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Iasmyn Paixão Referência: OSTEOPOROSE · Desordem esquelética caracterizada por baixa massa óssea e deteriorização da microarquitetura do tecido ósseo. · Vem de osso poroso. · O osso fica mais frágil, podendo ocorrer fratura óssea por fragilidade. · Fraturas por fragilidade no Brasil: 12,8% em homens e 15,1% em mulheres. · Fratura por fragilidade: espontânea ou por trauma mínimo (queda de própria altura). · Cada região do mundo tem sua prevalência · Quase 10 milhões de indivíduos > 50ª nos tem OP de quadril FR · Não modificárveis · Sexo feminino · Raça caucasiana · Menopausa · Idade >60 anos · HF de osteoporose/fratura p/ fragilidade · Modificáveis · Tabagismo atual · Etilismo >3 doses/dia · Baixa ingesta de cálcio · Excesso de café: >3 xícaras grandes de café · Sedentarismo · Baixo peso, IMC <19kg/m2 CAUSAS DE OP SECUNDÁRIA · Doenças endocrinológicas: hiperpara, hipertireoidismo, hipogonadismo, cushing · Doenças GI: DII, doença celíaca · IRC · Doenças inflamatórias sistêmicas: AR, LES, EA · Medicamentos: antiretrovirais (podem fazer OP muito grave), heparina, glicocorticóides, anticonvulsivantes, inibidores da aromatase (Ca mama). FISIOPATOLOGIA · O cerne baseia em 3 células: osteoblasto, osteoclasto e osteócito. · Coordenam o turnover da matriz óssea; osteoblasto e osteoclasto. · Pré-osteoclasto assim como osteoclasto tem receptor chamado RANK · Osteoblasto tem o RANK ligante. · Essa ligação estimula a osteoclastogênse · Osteoprotegerina se liga ao RANK ligante e protege o osso, reduz a reabsorção e estimula um pouco mais a produção · A célula responsável pelo equilíbrio é o osteócito, são os mecanorreceptores. São as células mais abundantes dentro do osso. Mandam mensagem a cerca do que deve ser feito p/ que haja equilíbrio. OSTEOBLASTOS · Produz colágeno tipo I · Incorpora quase 95% do cálcio na matriz óssea. GLICOCORTICOIDES · Rápida perda óssea: · Aumenta apoptose de osteoblastos · Diminui desenvolvimento de novos osteoblastos · Aumento a reabsorção óssea · Diminui produção de esteróides sexuais · Aumentam apoptose dos osteócitos · Diminui osteoprotegerina VIT D · Colecalciferol D3: exposição solar, ingesta medicamentosa · Ergocalciferol D2: ingesta medicamentosa · Importante lembrar que não tem alimento que tenha VIT D. · Metabolismo: sol estimula a pré-D3 a se transformar em D3 ou ingesta fígado conversão para 25OH-D Rins 1-alfa-hidroxilase converte em 1-25-OH-D (forma ativa) estimula a absorção de cálcio no intestino. · Se tiver pouca 1-25-OH-D, o PTH estimula a saída de cálcio do osso para o sangue (hiperpara secundário a deficiência de Vit.D). · Hiperpara secundária a deficiência de VIT D; deve ser mantida acima de 30. Mas não mais do que 100. PÓS MENOPAUSA · 1ª Fase: inicial curta 3-5 anos com perda rápida de osso trabecular. · 2ª fase: mais longa, perda mais lenta que dura 10 a 20 anos (mulher = homens). Perda cortical + trabecular. Única fase que o homem tem. · Ou seja, a incidência de fraturas em homens aumenta cerca de 10 anos depois que as mulheres. · Fraturas por fragilidade da coluna vertebral (80% trabeculado) ocorrem mais precocemente. Quadril 60% trabeculado, ossos longos 80% cortical. · Estrógeno: a. Aumenta transformação de pró-osteoblastos em osteoblastos. b. Prolonga sobrevida e reduz apoptose dos osteoblastos. c. Aumenta sobrevida dos osteócitos. d. Suprime diferenciação de osteoclastos. e. Na menopausa o estrógeno cai, afetando principalmente os osteoclastos, com um aumento muito grande da reabsorção óssea. QUAIS OS SINTOMAS? · Doença silenciosa · Só há manifestação dolorosa se há fratura · A intenção é que o paciente não apresente fratura, dado que aumenta mortalidade · Fratura vertebral é a manifestação mais comum · Maior parte é assintomática, mesmo na presença de fratura, geralmente identificada ao exame de imagem. Quando sintomática: dor restrita ao sítio de fratura, que pode irradiar p/ o abdome SE MAIORIA ASSINTOMÁTICA QUANDO DEVO SOLICITAR RX SIMPLES? · Indicações · Mulheres com ou >70 anos. Homem com ou >80 anos. · História de perda de altura >4 cm · História prériva de fratura não documentada · Terapia c/ glicocorticoide > ou igual 5mg de prednisona /dia p/ > ou = 3 meses. Fazer RX anual QUANDO REALIZAR DMO? · Idade igual ou >65 anos mulher e igual ou > 70 anos em homens · Déficit de estrógeno · Deformidade vertebral, fratura ou osteopenia vista em RX · Adultos com doença que se associa com perda óssea como hiperpara primário · Terapia c/ glicocorticoide > ou igual 5mg de prednisona /dia p/ > ou = 3 meses. · Monitorar resposta a uma medicação p/ OP comprovada · A medição da DMO é feita através da absortometria radiológica de dupla energia. Normalmente