constitutivos que regulam funções celulares básicas e sua transcrição é constante. 6 Faculdade de Ciências Médicas Santa Casa de São Paulo Melina Houlis - B-actina: codifica elementos do citoesqueleto - GAPDH: via glicolítica - HPRT1: recuperação metabólica dos nucleotídeos 15. O que são genes reguladores? São genes que possuem uma expressão gênica específica em cada tipo celular e sua transcrição é variável - Hipófise: GH - Medula: adrenalina 16. O que é elemento responsivo? O elemento responsivo da especificidade ao gene que será transcrito, ou seja, são sequências cis atuantes nas quais fatores de transcrição específicos podem se ligar - A proteína presente no citoplasma se liga ao elemento responsivo e com isso exerce seu papel ativador ou inibidor da transcrição do gene 17. Oque é fator de transcrição? O fator de transcrição é uma proteína nuclear que dá condição para a RNA-polimerase iniciar a transcrição, pois o DNA em heterocromatina impede a ligação dos fatores de transcrição e impede a transcrição. Existem fatores tras atuantes e cis atuantes, que fazem o controle transcricional da expressão gênica 18. O que são fatores tras-atuantes e fatores cis-atuantes? TRANS-ATUANTES: fatores regulatórios codificados por genes. Eles reconhecem sequências específicas na região de controle do gene, como os motivos de ligação. Tornam possível a ação da RNA polimerase CIS-ATUANTES: sequências regulatórias nas quais podem se ligam os fatores trans. Ou seja, são sequências do DNA, como promotores, enhancers, silenciadores, elementos responsivos nos quais os trans-atuantes se ligam - TATA BOX: na região de timina adenosina, a cerca de 25 nucleotídeos a montante do sítio de início da transcrição. É na TATA box onde se ligam os fatores gerais de transcrição - CCAAT box: cerca de 40 a 100 nucleotídeos a montante do sítio de início da transcrição → Algum fator trans-atuante se liga num cis-atuante e permite a ligação da RNA-polimerase para iniciar a transcrição 19. O que são motivos de ligação? Os motivos de ligação são motivos estruturais que permitem a ligação (reconhecimento) específico dos fatores de transcrição aos seus genes alvo. São sequências trans-atuantes que se ligam aos genes alvo (cis-atuantes). Sua função é fortalecer e estabilizar essa ligação, de modo a prolongar o efeito do fator sobre a transcrição 7 Faculdade de Ciências Médicas Santa Casa de São Paulo Melina Houlis - Dedos de zinco: receptores do hormônio esteróide - Zíper de leucina (bZip): mediação de resposta nuclear a sinais na superfície celular 20. Tanto os fatores de transcrição, quanto ou motivos de ligação, apresentam dois domínios de ligação. Quais? Domínio de ativação de transcrição: realiza o contato com os fatores de transcrição Domínio de ligação ao DNA: liga os fatores de transcrição aos seus genes alvos. Eles fortalecem a ligação do DNA ao promover a curvatura maior 21. Qual a diferença entre uma região codificadora e uma região regulatória? CODIFICADORA: contém a informação para o produto do gene (geralmente uma proteína) REGULATÓRIA: contém sequências reconhecidas e ligadas por proteínas que determinam a transcrição e influenciam a quantidade de RNA transcrito 22. O que são agentes reguladores? Agentes reguladores são moléculas que podem se localizar e agir a grandes distâncias da região promotora central. São de 3 tipos: - Enhancers (estimuladores) CIS e ativadores TRANS: controlam o tempo de transcrição basal iniciados pelos promotores centrais. Eles são em geral tecido específico e podem localizar-se muito distantes dos genes que eles regulam - Silencers (CIS) e repressores TRANS: os silenciadores clássicos orientam a repressão da transcrição (são reguladores negativos), podendo impedir a ação dos ativadores. São tecido específicos, ou seja, bloqueiam a expressão em todos os tecidos exceto o desejado - Insulators (isoladores): localizam-se entre o estimulador ou silenciador e a região promotora central, bloqueando a propagação da influência desses fatores. Atuam como isoladores 8 Faculdade de Ciências Médicas Santa Casa de São Paulo Melina Houlis 23. Como ocorre a regulação da transcrição gênica em resposta a um estímulo externo? Ocorre normalmente por sinalização endócrina causada pela liberação de hormônios devido ao estímulo externo. 24. O que é transcrição alternativa? A transcrição clássica consiste em 1 gene produzir 1 unidade de transcrição e esta, 1 proteína. Na transcrição alternativa podem se formar diferentes isoformas proteicas. Isso ocorre pela presença de promotores alternativos e pelo splicing alternativo - Promotores alternativos: são promotores que possuem expressão específica para cada tipo celular. A utilização alternativa de promotores implica na utilização alternativa de éxons - Splicing alternativo: os pré-RNAm de alguns genes podem sofrer diferentes corte-junções, pois há diferentes combinações de éxons dentro do mesmo gene, formando isoformas. As isoformas podem fornecer uma variedade de possibilidades funcionais 25. O que é metilação? Explique como a hipo e hipermetilação podem favorecer ou proteger de um tumor A metilação do DNA é o principal mecanismo de inativação gênica em humanos. Ela ocorre no radical citosina - Ocorre em ilhas CpG, regiões reguladores e são tecido específicas A hipermetilação das ilhas CpG na região promotora de um gene tumoral impossibilita sua transcrição; a hipometilação não inibe os fatores de transcrição, fazendo com que as regiões sejam transcritas, favorecendo o tumor 26. O que é imprinting genômico? É um mecanismo epigenético de regulação da expressão gênica no qual um dos alelos é metilado, permitindo a expressão de apenas um dos alelos parentais → Cromossomo 11, braço curto, região 15 - H19 expresso no alelo materno. A expressão do H19 nesse alelo inibe a expressão do IGF2 - No alelo paterno, existe a metilação da citosina, inibindo a expressão do H19, porém possibilitando a do IGF2 27. Uma das possíveis modificações pós transcricionais do RNA envolve os microRNAs. O que são e quais as suas duas possíveis vias de biogênese? O microRNA é um RNA pequeno, não codificante, que regula a expressão gênica por meio do silenciamento de genes alvo. Tem o formato de grando de cabelo (Hairpin) na sua fase primária: alças terminais e fitas antiparalelas. Existem duas vias para explicar sua biogênese: 9 Faculdade de Ciências Médicas Santa Casa de São Paulo Melina Houlis - Via clássica / canônica: o gene do microRNA é transcrito pela ação da RNA polimerase II como um microRNA primário com forma de hairpin. Ainda no núcleo, algumas endonucleases fragmentam esse microRNA sobrando apenas o hairpin, para que ele seja exportado para fora do núcleo por um transporte ativo mediado pela exportina 5 (exp 5). No citoplasma, o pré-microRNA sofre ação do complexo enzimático Dicer que quebra a alça terminal e transforma o miRNA de hairpin para duplex. O RISC/Ago deixa apenas a fita principal, virando um microRNA pequeno fita simples - Via Mirton: O hairpin está presente no íntron. Ao fazer o splicing de determinado íntron que contém esse hairpin, obtém-se o microRNA 28. Como ocorre o mecanismo de modulação do microRNA? O mecanismo de modulação do microRNA ocorre através do complexo RISC, que contém várias proteínas como a AGO que permite a retirada da fita que não interessa, deixando o microRNA como fita simples. Esse microRNA imediatamente facilitado pelo complexo RISC se liga ao RNAm. Dependendo da complementariedade do microRNA com o RNAm, pode ocorrer: - Mais compatível: inibe a tradução. Acumula microRNA ancorado na fita de RNAm, neutralizando esse RNAm que não consegue traduzir a proteína - Menos compatível: induz a degradação. Pareia o microRNA com RNAm de maneira a ativar a degradação do RNAm, que fica instável (RNA decay) → A rapidez da modulação da expressão gênica pelos microRNAs é explicada pois há P-bodies, que degradam e armazenam microRNA. É possível pegar esse microRNA e jogá-lo no citoplasma para ser usado rapidamente VARIANTES PATOGÊNICAS 29. Diferencie mutação de polimorfismo → Alterações que aconteceram em regiões