Buscar

13 - Hipofise

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Cap. 24 - O Sistema Endócrino
A - HIPÓFISE
INTRODUÇÃO
· A hipófise (ou pituitária) é formada por dois componentes morfológica e funcionalmente distintos: o lobo anterior (adenoipófise) e o lobo posterior (neuroipófise)
· A produção da maioria dos hormônios hipofisários é controlada por fatores estimulantes positivos e negativos secretados pelo hipotálamo
· Em cortes histológicos encontra-se:
· Arranjo celular de colorações variadas
 
· Células com citoplasma eosinófilo (acidófilo)
· Citoplasma basofílico (basófilo) ou citoplasma fracamente corado (cromófobo) 
· Existem seis tipos de células com diferenciação terminal na adenoipófise, incluindo:
· Somatotróficos, produtores do hormônio do crescimento (GH)
· Mamossomatotróficos, produtores de GH e prolactina (PRL)
· Lactotróficos, produtores de PRL
· Corticotróficos, produtores do hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) e pró-opiomelanocortina (POMC), hormônio estimulante de melanócitos (MSH)
· Tireotróficos, produtores de hormônio estimulante da tireoide (TSH)
· Gonadotróficos, produtores do hormônio folículo estimulante (FSH) e do hormônio luteinizante (LH). O FSH estimula a formação dos folículos de Graaf no ovário, enquanto o LH induz a ovulação e a formação do corpo lúteo no ovário. Os mesmos dois hormônios também regulam a espermatogênese e a produção de testosterona nos homens
· Fatores de transcrição específicos que regulam a diferenciação de células-tronco pluripotentes dentro da bolsa
· A neuroipófise consiste em células gliais modificadas (chamadas de pituicitos) e processos axonais que se estendem desde o hipotálamo, passando pela haste hipofisária, até o lobo posterior (terminais axonais)
· Dois hormônios peptídicos são secretados pela neuroipófise, ocitocina e hormônio antidiurético (ADH, também chamado vasopressina)
· Sintetizados no hipotálamo e armazenados dentro dos terminais axônicos encontrados na neuroipófise 
· A ocitocina liberada pela estimulação do mamilo no período pós-natal atua no músculo liso que circunda os ductos lactíferos das glândulas mamárias e facilita a lactação
· A ocitocina sintética pode ser administrada a mulheres grávidas para induzir o parto
· A função mais importante do ADH é conservar a água pela restrição da diurese em períodos de desidratação e hipovolemia
· A pressão sanguínea diminuída, sentida pelos barorreceptores (receptores sensíveis à pressão) no átrio cardíaco e nas carótidas, estimula a liberação de ADH
· De modo contrário, os estados de hipervolemia e de distensão atrial aumentada resultam em inibição da secreção do ADH
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
· Relacionados ao excesso ou deficiência de hormônios hipofisários
· Hiperpituitarismo: 
· Surge do excesso de secreção dos hormônios tróficos
· Causas: adenoma hipofisário, hiperplasia e carcinomas da adenoipófise, secreção de hormônios pelos tumores não hipofisários e certos distúrbios hipotalâmico
· Hipopituitarismo:
· Surge da deficiência dos hormônios tróficos
· Causas: processos destrutivos, inclusive lesão isquêmica, cirurgia ou radiação, reações inflamatórias e adenomas hipofisários não funcionantes
· Efeitos de massa locais: 
· Alterações radiográficas da sela túrcica, inclusive expansão selar, erosão óssea e ruptura do diafragma da sela
· Causa: grande proximidade dos nervos ópticos e do quiasma da sela, as lesões hipofisárias expansivas geralmente comprimem as fibras cruzadas no quiasma óptico
· Sintomas: anormalidades no campo visual, classicamente na forma de defeitos em ambos os campos visuais laterais (temporais), conhecidas como hemianopsia bitemporal
· Crescimento assimétrico de tumores 
· Podem produzir adenoma, chamada de apoplexia hipofisária 
ADENOMAS HIPOFISÁRIO E HIPERPITUITARISMO 
· Causa mais comum de hipepituitarismo: adenoma que surge no lobo anterior 