avalia-se coluna lombar, fêmur (colo e fêmur total) e rádio distal. · T escore: número de DP abaixo ou acima do valor médio de indivíduos jovens normais. É esse que me fala se o paciente tem ou não osteoporose. · Z escore: número de DP acima ou abaixo do valor médio de indivíduos normais pareados pela idade. Se menor que -2, isso me fala que não é OP primária, me fala sobre OP secundária. · DMO (densidade mineral óssea): real expresso em g/cm2. Obs: quando há fratura excluir aquela parte do osso para o cálculo da densidade, já que naquela parte o osso está achatado e a densidade vai estar aumentada. Diferença de mais 10% geralmente é devido a fratura. MULHERES NA PÓS MENOPAUSA E HOMENS >50 ANOS DE IDADE Classificação densitométrica de acordo com OMS Diagnóstico T score em DP Normal ≥ 1,0 Osteopnia ≤ - 1,1 e > -2,5 Osteoporose ≤ -2,5 COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO 1. Presença de fratura por fragilidade em qualquer paciente independente do T-score Fratura por fragilidade: espontânea ou por trauma mínimo (queda de própria altura) 2. Paciente com mais de 50 anos com T escore ≤ - 2,5. Z escore ≤ -2 pensar em causa secundária 3. Mulher na pré-menopausa ou homens com idade <50 anos: Z escore ≤ -2,0. Quando paciente jovem o diagnóstico é dado olhando o Z escore. ALGUNS SINAIS DE ALERTA P/ FRATURA · Dor lombar ou em dorso persistente · Redução de altura · Diferença maior que 1 SD entre as vértebras EXAMES LAB Investigar quando há suspeita de osteoporose secundária MARCADORES BIOQUÍMICOS DE REMODELAÇÃO ÓSSEA · CTX: significa reabsorção · P1NP: significa produção de osso (anabólico) · Usados p/ monitorar resposta ao tratamento de OP permitindo uma avaliação mais precoce que a DMO · Terapia efetiva: · Redução de 35-55% no CTX após terapia c antirreabsortivos · Elevação de 40% no P1NP com terapaia anabólica, em 3-6 meses de tratamento · Avalia a adesão ao tratamento nos primeiros 3m de tratamento. PRINCÍPIOS GERAIS P/ UM BOM TRATAMENTO · Prevenção · Apoios e tapetes antiaderentes, correção déficits visuais, boa iluminação · Estímulo a atividade física resistida e supervisionado: fortalecimento de quadríceps · Cessar tabagismo · Redução de uso de drogas sedativas · Reduzir ingesta alcoólica · Aumento de ingesta de Calcio (OP relacionada a idade): mulheres acima de 50 anos: 1200mg de cálcio ao dia pela dieta. · Suplementar vitD quando concentrações séricas para concentração ideal entre 30-100ng/ml · Mulheres na pós-menopausa devem evitar · Perder muito peso: risco de fratura quadril · Ganhar: risco de fratura periférica · Paciente obeso tem mais estrógeno, tende a entrar na menopausa mais tardiamente, mas não é p/ incentivar obesidade. · Tratamento farmacológico Quando indicar na pós-menopausa? · Paciente com história de fratura por fragilidade devem ser considerados mesmo sem medição de DMO · Paciente c/ T escore ≤ -2,5 · Ferramenta FRAX: coloca vários dados do paciente e calcula a probabilidade de fratura OP maior (vertebral, úmero e punho) e fratura de quadril · Paciente c/ mais de 40 anos que apresentam osteopneia + FRAX estimado c/ risco > ou igual 3% p/ fratura de quadril e maior igual 20% para fraturasmaiores recomenda-se tratar. TRATAMENTO · Antirreabsortivos: bifosfonados, denosumabe, reloxifeno · Bifosfonados: alendronato, risendronato, ácido zoledrônico (venoso, 1x ao ano, tem no SUS, mas precisa que tenha CI ao uso VO) reduzem fratura tanto vertebral quanto não vertebral e quadril · Alendro ou risendro após 5 anos ou 3 se IV: se não tiver história de fratura, baixo risco de fratura e T escore for > -2,5 considerar férias do tratamento · Contraindicações: doenças ativas do TGI (VO), osteonecrose de mandíbula (é raro, mas todos os bifosfonados podem induzir esse quadro), IR. · Denosumabe: Ac monoclonal que se liga ao RANK ligante. Não estimula osteoclato. Reduz fratura vertebral, não vertebral e do quadril. Não pode dar férias, há perda rápida de massa óssea, se quiser retirar, tem que substituir prontamente. · Raloxifeno (SERM): reduz novos casos de Ca de mama, mas causa tromboembolismo, e ajuda em fraturas vertebrais. Não é preferível · Anabólicos: teriparatida · Análogo do PTH (não é análogo sinérgico, compete com PTH normal, é inerte) · Evitado em paciente c/ hipercalcemia · Evita fratura vertebral e não vertebral · Dado no SUS PROGNÓSTICO · Redução de fratura · Fratura de quadril: dificuldade de movimentação, risco aumentado de TVP ou EP. Taxa de mortalidade em uma ano é ~20% · Vertebral: dor crônica de origem neurogênica, deformidade, múltiplas fraturas vertebrais podem levar a cifose severa que a pressão nos órgãos internos pode incapacitar de respirar adequadamente.
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