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o sistema de saude nos estados unidos - sicko

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO 
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS 
DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA 
CURSO: PSICOLOGIA 
 
DISCENTE: GLAUBER MELLO CAVALCANTE 
DISCIPLINA: PSICOLOGIA DA SAÚDE - TURMA 3 
PROFESSORA: ​JENA HANAY ARAUJO DE OLIVEIRA 
SEMESTRE: 2020.1 
 
O sistema de saúde nos Estados Unidos 
O documentário SICKO - SOS Saúde, de Michael Moore, lançado em 2007, trata do 
sistema de saúde americano, mostrando a realidade com a qual convivem centenas de milhões 
de americanos, com ou sem plano de saúde, e que estão a mercê de um sistema que visa 
apenas o lucro, desconsiderando um direito que deveria ser básico de cada ser humano: o 
direito à saúde. Além disso, o país não dispõe de um sistema de saúde universal e gratuito. 
Pôde-se observar casos de americanos que necessitaram usar o serviço de saúde de 
seu país e tiveram que pagar extremamente caro, não apenas no sentido financeiro, mas pagar 
caro em suas próprias vidas, seja perdendo parentes, indo à falência devido a contração de 
dívidas com hospitais, ou sendo vítima do sistema que não os deu a assistência necessária, 
tampouco um cuidado com a saúde, os deixando à própria sorte. 
Moore apresenta também como funciona o sistema de saúde de países como Canadá, 
França, Inglaterra, e Cuba, todos gratuitos. Algumas políticas de saúde desses países 
merecem destaque, como por exemplo, no Canadá, o paciente pode escolher quem vai o 
atender; Na França, pode-se contar com assistência domiciliar oferecida pelo Governo; Na 
Inglaterra, profissionais são incentivados a promover a saúde da população, sendo 
bonificados se o conseguem, além da população ter acesso a medicamentos por um preço 
padrão (o equivalente a dez dólares americanos), e de graça para determinados grupos. 
http://www.docente.ufrn.br/jena.hanay
Visto isso, um questionamento que surge é o de que se os outros países tem um 
sistema de saúde público gratuito e de qualidade, por que nos EUA isso não acontece? A 
resposta para isso envolve diversos atores, desde políticos a empresários, que lucram e 
enriquecem às custas de um sistema de saúde que não se importa em oferecer à sua população 
políticas públicas de saúde, porque isso impediria que se chegasse ao principal objetivo de 
tais atores: ganhar mais e mais dinheiro através da mercantilização da saúde. 
Um ponto importante para reflexão acerca do documentário é se questionar: como 
seria se o mesmíssimo sistema de saúde americano fosse aplicado no Brasil? Primeiro, é 
necessário pensar na questão da desigualdade social ainda presente no nosso país. Conforme 
trazem Bermúdez, Rezende e Madeiro (2019), segundo o Pnud (Programa das Nações Unidas 
para o Desenvolvimento), o Brasil é o sétimo país mais desigual do mundo. Sendo assim, 
grande parte da população não tem condição de pagar planos de saúde, portanto, se não 
existisse o Sistema Único de Saúde, o SUS, que é universal e gratuito, essas pessoas 
provavelmente também seriam abandonadas à própria sorte, como acontece nos EUA. Sendo 
assim, poucos seriam privilegiados em poder ter acesso a uma saúde básica e de qualidade. 
Além disso, conforme observou-se no documentário SICKO - SOS Saúde, ter um plano de 
saúde poderia não garantir o acesso a algum tratamento, porque os planos de saúde nem 
sempre estão dispostos a ajudar, muitas vezes pensando apenas no lado financeiro e deixando 
o lado humano de lado. Um sistema de saúde tal qual o americano nos tempos atuais de 
pandemia certamente seria um desastre, considerando toda a desigualdade social e econômica 
do nosso país. Basta se questionar: se mesmo com um sistema universal e gratuito as mortes 
por covid-19 estão em um patamar altíssimo, o que aconteceria se nos deparássemos com as 
mesmas dificuldades que os americanos encontram quando necessitam buscar tratamento de 
saúde? O resultado provavelmente seria muito mais mortes. 
 