importantes do genoma do indivíduo que podem acarretar problemas para gerações daquele indivíduo: mutação → Alterações que ainda estão na maioria da população não causam "mal" a essa população, visto que está em grande parte das pessoas: polimorfismo 30. As doenças genéticas podem ser divididas em quatro categorias. Explique cada uma delas MONOGÊNICAS: alteração em um único gene. Leva a produção de uma proteína diferente. Possui padrão de transmissão dominante, recessivo ou ligado ao X - Anemia falciforme: troca de uma timina por uma adenina POLIGÊNICAS E MULTIFATORIAIS: alteração em vários genes e vários fatores (no caso das multifatoriais) 10 Faculdade de Ciências MédicasSanta Casa de São Paulo Melina Houlis - Diabetes Mellitus 2: o indivíduo precisa ter a mutação em diversos genes, como 1q21-1q23, 2q, 10q, 11p15.1, 12q e associado a fatores ambientais como obesidade, dieta e atividade física inadequadas CROMOSSÔMICAS: alterações nos cromossomos, como número ou forma/ estruturas. Perda ou ganho de cromossomos, quebra e reorganização da cromátide MITOCONDRIAIS: alterações na mitocôndria 31. Como são classificadas as mutações gênicas? → Deleções: perda de nucleotídeos → Inserções: ganho de nucleotídeos → Substituições: altera o nucleotídeo de determinadas posição (não muda o número) - Missense: troca de um nucleotídeo por outro que dera um aminoácido diferentes. Isso pode alterar o dobramento proteico e sua função - Nonsense: troca de um nucleotídeo por outro na qual a trinca trocada passa a ser um stop códon, gerando uma parada prematura da proteína - Silenciosa: troca de um nucleotídeo por outro que não altera o aminoácido codificado. As mutações gênicas em íntron não costumam acarretar prejuízo funcional, exceto em regiões reguladoras da transcrição ou do processamento do pré RNA EXEMPLO DE DELEÇÃO: fibrose cística - Deleção de 3 nucleotídeos CTT que altera proteína de canal responsável pela secreção do íon cloro. Isso afeta o pâncreas, glândulas sudoríparas, sistema respiratório, digestório e o trato reprodutivo EXEMPLO DE MUTAÇÃO NONSENSE: neurofibromatose tipo I - Mutação no gene NF1 - 17q11. Troca de citosina por timina, gerando um stop códon e uma proteína truncada EXEMPLO DE MUTAÇÃO MISSENSE: anemia falciforme - Troca de adenina por timina que muda o gene beta globina no cromossomo 9 32. O que são mutações em regiões de microssatélites? Microssatélites são unidades de repetição de pares de base de DNA. Como nessas regiões há mais repetições, é mais provável que a DNA polimerase se perca e realize deslocamentos inadequados. Caso ela deslize para trás, irá incorporar uma trinca de bases, resultando na inserção de um aminoácido na proteína final. Caso ela deslize para frente, irá "pular" uma trinca, resultando na deleção de um aminoácido na proteína final 11 Faculdade de Ciências Médicas Santa Casa de São Paulo Melina Houlis MECANISMOS MOLECULARES DA TUMORIGÊNESE 33. Quais são as propriedades das células neoplásicas In Vitro? → Resistência a apoptose → Perda do controle do ciclo celular (dos checkpoints) → Baixa necessidade de fatores de replicação, para crescimento celular → Imortalidade celular → Insensibilidade à inibição por contato → Alterações na adesividade, ancoragem, matriz extracelular → Alterações na membrana celular: vinculados à receptores de membrana → Maior capacidade de captação de substrato 34. Quais são as propriedades das células neoplásicas In Vivo? → Disfunção de genes de supressão tumoral → Padrão anômalo de metilação do DNA → Falha de imprinting (dosagem de expressão gênica fica bastante alterada) → Alta expressão de oncogenes → Alta expressão de fatores de crescimento → Expressão de onco antígenos fetais e placentários: proteínas de vida embrionária importantes para o crescimento fetal rápido estão sendo expressas, sendo que deviam estar silenciadas → Escapes da resposta imune → Expressão anômala de microRNAs 35. Explique os aspectos relacionados a tumorigênese HIPERATIVAÇÃO (proliferação excessiva) Proto-oncogenes: sequências de origem viral incorporadas pelo DNA humano, que podem ser modificadas de maneira a serem expressas de forma excessiva nas células. Para serem ativadas e viraram oncogenes, eles ativam proteínas de membranas, plasmáticas ou nucleares, as quais regulam a taxa de proliferação celular Fatores de crescimento: alteram a proliferação celular - Fosforilação de cadeias, aproximando complexos proteicos que ativam fosforilações, regulando a proliferação celular e, ao mesmo tempo, ativando BCL2, um fator inibidor de apoptose (Pl3 regulam a proliferação, crescimento celular e ativam a BCL2) → Via AKT-mTOR: importante na regulação energética e proteica → Via RAS-RAF-MAPK (via kinases para aumentar a proliferação celular). Essa via pode ser ativada por: - Translocação cromossômica: a porção da tirosina quinase fica hiperativada - Hiperexpressão da proteína quinase - Mutações: dimerização do receptor, não possibilitando a separação do receptor, fazendo com que a parte intracelular fique ativada o tempo todo 12 Faculdade de Ciências Médicas Santa Casa de São Paulo Melina Houlis Genes quiméricos: pareamento anômalo de cromossomos diferentes. Ocorre a formação de genes quiméricos e, consequentemente, de uma proteína quimérica que faz uma ativação constante do complexo tirosina-quinase Rearranjo genético: o gene RET é um gene importante na proliferação celular. A sua região reguladora é fraca e de ativação lenta. Quando ocorre a inversão, o gene RET é colocado junto de um promotor forte, e passa a ser hiperexpresso FALHA NA SENESCÊNCIA (proliferação excessiva) Uma célula normal possui um número máximo de divisões celular crítico. Quando ela chega nesse número, ela para de se multiplicar (senescência replicativa) e, a partir daí, o número de células fica fixo. Um fato de imortalização (DV40 LT/HPV E6E7) faz com que a célula fique imortal e passe a se proliferar continuadamente - Quando se imortaliza as células com a expressão de genes virais, esse genes podem induzir a telomerase, que faz com que o telômero seja ressintetizado, impedindo que a célula chegue no ponto crítico de replicação COMPLEXOS ENZIMÁTICOS (reparo inadequado) Reparo inadequado (importante para que mutações derivadas de agressão genotóxicas sejam impedidas) → complexos enzimáticos A agressão genotóxica promove uma parada do ciclo celular nos checkpoints e a ativação do sistema de reparo - P53: regulação de G1 para S → Identificação e reparto da mutação realizado por um complexo enzimático TOLERÂNCIA (reparo inadequado) A partir de um dano no DNA, é esperado que ocorra o reparo desse DNA, permitindo uma estabilidade cromossômica que mantém o ciclo celular normal. Se o dano acontece e o reparo é incompleto: - Dano ainda muito grave: ou a célula morre, ou existe risco neoplásico - Correções parciais: geram variantes mais simples, que não levam a uma disfunção grave na célula. Esse pool de variações que fornece a variação genética entre os indivíduos. O mecanismo que cria uma variabilidade discreta (tolerável) é o de tolerância APOPTOSE INSUFICIENTE Mutações em gene supressores: o gene de supressão tumoral é responsável pela apoptose. Caso exista uma mutação inativadora desse gene, o desenvolvimento de tumores é favorecido. - Destaque para o gene APC, BRCA 12, TP53: às vezes age como um mecanismo amplificador da tumorigênese 13 Faculdade de Ciências Médicas Santa Casa de São Paulo Melina Houlis 36. No que consta a hipótese de Knudson (two hits)? O gene de supressão tumoral necessita de pelo menos uma cópia ativa de um dos alelos para que ele tenha a função normal. Caso ocorra a segunda mutação nesse alelo normal, ocorre a perda das duas cópias e portanto ele não tem a proteína de supressão tumoral, levando ao desenvolvimento do tumor. → A primeira mutação, em geral, é herdada pela célula germinativa. A mutação somática em outra célula faz com que ocorra a perda do mecanismo de defesa - Primeiro HIT: herança germinativa de uma mutação em gene de supressão tumoral - Segundo HIT: perda do segundo alelo (perda cromossômica; recombinação meiótica; mutação