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PSICOLOGIA HOSPITALAR TEMA- HISTÓRIA E FUNDAMENTOS DA PSICOLOGIA HOSPITALAR A psicologia hospitalar é reconhecida como especialidade pelo Conselho Federal de Psicologia e regulamentada pela Resolução CFP nº 013/2007. Faz parte da Psicologia da Saúde. Extrapola os cuidados com as doenças psicossomáticas e as psicopatologias, referindo-se ao sofrimento psíquico proveniente a qualquer processo de adoecimento, sendo um campo de compreensão e de tratamento de aspectos psicológicos atrelados ao encontro entre a subjetividade e a doença. Aspecto psicológico é o nome que damos para as manifestações da subjetividade humana diante da doença, tais como sentimentos, desejos, a fala, os pensamentos e comportamentos, as fantasias e lembranças, as crenças, os sonhos, os conflitos, o estilo de vida e o estilo do adoecer. A resolução CFP nº 013/2007 consolida as resoluções referentes ao título profissional de especialista em Psicologia e apresenta sobre normas e procedimentos para o seu registro. O Profissional especialista em Psicologia Hospitalar atua em instituições dos níveis secundário e terciário da atenção á saúde, almejando a promoção e/ou recuperação da saúde do paciente através de avaliação e acompanhamento de intercorrências psicológicas atreladas á hospitalização, aos procedimentos médicos e ao próprio adoecimento. O foco principal do seu trabalho é reduzir o sofrimento do paciente, sem desconsiderar seus familiares e/ou responsáveis, direcionando esforços para a construção de estratégias de enfrentamento do processo de adoecimento e hospitalização. O objetivo da Psicologia Hospitalar é a subjetividade, ou seja, é acolher e atuar com o sofrimento psíquico do paciente de qualquer idade e de seus familiares., reconhecendo a sua singularidade na vivência de determinada doença, autorizando a expressão de seus sentimentos no contexto hospitalar e ampliando o olhar da equipe de saúde para além do modelo curativo. Cabe ao psicólogo hospitalar atuar a partir do processo de hospitalização, abarcando todos os fatos que surgem neste processo e seus impactos na vida do paciente e seus familiares. O psicólogo tem o papel de intermediar as relações entre paciente, família e equipe articulando as distintas visões de todos os envolvidos no processo de adoecimento e de cuidado. Cabe a esse profissional ampliar o olhar acerca do paciente, indo além da doença e integrando as diversas dimensões da saúde, sendo biológica, psicológica, social e espiritual. Sua atuação pode acontecer em três níveis: • Psicopedagógico: que visa fornecer informações ao paciente e seus familiares sobre fatores de risco e de proteção, seu estado geral de saúde, procedimentos, diagnóstico e prognóstico, rotinas institucionais, entre outras coisas. • Psicoprofilática: tem como objetivo prevenir doenças, ou seja, a a atuação é em nível primário. • Psicoterapêutico: envolve intervenções psicoterápicas em si, com aplicação de técnicas e de procedimentos específicos. As intervenções psicológicas podem ocorrer por solicitação de atendimento ou busca ativa. Em qualquer situação, é o profissional que se desloca até o paciente e se disponibiliza para o atendimento, não havendo garantia do interesse da pessoa doente pela assistência psicológica. O psicólogo oferece o trabalho, escuta o paciente atentamente e, a partir do diagnóstico e da elaboração do discurso do paciente, avalia a exista demanda. As intervenções precisam ser breves e focais, uma vez que existe a possibilidade de haver so um contato com o paciente devido a dinâmica do hospital de altas e transferências ou, ate mesmo, devido ao óbito do paciente. Essa organização do trabalho psicológico começa com a análise funcional. O autor entende essa análise como a avaliação completa do ambiente e das demandas que são apresentadas ao psicólogo identificando desde as condições físicas e materiais do ambiente, até fluxo dos pacientes, quadro clínico das pessoas internadas, motivação para o pedido de atendimento psicológico, entre outros dados. O campo da Psicologia no Brasil se desenvolveu a partir de um enfoque clínico, prioritariamente na esfera privada e em hospitais psiquiátricos. Desde a década de 40 do século XX, o Brasil centrou suas políticas de saúde no hospital, em um modelo clinico assistencialista que valoriza a atenção secundária, sendo o hospital a maior representação de assistência á saúde, dando menor importância para ás práticas atreladas á saúde coletiva. É nesse contexto que a Psicologia Hospitalar surge como especialidade, tendo maior destaque que a Psicologia da Saúde, sendo esta uma especificidade brasileira. A inserção da Psicologia no hospital promoveu uma revisão de seus preceitos adquirindo novos conceitos e questionamentos que possibilitaram uma compreensão mais atualizada da existência humana, que por sua vez, também parece encontrar “um novo parâmetro de sua ocorrência, dando lhe uma dimensão na qual questões que envolvem a doença, a morte e a própria perspectiva existencial apresentam um enfeixamento inerentemente peculiar.
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