· Adenomas hipofisários: funcionantes ou não funcionantes 
· Os adenomas hipofisários são geralmente encontrados em adultos, com o pico de incidência ocorrendo dos 35 aos 60 anos
· Informações sobre anomalias genéticas associadas aos adenomas hipofisários:
· As mutações na proteína G são algumas das alterações mais comuns nos adenomas hipofisários
· Proteínas G desempenham papel na transdução de sinais, transmitindo sinais de receptores específicos da superfície celular para efetores intracelulares, gerando mensagens secundárias
· Aproximadamente 40% dos adenomas de células somatotróficas abrigam mutações no GNAS que anulam a atividade GTPásica da Gsα, resultando em ativação contínua da Gsα, geração persistente de cAMP e proliferação celular descontrolada
· A maioria dos adenomas hipofisários é esporádica em sua natureza, mas cerca de 5% dos casos surgem como resultado de um defeito genético hereditário
· As anomalias moleculares associadas ao comportamento agressivo incluem aberrações nos genes do ponto de checagem do ciclo celular, como sobre-expressão de ciclina D1, mutações no TP53 e silenciamento epigenético do gene do retinoblastoma (RB)
· Curso Clínico 
· Os sinais e sintomas dos adenomas hipofisários são relacionados às alterações endócrinas e aos efeitos de massa
· Efeitos de massa local podem ser produzidos por qualquer tipo de tumor hipofisário
· Morfologia 
· O adenoma hipofisário típico é macio e bem circunscrito
· Pequenos adenomas podem estar confinados à sela túrcica, mas, com a expansão, frequentemente provocam erosão na sela túrcica e nos processos clinóides anteriores
· Em geral, lesões maiores se estendem superiormente através do diafragma da sela na região suprasselar, onde frequentemente comprimem o quiasma óptico e as estruturas adjacentes, como, por exemplo, alguns nervos cranianos 
· Os macroadenomas são mais frequentemente invasivos que os tumores menores
· Focos de hemorragia e necrose também são mais comuns nesses adenomas maiores
· Histologicamente, os adenomas hipofisários típicos são compostos de células poligonais e uniformes, arranjadas em lençóis ou cordões
· O tecido conjuntivo de suporte, ou reticulina, é esparso, responsável pela consistência gelatinosa e mole de muitas dessas lesões
· A atividade mitótica é geralmente esparsa
· O citoplasma das células pode ser acidofílico, basofílico ou cromófobo, dependendo do tipo e da quantidade de produtos secretórios nas células, mas, em geral, é uniforme por todo o tumor
· Esse monomorfismo celular e a ausência de uma rede de reticulina significativa distinguem os adenomas hipofisários do parênquima da adenoipófise não neoplásica 
· Um subgrupo de adenomas hipofisários demonstra uma atividade mitótica intensa e expressão de p53 nuclear, característica que se correlaciona com a presença de mutações no TP53
· Esses tumores apresentam maior propensão para o comportamento agressivo, incluindo invasão e recorrência, e são denominados adenomas atípicos
· Adenomas Lactotróficos 
· Adenomas lactotróficos secretores de prolactina (prolactinomas) são o tipo mais frequente de adenoma hipofisário funcionante, responsável por cerca de 30% de todos os casos clinicamente reconhecidos
· Essas lesões variam de pequenos microademonas a grandes tumores expansivos associados a efeitos de massa substanciais
· Curso Clínico 
· Os níveis séricos aumentados da prolactina, ou prolactinemia, causam amenorreia, galactorreia, perda de libido e infertilidade
· Diagnóstico: feito mais prontamente na mulher do que no homem, especialmente na faixa etária de 20 a 40 anos, presumivelmente por causa da sensibilidade de a menstruação vir a ser interrompida pela hiperprolactinemia
· Os níveis de prolactina também são elevados pelo estímulo do mamilo, como ocorre durante a sucção nas mulheres lactantes, e como resposta a muitos tipos de estresse