do segundo alelo; hipermetilação do segundo alelo) 37. No que diz respeito a proteína BCL, explique sua relação com a apoptose celular A proteína BCL2, quando hiperexpressa, inibe a apoptose celular. Sua alteração quantitativa é comum em tumores. - O dímero BCL2-BAX faz com que a mortalidade da célula esteja equilibrada, O acúmulo de BCL2 inibe a apoptose; o acúmulo de BAX leva a morte celular TERAPIA GÊNICA 38. No que consiste as terapias avançadas? As terapias avançadas consistem de produtos biológicos obtidos a partir de células e tecidos humanos queforam submetidos a um processo de fabricação, além de produtos de terapia gênica, que regulam ou alteram uma sequência genética com o objetivo de tratar ou prevenir uma doença 39. Quais os tipos de vetores possíveis para se expressar um gene artificialmente? Virais integrativos: Lenti; retro Virais não integrativos: AAV; Adeno; HSV-1 14 Faculdade de Ciências Médicas Santa Casa de São Paulo Melina Houlis Não virais integrativos Não virais não integrativos: CRIPS/CAS; plasmídeos 40. Em relação ao vetor não viral PLASMÍDEO, cite suas características → Para ser um vetor, deve necessariamente conter um promotor, um sítio de restrição de enzimas (para que possa clonar o gene de interesse), uma cauda POLI-A e uma origem de replicação (para se duplicar dentro de bactérias) → A expressão do gene vai ter no máximo 10 dias → Não é integrativo, ou seja, não é integrado no genoma do paciente → Pode ser injetado por: - Eletrocoração: plasmídeo injetado por meio de um choque - Injeção hemodinâmica: injeta-se na veia da cauda do animal e a injeção deve ser rápida e com grande volume - Transfecção: plasmídeo é carregado por um lipídio - Nucleofector: um choque na célula faz com que o plasmídeo vá diretamente para o núcleo 41. O que é plasmídeo de expressão permanente? → Se integram ao genoma do paciente → Mais específico que os vetores virais → Exemplos: PHIC31, transposons, etc. 42. Em relação ao vetor viral RETROVÍRUS, cite suas características → Vetor de RNA de fita simples → Possuem a transcriptase reversa: o DNA é integrado no genoma das células → Integração randômica: pode acabar por integram o gene em outro já existente, ou pode integrar próximo a um proto-oncogene → Comporta genes de até 6 kb → Infecta células em replicação → Os vetores a base de retrovírus expressam tudo que está entre as sequências LTR (o LTR a esquerda serve como promotor e o LTR a direita serve como uma sequência de poliadenilação) → Substituem os genes GAG POL ENV pelos genes de interesse 43. Em relação ao vetor viral LENTIVÍRUS, cite suas características → Comporta genes de até 9 kb → São capazes de se integram no genoma de células quiescentes (células que não estão em fase de divisão mas possuem metabolismo ativo) 44. Em relação ao vetor viral ADENOVÍRUS, cite suas características 15 Faculdade de Ciências Médicas Santa Casa de São Paulo Melina Houlis → Vetor não envelopado → Vetor de DNA com alta taxa de infecção → Resposta imune: embora possua uma alta taxa de infeção, é reconhecido pelo sistema imune → Não integrativo → Os vetores a base de retrovírus expressam tudo que está entre as sequências ITRs (o ITR a esquerda serve como promotor e o ITR a direita serve como uma sequência de poliadenilação) 45. Em relação ao vetor viral ADENO-ASSOCIADOS (AAV), cite suas características → DNA simples fita → Não envelopado → Infectam células replicantes ou não → Episonal: sua expressão pode durar anos se for uma célula não replicante → Cada sorotipo do AAV funciona para um tecido específico 46. Em relação a edição gênica do sistema CRIPS/CAS, explique suas características CRISPR: conjunto de repetições palindrômicas regularmente espaçadas - Estão presentes no genoma de bactérias. Lá, temos genes que codificam proteínas CAS GENES CAS: genes que codificam as proteínas CAS, que são helicases. As helicases tem a propriedade desenrolar o DNA e também funcionam como nucleases, capazes de quebrar ligações fosfodiéster (logo, quebram o DNA) → As bactérias possuem sequências CRISPR e nos espaços entre elas existem sequências que contém DNA de vírus de infecções passadas. Logo, o sistema funciona como uma memória imunológica de bactérias. - A quebra do genoma viral era feito por proteínas CAS → Existem diversos tipos de CAS hoje em dia, que servem para reconhecer diferentes sequências no genomas → O gene é reconhecido pela CAS → A proteína CAS abre a sequência genomica e corta a dupla fita de DNA → O corte ativa mecanismos de reparo do DNA - NHEJ: o organismo insere ou elimina sequências - HDR: o organismo insere a sequência correta do gene 47. Em relação ao seguinte caso clínico, explique: 16 Faculdade de Ciências Médicas Santa Casa de São Paulo Melina Houlis O que leva a deficiência da enzima IDUA → Nós possuímos, no cromossomo 4 (em seu braço curto) o gene IDUA → O gene IDUA codifica a proteína IDUA, responsável pela glicosilação do glicosaminoglicanos (GAG), que participam na formação das cartilagens, matriz extracelular e etc. Eles necessitam de uma reciclagem para serem liberados na urina → Um neurônio, cheio de GAGs não degradados, possui suas funções muito prejudicadas. O acúmulo de GAGs leva ao retardo mental, deficiências cognitivas, deficiências oftálmicas e de mobilidade, morrendo na infância Como a terapia gênica poderia beneficiar esses pacientes? Quais vetores poderiam ser utilizados e que tipo de terapia seria mais adequada → In vivo ou ex vivo? - A terapia de reposição enzimática não funciona pois a enzima não passa a barreira hemato encefálica. Assim, caso for fazer in vivo, o vetor deveria ser injetado diretamente no cérebro do paciente (injeção intracerebral) → IN VIVO - A terapia ex vivo seria utilizada em uma célula tronco da medula óssea. Ela seria inserida no fígado (que produz muita enzima que vai para o sangue). → Existem fármacos que passam a barreira hematoencefálica e a enzima consegue passar para o cérebro → Vetor utilizado: adeno associado - Não causa terapia mutacional (clivagem) e é episonal (sua expressão pode durar anos se for uma célula não replicante). Ele não causa uma resposta imunológica muito forte pois fica "escondido" dentro do núcleo da célula INTRODUÇÃO ÀS TÉCNICAS LABORATORIAIS 48. Caracterize a PCR A PCR promove a amplificação de uma sequência específica do DNA in vitro, sendo importante para o estudo de apenas um gene ou de um éxon específico, importante para se analisar as mutações, diagnóstico de enfermidades genéticas, genética forense e sexagem fetal. Seu processo ocorre em três etapas: → Desnaturação térmica: o DNA é submetido a altas temperaturas (95º durante 1 minuto) para que suas ligações de hidrogênio sejam rompidas, separando a dupla fita de DNA → Anelamento dos primers: os primers ligam-se nas extremidades da sequência a ser estudada (50-65º durante 1 minuto) → Extensão: por fim, ocorre a extensão da fita, a partir do primers, por meio da inserção de nucleotídeos em solução (DNTPs), criando-se uma cadeia dupla a partir de cada uma das cadeias simples. Essa inserção de nucleotídeos é feita pela enzima TAQ polimerase, que é um enzima termo resistente que consegue realizar a replicação do DNA in vitro (72º durante um minuto) - São necessários tampões e MgCL2 para garantir estabilidade da reação 17 Faculdade de Ciências Médicas Santa Casa de São Paulo Melina Houlis 49. Caracterize a PCR RFLP A PCR RFLP consegue verificar a ocorrência de mutações ou polimorfismos que modificam apenas os sítios de restrição na região do DNA amplificado pelo PCR. Seu processo ocorre em três etapas: → A primeira é de PCR normal, no qual se amplifica a região de interesse → Digestão enzimática: se aplica uma enzima de restrição que cliva o fragmento amplificado e este produto amplificado será submetido à digestão enzimática → Eletroforese: o padrão de fragmentação formados a partir desta ação enzimática pode ser visualizada no gel 50. Caracterize a PCR ARMS A PCR ARMS é uma PCR alelo específica que permite genotipar qualquer mutação conhecida, não necessariamente localizadas em sítios de restrição. Somente o DNA mutado será amplificado → Baseia-se na construção de primers normais e outro com uma alteração na região 3'. A região do DNA de interesse será amplificado por PCR utilizando esses primers específicos. 