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1. Diferenciar um quadro de vertigem periférica de central, bem como as principais causas, quadro clínico e exame físico. Artigo vertigem central e periférica ● Vertigem significa ilusão de movimento ou de posição, tipicamente de caráter rotatório. É mais comum em mulheres, prevalência de cerca 5%. 80% são periféricos. ● É uma das classificações/categorias de tontura, junto com pré-síncope, desequilíbrio e light headness. É a forma mais comum de tontura. ● Vertigem periférica o Conceito ▪ Tem como origem os canais semicirculares, sáculo, utrículo ou nos nervos vestibulares. ▪ O labirinto é constituído pelos canais semicirculares e órgãos otolíticos, responsáveis respectivamente pela sensação de movimento angular e pela sensação de movimento linear. Portanto, o acometimento dos canais semicirculares gera a sensação de movimento rotacional, enquanto o sistema otolítico de flutuação ou inclinação. o Etiologia ▪ Vertigem posicional paroxística benigna o Caracterizada por episódio único e com duração de minutos a poucas horas ▪ Neurite vestibular ● cursa de forma súbita ● vertigem prolongada ● sinonimo de labirintite ● sintomas neurovegetativos ▪ Síndrome de Ramsay Hunt – herpes zoster ótico ▪ Doença de Meniere ● distenção de canais endolinfáticos ▪ Fístula labiríntica/perilinfática ▪ Vestibulopatias recorrentes ▪ Ototoxicidade o Medicamentos: cisplatina, aminoglicosídeos ▪ Toxicidade cerebelar o Fenitoína ▪ Doenças infecciosas ▪ Distúrbios metabólicos ▪ Doenças autoimunes ▪ labirintopatias metabólicas ▪ Alterações vasculares ▪ Tumores (schwannoma vestibular) o Quadro clínico ▪ Forma intensa, com sintomas neurovegetativos como náuseas, palidez, sudorese e frequentemente sintomas auditivos. ▪ Podem se apresentar de três maneiras: ● Osciloscopia – sensação de horizonte - aos movimentos da cabeça, instabilidade de marcha e de postura, decorrentes de perda de função vestibular bilateral ● Vertigem rotatória intensa e desequilíbrio devido à perda súbita da função vestibular unilateral (ex: neurite vestibular) ● Vertigem rotatória episódica, decorrente de estimulação ou inibição adequada do sistema vestibular periférico (ex: vertigem posicional paroxística benigna, doença de Meniere) o Exame físico ▪ Exames otorrinolaringológico geral ▪ Exame neurológico ● Pesquisa de nistagmo espontâneo, semiespontâneo, de posicionamento e de posição o Na crise, as vestibulopatias periféricas unilaterais se caracterizam por: nistagmo espontâneo ausente ou com fase rápida em direção ao lado sadio, horizontal ou horizontal-rotacional; nistagmo semiespontâneo cuja fase rápida se acentua ao convergir o olhar para o lado sadio; teste de head impulse com presença de sacada corretiva ao girar a cabeça em direção ao lado lesado; presença do efeito inibitório da fixação ocular. o Na crise, as vestibulopatias periféricas bilaterais apresentam: nistagmos espontâneo e semiespontâneo ausentes; teste de head impulse com sacada corretiva ao rotacionar a cabeça para os dois lados; presença de efeito inibitório da fixação ocular. o Na intercrise, uni ou bilaterais: nistagmos espontâneo e semiespontâneo ausentes; head impulse normal ou similar ao período de crise; presença de EIFO ● Provas cerebelares ● Avaliação de equilíbrio estático e dinâmico o Testes de Romberg com queda para um dos lados, normalmente em direção ao lado hipofuncionante/lesionado. o Se unilateral, provoca alteração do tônus muscular e desvio da marcha para o lado lesado. o Ao teste de Unterberger-Fukuda, uma rotação maior que 30° sugere hipofunção vestibular do lado para qual houve desvio (dar 15 passos no lugar) ● Pares cranianos o Acuidade auditiva ▪ caso suspeite-se de síndrome de Meniere e outras doenças que cursem com lesão da orelha interna ▪ Rinne e Weber, seguindo com audiometria ▪ Bedside tests ● Head shaking nystagmus ● Head trust ou head impulse teast ● Acuidade visual dinâmica ● Teste da verticalidade visual subjetiva ● Teste da supressão do reflexo vestíbulo ocular ● Vertigem central o Conceito ▪ Tem como origem os núcleos vestibulares, cerebelo, tronco encefálico, medula espinal ou córtex vestibular. o Etiologia ▪ Vascular ● AVE, aneurisma, malformação arteriovenosa ▪ Indefinida ▪ Neoplasia ● Schwanomma vestibular ● Outros tumores cerebrais ▪ Epilepsia vestibular ▪ Hemorragia ou infarto do cerebelo ▪ Traumática – TCE ▪ Tóxica – síndrome de Wernicke-Korsakoff ▪ Esclerose múltiplas ▪ Malformação de Chiari tipo I ▪ Infecciosa ● Neurocisticercose ● Meningite ▪ Ataxia cerebelar ▪ Paralisia cerebral ▪ Demência frontotemporal o Quadro clínico ▪ Costuma ser mais branda, mais gradual e pode ser constante, sem sintomas auditivos ou neurovegetativos, com associação de sintomas neurológicos como: cefaleia, diplopia, parestesia, disartria, hemiplegia e perda de consciência. ▪ Apesar de ser menos frequente, pode ser mais grave e mais letal ▪ Vertigem caracterizada como desequilíbrio costuma ser central. o Exame físico ▪ Exames otorrinolaringológico geral ▪ Exame neurológico ● Pesquisa de nistagmo espontâneo, semiespontâneo, de posicionamento e de posição o Na crise, as vestibulopatias centrais apresentam: ▪ nistagmo espontâneo e semiespontâneo uni, bi ou multidirecionais, que podem adotar direção horizontal, vertical, obliqua, alternante ou dissociada. ▪ Teste de head impulse sem sacadas corretivas ▪ Possível ausência de efeito inibitório da fixação ocular. o Na intercrise: ▪ Nistagmos espontâneos e semiespontâneo ausentes ou com características similares ao período de crise. ▪ Teste de head impulse sem sacadas corretivas. ● Provas cerebelares o Provas de coordenação como index-nariz e diadococinesia alteradas o Avaliação da marcha – vérmis cerebelar ● Avaliação de equilíbrio estático e dinâmico o Testes de Romberg e Romberg-Barré são inespecíficos, mas geralmente se observa queda para frente ou para trás, com base de sustentação alargada. o Marcha ebriosa em doenças cerebelares, talonante em lesões do funículo posterior por sífilis ou incapacidade de deambular. ▪ Bedside tests ● Head shaking nystagmus ● Head trust ou head impulse teast ● Acuidade visual dinâmica ● Teste da verticalidade visual subjetiva ● Teste da supressão do reflexo vestíbulo ocular 2. Citar os principais exames diagnósticos para vertigem periférica e central. ● Ressonância Magnética o Recomendada em casos de crises vertiginosas intensas, vertigem associada a sintomas neurológicos e vertigem de posicionamento atípica. o Com contraste de gadolínio avalia o encéfalo, o conduto auditivo interno, o ângulo pontocerebelar, o cerebelo, o tronco encefálico e os hemisférios cerebelares na investigação de inflamações, hemorragias, infartos, desmielinização ou tumores. ● Angiografia o Suspeita de infarto do SNC ● TC o Quando angio e RM nsão estiverem disponíveis ● Eletronistagmografia e videonistagmografia o São uteis para auxiliar no diagnostico diferencial entre nistagmo central e periférico ● Potencial de evocação miogênica (VEMPs) o Avalia função otolítica ● teste calórico o testa o reflexo vestibuloocular ● Hemograma ● Glicemia ● Perfil lipídico ● Dosagem hormonal de função tireoidiana ● Testes sorológicos ● Provas reumatológicas
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