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FARMACOLOGIA ANTI-HIPERTENSIVOS IECA E BRA

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Med Brasil
FARMACOLOGIA
ANTI-HIPERTENSIVOS IECA E BRA
1. INTRODUÇÃO
Entre os fármacos anti-hipertensivos, existem aqueles que atuam sobre a alça renina-angiotensina-aldosterona, importante regulador fisiológico da reabsorção de sais e água nos rins, podendo interferir em 4 pontos distintos. São eles: inibidores da renina, inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA), bloqueadores dos receptores de angiotensina (BRA) e bloqueadores dos receptores de aldosterona. Várias sociedades médicas no mundo recomendam IECAs e BRAs como terapia de primeira ou segunda linha no tratamento da hipertensão. A terapia combinada com essas drogas não é recomendada, pois estudos encontraram um aumento significativo nos efeitos adversos, incluindo um possível aumento na mortalidade. 
A angiotensina II é formada a partir do angiotensinogênio através de 2 etapas proteolíticas. Primeiro, a renina, uma enzima liberada pelo rim, cliva o decapeptídeo da extremidade aminoterminal do angiotensinogênio. A seguir, a enzima conversora de angiotensina (ECA) remove o dipeptídeo carboxiterminal da angiotensina I, produzindo o octapeptídeo angiontensina II.
2. INIBIDORES DA ENZIMA CONVERSORA DE ANGIOTENSINA
Classe de fármacos mais utilizada para inibir o sistema renina-angiotensina-aldosterona, atuam impedindo a conversão da angiotensina I em angiotensina II. Com a redução nos níveis de angiotensina II, inibe-se a vasoconstrição, a produção de aldosterona e hormônio anti-diurético, reduzindo-se a reabsorção de cloreto de sódio no néfron, o que leva à. O resultado é a redução da pressão arterial. Outro efeito concomitante dos IECAs é a inibição da degradação da bradicinina, o aumento na concentração dessa citocina gera vasodilatação, através do relaxamento da musculatura lisa dos vasos e estimulação da produção de óxido nítrico. 
Há algumas situações em que os IECA são os medicamentos anti-hipertensivos de escolha por causa de possíveis benefícios, além da redução da pressão arterial. São elas: insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida, doença renal crônica proteinúrica, tanto diabética quanto não diabética, e na maioria dos pacientes pós-infarto, particularmente naqueles com insuficiência cardíaca ou função sistólica reduzida. 
Os fármacos dessa classe podem ser divididos em três grupos, levando-se em consideração sua metabolização. O primeiro grupo tem por característica ser administrado em sua forma ativa e permanecer ativo após a metabolização, o principal fármaco é o captopril. O segundo grupo tem como fármacos principais o enalapril e o ramipril, normalmente são administrados de maneira inativa e são convertidos à forma ativa no organismo, mudando de nomenclatura, passando a chamar-se enalaprilato e ramiprilato. Em relação ao terceiro grupo, o principal fármaco é o lisinopril, que é administrado em sua forma ativa e excretado de modo inalterado. 
Os principais efeitos adversos dos IECAs são: tosse, hipotensão postural, angioedema e hiperpotassemia. Caso o paciente esteja em uso de outros medicamentos como inibidores da aldosterona ou diuréticos poupadores de potássio, importante monitorar níveis de potássio sanguíneo a fim de evitar hiperpotassemia. São contraindicados durante a gravidez, pois estão associados com malformações fetais graves. 
3. BLOQUEADORES DOS RECEPTORES DE ANGIOTENSINA
Os principais fármacos são a losartana e a valsartana. Atuam bloqueando os receptores AT1 de angiotensina II. Em comparação com os IECAs, os BRAs não apresentam os efeitos do aumento da concentração de bradicinina, gerando um menor efeito vasodilatador e menor incidência de tosse. São benéficos no tratamento da insuficiência cardíaca grave, insuficiência renal e hipertensão. Tanto os IECAs quanto os BRAs geram uma maior produção de renina, como efeito compensatório. Entretanto, no caso dos BRAs, esse efeito provoca um aumento de várias vezes nos níveis circulantes de angiotensina II. Como os BRAs bloqueiam receptores AT1, esses níveis aumentados de angiotensina II são disponíveis para ativar os receptores AT2. As ações do receptor AT2 são menos entendidas. 
A associação dos BRAs com IECAs ou com inibidores da renina não é recomendada, por todos inibirem um mesmo instrumento regulatório. Os BRAs são bastante utilizados em substituição aos IECAs em pacientes com muitos efeitos adversos como a tosse ou angioedema, por apresentarem mecanismo de ação semelhante. Também não são indicados durante a gravidez e apresentam efeitos adversos semelhantes aos citados para os IECAs, com menor intensidade daqueles causados pela bradicinina.
Referências bibliográficas:
1. GOLAN, D. E.; TASHJIAN, A. H.; ARMSTRONG, E. J.; ARMSTRONG, A. W. Princípios de Farmacologia: A base fisiopatológica da farmacologia. 3ª ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2014. 
2. WHALEN, K.; FINKEL, R.; PANAVELIL, T. A. Farmacologia ilustrada. 6ª ed. Porto Alegre, RS: Artmed, 2016. 
3. RANG, H. P.; RITTER, J. M.; FLOWER, R. J.; HENDERSON, G. Rang & Dale: farmacologia. 8ª ed. Rio de Janeiro, RJ: Elsevier, 2016. 
4. BRUNTON, L. L.; CHABNER, B. A.; KNOLLMANN, B. C. As Bases Farmacológicas da Terapêutica de Goodman & Gilman. 12ª ed. Porto Alegre, RS: AMGH, 2012. 
5. KATZUNG, B. G.; MASTERS, S. B.; TREVOR, A. J. Farmacologia básica e clínica. 12ª ed. Porto Alegre, RS: AMGH, 2014. 
6. Mann JFE. Hilgers KF. Renin-angiotensin system inhibition in the treatment of hypertension. Post TW, ed. UpToDate. Waltham, MA: UpToDate Inc. http://www.uptodate.com (Acesso em 03 de março de 2019).

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