· A hiperprolactinemia patológica pode surgir da hiperplasia lactotrófica causada pela perda de inibição mediada por dopamina da secreção de prolactina. Isso pode ocorrer com danos aos neurônios dopaminérgicos do hipotálamo, danos à haste da hipófise ou na exposição a drogas que bloqueiam os receptores de dopamina nas células lactotróficas· Qualquer massa no compartimento suprasselar (p. ex., adenoma hipofisário) pode perturbar a influência inibitória normal do hipotálamo na secreção de prolactina, resultando em hiperprolactinemia
· Causas da hiperprolactinemia: falência renal e hipotireoidismo
· Os adenomas lactotróficos são tratados por cirurgia ou, mais comumente, com bromocriptina, um agonista do receptor de dopamina que faz com que as lesões diminuem de tamanho
· Morfologia
· A maioria dos adenomas lactotróficos é composta de células cromofóbas com localização próxima ao núcleo do fator de transcrição PIT-1; estes são conhecidos como adenomas lactotróficos esparsamente granulados 
· Muito mais raros são os adenomas lactotróficos densamente granulados, caracterizados por localização da expressão de PIT-1 difusa no citoplasma
· A prolactina pode ser demonstrada nos grânulos secretores no citoplasma das células usando reação imunoistoquímica
· Os adenomas lactotróficos tendem a sofrer calcificação distrófica, variando de corpos de psamomas isolados a calcificações extensivas de, virtualmente, toda a massa tumoral (“pedra hipofisária”)
· Adenomas Somatotróficos
· Os adenomas somatotróficos secretores de hormônio do crescimento (GH) são o segundo tipo mais comum de adenoma hipofisário funcionante 
· Causam gigantismo em crianças e acromegalia em adultos. 
· Os adenomas somatotróficos podem estar bem grandes no momento em que chamam a atenção clínica porque as manifestações do excesso de GH podem ser sutis.
· Morfologia 	
· Histologicamente, os adenomas somatotróficos puros também são classificados em subtipos densamente granulados e esparsamente granulados. 
· Os adenomas densamente granulados são compostos de células monomórficas e acidófilas que têm forte reatividade ao GH citoplasmático na imunoistoquímica. 
· Em contraste, as variantes esparsamente granuladas são compostas de células cromófobas com considerável pleomorfismo nuclear e citológico, além de marcação fraca e focal para o GH. 
· Os adenomas mamossomatotróficos biormonais que sintetizam tanto GH quanto prolactina estão sendo crescentemente reconhecidos; morfologicamente, a maioria dos adenomas biormonais se parece com os adenomas somatotróficos puros, densamente granulados, mas são distinguíveis por apresentarem reatividade imunoistoquímica para prolactina e para GH.
· Curso clínico 	 	
· Níveis persistentemente elevados de GH estimulam a secreção hepática do fator de crescimento semelhante à insulina 1 (IGF-1), o que causa muitas manifestações clínicas: 
· Se o adenoma somatotrófico aparece em crianças antes de as epífises se fecharem, os níveis elevados de GH (e IGF-1) resultam em gigantismo, caracterizado pelo aumento generalizado no tamanho do corpo, com braços e pernas desproporcionalmente longos.
· Se os níveis aumentados de GH estiverem presentes após o fechamento das epífises, a acromegalia se desenvolve. Nessa condição, o crescimento é mais visível na pele e nos tecidos moles; vísceras (tireoide, coração, fígado e adrenais); e ossos da face, das mãos e dos pés. A densidade óssea pode aumentar (hiperostose) tanto na coluna vertebral quanto no quadril. O aumento do maxilar resulta em projeção (prognatismo), com alargamento da face inferior. Os pés e as mãos são alargados e os dedos se tornam espessos e com aparência de linguiça. Na maioria dos casos, o gigantismo também é acompanhado por evidência de acromegalia. Essas mudanças podem desenvolver-se por décadas antes de serem reconhecidas, o que justifica o fato de os adenomas alcançarem tamanhos substanciais.