51. Caracterize a eletroforese A eletroforese tem a função de separar macromoléculas de diferentes tamanhos, carga ou conformação. Quando as moléculas são colocadas em um campo elétrico, migram para o polo positivo ou negativo - Proteínas: possuemcarga negativa ou positiva - DNA: possui carga negativa (fosfato) → O DNA é negativamente carregado e é atraído pelo eletrodo positivo através de uma corrente elétrica. Fragmentos de maior tamanho migram de maneira mais lenta e os de menor tamanho de maneira mais rápida. → A eletroforese ocorre dentro de uma matriz ou gel. O gel é submerso em um tampão que possui íons para a corrente passar e também para manter o pH constante. O gel é um composto de agarose. 52. Caracterize a MLPA O MLPA é um método que detecta alterações de material cromossômico e detecta deleções e duplicações nos genes. Ele NÃO detecta mutações de ponto (troca de base) → São usadas duas sondas adjacentes que apenas quando unidas promovem a amplificação do genoma e fluorescência. Serão formados STUFFER SEQUENCES de tamanhos diferentes. A ordem dos picos gerados representa a ordem do tamanho dos Stuffers de cada gene (definida pela empresa que irá fazer o MLPA), e enfim é analisado a presença de picos, sendo que: - Sem pico = sem gene - Pico alto = gene em carga dobrada (homozigoto) - Pico médio = tem o gene em carga reduzida (heterozigoto) - Pico mais alto que o normal = pode indicar duplicação do gene → Desnaturação do DNA para ligação das duas sondas adjacentes: 98º em 5 minutos e 25º na pausa → Hibridação das sondas adjacentes à região de afinidade no gene de interesse: 95º em 1 minuto e 60º na pausa → Ligação entre as sondas: 54º na pausa e em 15 minutos, 98º em 5 minutos e 20 na pausa 18 Faculdade de Ciências Médicas Santa Casa de São Paulo Melina Houlis → Amplificação e captação da fluorescência 53. Caracterize o sequenciamento (método de Sanger) O sequenciamento é usado para determinar em que ordem as bases nitrogenadas estão - O sequenciamento é realizado com produtos de PCR de regiões de interesse já amplificadas. Os produtos são purificados para a remoção dos nucleotídeos não incorporados e demais reagentes. Os nucleotídeos são marcados com 4 fluorocromos diferentes e são submetidos a um sequenciador automático, cujo princípio é a eletroforese. Cada fragmento emite luz em diferente comprimento de onda que são transmitidos ao computador para formar o eletroferograma 54. Caracterize a ABI 310 A ABI 310 serve para realizar genotipagem, sequenciamento e MLPA. Para isso, utiliza-se um DNA molde, primer, big dryes terminator, dNTPs, ddNTP e enzimas. Cada ddNTP está acoplado a um fluoróforo distinto e assim, irão se formar diversas fitas com ddNTPs em diferentes lugares e isso será colocado no PCR. 55. O que é genotipagem? A genotipagem determina diferenças na composição genética de um indivíduo, examinando a sequência e DNA através de ensaios biológicos e comparando-a com a sequência de outro indivíduo ou uma sequência de referência. 56. Caracterize o qPCR O qPCR quantifica a região de interesse em "tempo real". Ele tem o objetivo de quantificação de amostras com pouco material, a partir da captura de emissões de sondas fluorescentes (importante para gene constitutivos (genes constitutivos possuem promotores e outras sequências de DNA reguladoras que asseguram a expressão constante) - PCR + fluorescência: durante a amplificação, a quantificação é determinada pela quantidade de produto amplificado durante cada ciclo, através da fluorescência emitida. SISTEMA TAQMAN: sonda TaqMan com fluoróforo, específica, é rompida durante a extensão (72º), emitindo fluorescência SISTEMA CYBER GREEN: quantificação de RNA através do DNA complementar - RNAm → RNAm + transcriptase reversa → enzimas que degradam RNAm, sobrando seu DNA complementar (sem uracila) → adição de DNA polimerase → cadeia dupla de DNAc, que é diretamente proporcional ao RNAm QUANTIFICAÇÃO RELATIVA: quantificação de expressão gênica de um determinado gene - Comparação entre a curva do DNAc do gene normalizador e do DNAc do gene de interesse - Quanto maior a quantidade de DNAc obtido, maior era a quantidade de tecido ou células extraídos QUANTIFICAÇÃO ABSOLUTA: obtenção da quantidade exata de números de moléculas - Comparação entre a curva padrão e curva da amostra 57. Diferencia qPCR de PCR O PCR quantifica a região de interesse e necessita de certa quantidade de DNA para dar os dados brutos. o qPCR quantifica e qualifica a região de interesse em tempo real, sendo que os dados de quantificação são refinados e passíveis de análise quantitativa (expressão RNA) 19 Faculdade de Ciências Médicas Santa Casa de São Paulo Melina Houlis 58. Caracterize cDNA O DNA complementar é DNA sintetizado a partir de um molde de mRNA maduro (isto é, molécula só com exons, após terem sido removidos os introns) numa reação catalisada por duas enzimas, a Transcriptase Reversa e a polimerase do DNA SEQUENCIAMENTO DE NOVA GERAÇÃO (eu não assisti essa aula então não sei muito bem sobre o que se trata, fiz tudo com base em resumo que eu encontrei) 59. O sequenciamento de primeira geração é o sequenciamento de Sanger. Explique-o No sequenciamento de Sanger, combinava-se em uma reação o fragmento de DNA a ser sequenciado, o primer iniciador, a enzima DNA polimerase, grandes quantidades de dNTPs de cada base nitrogenadas e baixas concentrações de ddNTPs. A polimerase promove o alongamento da fita complementar até a entrada de um ddNTPs, que consequentemente vai parar a reação. - Fragmentos gerados de diferentes tamanhos são separados por eletroforese capilar e estimulados por um laser com a detecção de cada base terminadora. → Este método é útil e eficaz no sequenciamento de fragmentos de DNA de 500-900 pares de bases. Por isso, o sequenciamento de Sanger é bastante utilizado para sequenciar organismos que possuem sequências curtas de DNA como plasmídeos bacterianos, ou também fragmentos de DNA amplificados por PCR - Fragmentos gerados de diferentes tamanhos são separados por eletroforese capilar e estimulados por um laser com a detecção de cada base terminadora - O menor fragmento avança mais, gerando uma sequência de picos de luz distintos, o que possibilita remontar a sequência de bases (comparação entre o DNA de indivíduos distintos) - Utiliza-se o primer sense OU o primer antisense, e não os dois juntos obs. A diferença entre um nucleotídeo normal (dNTP) e um dideoxinucleotideo (ddNTP) é a ausência do grupamento hidroxila no ddNTP que faz com que o próximo dNTP não tenha 20 Faculdade de Ciências Médicas Santa Casa de São Paulo Melina Houlis onde se ligar e isso faz com que a replicação pare 60. Diferencie cariótipo, microarranjo e sequenciamento de exoma CARIÓTIPO: estudo cromossômico microscópico de baixa resolução e fácil acesso → Estudo citogenético em que se analisa os cromossomos de uma maneira mais macro; é possível identificar conteúdos inteiros de cromossomos a mais, como trissomias (síndrome de down); - RESOLUÇÃO: 5 - 10 milhões pb - ESTUDO DA SEQ. MOLECULAR: não - DELEÇÕES E DUPLICAÇÕES: talvez* - TRANSLOCAÇÕES EQUILIBRADAS: talvez* MICROARRANJO: suspeita de alteração específica ou inespecífica, submicroscópica ou microscópica dos cromossomos → RESOLUÇÃO: 50 - 100 mil pb → ESTUDO DA SEQ. MOLECULAR: não → DELEÇÕES E DUPLICAÇÕES: sim → TRANSLOCAÇÕES EQUILIBRADAS: não - Confirma achados do cariótipo e obscuro ao cariótipo - Estudo de infertilidade - Delimitação detalhada de uma alteração genômica - Regiões com perda de heterozigose e isodissomia uniparental (duas cópias do mesmo gene de origem de um único promotor) SEQUENCIAMENTO DE EXOMA: conhecimento da sequência de bases de um gene, fornecendo importantes informações sobre suas estrutura, função e relação evolutiva com outros genes (de um mesmo organismos ou de organismo diferentes) - RESOLUÇÃO: 1 pb - ESTUDO DA SEQ. MOLECULAR: sim - DELEÇÕES E