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Geovanna Carvalho - T30 - UFCA 1 FISIOPATOLOGIA DA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA Síndrome resultante de qualquer distúrbio funcional ou estrutural do coração que causa e/ou aumenta o risco de desenvolvimento de manifestações de baixo débito cardíaco e/ou congestão sistêmica ou pulmonar. - A síndrome de insuficiência cardíaca pode ser produzida por qualquer condição do coração que reduza sua capacidade de bombeamento A perfusão adequada dos tecidos corporais depende: - capacidade de bombeamento do coração; - um sistema vascular que transporte o sangue até as células e de volta ao coração; - quantidade suficiente de sangue para preencher o sistema circulatório; - tecidos que sejam capazes de extrair e utilizar o oxigênio e os nutrientes que o sangue transporta Conceitos Função Sistólica: é a capacidade que os ventrículos possuem de bombear o sangue para a circulação, seja ela sistêmica ou pulmonar. - A função sistólica é avaliada através da fração de ejeção. Função diastólica: é a capacidade que os ventrículos possuem de relaxar (através de um processo ativo, ou seja, que requer o gasto de energia por parte das células), para se encherem de sangue sem um aumento exagerado da pressão ventricular. Fração de ejeção: é a relação entre o volume no final da diástole e o volume ejetado pelo ventrículo durante a sístole, sendo a FE considerada adequada entre 50-70% e reduzida quando abaixo de 40%. Débito Cardíaco: volume de sangue ejetado pelo ventrículo esquerdo ou direito a cada minuto. DC = frequência cardíaca X volume sistólico. Reserva cardíaca: capacidade de elevar o débito cardíaco durante o aumento de atividade. Pré-carga: grau de estiramento do coração → muito relacionado ao retorno venoso e o que chega ao coração esquerdo - Reflete o volume ou as condições de pressão do ventrículo ao final da diástole. Pós-carga: a pressão que deve ser exercida para ocorrer a ejeção de sangue dos ventrículos (resistência vascular e tensão da parede ventricular). Contratilidade (inotropismo) : capacidade de contração do coração. Representa a capacidade dos elementos contráteis (actina e miosina) do músculo cardíaco de interagir e se encurtar contra determinada pressão. - A contratilidade aumenta o débito cardíaco independente da pré e pós-carga Causas + comuns 1. Doença arterial coronariana (DAC) 2. Hipertensão 3. Miocardiopatia dilatada Geovanna Carvalho - T30 - UFCA 2 4. Doenças cardíaca valvar Contração do músculo cardíaco - Contração do músculo cardíaco necessita de ATP e cálcio - ATP é quebrado para unir as fibras na contração e desconectá-las no relaxamento. → Sequência da contração: 1. Potencial de ação percorre a fibra cardíaca e se espalha através dos túbulos T 2. Potencial de ação libera o Ca2+ armazenado no retículo sarcoplasmático e abre os canais de Ca2+ dependentes de voltagem tipo T que jogam mais cálcio extracelular para dentro da célula → aumentando a contratilidade. 3. Cálcio catalisa as reações químicas que promovem o deslizamento do filamento de actina sobre a miosina → encurtamento da fibra → contração Obs.: Sem o Ca++ adicional que entra pelos canais do tipo L, contração cardíaca seria consideravelmente mais fraca. Obs.: Abertura dos canais tipo L de cálcio é facilitada pelo segundo mensageiro adenosina monofosfato cíclico (cAMP), cuja formação está acoplada à de receptores βadrenérgicos. As catecolaminas exercem efeito inotrópico pela ligação a esses receptores. Classificações Quanto ao tempo - Aguda - Crônica Geovanna Carvalho - T30 - UFCA 3 Quanto ao sítio de origem 1. Intrínseca: causas infecciosas, degenerativas, imunológicas, genéticas etc. 2. Extrínseca: causa renal, metabólica, hipertensão, hipertireoidismo, anemias. Quanto ao mecanismo das manifestações clínicas 1. Retrógrada: enfatiza o papel da congestão venosa na evolução dos sintomas. 2. Anterógrada: enfatiza as manifestações clínicas causadas pelo DC reduzido do ventrículo acometido, com perfusão orgânica inadequada. Sistólica X Diastólica 1. Disfunção sistólica ventricular: reduz a contratilidade miocárdica → diminuição da fração de ejeção e do débito cardíaco. 