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Motivação e adesão - Habilidades de consulta médica

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UFV – Universidade Federal de Viçosa 
Matéria: MED 182 – Habilidades Médicas II 
 
 
 
 
Educar e motivar para a adesão terapêutica (cumprimento) 
- Tarefas do médico: 
• Suspeitar ou detectar deficiências ou erros no cumprimento terapêutico. 
• Apoiar a boa predisposição do paciente 
• Ser realista e priorizar os objetivos terapêuticos: um passo depois do outro. 
• Procurar o apoio dos profissionais de enfermagem. 
• Aplicar técnicas de motivação intrínsecas e extrínsecas. 
Detectar e suspeitar a falta de cumprimento 
- Três tipos de conceitos errados do médico: 
→ Pensamos que com nosso “olho” clínico seremos capazes de detectar os maus cumpridores (toda 
parte, condição social, rótulos) 
→ Entender como causa fundamental do paciente sobre o que significa sua doença e os benefícios 
da terapia. (melhor informados não cumprem) 
→ Pensamos que um paciente mal cumpridor uma vez descoberto e doutrinado de modo 
adequado será um bom cumpridor durante o resto de sua vida. 
- Técnicas para detectar má adesão 
→ Pergunta facilitadora: “Com tantos remédios vira uma confusão, não é mesmo?” “É comum que 
alguns pacientes deixem de tomar alguns comprimidos. É o seu caso ou o senhor é muito rigoroso 
tomando os seus comprimidos?” 
→ Método da sacola: “Traga para cá, em uma sacola, todos os remédios que você tem em casa 
e, desse modo, será mais fácil revisar o que está tomando”. 
→ Método de contagem de comprimidos: estabelecer quantos comprimidos deveriam estar 
faltando nas cartelas desde o último controle e retirar os que não deve tomar. 
Apoiar a boa predisposição do paciente 
- “O senhor já fez muito vindo até aqui. O primeiro ponto para que tudo corra bem é que o senhor 
venha nos ver, e esse esforço já vale muito” 
- “Dos três comprimidos que deveria tomar, comprovamos que de fato toma apenas um... bom, já é 
alguma coisa. É quase meio caminho andado, mas agora nos esforçaremos com a outra metade. 
O senhor não acha?” 
Ser realista e priorizar os objetivos terapêuticos 
- A lei de Murphy aplicada a esse assunto prevê que, dos 10 comprimidos que um idoso deve 
tomar, vai acabar tomando exatamente três ou quatro, que são perfeitamente inúteis. 
- Tirar dele todos os comprimidos que não sejam vitais 
- Começar por garantir que os mais importantes sejam ingeridos de forma correta 
- Em uma segunda fase introduziremos os medicamentos que não são vitais. 
 
 
UFV – Universidade Federal de Viçosa 
Matéria: MED 182 – Habilidades Médicas II 
 
 
 
Procurar o apoio dos profissionais de enfermagem 
- “Trabalho com o sr. Rafael, enfermeiro que dirige um programa de educação para diabéticos. É 
especialista no tema. Acho que seria muito interessante que o senhor fosse vê-lo. Vou agendar uma 
hora com ele para o senhor...” 
- Não usar o termo “meu enfermeiro” 
Simplificar ao máximo os regimes terapêuticos 
- Escolheremos as fórmulas com dose única diária (ainda melhor as semanais), a via oral e um perfil 
terapêutico de baixa iatrogenia e máxima compatibilidade com a dieta. 
Medidas para melhorar a adesão 
- Método das caixas 
→ Colocamos na casa do paciente três caixas: uma com o desenho de um galo (ou um despertador) 
com os comprimidos que deverá tomar de manhã. A caixa do meio-dia tem o desenho de um sol. 
A da noite, uma lua. Em cada caixa deve ser colocada uma cartela ou uma caixa inteira, o que 
obriga a duplicar ou triplicar os comprimidos à disposição do paciente. 
- Método do cartões 
→ Em uma folha, recortamos e colamos cada uma das caixas com o nome dos diferentes 
medicamentos. No lado direito, deixaremos um espaço para indicar com uma figura de deve tomar 
o comprimido de manhã (galo), ao meio-dia (sol) ou à noite (lua.) 
- Método dos desenhos 
→ Diretamente sobre as diferentes caixas de medicamentos colocamos um adesivo com o desenho 
relacionado, galo, sol ou lua. 
- Sistema de dosagem individualizada (cartelas) 
→ Consiste em uma cartela tamanho Din-A$ na qual o farmacêutico colocou em cada uma das 
cavidades todos os comprimidos que o paciente deve tomar de manhã, ao meio-dia ou à noite. 
Aplicar técnicas de motivação 
- Destinadas a aumentar a autonomia do paciente, seu autocontrole e a responsabilidade sobre 
seu próprio tratamento. 
- Destinadas a responsabilizar o entorno do paciente pela administração correta. 
UFV – Universidade Federal de Viçosa 
Matéria: MED 182 – Habilidades Médicas II 
 
 
 