DUPLICAÇÕES: sim* - TRANSLOCAÇÕES EQUILIBRADAS: talvez* 61. O sequenciamento de segunda geração é o sequenciamento NGS. Explique-o O sequenciamento NGS é um sequenciamento massivo em paralelo e de alto rendimento. - Oferece resolução em nível base (nucleotídeos únicos), tornando possível detectar genes associados a condições clínicas, transcritosalternativos, variantes alélicas e polimorfismos de nucleotídeos únicos (SNPs) - Utiliza quantidade menor de DNA/RNA para processamento (nanogramas já são suficientes) ETAPAS 1. Extração do DNA ou RNA → fragmentação e amplificação por PCR 2. Preparo da biblioteca (fragmentação randômica) - Ligação de adaptadores nas pontas dos fragmentos de DNA - Desnaturação formando fragmentos de fita simples (sequenciamento por síntese de DNA) - Filamento de DNA liga-se ao oligo primer e adaptador pareia - Clusters: reção multiplexadas de PCR 3. Sequenciamento da biblioteca - dNTPs adicionados contém fluoróforo que emite onda de luz possível de ser 21 Faculdade de Ciências Médicas Santa Casa de São Paulo Melina Houlis detectada, porém após isso perde seu efeito terminador, sendo possível a adição de novos nucleotídeos 4. Análise dos dados (bioinformática) ILLUMINA - Grandes números de fragmentos curtos de DNA são sequenciados de uma vez - Amostra de DNA é quebrada em pequenos fragmentos de mesmo tamanho - Fragmentos são ligados a adaptadores, que permitem o anelamento com primers previamente fixos → A plataforma Illumina utiliza o método de sequenciamento por síntese. O processo identifica simultaneamente os nucleotídeos enquanto os incorpora em uma cadeia de ácido nucléico. Basicamente, nucleotídeos modificados quimicamente se ligam à fita molde de DNA por complementaridade. Estes nucleotídeos possuem uma etiqueta fluorescente e um terminador reversível que bloqueia a incorporação de uma próxima base. O sinal fluorescente indica qual nucleotídeo foi adicionado e o terminador é clivado para que a próxima base possa se ligar e assim completar o sequenciamento do fragmento. 454 ROCHE - Consegue sequenciar fragmentos maiores que os da Illumina - Adaptadores são ligados à extremidades e os fragmentos são anelados em brads - Fragmentos são amplificados por PCR usando primers ligados ao adaptador - Cada bead, coberto por milhares de cópias do mesmo fragmento, é colocado em uma região específica - Adiciona-se nessas regiões, DNA polimerase, dNTPs e buffers para que o processo comece → Esta plataforma utiliza o método de pirosequenciamento que é baseado na detecção de pirofosfato liberado durante a incorporação de um nucleotídeo na fita de DNA recém-sintetizada. ION TORRENT - Ao contrário da Illumina e Roche 454, o sequenciamento por íons de prótons não utiliza a leitura de sinais ópticos - Cada dNTP inserido pela DNA polimerase libera um H+, mudando o pH detectado pelo sensor → A adição de nucleotídeos é detectada através da geração de um íon de hidrogênio durante a incorporação de uma dNTP. A liberação de íons H + durante o processo muda o pH no ambiente, formando uma alta voltagem positiva que é detectada por um dispositivo. Este método é capaz de sequenciar reads de 200 a 600 pares de base 62. PacBio e Oxford Nanopore são conhecidos como sequenciamento de terceira geração. Explique-os Estas plataformas mais modernas são capazes de contornar problemas encontrados em outros métodos de sequenciamento como erros de leitura de reads curtos (short reads) ou até mesmo o trabalho de bancada para preparo das amostras. PacBio → Utiliza uma única molécula de DNA de fita simples que é submetida a replicação por DNA polimerase imobilizada em um micropoço 22 Faculdade de Ciências Médicas Santa Casa de São Paulo Melina Houlis → Durante a replicação, são utilizados nucleotídeos marcados com fluoróforos de diferentes cores → A medida que os nucleotídeos vão sendo incorporados, os fluoróforos são liberados, causando emissão de luz em um comprimento de onda específico → A luz é detectada e como a adição de cada nucleotídeo resulta em uma fluorescência diferente, é possível identificar a ordem de adição dos nucleotídeos, e portanto, obter a sequência da molécula de DNA → É considerada uma metodologia de sequenciamento em tempo real de alta eficiência e exatidão OXFORD NANOPORE → Oferece o sequenciamento direto e em tempo real → Permite o sequenciamento de longo fragmentos → Não há incorporação de nucleotídeos nessa metodologia e sua praticidade permite que sequenciamentos sejam realizados de maneira rápida em qualquer ambiente sem a necessidade de muitos recursos → Nessa metodologia, uma única fita da molécula de DNA é induzida a passar por um nanoporo presente em uma membrana lipídica. A cada base nucleotídica constituinte da molécula que passa pelo poro, é detectada uma alteração na amperagem, que será específica de cada base, permitindo o sequenciamento 63. Diferencie sequenciamento do genoma (WGS) de sequenciamento do exoma (WES) WGS O sequenciamento do genoma completo é o sequenciamento de todo o material genético ou DNA de um indivíduo. Esse sequenciamento irá incluir o DNA codificante e não codificante O WGS é mais indicado em estudos científicos visando estudar as consequências de alterações em regiões ainda não estudadas ou a busca pelas alterações que causam doenças ainda sem causa elucidada, por exemplo. WES O sequenciamento do exoma completo é o sequenciamento da porção codificante do DNA, ou seja, de todas as sequências de DNA que codificam os aproximadamente 21.000 genes do genoma humano. O WES é um exame laboratorial eficiente e mais indicado para o diagnóstico clínico principalmente em casos em que existe hipótese diagnóstica de mais de uma doença específica, ou ainda, que não se tem hipótese diagnóstica específica INFORMÁTICA EM MEDICINA MOLECULAR (eu não assisti essa aula então não sei muito bem sobre o que se trata, fiz tudo com base em resumo que eu encontrei) 64. No que consiste a bioinformática? A bioinformática consiste no desenvolvimento de métodos computacionais, matemáticos e estatísticos para organizar e analisar informações biológicas em grande escala e de maneira integrada 23 Faculdade de Ciências Médicas Santa Casa de São Paulo Melina Houlis 65. Quais são os critérios de avaliação das variantes genéticas? → Variante patogênica: impacto comprovado sobre proteínas e que, consequentemente, afetam o fenótipo → Variante provavelmente patogênica → Variante de significado clínico indeterminado (VUS) → Variante provavelmente benigna → Variante benigna 66. O que são bancos de dados de variantes? Bancos que armazenam informações sobre milhões de variantes de DNA que foram identificadas em pacientes com alguma doença ou manifestação clínica, ou em pessoas clinicamente normais no mundo todo 67. Quais são os tipos de bancos de dados? CLINVAR → Administrado pelo National Institute of Health (EUA) → Funciona como um banco de dados públicos central para pesquisadores e profissionais médicos depositares informações sobre variações de nucleotídeos únicos clinicamente relevantes Vantagens - Público desde 2013 - Dados provenientes de múltiplas fontes (laboratórios clínicos, pesquisadores, etc) - Razoavelmente atualizado Desvantagens - Poucas submissões estruturas com dados sobre os casos - Qualidade de interpretação variável HGMD Vantagens - Banco de dados de longa existência (desde 1993) - Melhor fonte de variantes germinativas reportadas na literatura Desvantagens - Privado (versão completa é cara) - Curadores inserem dados de classificação própria - Literatura muitas vezes equivocada - Variantes benignas não são inseridas gnomAD e ExAC → Banco de indivíduos assintomáticos Vantagens - Público desde 2014 24 Faculdade de Ciências Médicas Santa Casa de São Paulo Melina Houlis - Dados de mais de 138000 exomas e genomas - Frequência alélica confiável - Multi-étnico - Casos de câncer exclusivos Desvantagens - Dados de fenótipo não estão disponível (não dá pra saber se eram realmente assintomáticos) OMMIM → Online mendelian Inheritance in Man - Catálogo de genes associados a doenças humanas, informações sobre genes e fenótipos associados - Cruza informações do PubMed e NCBI Questões da P1, P2 e P3 de 2020 (com correção) Em azul: correta Em vermelho: correção 1.Na transcrição gênica, temos os agentes reguladores que podem ser estimuladores ou silenciadores. É corretodizer que: a. Eles fazem parte da dupla fita de DNA, podem estar muito distantes dos genes que eles regulam e controlam o tempo de transcrição iniciado pelos promotores centrais. b. São compostos por uma fita simples de RNA, pois apresentam a uracila em sua composição (fita simples de RNA é o primer) c. Eles regulam a expressão fazendo a conexão entre o promotor basal e o sítio de controle da expressão de genes específicos. (não existe uma conexão entre a região promotora e o sítio de controle) d. São fatores trans atuantes, podendo ou não estar presentes em células ou tecidos específicos (fatores cis atuantes ligam-se ao elemento responsivo e, portanto, são específicos) e. Eles se encontram sempre entre 25 e 35 nucleotídeos a montante do sítio de início da transcrição. (não necessariamente; a CCAAT box, por exemplo, encontra-se a cerca de 40 a 100 nucleotídeos a montante) 2. Sobre ciclo celular, assinale a alternativa CORRETA: a. O objetivo dos pontos de checagem (checkpoints) é impedir o início de eventos subsequentes, sem que o evento anterior tenha sido realizado com sucesso b. A interfase corresponde a cerca de 5% de todo período de um ciclo celular. (cerca de 95%) c. Durante a mitose, na fase denominada prófase, os cromossomos começam a descondensar e inicia a formação da membrana nuclear ao redor dos núcleos filhos. (os cromossomos começam a condensar e ocorre o desaparecimento da membrana nuclear; a fase descrita na alternativa é a telófase) d. Os fatores de crescimento não possuem nenhum tipo de especificidade, justamente por isso podem atuar sobre os mais variados tipos celulares. (possuem especificidade) e. As ciclinas são famílias de proteínas, seus membros permanece ativo durante todo o ciclo celular (elas são degradadas e depois formadas de novo) 25 Faculdade de Ciências Médicas Santa Casa de São Paulo Melina Houlis 3. Em relação ao risco de aparecimento de tumores podemos afirmar: (QUESTÃO ABSURDAMENTE MAL ESCRITA, EU REAL NÃO SEI A RESPOSTA) a. Reduzem o risco: variantes deletérias silenciadoras da via mTOR e variantes deletérias ativadoras do proto-oncogene RET. (a via mTOR é uma via estimulante da proliferação celular, logo, se ela for silenciada, o risco de tumor vai diminuir; a ativação de um gene proc-oncogênico, em contrapartida, vai aumentar o risco de tumor) b. Reduzem o risco: variantes deletérias silenciadoras da Telomerase e variantes deletérias ativadoras em genes que regulam o reparo do DNA. (a telomerase possibilita que a célula não chegue em seu ponto crítico de multiplicação, logo, silenciá-la reduziria o risco de tumor; variantes que ativam genes reguladores de reparo de DNA também diminuiria o risco de tumor kkkkkrying) c. Aumentam o risco: variantes deletérias silenciadoras do gene AKT e variantes deletérias ativadoras do P53. (a P53 é um gene de supressão tumoral, logo, se ela estiver ativada vai diminuir o risco de tumor) d. Reduzem o risco: variantes deletérias silenciadoras da Bcl-2 e variantes deletérias ativadoras do P53. (a BCL2 é um gene que inibe a apoptose. Se ela for silenciada, a apoptose irá ocorrer então vai diminuir o risco de aparecimento de tumor mas também não é muito legal ficar tendo morte celular) e. Aumentam o risco: variantes deletérias silenciadoras do gene RB e variantes deletérias ativadoras da via tirosino-quinase. (o gene RB faz parte do checkpoint em G1. Se ele está silenciado, aumenta o risco de tumor; a hiperativação da via tirosina-quinase aumenta a proliferação celular, sendo um risco para o aparecimento de tumor) 4. Com relação à região TATA box, assinale a correta: a. É o local onde ocorre a retirada dos introns (sinaliza onde ocorrerá o início da transcrição) b. Sinaliza a região de término da transcrição (início da transcrição) c. É a região promotora mais frequente em eucariontes d. É onde a DNA polimerase se liga para formar a bolha de transcrição (quem se liga é a TBP) e. É onde ocorre a ligação com a subunidade maior do ribossomo para iniciar a tradução 5. No início do processo de replicação do DNA: a. A RNA polimerase substitui os RNA primers pelos DNTPs. (RNA polimerase atua na transcrição) b. A topoisomerase rompe as pontes de hidrogênio e a helicase adiciona os DNTPs a nova fita. (a topoisomerase remove as torções do DNA, enquanto a helicase quebra as ligações de hidrogênio) c. A topoisomerase desenrola a fita de DNA e a helicase rompe as pontes de hidrogênio. d. Temos a primase que recebe esse nome porque é a primeira enzima a interagir no processo de replicação do DNA. (ela tem esse nome pois sintetiza pequenas regiões de RNA complementares e anti paralelos, os primers) e. Os SSBs catalisam uma ligação fosfodiéster unindo os fragmentos de Okasaki. (os SSBs mantém as fitas de DNA separadas e protegem o DNA das nucleases; quem une os fragmentos de Okazaki é a DNA ligase) 26 Faculdade de Ciências Médicas Santa Casa de São Paulo Melina Houlis 6. As modificações que ocorrem após a tradução são importantes para o funcionamento adequado da proteína recém sintetizada. Assinale a correta a. Algumas proteínas, como a grelina, podem sofrer o processo de acetilação no citoplasma, inibindo seu transporte celular e sua função (a acetilação é um processo importante para a ativação e não inibição) b. A proteína recém formada pode sofrer clivagens e, ocasionalmente, a metionina pode ser clivada do produto primário, como ocorre, por exemplo na síntese da beta- globina c. A maioria das proteínas recebe uma adição de carboidrato nas suas cadeias laterais, logo após o término da tradução, o que permite que elas possam adquirir sua estrutura terciária (a estrutura terciária é resultado das interações entre os grupos R dos aminoácidos que compõem a proteína) d. A ubiquitina é uma enzima que é responsável por realizar a clivagem de proteínas grandes, formando produtos menores, para que possam ser encaminhadas do citoplasma para a membrana celular (a principal função da ubiquitina é sinalizar proteínas a serem degradadas com uso de ATP na via proteolítica da ubiquitina proteassoma) e. A SUMO é enzima que se liga às proteínas recém sintetizadas para modificar a sua estrutura terciária, aumentando sua degradação pelo proteassoma (quem marca a degradação é a ubiquitina) 7. Sobre mutações escolha a alternativa correta: a. A diabetes mellitus do tipo 2 (resistente a insulina) é considerada uma doença monogênica, pois é causada por alteração em um único gene (doença poligênica) b. Polimorfismo é um tipo de mutação presente em uma sequência específica do genoma, responsável por gerar um alelo que ocorre com frequência igual ou superior a 1% em determinada população. O polimorfismo diferencia-se dos demais tipos de mutação por não apresentar um caráter prejudicial ao indivíduo que o porta. c. Doenças monogênicas são consequência de várias alterações gênicas combinadas que também sofrem a influência do meio ambiente. (monogênicas é alteração em um único gene; multifatoriais é alteração em vários genes e vários fatores) d. Podemos definir mutações como as alterações no código genético que sempre apresentam um efeito deletério (não necessariamente deletério) e. As mutações têm como única causa a exposição a agentes mutagênicos (não) 8. Sobre as vias da apoptose, é correto afirmar que: a. Embora a p53 tenha um papel na apoptose, ele não é um gene de muito importância para a proteção do genoma. (a p53 é um gene de supressão tumoral e é importante no controle do ciclo celular, reparo do DNA e indução da apoptose) b. A via intrínseca é ativada exclusivamente pela ligação de ligantes específicos a receptores presentes na superfície celular, que geralmente recebem o nome de receptores de morte celular. c. O citocromo C é um importante inibidor da apoptose (ativador da apoptose) d. Apesar de todo o conhecimento sobre as vias da apoptose, a tentativa de utilização desse conhecimento em protocolos de terapia gênica para o câncer não foram promissores. (foram promissoras) e. As principais vias de ativaçãoda apoptose são as extrínseca e a intrínseca, porém podemos também considerar a via perforina/granzima. 