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SAÚDE DO ADULTO PROF. ESP. CAROLINE BARBOSA Assistência de enfermagem ao paciente com angina e infarto do miocárdio O miocárdio precisa de um aporte de oxigênio em potencial, para isso se faz necessária uma circulação específica. No caso, os vasos coronarianos são os responsáveis pelo suprimento sanguíneo. Angina IAM Síndrome Coronariana Aguda A angina, ou angina de peito, é uma dor torácica transitória ou uma sensação de pressão que se produz quando o músculo cardíaco não recebe oxigênio suficiente (isquemia) Tipos de angina Tipos de angina Características Angina estável Dor previsível e consistente que acontece ao esforço e que é aliviada pelo repouso Angina instável Conhecida por angina pré-infarto; os sintomas ocorrem mais comumente e duram mais tempo que a angina estável, o limiar da dor é menor e a dor pode ocorrer em repouso Angina intratável/refratária Dor torácica intensa incapacitante Tipos de angina Tipos de angina Características Angina variante Dor em repouso com elevação reversível do segmento ST do ECG; acredita-se que seja causada por vasoespasmo da artéria coronária Isquemia silenciosa Evidência objetiva de isquemia (alterações no ECG) mas o paciente não reporta sinais/sintomas Fisiopatologia da angina Doença aterosclerótica: principal causa Fatores associados a dor anginosa - Esforço físico: pode precipitar uma crise ou aumentar a demanda miocárdica de oxigênio; - Exposição ao frio: pode provocar vasoconstricção o que acarreta na elevação da PA com aumento da demanda de oxigênio; - Ingestão de refeição pesada: aumenta o fluxo sanguíneo para a área mesentérica (digestão) reduzindo o suprimento sanguíneo disponível para o miocárdio; - Estresse/fortes emoções: aumento da PA e FC – aumento da carga de trabalho do miocárdio Manifestações clínicas da angina - Dor na área retroesternal; - Dor com irradiação para pescoço, mandíbula, ombros, braço esquerdo; - Indigestão; - Sensação de sufocação/peso; - Sensação de fraqueza; - Dormência nos braços; - Dispnéia; - Ansiedade. Uma importante característica da angina é que ela diminui ou desaparece com o repouso ou nitroglicerina Avaliação diagnóstica da angina História clínica do paciente: - História de condição semelhante; - Pressão alta; - Colesterol elevado; - Diabetes; - Etilismo; - Tabagismo; - Obesidade, sobrepeso (IMC); - História familiar de angina. , Avaliação diagnóstica da angina Exames de imagem: - ECG: avalia o ritmo/regularidade dos batimentos cardíacos; indicativo de angina a presença de alterações no segmento ST e na onda T - Teste de esforço ou ergométrico (exame em que o paciente caminha sobre uma esteira enquanto é monitorado através de um eletrocardiograma contínuo) - Ecocardiograma Doppler: ultra-sonografia do coração (avaliar o fluxo do sangue circulando pelo coração, além de demonstrar a anatomia das válvulas e câmaras cardíacas). - Angiografia: injeção de um líquido de contraste para observar o fluxo sanguíneo nas artérias Tratamento da angina Objetivos: - reduzir a demanda de oxigênio pelo miocárdio - aumentar o suprimento de oxigênio Terapia farmacológica Controle dos fatores de risco Tratamento medicamentoso - Nitroglicerina: agente vasodilatador - Agentes bloqueadores beta-adrenérgicos: redução da contratilidade miocárdica - Bloqueadores dos canais de cálcio: células marcapasso; relaxamento dos vasos sanguíneos - Agentes antiplaquetários: evitar agregação plaquetária - Oxigenoterapia: aumentar a quantidade de oxigênio para o miocárdio e reduzir a dor SAE ao paciente com angina de peito Histórico de Enfermagem - sinais/sintomas e atividades do paciente: atentar às atividades que precipitam/precedem as crises de angina de peito Mnemônico para avaliação da dor torácica: PQRST P - O que provocou a dor? O que piora ou melhora? Q - Qual a qualidade da dor? Faça com que o paciente descreva a dor, isto é, em pontada, contínua, ao respirar,etc R - A dor tem aspectos de radiação? Onde a dor está localizada? S - Até que ponto a dor é severa? Faça com que o paciente classifique a dor numa escala de 1 a 10. T - Por quanto tempo o paciente está sentido a dor? O que foi tomado para diminuir a dor? Histórico de Enfermagem - O uso de nitroglicerina