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1 2 ✔ Estado: - O Estado corresponde ao conjunto de instituições no campo político e administrativo que organiza o espaço de um povo ou nação. - Os elementos essenciais para a formação do Estado são: TERRITÓRIO, POPULAÇÃO e GOVERNO SOBERANO, que é garantido por meio das leis e do estabelecimento de suas fronteiras. - Como ente, o Estado é capaz de adquirir direitos e obrigações. Além disso, ele tem personalidade jurídica própria, tanto internamente (perante os agentes públicos e os cidadãos) quanto no cenário internacional (perante outros Estados). - É do povo que origina todo poder representado pelo Estado. - Em razão da soberania, o estado edita leis que se aplicam ao seu território, sem se sujeitar a qualquer tipo de ingerência de outros Estados. → O poder do Estado é SOBERANO, UNO, INDIVISÍVEL e EMANA DO POVO. ➔ Separação de Poderes (ou funções): - Permite ao Estado exercer suas funções por meio de órgãos independentes entre si, evitando o excessivo acúmulo de poder. - As funções estatais, normalmente denominadas “Poderes do Estado”, são divididas em: Legislativa, Executiva Judiciária. 3 ➔ Organização do Estado brasileiro Forma de Estado: FEderalismo - Federação: caracteriza-se por um conjunto de Estados autônomos (poder limitado nos termos da Constituição) que abdicam de sua soberania em favor de uma União. República Federativa do Brasil → pessoa jurídica de Direito Público Internacional. União → pessoa jurídica de Direito Público interno. ↪ Ambas são o Brasil, mas de formas diferente. - Os Estados-membros, o Distrito Federal e os Municípios são entidades federativas componentes, dotadas de autonomia e também de personalidade jurídica de Direito Público interno. - De acordo com o art. 1º da Constituição Federal, esta união federativa é INDISSOLÚVEL: Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito - Além disso, a forma federativa do Estado constitui CLÁUSULA PÉTRA (dispositivo constitucional imutável), conforme § 4º do art. 60 da Constituição Federal: Art. 60, § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I - a forma federativa de Estado; ✔ Governo: FoRma de GoveRno: República → o governante é eleito pelo povo. SiStema de Governo: PreSidencialiSta → o chefe de estado também é o chefe de Governo. REgimE de Governo: DEmocrático → as ações políticas são tomadas em conjunto por um corpo de cidadãos que compreende a maioria. - Governo é a atividade política organizada do Estado, possuindo ampla discricionariedade, sob responsabilidade constitucional e política. - O Governo é uma das instituições que compõem o Estado, com a função de administrá-lo. - Não se confunde com a Administração Pública em sentido estrito, que tem a função de realizar concretamente as diretrizes traçadas pelo Governo, agindo de forma subordinada. - Governos são transitórios, apresentam diferentes formas, que variam de um lugar para outro. Os Estados são permanentes. ✔ Administração Pública - A palavra "administrar" significa não só prestar serviço, executá-lo, mas também dirigir, governar, exercer a vontade com o objetivo de obter um resultado útil. - Abrange tanto a atividade superior de planejar, dirigir e comandar, como a atividade subordinada de executar. - São dois os sentidos em que se utiliza mais comumente a expressão Administração Pública: a) em sentido subjetivo, formal ou orgânico: designa as PESSOAS jurídicas, órgãos e agentes públicos incumbidos de exercer a função administrativa em qualquer um dos Poderes; b) em sentido objetivo, material ou funcional: designa a natureza da ATIVIDADE exercida pelos referidos entes; nesse sentido, a Administração Pública é a própria função administrativa que incumbe, predominantemente, ao Poder Executivo. 