9. Na replicação do DNA, conforme a bolha de replicação aumenta: a. A primase incorpora os chamados fragmentos de Okazaki que geram os sítios 3’ OH livre permitindo a ação da Polimerase tipo III somente na fita sense. (fita anti sense; os fragmentos de Okazaki não geram sítios 3' OH livre, quem gera são as primases) 27 Faculdade de Ciências Médicas Santa Casa de São Paulo Melina Houlis b. A Polimerase tipo III só consegue incorporar novos nucleotídeos graças a ação dos fragmentos de Okazaki que geram os sítios 3’ OH livre em ambas as fitas. (somente na fita anti sense) c. Ocorre a síntese dos Fragmentos de Okazaki que são gerados a partir dos primers em sua extremidade 5’ OH livre que se encontra na direção oposta à forquilha de replicação. (3' OH livre) d. Ocorre a síntese dos Fragmentos de Okazaki em uma das fitas, sendo gerados a partir dos primers em sua extremidade 3’ OH livre que se encontra na direção oposta à forquilha de replicação. e. Ocorre a síntese das novas fitas de DNA a partir da adição de um único primer na fita sense e um único primer na fita antisense. (vários primes na anti sense e somente um na sense) 10. Com relação a apoptose, assinale a alternativa correta: a. A apoptose acontece somente com o objetivo de formação de órgãos (mano q?) b. Durante a apoptose a célula incha o que leva a perda da integridade …., como consequência disso ocorre a lise o que causa um processo inflamatório (necrose) c. A apoptose é um processo geneticamente estabelecido, através do estímulo específico, ativa mecanismos que levarão à sua morte. d. Durante a apoptose o DNA é fragmentado de forma randômica, que forma um padrão de rastro não sendo possível mensurar o tamanho (não é de forma randômica) e. Nada parecido com a série de eventos bioquímicos que culminam … 11. No processamento após a transcrição, é correto afirmar que: a. A sequência CCA identifica onde a guaniltransferase deve acionar a guanina.. 5’ (??? pelo que eu pesquisei o terminar CCA é a terminação do tRNA, mas não entendi nada) b. A cauda poliA é adicionada logo no início da formação do RNAm (é adicionada só no final) c. O capeamento da terminação 5’ ocorre com uma guanina modificada, formando uma ligação 5’-5’ especial d. Splicing alternativo ocorre quando há ausência de capeamento da extremidade e. A poliadenilação tem como principal objetivo permitir o reconhecimento do ribossomo e iniciar a tradução (a poliadenilação corresponde a uma alteração na extremidade 3', com o objetivo de proteger o transcrito contra ação de algumas enzimas, facilitar o transporte e orientar o encaixe da subunidade ribossomal 40s) 12. Sequência de ligação consensual e fatores de transcrição específicos são respectivamente: (QUESTÃO CONFUSA, NÃO SEI A RESPOSTA) a. Ativadores que facilitam a montagem dos fatores basais de transcrição. Ilhas CPG (ilhas CPG é uma região promotora) b. Também conhecido como TATA BOX. Fatores que se ligam ao TATA BOX para que seja possível a ação da RNA polimerase c. Fatores TRANS atuantes que estão presentes em todas as células e/ou tecidos. Elementos responsáveis que migram até o local específico e exercem uma resposta a expressão do gene. d. Fatores CIS atuantes que estão presentes em genes específicos que por sua vez estão em todas as células e/ou tecidos. Fatores TRANS atuantes estão presentes em células e/ou tecidos específicos interagindo com as sequências de ligação consensual 28 Faculdade de Ciências Médicas Santa Casa de São Paulo Melina Houlis e. Agentes reguladores (ativadores) que somente em condições específicas exercem sua função ativadora. São os fatores TFIB, TBID, TFBII, TFIIH 13. Escolha uma (não tinha resposta na prova passada, então foi chute a minha alternativa) a. O uso de anticorpos anti-RAS (tipifamib) pode ser útil por inativar a via RAS-MAPK e consequentemente reduzir a proliferação celular (as proteínas RAS estimulam a multiplicação celular; a via das kinases aumentam a proliferação celular; anticorpo anti RAS vai levar a diminuição da proliferação celular, então ACHO que está certa) b. O uso de moléculas interferentes da mTOR (everolimus) pode ser útil por inativar o mecanismo de apoptose celular e consequente determinar a senescência e morte das células tumorais (mTOR é uma proteína com papel central no crescimento, proliferação e manutenção das células; se ela inativa a apoptose ela não vai promover a morte de células tumorais, então essa está errada) c. Uso de anti-PDK1 pode ser útil por aumentar a AKT e consequentemente acelerar a senescência de células tumorais simultaneamente à redução da apoptose das células normais. (o uso de anti PDK diminui AKT e consequentemente não haverá produção de BCL2, que é um inibidor de apoptose, contribuindo para morte celular e diminuição da multiplicação celular) d. O uso de inibidores da Bcl2 pode ser útil por sua capacidade de reduzir a proliferação de células leucêmicas derivadas dos linfócitos B, reduzindo o risco de metástase (a BCL2 inibe a apoptose. Logo, se você inibir a BCL2, vai ter uma menor proliferação celular e consequentemente vai ter menor chance de metástase né? na real que eu não faço a mínima ideia) 14. Com relação à transcrição, assinale a correta. a. Para que ocorra a transcrição, há necessidade de um primer iniciador (RNA primase), onde a RNA polimerase tipo 1 vai se ligar (RNA polimerase II e não existe a necessidade de primer) b. A RNA polimerase tipo 3 está presente no nucléolo e vai ser importante para desenrolar a fita de DNA, formando a bolha de transcrição (RNA polimerase II que é importante para desenrolar a fita de DNA) c. A TBP se liga ao DNA pelo sulco maior e tem como função manter a fita de DNA enrolada, inibindo a transcrição de alguns genes. (a TBP gera uma torção em cada extremidade da TATA box e gera um leve abertura da dupla fita; a TBP liga-se pelo sulco MENOR) d. RNA polimerase tipo 2 necessita da TBP e de diversos fatores gerais de transcrição para localizar o sítio de início da transcrição e. Após a abertura das fitas de DNA, ambas as fitas são transcritas simultaneamente, por RNA polimerase diferentes, o que aumenta a velocidade de transcrição de determinado gene (na transcrição somente uma fita é transcrita) 15. Com relação aos RNAs que atuam na tradução, assinale a correta: a. Segundo a hipótese de Wobble, a fita de RNA mensageiro é específico para cada subunidade menor do ribossomo, para que haja maior especificidade de reação entre o RNA mensageiro e o RNA ribossomal (o fato é que um mesmo RNAt pode reconhecer, com frequência, mais do que um códon, pois a base na primeira posição do anticódon pode se emparelhar com mais de um tipo de base na terceira posição do códon. Essa idéia foi proposta em 1966, e ficou conhecida como hipótese do emparelhamento incerto ou oscilação (usa-se o termo wobble, em inglês). Segundo esta hipótese, o emparelhamento da primeira base do anticódon não seria espacialmente tão restrito como para as outras duas, de modo que a primeira base de um anticódon poderia fazer pontes de hidrogênio com mais de um tipo de base na terceira posição do códon. Esse emparelhamento, no entanto, não é irrestrito, ou 29 Faculdade de Ciências Médicas Santa Casa de São Paulo Melina Houlis seja, uma primeira base de um anticódon não pode se emparelhar com qualquer tipo de base na terceira posição do códon) b. Rna Ribossomal reconhece a extremidade 5’ do RNA transportador para catalisar as reações entre o RNA transportador e o RNA mensageiro. (o RNAr reconhece a extremidade 5' do RNAm) c. RNA transportador tem em sua estrutura 3 alças principais, e a região 3’ termina sempre com a sequência CCA, que é o sítio de ligação com o aminoácido d. A região 3’ UTR é importante para que haja início da tradução, sendo o local de ligação entre o RNA mensageiro e o anticódon do RNA transportador (região UTR são regiões do RNAm não codificantes. A