2. Disfunção ventricular diastólica: fração de ejeção normal + comprometimento do relaxamento ventricular diastólico —> redução no enchimento do ventrículo → provoca diminuição na pré-carga, no volume sistólico e no débito cardíaco. → A insuficiência cardíaca no paciente pode se apresentar com características tanto de disfunção sistólica, quanto diastólica. → Tanto nos casos de disfunção ventricular sistólica quanto diastólica, os mecanismos compensatórios geralmente são capazes de manter a função cardíaca adequada no estado de repouso até estágios tardios da insuficiência cardíaca. Página 1347 Disfunção Sistólica - Diminuição da contratilidade → FE < 40% → aumento do volume diastólico final (pré-carga), da dilatação ventricular, da tensão da parede ventricular e da pressão diastólica final - Mecanismo de compensação → aumento do pré-carga → Mecanismo de frank-Starling tenta aumentar a contração → acumula sangue nos átrios e no sistema venoso → edema pulmonar ou edema periférico ● Causas: - Condições que comprometem o desempenho contrátil → miocardiopatia, doença cardíaca isquêmica - Condições que produzem sobrecarga de volume → anemia e insuficiência valvar - Condições que geram sobrecarga de pressão → hipertensão e estenose valvar - Grau de disfunção pode ser avaliado a partir de: medição do DC, da FE e pela manifestação de IC cardíaca do lado esquerdo (edema pulmonar) Disfunção diastólica - Coração capaz de contrair normalmente, mas com relaxamento prejudicado. - Enchimento anormal compromete o DC → principalmente em exercícios físicos - Prevalência aumenta com a idade, é mais comum em mulheres e em pessoas com HAS e fibrilação atrial ● Causas: 1. Condições que impedem a expansão do ventrículo → derrame pericárdico, pericardite constritiva 2. Condições que aumentam a espessura da parede e reduzem o tamanho da câmera → hipertrofia do miocárdio, miocardiopatia Geovanna Carvalho - T30 - UFCA 4 hipertrófica 3. Condições que retardam o relaxamento diastólico → envelhecimento, doença isquêmica do coração - A função diastólica é influenciada pela FC → determina o tempo para o enchimento ventricular. O aumento da FC reduz o tempo de enchimento diastólico, logo uma taquicardia ou arritmia agrava a disfunção diastólica - Disfunção diastólica de VE → altas pressões no VE → átrio E → sistema venoso pulmonar → reduz a complacência pulmonar, o que aumenta o trabalho respiratório e evoca sintoma de dispneia. - O baixo débito da disfunção diastólica ocorre não pela comprometimento da ejeção e da contratilidade, mas sim pela reduzida pré-carga disponível Direita X Esquerda → A insuficiência cardíaca foi classificada de acordo com o lado do coração (ventrículo direito ou ventrículo esquerdo) que é afetado majoritariamente. - Ao longo do tempo acabam envolvendo os dois lados, mas inicia do lado D ou Disfunção ventricular direita - Compromete a capacidade de mover o sangue desoxigenado da circulação sistêmica para a pulmonar - VD com elevação da pressão diastólica final → altas pressões nos átrios D → sistema venoso periférico → congestão → edema periférico e congestão de vísceras 1. Edema localizado em MMII em pessoas que se encontram mais em pé e edema localizado na região do sacro em pessoas que passam mais tempo deitadas. 2. Distensão venoso progride e o sangue retorna as veias hepáticas que drenam para a VCI → fígado túrgido → dor no QSD e hepatomegalia → IC direita grave gera comprometimento da função hepática (morte de hepatócitos) 3. Veias jugulares distendidas (estasejugular) ● Causas: condições que impedem o fluxo de sangue para os pulmões ou que comprometem a eficácia de bombeamento do VD - Insuficiência ventricular esquerda (principalmente) - Hipertensão pulmonar sustentada → pessoas com doenças pulmonares crônicas, pneumonia grave, embolia pulmonar ou estenose mitral ou aórtica - Infarto do VD, miocardiopatias, estenose ou regurgitação de valva tricúspide ou pulmonar - Defeitos congênitos → Tetralogia de Fallot ou CIV Obs.: quando a IC direita ocorre em resposta à doença pulmonar crônica → cor pulmonale Geovanna Carvalho - T30 - UFCA 5 Disfunção ventricular esquerda → A insuficiência cardíaca do lado esquerdo compromete o movimento de sangue da circulação pulmonar de baixa pressão para o lado arterial de alta pressão da circulação sistêmica. - Reduz débito cardíaco para a circulação sistêmica → sangue acumula no VE → átrio E → circulação pulmonar → elevação da pressão venosa pulmonar - Quando a pressão dos capilares pulmonares excede a pressão osmótica capilar ocorre um deslocamento do líquido intravascular para o interstício pulmonar e desenvolvimento de edema → edema paroxístico noturno