· O excesso de GH também está associado a uma variedade de outros distúrbios, incluindo disfunção gonadal, diabetes melito, fraqueza muscular generalizada, hipertensão, artrite, insuficiência cardíaca congestiva e risco aumentado de câncer gastrointestinal.
· O diagnóstico do excesso de GH hipofisário depende da documentação dos níveis séricos elevados de GH e de IGF-1. Além disso, a falha em suprimir a produção de GH em resposta a uma carga oral de glicose é um dos testes mais sensíveis para a acromegalia. O adenoma hipofisário subjacente pode tanto ser removido cirurgicamente quando tratado por meios farmacológicos. A última opção inclui os análogos da somatostatina (lembre-se que a somatostatina inibe a secreção hipofisária de GH) ou o uso de antagonistas do receptor de GH, o que evita que o hormônio se ligue aos órgãos-alvos, como, por exemplo, o fígado. Quando o controle efetivo dos altos níveis de GH é alcançado, o crescimento excessivo, característico do tecido, e os sintomas relacionados recuam gradualmente e as anormalidades metabólicas melhoram.
· Adenomas corticotropos
· A produção excessiva de ACTH pelos adenomas corticotróficos funcionantes leva à hipersecreção adrenal de cortisol e ao desenvolvimento de hipercortisolismo 
· Também conhecido como síndrome de Cushing
· Morfologia
· Os adenomas corticotróficos são geralmente pequenos microadenomas 
· Esses tumores são mais frequentemente basófilos (densamente granulados) e ocasionalmente cromófobos (esparsamente granulados). 
· Curso Clínico
· A síndrome de Cushing pode ser causada por uma ampla variedade de condições, além dos tumores hipofisários produtores de ACTH. 
· Quando o hipercortisolismo é decorrente da produção excessiva de ACTH pela hipófise, é designada doença de Cushing. 
· Grandes adenomas hipofisários destrutivos podem desenvolver-se em pacientes após a remoção cirúrgica das glândulas adrenais para o tratamento da síndrome de Cushing. 
· Essa condição, conhecida como síndrome de Nelson, ocorre mais frequentemente devido à perda do efeito inibitório dos corticosteroides adrenais no microadenoma corticotrófico preexistente. 
· Como as adrenais estão ausentes em pessoas com esse distúrbio, o hipercortisolismo não se desenvolve, e pacientes apresentam efeitos de massa devido ao tumor na hipófise, podendo haver hiperpigmentação decorrente do efeito estimulatório de outros produtos da molécula precursora do ACTH nos melanócitos.
· Outros Adenomas da Adenoipófise
· Os adenomas hipofisários podem produzir mais de um hormônio 
· Outros adenomas “pluriormonais” incomuns secretam múltiplos hormônios
· Em geral, esses tumores são agressivos. 
· Adenomas gonadotrófico
· Os adenomas gonadotróficos são mais frequentemente encontrados em homens e mulheres de meia-idade quando se tornam grandes o suficiente para causar sintomas neurológicos, como distúrbio visual, dores de cabeça, diplopia ou apoplexia hipofisária. 
· As deficiências hormonais hipofisárias também podem ser encontradas, sendo mais frequente ocorrer uma secreção alterada de LH. Isso leva à diminuição da energia e da libido no homem (devido à testosterona reduzida) e à amenorreia nas mulheres pré-menopáusicas. 
· Adenomas tireotróficos
· Os adenomas tireotróficos (produtores de TSH) são raros
· Os adenomas tireotróficos são uma causa rara de hipertireoidismo.
· Adenomas hipofisários 
· Essas lesões também podem comprometer extensivamente a adenoipófise residual, causando hipopituitarismo, que pode aparecer lentamente, devido ao aumento gradual do adenoma, ou abruptamente, devido a uma hemorragia aguda (apoplexia hipofisária).
· Carcinomas hipofisários
· A presença de metástases cranioespinhal e sistêmicas é a condição essencial de um carcinoma hipofisário. 
· A maioria dos carcinomas hipofisários é funcionante, com a prolactina e o ACTH sendo os produtos secretados mais comuns. 