4 > Natureza e fins da Administração Pública: encargo de defesa, conservação e aprimoramento dos bens, serviços e interesses da coletividade. Ao ser investido em função ou cargo público, todo agente do poder assume para com a coletividade o compromisso de bem servi-la, porque outro não é o desejo do povo, como legítimo destinatário dos bens, serviços e interesses administrados pelo Estado. - A Administração Pública, portanto, está encarregada de exercer certas atividades em nome da coletividade de maneira condicionada, definida por regras e princípios de Direito Público, conjunto que podemos chamar de Regime Jurídico Administrativo. ➔ Regime Jurídico Administrativo - As normas de natureza pública podem conceder à Administração Pública tanto prerrogativas quanto restrições: ↪ Prerrogativas: quando, por exemplo, oferece ao Agente Público, o Poder de Polícia, no qual há a utilização do Poder de Império (poder de coagir o administrado a aceitar a imposição da vontade do Estado através de uma limitação ao direito subjetivo do particular). ↪ Restrições: no que diz respeito à emissão dos atos administrativos, que devem estar sempre vinculados à finalidade pública, sob pena de serem declarados nulos de pleno direito. - Neste sentido, Di Pietro expõe que “ao mesmo tempo em que as prerrogativas colocam a Administração em posição de supremacia perante o particular, sempre com o objetivo de atingir o benefício da coletividade, as restrições a que está sujeita limitam a sua atividade a determinados fins e princípios que, se não observados, implicam desvio de poder e consequente nulidade dos atos da Administração.” - Muitas dessas prerrogativas e restrições são expressas sob a forma de princípios que informam o direito público e, em especial, o Direito Administrativo. ➔ Princípios da Administração Pública “Princípios são proposições básicas, fundamentais, típicas, que condicionam todas as estruturas e institutos subsequentes de uma disciplina. São os alicerces, os fundamentos da ciência e surgem como parâmetros para a interpretação das demais normas jurídicas.” (Fernanda Marinela) ⁕ Não há hierarquia entre os princípios ⁕ Princípios Fundamentais e Implícitos - Norteiam o Regime Jurídico Administrativo, apesar de não serem mencionados expressamente. - Constituem a base de todo o sistema normativo, sendo, portanto, de alta relevância no ordenamento jurídico em geral. ⁑ Supremacia do interesse público sobre o privado - O interesse público deve prevalecer sobre o interesse privado ou individual. Isto ocorre devido ao fato de o Estado defender o interesse da coletividade quando pratica os atos administrativos e não apenas o interesse de um único administrado. - Em havendo confronto direto entre tais interesses, deve-se atribuir, em regra, prevalência ao interesse público. - Limites: respeito aos direitos e garantias fundamentais dos cidadãos, observância do princípio da legalidade, do devido processo legal, do contraditório, da ampla defesa, entre outros. Portanto, não tem caráter absoluto. 5 - Exemplos de manifestação concreta desse princípio: modalidades de intervenção do Estado na propriedade privada (desapropriação, tombamento, requisição administrativa, ocupação temporária, servidão e limitação administrativa), exercício do poder de polícia, presunção de legitimidade dos atos administrativos, cláusulas exorbitantes dos contratos administrativos, etc. ⁑ Indisponibilidade dos interesses públicos - Os órgãos e agentes públicos não podem dispor do interesse coletivo: são meros gestores da coisa pública, e não genuínos “donos”. Cabe a eles tão-só o dever de guardá-los, conservá-los e aprimorá-los para a finalidade a que estão vinculados. - À luz do princípio da indisponibilidade, é vedado aos agentes públicos renunciar a direitos atribuíveis aos entes públicos, salvo se houver expressa autorização legal (ex.: isenções fiscais,anistias, “perdões” de dívidas, etc.). Princípios Constitucionais expressos – “L I M P E” - Previstos no caput do artigo 37 da Constituição Federal: ⁑ LEGALIDADE - Enquanto o particular é livre para fazer tudo o que não lhe seja proibido, a Administração só pode agir se a lei ordenar, nos termos que a lei traz, no condicionamento e no tempo que a lei determina. - É a diretriz básica da conduta dos agentes da Administração: significa que toda e qualquer atividade administrativa deve ser autorizada por lei. Não o sendo, a atividade é ilícita. - Esse princípio representa um escudo para que a Administração não abuse dos seus poderes. ⁑ IMPESSOALIDADE - Atua em dois sentidos: ↪ Direciona que o servidor não pratique um ato para favorecer ou prejudicar alguém. ↪ Vedação à promoção pessoal do agente público. - O agente público deve atuar para o bem de TODOS, sem prejudicar ou beneficiar uma determinada pessoa, salvo quando previsto em lei → tratamento igualitário/princípio da igualdade material. 