O Sistema Único de Saúde - SUS 
 
O documentário “Políticas de saúde no Brasil: um século de luta pelo direito à saúde”, 
de 2006, feito pela Universidade Federal Fluminense e Ministério da Saúde, destaca toda a 
trajetória de luta pelo acesso à saúde da população brasileira durante o século XX, que 
culminou na criação do Sistema Único de Saúde (SUS), sendo fruto principalmente de 
esforços dos movimentos de saúde, que na 8ª Conferência Nacional de Saúde (1986) propôs 
um sistema de saúde universal e gratuito para todos. Assim, foi criado uma das mais 
importantes políticas públicas brasileiras, que passou a tratar a saúde como um direito de 
todos, tendo como princípios a Universalidade, a Integralidade e a Equidade. E hoje está 
presente no cotidiano de centenas de milhões de brasileiros. 
Porém, os brasileiros não devem acomodar-se ou pensar que essa luta chegou ao fim, 
pelo contrário, ela ainda ocorre. Não é raro ver o SUS sob ataque, às vezes pelo próprio 
Governo, por isso é tão importante o seu reconhecimento e a sua defesa, pois ele foi uma 
conquista que deve ser mantida, e mais do que isso, constantemente desenvolvida, exigindo a 
participação de toda a população que a utiliza, pois são elas que podem dizer quais as 
dificuldades e os problemas, assim como os pontos fortes do sistema. Portanto, a participação 
popular deve se manter no SUS, assim como esteve desde o momento de sua criação. 
O que se observou em plena pandemia do coronavírus foi que o papel do SUS 
evidenciou-se ainda mais, escancarando para toda a sociedade brasileira a importância desse 
sistema, pois cenários ainda piores estariam sendo vividos se não o tivéssemos. Segundo 
Abreu (2020), a pandemia causou um alto impacto na saúde pública, porque um grande 
número de casos surgiram em um período curto de tempo, o que levou a uma necessidade de 
organizar e reorganizar práticas de saúde no sentido de rapidamente dar uma assistência à 
população, desde a prevenção, com o incentivo do uso de máscaras, por exemplo, até o 
tratamento, controle, cura e reabilitação. 
Apesar do alto número de casos e mortes, o nosso sistema público de saúde salvou a 
vida de milhões de pessoas, que não tiveram que sair do hospital com uma conta enorme para 
pagar. Pessoas que antes não reconheciam a importância do SUS tiveram que reconhecer a 
sua devida importância, e mais do que isso, passaram a defendê-lo. É mister que esse espírito 
de defesa mantenha-se mesmo após a pandemia, pois problemas de saúde continuarão 
existindo e exigindo uma resposta eficiente do nosso SUS. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
ABREU, Luiz Carlos de. Ações integradas e o fortalecimento do Sistema Público de Saúde 
Brasileiro em tempos de pandemias. ​Revista Brasileira Crescimento Desenvolvimento 
Humano​, p. 05-08, 2020. 
 
BERMÚDEZ, Ana Carla; REZENDE, Constança; MADEIRO, Carlos. ​Brasil é o 7º país 
mais desigual do mundo, melhor apenas do que africanos​. 2019. Disponível em: 
https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2019/12/09/brasil-e-o-7-mais-desigu
al-do-mundo-melhor-apenas-do-que-africanos.htm. Acesso em: 29 out. 2020. 
 
MOORE, Michael. SICKO-SOS Saúde. ​EUA: DogEat Dog Productions/The Weinstein 
Company​, 2007. 
 
Políticas de saúde no Brasil: um século de luta pelo direito à saúde. BRASIL. Ministério da 
Saúde; Universidade Federal Fluminense; Organização Pan-Americana de Saúde. Políticas de 
saúde no Brasil: um século de luta pelo direito à saúde. Belo Horizonte, 2006.

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