Entrevista motivacional 
- Causas mais frequentes de morbimortalidade tem relação com o estilo de vida: tabagismo, 
consumo de álcool, sedentarismo, obesidade, dietas pouco saudáveis, controle inadequado de 
hipertensão e diabetes. 
- O aconselhamento sistemático, com estratégia insistente e confrontadora dificulta a colaboração 
do paciente aumenta os desacordos e resistências. O paciente dará razão ao médico mas depois 
continuará com o seu hábito. O nome desse processo é reatância psicológica, resposta de oposição 
que aparece quando as pessoas recebem indicações, ordens ou pressões sobre o que deveriam 
fazer ou mudar. 
- Uma mudança de sacrifício exagerado sem benefício tangível ou gratificação a curto prazo não 
será feita com facilidade. 
- A motivação para a mudança deve estar relacionada com o que tem valor para a pessoa (família, 
saúde, trabalho, amizade) 
- Em pacientes ambivalentes, os profissionais têm tendência de criar barricadas de Gordon para 
se proteger da ameaça que o paciente se torna. Algumas dessas barricadas são: 
• Ordenar, dirigir ou encarregar 
• Alertar ou ameaçar 
• Dar conselhos, fazer sugestões ou sugerir soluções 
• Persuadir com lógica, discussão ou ensinamentos 
• Moralizar, dar sermões ou dizer aos pacientes o que deveriam fazer 
• Estar em desacordo, julgar, criticar ou culpar 
• Estar de acordo, aprovar ou implorar 
• Culpar, ridicularizar ou colocar rótulos 
• Interpretar ou analisar 
• Reafirmar, simpatizar ou consolar 
• Questionar ou colocar à prova. 
• Recuar, distrair-se, fazer piada ou mudar de assunto. 
- A ambivalência é o estado no qual coincidem ideias e sentimentos e antagônicos em relação a 
uma coisa ou conduta. Aparece como uma verdadeira âncora que impede a pessoa de avançar 
em direção a decisão de mudar. 
- Esse quadro leva à dissonância cognitiva, que é a distância entre o que é considerado como 
desejável a fazer e o que é feito na realidade. Evitar ou postergar a solução ou tentar 
deliberadamente resolver a situação. Mal-estar ao observar a necessidade de tomar uma decisão. 
Princípios da entrevista motivacional 
- Inibir o reflexo de redirecionamento: “Deveria parar de fumar o quanto antes” 
- Explorar e compreender as motivações do paciente 
→ Desejo: “Queria melhorar minha saúde”, “Desejaria não me sentir tão dependente da maconha” 
→ Atitudes: “Estive quase um ano sem consumir” “Creio que sozinho não vou conseguir” 
→ Motivos: “Minha família é o mais importante para mim” “Vou perder meu emprego se continuar 
assim” 
UFV – Universidade Federal de Viçosa 
Matéria: MED 182 – Habilidades Médicas II 
 
 
 
→ Necessidade: “Preciso melhorar minha saúde” “Precisaria mudar de ambiente” “Não poso 
continuar dessa maneira” 
- Escutar com empatia 
- Apoiar o sentido de autoeficácia: “Parabéns pelo que conseguiu até agora” “Está demonstrando 
que é capaz de voltar a tentar” “Você tem todo o meu apoio e reconhecimento pelo esforço 
realizado” “Tenho confiança em você” 
Espírito da entrevista motivacional 
- Colaboração: busca ativa das contribuições, perspectivas ou dificuldades do paciente 
- Evocação: tentar conhecer e fazer surgir as motivações do paciente para mudança, ao invés de 
impor seus próprios argumentos ou pontos de vista. 
- Aceitação: ver a pessoa como ela realmente é. 
- Compaixão: relação de ajuda incondicional e genuína, acima de seus próprios interesses. 
- Apoio à autonomia: ajuda o paciente na tomada de decisão. 
Habilidades de entrevista motivacional 
- Começar com perguntas abertas 
→ Como é o seu hábito de fumar? Em que sentido é importante beber para você? Quais 
dificuldades você vê na redução dos lanchesnas dietas? 
- Se necessário, usar as fechadas 
→ Você fuma? Quantas taças de vinho você bebe diariamente? Você faz lanchinhos entre as 
refeições? 
- Validação (afirmação): “Acredito em você, confio em você” 
- Escuta reflexiva: Repetições, refraseados, metáforas, paráfrases, reestruturações positivas, 
resumos. “Depois de me dizer tudo isso, o que acha que pode fazer?” 
- Informação e aconselhamento: Perspectiva e necessidades avaliadas antes. 
Diálogos de mudança 
- São todas as expressões do paciente direcionadas para a mudança e que podem ser classificadas 
em várias categorias: 
→ Desejo de mudança: “Eu gostaria de parar de fumar” 
→ Habilidade para mudar: “Eu poderia parar de fumar” 
→ Razões para mudar: “Fumar prejudica a minha asma” 
→ Necessidade de mudança: “Tenho que parar de fumar” 
→ Compromisso para mudar: “Vou parar de fumar” 
Entrevista motivacional breve para abordar a ambivalência 
- Pedir permissão: “ O que você acha de falarmos sobre...? 
- Perguntar sobre a manutenção: “ Do que você mais gosta do hábito de...?” “Quais vantagens você 
vê nisso?” 
- Escutar ativamente: “Aham, entendo, continue...” 
- Perguntar sobre a mudança: “Por outro lado, o que o desagrada no hábito de...?” “De que maneira 
a sua saúde é afetada por...?” “Quais razões veria para mudar?” 
UFV – Universidade Federal de Viçosa 
Matéria: MED 182 – Habilidades Médicas II 
 
 
 
- Resumir a ambivalência: “Sim, entendi bem... você gosta de beber e isso o relaxa, passa bons 
momentos com seus amigos... e, por outro lado, também me diz que se sente mais cansado, tem 
discussões em casa e está preocupado com os exames. É isso?” 
- Fazer uma pergunta ativadora: “Com tudo isso, o que pensa que deveria fazer?” “Qual seria o 
passo seguinte?” 
- Mostrar apreço: “Agradeço a sua confiança para falar de...” 
- Estimular autoeficácia: “Confio que quando você se propuser a mudar encontrará a forma de 
fazê-lo e pode contar com todo meu apoio!” 
Habilidades para manter a mudança 
- Mostrar acessibilidade 
- Dar informação e reforço (feedback) 
- Detectar situações de alto risco de recaída 
- Aportar novas habilidades de enfrentamento 
- Buscar novos apoios

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