é muito comum ● Causas: - Hipertensão arterial - Infarto agudo do miocárdio - Estenose ou regurgitação da valva mitral ou aórtica - congestão pulmonar Obs.: À medida que a pressão pulmonar aumenta como resultado da congestão, pode evoluir para produzir insuficiência cardíaca do lado direito. IC de alto débito X IC de baixo débito Insuficiência de alto débito - Tipo menos comum causada por uma excessiva carga de volume cardíaco - Função do coração está acima do normal → devido necessidades metabólicas aumentadas - Extremidades quentes e com rubor - Pressão diferencial ampliada (divergente) ou normal Geovanna Carvalho - T30 - UFCA 6 ● Causas: - Anemia grave - Tireotoxicose - Doença de Paget - Doenças que causam desvio arteriovenoso Insuficiência de baixo débito - É mais comum e caracterizada pela manifestação clínica de vasoconstrição sistêmica com extremidades frias, pálidas e as vezes cianóticas - Pressão diferencial estreitada (convergente) ● Causa: distúrbios que prejudicam a capacidade de bombeamento do coração - Doença cardíaca isquêmica - Miocardiopatia Mecanismo Compensatórios Reserva cardíaca é mantida pelos mecanismos compensatórios: - Mecanismo de FrankStarling; - Ativação de influências neurohumorais como os reflexos do sistema nervoso simpático - Mecanismo reninaangiotensinaaldosterona; - Peptídeos natriuréticos e substâncias vasoativas produzidas localmente - Hipertrofia e remodelação miocárdica Mecanismo de Frank-Starling - Opera por aumento da pré-carga → mais estiramento das fibras cardíacas e ampliação na força de contração - O aumento na contratilidade ou do inotropismo provoca o aumento do débito cardíaco, a qualquer volume diastólico final. - Diminuição no débito cardíaco e no fluxo sanguíneo renal (devido a IC) → retenção de sódio e de água → ampliação do volume vascular e do retorno venoso para o coração → aumento do volume diastólico final ventricular → compensa aumentando o DC → Embora seja um mecanismo compensatório, com o tempo ele começa a agravar o quadro da IC. - Aumento do estiramento muscular → aumenta a tensão das paredes ventriculares → aumenta o consumo de O2 pelo miocárdio → a circulação não consegue suprir a demanda aumentada e inicia um processo de isquemia → compromete o inotropismo ainda mais (piora a IC) Obs.: uso de diuréticos por pessoas com insuficiência cardíaca ajuda a reduzir o volume vascular e o enchimento ventricular, tirando a carga do coração e reduzindo a tensão sobre a parede ventricular. Atividade do sistema nervoso simpático - A estimulação do sistema nervoso simpático desempenha um papel importante na resposta compensatória à diminuição do débito cardíaco e do volume sistólico → manter a perfusão de órgãos vitais (circulação cerebral e coronariana) - Através do aumento do tônus simpático e dos níveis de catecolaminas (epinefrina e norepinefrina) Geovanna Carvalho - T30 - UFCA 7 → Esse mecanismo com o tempo também pode agravar o quadro da IC: - Estimulação de receptores beta-adrenérgicos do coração resulta em taquicardia, vasoconstrição e arritmias cardíacas. - Taquicardia → aumenta a carga de trabalho cardíaca → aumenta a demanda de oxigênio → isquemia, lesão de cardiomiócitos e redução de inotropismo Obs.: Ao promover arritmias, as catecolaminas liberadas pela estimulação do sistema nervoso simpático também podem contribuir para a elevada taxa de morte súbita observada nos casos de insuficiência cardíaca. Mecanismo da renina- angiotensina- aldosterona - IC → redução da perfusão dos rins e da filtração glomerular → conduz à retenção de água e sódio - Fluxo sanguíneo renal diminuído → aumenta secreção de renina → aumenta angiotensina II circulantes → vasoconstrição generalizada + liberação de norepinefrina + produção de aldosterona (reabsorção de sódio tubular e retenção de água) - Angiotensina II → aumenta o nível de ADH → vasoconstritor e inibidor da excreção de água → Descompensação dos mecanismos compensatórios: - A retenção de sódio e água → aumenta o volume que chega ao coração → isso ativa frank-starling até seu limite → induz aumento metabólico de O2 → isquemia - Angiotensina II e aldosterona também estão envolvidos na liberação de citocinas inflamatórias → ativam macrófagos que estimulam o crescimento de fibroblastos e a síntese de fibras colágenas → hipertrofia cardíaca e em fibrose da parede cardíaca Obs.: Como a aldosterona é metabolizada no fígado, seus níveis são ainda mais