· Em geral, as metástases aparecem tardiamente no curso, seguindo múltiplas recorrências locais.
HIPOPITUITARISMO
· Curso clínico
· O hipopituitarismo se refere à secreção diminuída de hormônios hipofisários, que pode resultar de doenças do hipotálamo ou da hipófise. 
· A hipofunção da adenoipófise ocorre quando aproximadamente 75% do parênquima são perdidos ou estão ausentes. 
· Isso pode ser congênito ou resultar de uma variedade de anomalias adquiridas que são intrínsecas à hipófise. 
· O hipopituitarismo acompanhado por evidências de disfunção da neuroipófisena forma de diabetes insípida é quase sempre de origem hipotalâmica.
· A maioria dos casos de hipopituitarismo surge de processos destrutivos envolvendo diretamente a adenoipófise. 
· As causas incluem:
· Tumores e outras lesões de massa: 
· Adenomas hipofisários, outros tumores benignos que surgem da sela, malignidades primárias e metastáticas e cistos podem causar hipopituitarismo. 
· Qualquer lesão de massa na sela pode causar dano, por exercer pressão nas células hipofisárias adjacentes.
· Lesões cerebrais traumáticas e hemorragia subaracnóide
· Cirurgia da hipófise ou radiação:
· A excisão cirúrgica de um adenoma hipofisário pode, inadvertidamente, estender-se para a hipófise não adenomatosa. 
· Radioterapia da hipófise, utilizada para prevenir novo crescimento de tumor residual após a cirurgia, pode danificar a hipófise não adenomatosa.
· Apoplexia da hipófise
· Trata-se de uma hemorragia súbita na hipófise, ocorrendo, com mais frequência, no adenoma hipofisário. 
· A apoplexia causa início súbito de uma dor de cabeça martirizante, diplopia decorrente da pressão nos nervos oculomotores e hipopituitarismo. 
· Nos casos graves, pode causar colapso cardiovascular, perda de consciência e até mesmo morte súbita. 
· A combinação de efeitos de massa a partir da hemorragia e hipopituitarismo agudo faz da apoplexia hipofisária uma verdadeira emergência neurocirúrgica.
· Necrose isquêmica da hipófise e síndrome de Sheehan
· A síndrome de Sheehan, mais conhecida como necrose pós-parto da adenohipófise, é a forma mais comum de necrose isquêmica clinicamente significativa da adenoipófise. 
· Durante a gravidez, a adenoipófise aumenta para quase dobrar seu tamanho normal. 
· Essa expansão fisiológica da glândula não é acompanhada por aumento no suprimento de sangue do sistema venoso de baixa pressão, razão pela qual há anoxia relativa. A redução adicional no suprimento de sangue causada pela hemorragia obstétrica ou pelo choque pode precipitar o infarto do lobo anterior. 
· Devido ao fato de a neuroipófise receber sangue diretamente dos ramos arteriais, é muito menos suscetível a uma lesão isquêmica e, portanto, geralmente não é afetada. 
· A necrose hipofisária também pode ser encontrada em outras condições, como coagulação intravascular disseminada e (mais raramente) anemia falciforme, pressão intracraniana elevada, lesão traumática e choque de qualquer origem. 
· Qualquer que seja a patogenia, a área isquêmica é reabsorvida e substituída por uma pequena formação de tecido fibroso aderido à parede de uma sela vazia.
· Cisto da fenda de Rathke:
· Esses cistos, revestidos por um epitélio cúbico ciliado com células caliciformes ocasionais e células hipofisárias anteriores, podem acumular fluido proteináceo e expandir-se, comprometendo a glândula normal.
· Síndrome da sela vazia: 
· Qualquer condição que destrua parte da hipófise ou toda ela, como, por exemplo, uma ablação da hipófise por cirurgia ou radiação, pode resultar em uma cela vazia e na síndrome da sela vazia. 