região 5' UTR se extendeaté o cóndon de iniciação, ao passo que a região 3' UTR até o códon de terminação) e. O acoplamento entre o RNA transportador e o aminoácido é feito ao acaso, sendo que essa ligação é inespecífica e catalisada pela endonuclease (a ligação é específica e é feita pela aminoacil-RNAt transferase) 16. Sequência de ligação consensual e fatores de transcrição específicos são respectivamente: (promotores contêm sequências de DNA específicas como sequências consenso, que fornecem um sítio seguro de ligação para a RNA polimerase e para proteínas chamadas fatores de transcrição que recrutam a RNA polimerase.) a. Ativadores que facilitam a montagem dos fatores basais de transcrição. Ilhas CPG (ilhas CPG é uma região promotora) b. Também conhecido como TATA BOX. Fatores que se ligam ao TATA BOX para que seja possível a ação da RNA polimerase (quem atua é a RNA polimerase II, mas pra mim essa daqui tá certa) c. Fatores TRANS atuantes que estão presentes em todas as células e/ou tecidos. Elementos responsivos que migram até o local específico e exercem uma resposta a expressão do gene (fatores trans são fatores regulatórios codificados por genes. Eles reconhecem sequências específicas na região de controle do gene, como os motivos de ligação. Tornam possível a ação da RNA polimerase) d. Fatores CIS atuantes que estão presentes em genes específicos que por sua vez estão em todas as células e/ou tecidos. Fatores TRANS atuantes estão presentes em células e/ou tecidos específicos interagindo com as sequências de ligação consensual (fatores cis atuantes sequências regulatórias nas quais podem se ligam os fatores trans. Ou seja, são sequências do DNA, como promotores, enhancers, silenciadores, elementos responsivos nos quais os trans-atuantes se ligam) e. Agentes reguladores (ativadores) que somente em condições específicas exercem sua função ativadora. São os fatores TFIIB, TBIID, TFBIIF 17. Em relação ao imprinting gênico a. O imprinting paterno é sempre o mais frequente porque o paciente possui apenas um Y (o padrão é randômico e não existe imprinting no cromossomo Y) b. Doenças causadas por falta de imprinting tem um padrão dominante de transmissão, fazendo com que gerações subsequentes tenham indivíduos acometidos pela doença (o padrão da doença de metilação) c. A demetilação dos gametas e remetilação de acordo com o sexo fetal são aspectos importantes para definir o padrão de imprinting gênico (quando há hipermetilação de regiões hipometiladas ou hipometilação de regiões hipermetiladas, temos alterações genéticas que levam a instabilidade ou repressão gênica e, consequentemente, doenças) d. O imprinting materno é o padrão mais frequente, pois a presença dos 2 X na mulher exige o silenciamento de um dos alelos. (o padrão é randômico) 30 https://pt.wikipedia.org/wiki/Fator_de_transcri%C3%A7%C3%A3o Faculdade de Ciências Médicas Santa Casa de São Paulo Melina Houlis e. Doenças causadas por falha de imprinting tem um padrão recessivo de transmissão, fazendo com que gerações subsequentes tenham apenas parte dos indivíduos acometidas pela doença 18. Assinale a alternativa INCORRETA: a. No sequenciamento do exoma completo, o foco da análise é a região não-codificante do genoma (é a região codificante o foco) b. O exoma consiste em 2% de todo o genoma. c. Para sequenciar um genoma humano, programas computacionais são necessários. d. Em 2020 é possível sequenciar o genoma humano em 72 horas. e. O sequenciamento de Sanger (1a geração) foi completamente substituído pelo NGS. (o Sanger ainda é utilizado, porém a A é bem mais errada) 19. Assinale a alternativa INCORRETA: a. A doença rara é aquela que afeta 1,3 indivíduos a cada 2.000 habitantes. b. O exame de sequenciamento direto ao consumidor tem a mesma utilidade clínica do sequenciamento do exoma completo (o sequenciamento do genoma completo é mais indicado em estudo científicos, visando estudar as consequências de alterações em regiões ainda não estudadas ou a busca pela alterações que causam doenças ainda sem causas elucidadas; o sequenciamento do exoma é mais indicado para o diagnóstico clínico principalmente em casos em que existe hipótese de mais de uma doença específica, ou ainda, que não se tem hipótese específica) c. A doença rara é aquela que afeta 65 indivíduos a cada 100.000 habitantes. d. Em 2020, já é possível que bebês tenham o seu genoma completo sequenciado ao nascimento. e. A síndrome de Down é uma doença rara (mano kkk isso é falso mas a B é "mais falsa") 20. Qual a aplicabilidade clínica das plataformas de Arrays? a. Diagnóstico da síndrome de Down (cariótipo) b. Diagnóstico das deleções e duplicações cromossômicas. c. Diagnóstico da acondroplasia. d. Diagnóstico da síndrome do X frágil. e. Diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica. 21. A técnica de PCR consiste na amplificação de milhares de cópias de um fragmento específico de DNA a partir de um DNA molde. Para tanto, são necessárias etapas para sua idealização conforme descrito a seguir: a. Uma fase de desnaturação do DNA a 95°C, uma fase de extensão que pode variar entre 30°C a 35°C e uma fase de anelamento da TAQ DNA polimerase a 72°C. Estas etapas são repetidas entre 50 a 65 vezes amplificando milhares de vezes o fragmento desejado. (a fase da extensão é a terceira e é nela que se utiliza a TAQ polmerase) b. É adicionada a amostra de DNA genômico um MIX de Topoisomerase, Helicase, primers específicos, DNTPs e a enzima TAQ DNA Polimerase. Esta mistura é submetida às temperaturas desnaturação a 95°C, anelamento dos primers a 60°C e extensão a 72°C. Estas etapas são repetidas entre 35 a 40 vezes amplificando milhares de vezes o fragmento desejado. c. Uma fase de desnaturação do DNA a 95°C, uma fase de anelamento dos primers onde a temperatura pode variar entre 50°C a 65°C e uma fase que ocorre na temperatura de 72°C para que a TAQ DNA polimerase realize a extensão a partir 31 Faculdade de Ciências Médicas Santa Casa de São Paulo Melina Houlis dos primers anelados. Estas três etapas são repetidas entre 35 a 40 vezes amplificando o fragmento milhares de vezes. d. A amostra de DNA é submetida a uma desnaturação por enzimas de restrição que o fragmentam em sequências menores, tornando assim possível o anelamento dos primers. Posteriormente ocorre a extensão das novas fitas que é realizada pela TAQ DNA polimerase a uma temperatura de 72°C. Estas etapas são repetidas entre 35 a 40 vezes amplificando milhares de vezes o fragmento desejado. (não é adicionado enzimas de restrição no PCR convencional, apenas no PCR/RLFP) e. Uma fase de desnaturação do DNA a 72°C, uma fase de anelamento dos primers onde a temperatura pode variar entre 50°C a 65°C e uma fase de extensão das novas fitas que ocorre na temperatura de 90°C. Estas três etapas são repetidas entre 35 a 40 vezes amplificando o fragmento milhares de vezes (a fase de desnaturação ocorre a 95° enquanto a fase de extensão ocorre a 72°) 22. A técnica de PCR/ARMS consiste: a. Na aplicação de uma corrente elétrica em um gel de agarose devidamente preparado em uma cuba específica onde os amplificados de DNA de maior peso molecular migram mais lentamente quando comparados com os de menor tamanho que por sua vez migram mais rapidamente. Sendo assim, é possível calcular o tamanho exato de um dado fragmento com base na sua razão de migração. (eletroforese) b. Na amplificação de um fragmento de DNA e posterior digestão destes fragmentos amplificados por uma enzima de restrição. Esta cliva no exato ponto da mutação e este resultado pode ser visto através de uma eletroforese em gel de agarose. (a PCR/ARMS não usa enzima de restrição; o que está descrito é PCR/RFLP) c. Em uma técnica desenvolvida exclusivamente para amplificação de fragmentos de DNA referentes a regiões que se situam entre o centrômero e os braços dos cromossomos (a técnica de PCR/ARMS permite que somente o DNA mutado seja ampliado) d. Em uma técnica onde uma amostra de RNA é convertida em DNA através da utilização de uma enzima DNA polimerase (a técnica
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