elevados quando a insuficiência cardíaca causa congestão hepática. Peptídios natriuréticos - Músculo cardíaco produz e secreta hormônios natriuréticos cardíacos com potente efeito diurético → os principais são: peptídio natriurético atrial (ANP, atrial natriuretic peptide) e o peptídio natriurético cerebral (BNP) - Em resposta ao aumento do estiramento e da pressão da câmara, eles promovem natriurese e diurese rápidas e transitórias por meio de aumento na taxa de filtração glomerular e inibição tubular da reabsorção de sódio e água. - Também inibem o sistema simpático Obs.: Os níveis circulantes tanto de ANP quanto de BNP já são elevados em pessoas com insuficiência cardíaca e podem ser detectados em exame de sangue Endotelinas - São potentes peptídios vasoconstritores liberados por células endoteliais ao longo de toda a circulação. - As endotelinas induzem a proliferação de células do músculo liso vascular e causam hipertrofia de miócitos cardíacos; aumentam a liberação de ANP, aldosterona e catecolaminas; e exercem efeitos antinatriuréticos sobre os rins. Mediadores - Existem pesquisas em andamento verificando a relação entre marcadores Geovanna Carvalho - T30 - UFCA 8 inflamatórios inflamatórios, especialmente a proteína C reativa (PCR), e a insuficiência cardíaca. - Níveis elevados de PCR têm sido associados a consequências adversas em pessoas com insuficiência cardíaca. Hipertrofia e remodelação miocárdica → O desenvolvimento de hipertrofia do miocárdio é um dos principais mecanismos pelos quais o coração compensa o aumento da carga. - Aumenta o desempenho, mas é um fator de risco para morbidade e mortalidade cardíaca - Podem resultar em mudanças na estrutura e na função cardíaca → disfunção no bombeamento e sobrecarga hemodinâmica - A hipertrofia pode ser gerada por crescimento de miócitos e de não miócitos (fibroblastos, macrófagos..) ● Tipos de hipertrofia: A) Hipertrofia simétrica com aumento proporcional no comprimento e na espessura do músculo, como ocorre em atletas; B) Hipertrofia concêntrica com aumentona espessura da parede, como ocorre na hipertensão; C) Hipertrofia excêntrica com aumento desproporcional no comprimento do músculo, como ocorre na miocardiopatia dilatada; Obs.:O crescimento descontrolado de fibroblastos cardíacos está associado ao aumento da síntese das fibras de colágeno, fibrose do miocárdio e rigidez da parede ventricular. A rigidez da parede ventricular não apenas aumenta a carga de trabalho do coração, mas a fibrose e a remodelação que ocorrem podem resultar em alterações na condução elétrica, nas quais o coração se contrai de maneira descoordenada, o que é conhecido como dissincronia cardíaca. Geovanna Carvalho - T30 - UFCA 9 Resumão Manifestações Clínicas da Insuficiência Cardíaca - Dependem da extensão e do tipo de disfunção cardíaca e da rapidez com que ela se desenvolve. - Muitas pessoas com doença cardíaca grave subjacente, independentemente de terem experimentado insuficiência cardíaca, podem ser relativamente assintomáticas, desde que mantenham uma adesão cuidadosa ao seu regime de tratamento. O excesso de sódio alimentar é uma causa frequente de descompensação cardíaca súbita. → Os sinais e sintomas incluem falta de ar e outras manifestações respiratórias; fadiga e tolerância limitada ao exercício; retenção de líquidos e edema; caquexia e desnutrição; e cianose. Pessoas com insuficiência cardíaca grave podem apresentar sudorese e taquicardia Respiratória 1. Dispneia → IC do lado esquerdo pode cursar com falta de devido à congestão da circulação pulmonar. - Durante o exercício → dispneia aos esforços - Quando o paciente está em decúbito dorsal → Ortopneia - crise súbita de dispneia durante o sono → dispneia paroxística noturna 2. Tosse → tosse crônica seca não produtiva que se agrava quando a pessoa está deitada - o broncoespasmo devido à congestão da mucosa brônquica pode causar chiado e dispneia → asma cardíaca 3. Respiração de Cheyne-Stokes → padrão respiratório de respiração periódica caracterizado por um aumento gradual na profundidade até um ponto máximo, seguido de uma redução até apneia. Geovanna Carvalho - T30 - UFCA 10 - É reconhecido como um fator de risco na IC 4. Edema Pulmonar Agudo → líquidos dos capilares pulmonar com altas pressões migram para os alvéolos → prejudica a troca gasosa - Dificuldade respiratória e cianose - Falta de ar, pulso rápido, pele fria, lábios e unhas cianóticas. Confusão