· Existem dois tipos: 
· 1) Em uma cela vazia primária, há um defeito no diafragma da sela que permite que a aracnóide e o líquido cefalorraquidiano hérnia para dentro da cela, expandindo a sela e comprimindo a hipófise. Classicamente, isso ocorre em mulheres obesas com história de múltiplas gestações. Com frequência, os indivíduos afetados apresentam defeitos do campo visual e, ocasionalmente, anormalidades endócrinas, como a hiperprolactinemia, resultado da interrupção dos efeitos hipotalâmicos inibitórios. Às vezes, eventual perda de parênquima funcionante é suficiente para produzir hipopituitarismo
· 2) Em uma cela vazia secundária, uma massa, como, por exemplo, um adenoma hipofisário, expande a sela e, então, é cirurgicamente removido ou sofre necrose espontânea, levando à perda da função hipofisária.
· Lesões hipotalâmicas: 
· As lesões hipotalâmicas também podem afetar a hipófise através da interferência na entrega de fatores que liberam os hormônios hipofisários. 
· Ao contrário das doenças que envolvem a hipófise diretamente, as anormalidades hipotalâmicas também podem diminuir a secreção de ADH, resultando no diabetes insípido 
· As lesões hipotalâmicas que causam hipopituitarismo incluem tumores, que podem ser benignos (p. ex., craniofaringiomas), ou malignos; a maioria desses últimos são metástases de tumores, como os de mama e de pulmão. 
· Insuficiência do hipotálamo também pode surgir após a irradiação de tumores cerebrais ou nasofaríngeos.
· Distúrbios inflamatórios e infecções, como as sarcoidosis ou a meningite tuberculosa, podem envolver o hipotálamo e causar deficiência dos hormônios da adenohipófise e diabetes insípido.
· Defeitos genéticos: 
· A deficiência congênita dos fatores de transcrição requeridos para o funcionamento normal da hipófise é uma causa rara de hipopituitarismo. Por exemplo, a mutação do gene específico da hipófise PIT-1 resulta em deficiência combinada de hormônios hipofisários, caracterizada pelas deficiências de GH, prolactina e TSH.
· Manifestações clínicas
· Podem ser muito variáveis, dependendo dos hormônios específicos que estão faltando:
· As crianças podem desenvolver falha no crescimento (nanismo hipofisário) devido a uma deficiência do hormônio do crescimento.
· A deficiência de gonadotrofina (LH e FSH) leva à amenorreia e à infertilidade em mulheres e diminuição da libido, impotência e perda de pelos pubianos e axilares nos homens.
· Deficiências de TSH e de ACTH resultam em sintomas de hipotireoidismo e hipoadrenalismo, respectivamente
· Deficiência de prolactina resulta em falha da lactação pós-parto.
· A adenoipófise também é uma rica fonte de MSH, sintetizado a partir da mesma molécula precursora que produz o ACTH; portanto, uma das manifestações do hipopituitarismo inclui palidez decorrente da perda dos efeitos estimulatórios do MSH nos melanócitos.
SINDROMES DA NEURO-HIPÓFISE
· As síndromes clinicamente relevantes da neuroipófise envolvem o ADH e incluem o diabetes insípido e a secreção inapropriada de altos níveis de ADH
· Diabetes insípido
· A deficiência de ADH causa o diabetes insípido, uma condição caracterizada por micção excessiva (poliúria), decorrente da incapacidade de o rim absorver, de forma apropriada, a água da urina. 
· O diabetes insípido pode ocorrer em uma variedade de condições, incluindo traumas na cabeça, tumores, distúrbios inflamatórios do hipotálamo e da hipófise e complicações cirúrgicas. 
· Essa condição também pode surgir espontaneamente, na ausência de qualquer distúrbio subjacente identificável. 
· O diabetes insípido decorrente da deficiência de ADH é designado de central para diferenciá-lo do diabetes insípido nefrogênico, que resulta da incapacidade de uma resposta tubular renal ao ADH circulante.
· As manifestações clínicas dessas duas doenças são similares e incluem a excreção de elevados volumes de urina diluída com densidade específica inferior à normal. 
· O sódio sérico e a osmolalidade estão aumentados pela excessiva perda renal de água livre, resultando em sede e polidipsia. 