6 - No seu segundo sentido, o princípio da impessoalidade impede que a atividade administrativa esteja relacionada com a pessoa do agente público. Segundo o artigo 37 da CF, é vedado utilizar a publicidade oficial do Estado para promoção pessoal → quem atua é o ESTADO e não a pessoa física do agente público, não importa quem ele seja. - A licitação e a exigência de concurso público são concretizações decorrentes deste princípio. ⁑ MORALIDADE - Exige que o agente público paute sua conduta por padrões éticos que têm por fim último alcançar a consecução do bem comum, independentemente da esfera de poder ou do nível político-administrativo da Federação em que atue. - Em Direito Administrativo, a violação grave do dever de moralidade é chamada de improbidade administrativa e está prevista na Lei nº 8.429/92 e no artigo 37, § 4º da CF: § 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. - É exigido da Administração como um todo, de cada agente público e também dos particulares que se relacionam com a Administração. ⁑ PUBLICIDADE - Tudo aquilo que acontece na esfera administrativa deve ser publicizado. A publicidade é também condição de validade dos atos administrativos. CF, art. 5º, XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; - Esse princípio traz também exceções previstas no art. 5º, LX, quais sejam, restrição à publicidade determinada em lei para a proteção da intimidade (do particular ou do agente público) e o interesse social. - O princípio da publicidade pode ser reclamado através de dois instrumentos básicos: a) o direito de petição, pelo qual os indivíduos podem dirigir-se aos órgãos administrativos para formular qualquer tipo de postulação (art. 5º, XXXIV, ‘a’, CF); b) as certidões que, expedidas por tais órgãos, registram a verdade de fatos administrativos, cuja publicidade permite aos administrados a defesa de seus direitos ou o esclarecimento de certas situações (art. 5º, XXXIV, ‘b’, CF). ⁑ EFICIÊNCIA - Segundo Maria Sylvia Zanella di Pietro “o princípio da eficiência apresenta, na realidade, dois aspectos: pode ser considerado em relação ao modo de atuação do agente público, do qual se espera o melhor desempenho possível de suas atribuições, para lograr os melhores resultados; e em relação ao modo de organizar, estruturar, disciplinar a Administração Pública, também com o mesmo objetivo de alcançar os melhores resultados na prestação do serviço público.” - Também se espera que a Administração será eficiente com seus recursos, entregando um bom serviço ao menor custo possível, desde que não seja em detrimento da qualidade. 7 Outros Princípios ⁑ Razoável duração dos processos CF, art. 5º, LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. ⁑ Continuidade na prestação dos serviços públicos - Os serviços públicos devem ser prestados de forma contínua e permanente. Não pode, portanto, haver interrupção sem justo motivo na prestação de um serviço público. - Justo motivo para interrupção: ↪ Emergência; ↪ Falta de pagamento; ↪ Manutenção de rede. ⁑ Confiança legítima nos atos da Administração (por parte dos administrados) ⁑ Tutela ou Controle finalístico ou Supervisão Ministerial - Controle da Administração Direta sobre a Indireta (falaremos desses dois tipos em seguida) - Entre as duas não há subordinação, mas apenas vinculação. ⁑ Autotutela - Poder conferido à própria Administração para anular os seus atos ilegais ou revogar os atos legais.
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