alivia a angina? Quantidade de doses necessárias? Quanto tempo leva para obtenção do alívio? - Identificar presença de fatores de risco - Avaliar nível de compreensão do paciente/família sobre a patologia e a importância da adesão ao plano de tratamento Diagnósticos de Enfermagem - Perfusão tissular miocárdica ineficaz evidenciado por dor torácica e/ou sintomas equivalentes - Ansiedade relacionada ao medo da morte - Conhecimento deficiente sobre a doença e métodos para evitar complicações - Controle ineficaz do regime terapêutico relacionado com a falha em aceitar as alterações necessárias do estilo de vida Planejamento de Enfermagem - Metas: - Tratamento/prevenção da angina - Redução da ansiedade - Evitar a dor - Promoção do autocuidado Planejamento de Enfermagem - Tratamento/prevenção da angina - Aconselhar o paciente que na presença da dor deverá interromper todas as atividades e sentar/repousar numa posição confortável → redução do consumo de oxigênio pelo miocárdio isquêmico - Avaliar as características da dor anginosa - Avaliar os SSVV - Avaliar o ECG -Verificar a resposta do paciente após administração de nitroglicerina: alívio da dor - Administrar oxigenoterapia quando necessário Planejamento de Enfermagem - Redução da ansiedade - Avaliar o nível de ansiedade apresentado pelo paciente - Fornecer informações sobre a doença, seu tratamento e os métodos para evitar a progressão - Realizar métodos para redução do estresse: musicoterapia, técnicas de relaxamento Planejamento de Enfermagem - Evitar a dor - Identificar o nível de atividade do paciente que provoca a dor e planejar atividades do paciente de acordo com o que foi observado - Alternar as atividades do paciente com período de repouso caso o paciente apresente dor frequente ou dor ao realizar atividade mínima Planejamento de Enfermagem - Promoção do autocuidado - Orientar o paciente quanto a importância de equilibrar a atividade e o repouso - Ensinar sobre os fatores de risco modificáveis que contribuem para a doença arterial coronariana e para angina resultante - Explorar junto ao paciente/familiares sobre os métodos para evitar, modificar ou adaptar os deflagradores da dor anginosa - Desenvolver plano educativo que contemple os seguintes aspectos: explicar a doença, identificar a sintomatologia da angina e as medidas de alívio Avaliação de Enfermagem - Alivio da dor - Relata ansiedade reduzida - Compreende a doença - Adere ao programa de autocuidado Infarto Agudo do Miocárdio Aterosclerose Oclusão da artéria por êmbolo/trombo Vasoespasmo Manifestações clínicas do IAM - dor referida no tórax (ou peito) contínua, de forte intensidade e sensação de compressão, aperto ou queimação no peito, ardor bastante semelhante à azia - dor peitoral irradiada para a mandíbula e para os ombros e braços, mais frequentemente do lado esquerdo do corpo, e, por vezes, palpitações prolongadas - suor excessivo, náuseas, vômitos, tontura e desfalecimento, assim como ansiedade e agitação - Dispnéia, taquipnéia O prognóstico do IAM depende da gravidade da obstrução da artéria coronária e da extensão da lesão miocárdica Avaliação diagnóstica do IAM História clínica do paciente: - Descrição da sintomatologia. Ex: dor, náuseas, vômitos - História das doenças prévias - História de saúde da família (ênfase doenças cardíacas) - História pregressa (identificação fatores de risco) , Avaliação diagnóstica do IAM Eletrocardiograma: - São alterações clássicas do ECG: inversão da onda T, elevação do segmento ST e desenvolvimentode uma onda Q anormal. , Avaliação diagnóstica do IAM Exames laboratoriais: - Creatina cinase e suas isoenzimas: CK-MM (músculo esquelético); CK-MB (músculo cardíaco); CK-BB (tecido cerebral) CK-MB (músculo cardíaco): isoenzima específica para o diagnóstico de IAM – níveis aumentando quando ocorre lesão nestas células Avaliação diagnóstica do IAM Exames laboratoriais: - Mioglobina: encontrada no músculo cardíaco e esquelético; um aumento na mioglobina não é muito específico na indicação de um evento cardíaco agudo, entretanto os resultados negativos representa parâmetro excelente para excluir o IAM Avaliação diagnóstica do IAM Exames laboratoriais: - Troponina: proteína encontrada no miocárdio responsável por regular o