· Em geral, os pacientes que podem beber água compensam as perdas urinárias; os pacientes que estão embotados, acamados ou limitados de outra forma em sua capacidade de obter água podem desenvolver desidratação com risco de vida.
· Síndrome da secreção inapropriada de ADH (SIADH)
· Excesso de ADH causa reabsorção de quantidades excessivas de água livre, resultando em hiponatremia. 
· As causas mais frequentes da SIADH são a secreção do ADH ectópico por neoplasias malignas (particularmente carcinomas de células pequenas do pulmão), drogas que aumentam a secreção de ADH e uma variedade de distúrbios do sistema nervoso central, inclusive infecções e traumas. 
· As manifestações clínicas da SIADH são dominadas por hiponatremia, edema cerebral e disfunção neurológica resultante. 
· Embora a água corporal total esteja aumentada, o volume sanguíneo permanece normal e não se desenvolvem edemas periféricos.
TUMORES HIPOTALÂMICOS SUPRASSELARES.· Neoplasias
· As neoplasias nessa localização podem induzir ao hipofuncionamento ou hiperfuncionamento da adeno hipófise, diabetes insipidus ou combinações dessas manifestações. 
· As lesões mais comumente implicadas são os gliomas os craniofaringiomas. 
· Sabe-se que os craniofaringiomas surgem dos remanescentes vestigiais da fenda de Rathke. 
· Esses tumores têm crescimento lento 
· Uma pequena minoria dessas lesões surgem dentro da cela, e a maioria é supra selar, com ou sem extensão intrasselar. 
· Em geral, os pacientes chamam a atenção por causa das dores de cabeça e dos distúrbios visuais, enquanto as crianças às vezes apresentam retardo no crescimento decorrente do hipofuncionamento da hipófise e da deficiência de GH. 
· Morfologia
· Os craniofaringiomas medem, em média, 3 a 4 cm de diâmetro
· Podem ser encapsulados e sólidos, porém, mais comumente, são císticos e, algumas vezes, multiloculados. 
· Frequentemente invadem o quiasma óptico ou os nervos craniais e não raramente se projetam para o assoalho do terceiro ventrículo e para a base do cérebro. 
· Duas variantes histológicas distintas são reconhecidas: o craniofaringioma adamantinomatoso e o craniofaringioma papilar 
· O tipo adamantinomatoso contém, com frequência, calcificações radiologicamente visíveis; a variante papilar raramente se calcifica.
· O craniofaringioma adamantinomatoso consiste em ninhos ou cordões de epitélio pavimentoso estratificado, embebidos em um “retículo” esponjoso que se torna mais proeminente nas camadas internas. 
· Com frequência, observa-se uma paliçada de epitélio pavimentoso na periferia. 
· A formação de nódulos de queratina lamelar compacta (“queratina úmida”) é uma característica diagnóstica desse tumor 
· A calcificação distrófica é um achado frequente. 
· Características adicionais incluem formação de cistos, fibrose e inflamação crônica. 
· Os cistos do craniofaringioma adamantinomatoso geralmente contêm um fluido amarelo-pardacento, espesso e rico em colesterol, que é comparado com “óleo de máquina”. 
· Esses tumores estendem projeções de epitélio para o cérebro adjacente, onde evocam uma forte reação glial.
· O craniofaringioma papilar contém tanto lâminas quanto papilas sólidas delimitadas por um epitélio pavimentoso bem diferenciado. 
· Em geral, esses tumores não possuem queratina, calcificações ou cistos. 
· As células pavimentosas dos cortes sólidos do tumor não apresentam paliçadas periféricas e, tipicamente, não geram um retículo esponjoso nas camadas internas.
· Os pacientes com craniofaringiomas, especialmente aqueles com menos de 5 cm de diâmetro, apresentam baixa recorrência e excelente sobrevida global. 
· Lesões maiores são mais invasivas, mas isso não afeta o prognóstico. 
· A transformação maligna do craniofaringioma em carcinoma pavimentoso é excepcionalmente rara e costuma ocorrer após a irradiação.

Outros materiais