mental e torpor por redução da oxigenação cerebral. - Dispneia acompanhada de tosse produtiva com catarro espumoso tingido de sangue (mistura de ar, albumina sérica extravasada dos capilares e hemácias) - Sons crepitantes à ausculta pulmonar Fadiga e fraqueza - Acompanham a redução do DC do ventrículo esquerdo → A fadiga cardíaca é diferente da fadiga geral, na medida em que normalmente não se manifesta na parte da manhã, mas aparece e progride à medida que aumenta a atividade durante o dia. → DC muito reduzido em IC esquerda grave pode gerar níveis de suprimento sanguíneo infusifientes para o encéfalo → confusão mental e perturbações de comportamento - Confusão mental, transtornos de memória, ansiedade, agitação e insônia são sintomas comuns em idosos com insuficiência cardíaca avançada, Retenção de líquido e edema 1. Manifestações clínicas resultantes do aumenta da pressão capilar: - IC direita → edema periférico e de vísceras - IC esquerda → edema pulmonar 2. Nictúria: é o aumento noturno no débito urinário que ocorre relativamente no início do curso da insuficiência cardíaca. - Ocorre devido ao aumento do débito cardíaco, do fluxo sanguíneo renal e da taxa de filtração glomerular que acompanham o aumento do retorno de sangue ao coração quando a pessoa está em posicionada em decúbito dorsal. 3. Oligúria: é a diminuição do débito urinário, é um sinal tardio relacionado com uma forte redução no débito cardíaco e com insuficiência renal resultante. 4. Transudação de líquido na cavidade pleural (hidrotórax - comum na hipertensão) ou na cavidade peritoneal (ascite - aumento de pressão nas veias hepáticas que drenam no peritônio) Caquexia e desnutrição → Caquexia cardíaca é uma condição resultante de desnutrição e da perda de tecido que ocorre em pessoas com insuficiência cardíaca em fase terminal Cianose → É a coloração azulada que surge na pele e nas mucosas causada pelo excesso de hemoglobina desaturada no sangue; muitas vezes é um sinal tardio de insuficiência cardíaca. - Cianose central → prejudica a oxigenação do sangue arterial - edema pulmonar Geovanna Carvalho - T30 - UFCA 11 - Cianose periférica → entrega deficiente de sangue oxigenado aos tecidos - IC de baixo débito Arritmias e morte súbita cardíaca → Arritmias atriais quanto ventriculares podem ocorrer em pessoas com insuficiência cardíaca. A fibrilação atrial é o tipo mais comum de arritmia. - Em pessoas com disfunção ventricular, a morte súbita é causada mais frequentemente por taquicardia ventricular ou fibrilação ventricular Resumos das manifestações clínicas 1. Falência do lado esquerdo - Mais comuns, pois distúrbios comuns (ex. isquemia, HAS) causam dano ventricular esquerdo: - Sintomas: Dispneia, ortopneia, dispneia paroxística noturna, tosse, asma cardíaca, hemoptise. Resultam de congestão pulmonar, que leva ao edema pulmonar. A expectoração pode ter coloração de ferrugem (células do vício cardíaco). - Respiração de Cheyne-Stokes. - Sinais: Estertores pulmonares, aumento cardíaco, galope protodiastólico ou 3ª bulha, pulso alternante. 2. Falência do lado direito – Na maioria das vezes causada por falência do lado esquerdo embora cor pulmonale seja uma causa comum. - Sintomas: Fadiga, astenia, anorexia, perda de massa corporal (caquexia cardíaca)*, cianose. - Sinais: Relacionados a congestão venosa sistêmica, como distensão venosa jugular, fígado e baço aumentados e tensos, ascite, edema periférico. *devido à diminuição da ingesta, aumento do metabolismo e déficit de oxigenação. 3. Insuficiência cardíaca congestiva – Sinais e sintomas de falência de ambos os lados. 4. Cor pulmonale – Aumento ventricular direito devido a hipertensão pulmonar. - Agudo: causa dilatação ventricular direita, devido a embolia pulmonar maciça. - Crônico: causa hipertrofia ventricular direita. Características - chave ● A insuficiência cardíaca do lado esquerdo causa edema pulmonar. ● As principais causas de insuficiência cardíaca do lado esquerdo são infarto do miocárdio, hipertensão e doença valvar. ● A insuficiência cardíaca do lado direito causa congestão venosa e edema periférico. ● As principais causas de insuficiência cardíaca do lado direito são doença pulmonar grave e insuficiência cardíaca do lado esquerdo crônica. Geovanna Carvalho - T30 - UFCA 12 ● A insuficiência cardíaca congestiva resulta de insuficiência de ambos os lados do coração.
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