processo contrátil do miocárdio. Existem três isômeros: T, C e I Tratamento do IAM Objetivos: - minimizar a lesão miocárdica - preservar a função miocárdica - evitar as complicações Terapia farmacológica Controle dos fatores de risco Tratamento do IAM - Nitroglicerina: agente vasodilatador - Agentes bloqueadores beta-adrenérgicos: redução da contratilidade miocárdica - Bloqueadores dos canais de cálcio - Agentes antiplaquetários: evitar agregação plaquetária - Oxigenoterapia: aumentar a quantidade de oxigênio para o miocárdio e reduzir a dor - Analgésicos: a morfina é o de escolha → reduz a dor/ansiedade Tratamento do IAM - Trombolíticos: dissolver e romper o trombo em uma artéria coronária (trombólise) permitindo que o sangue flua novamente através da artéria coronária (reperfusão) – minimiza o tamanho do infarto e preserva a função cardíaca ATENTAR AO RISCO DE HEMORRAGIA: minimizar número de punções, evitar injeções via intramuscular, trauma tissular e aplicar pressão por mais tempo que o usual ao término da punção venosa SAE ao paciente com IAM Histórico de Enfermagem - História clínica: dor, dispnéia, ansiedade ... Avaliar quanto a duração, fatores que precipitam/aliviam - Garantir que o acesso venoso esteja disponível para administração de medicamentos de emergência - Evitar uso de injeção IM Diagnósticos de Enfermagem - Perfusão ineficaz do tecido relacionado ao fluxo sanguíneo coronário reduzido a partir do trombo coronário e placa aterosclerótica - Potencial para a troca gasosa prejudicada relacionado a sobrecarga hídrica em razão da disfunção ventricular esquerda - Potencial para perfusão tissular periférica alterada relacionada com o débito cardíaco reduzido em razão da disfunção ventricular esquerda Diagnósticos de Enfermagem - Ansiedade relacionada com o medo da morte - Conhecimento deficiente sobre o autocuidado após o IAM Planejamento de Enfermagem - Metas: - Melhora da dor e dos outros sinais/sintomas isquêmicos - Melhora da função respiratória - Promoção da perfusão tissular adequada - Redução da ansiedade - Promoção do cuidado domiciliar Planejamento de Enfermagem - Melhora da dor e dos outros sinais/sintomas isquêmicos - observar as características da dor (localização, intensidade, irradiação, duração e fatores que o afetam) - verificar a presença de outros sinais/sintomas (náuseas, sudorese, dispnéia, etc.) - obter um ECG e realizar avaliação - administrar oxigênio se necessário (finalidade: aumentar suprimento de O2 para o miocárdio caso a Sat O2 esteja baixa) - administrar a terapia medicamentosa conforme a prescrição e avaliar continuamente a resposta do paciente - garantir o repouso no leito com a cabeceira elevada Planejamento de Enfermagem - Melhora da função respiratória - observar desconforto torácico (FC) e investigar sons respiratórios anormais - encorajar o paciente a respirar profundamente e a mudar de posição com frequência a fim de impedir que o liquido se acumule nas bases dos pulmões Planejamento de Enfermagem - Promoção da perfusão tissular adequada - limitar o paciente ao repouso no leito ou cadeira durante a fase inicial do tratamento → redução do consumo de O2 pelo miocárdio → prosseguir com esta limitação até que o paciente esteja sem dor e hemodinamicamente estável - verificar a temperatura e os pulsos periféricos com frequência a fim de garantir perfusão tissular adequada Planejamento de Enfermagem - Redução da ansiedade - avaliar o nível de ansiedade e os mecanismos de enfrentamento do paciente/família - permitir que o paciente/familiares expresse a ansiedade/medo - desenvolver relação de confiança/carinho com o paciente - aliviar a ansiedade e medos - aplicar técnicas de relaxamento, musicoterapia Planejamento de Enfermagem - Promoção do cuidado domiciliar - fornecer educação adequada sobre a vida saudável para o coração - facilitar o envolvimento do paciente em um programa d reabilitação cardíaca - encorajar o paciente a optar por estilo de vida compatível com as recomendações saudáveis para o coração. Avaliação de Enfermagem - Alivio da dor - Ausência de dificuldade respiratória - Perfusão tissular adequada - Ansiedade reduzida - Adesão a um programa de autocuidado OBRIGADA!
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