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Leucemias mieloides

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Leucemias mieloides 
HEMATOLOGIA CLÍNICA 
 
 
 
 
 
 
LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA 
 
 
Definição 
 
A LMA constitui um grupo de doenças 
caracterizadas por proliferação anormal de 
progenitores hematopoéticos, os quais são 
incapazes de amadurecer e de responder aos 
reguladores naturais de proliferação e morte 
celular. Como consequência, essas células 
malignas se acumulam na medula óssea e 
prejudicam a produção normal das células 
sanguíneas. 
 
A LMA é o tipo mais comum de leucemia aguda 
em adultos, correspondendo a cerca de 90% 
dos casos; porém, ela corresponde a menos de 
15% das leucemias em crianças com idade 
inferior a dez anos. 
 
 
Manifestações clínicas 
 
Os sinais e sintomas apresentados pelos 
pacientes decorrem da falência da 
hematopoese e/ou da infiltração de tecidos por 
células leucêmicas. Dentre eles, podem ser 
citados: 
 Fadiga, palidez e fraqueza: decorrentes da 
anemia. 
 Infecções frequentes: decorrem da 
diminuição do número de leucócitos. 
 Febre: sintoma comum, que pode ser 
resultado tanto de infecções quanto da 
própria leucemia. 
 Hemorragias, petéquias e epistaxe: 
trombocitopenia. 
 Hepatoesplenomegalia, linfadenopatia 
hipertrofia de gengivas e dor óssea: 
consequência da infiltração de órgãos e 
tecidos pelas células leucêmicas. 
 Cefaleia, convulsões e alteração visual: 
infiltração do SNC (mais raros). 
 
 
Achados laboratoriais 
 
 Leucocitose: aumento do número de 
leucócitos. 
 Anemia (normocítica e normocrômica) e 
plaquetopenia. 
 Exame morfológico: mieloblastos. A 
detecção de 20% ou mais de blastos entre os 
leucócitos do sangue periférico ou da 
medula óssea é considerado o critério 
diagnóstico de LMA pela OMS. 
 Diminuição do número de células de outras 
linhagens hematopoéticas. 
 CIVD induzida pela leucemia. 
 Alargamento do TP, TTPA e do TT devido ao 
consumo de fatores de coagulação. 
 Exames bioquímicos: 
 Aumento dos níveis de LDH – Lactato 
Desidrogenase. 
 Aumento do ácido úrico decorrente de 
elevada produção e da lise de células 
tumorais. 
 
 
Fisiopatogenia 
 
 Os fatores causais não são conhecidos. 
 Fatores ambientais: exposição à radiação 
ionizante e a derivados do benzeno. 
 A LMA resulta de alterações genéticas 
cumulativas que podem ser agrupadas em 
duas classes: 
 Alterações que afetam fatores de 
transcrição mieloides que controlam a 
diferenciação hematopoética. 
 Mutações em genes que resultam na 
ativação anormal da função de proteínas 
que atuam na transdução de sinais 
intracelulares, resultando em vantagem 
proliferativa e/ou resistência à apoptose. 
 
 
Mieloblastos típicos 
 
 Células grandes (15 a 20 μm de diâmetro) 
com núcleo arredondado ou irregular. 
 Padrão de cromatina reticulada e múltiplos 
nucléolos distintos. 
 Apresentam pouco citoplasma, geralmente 
contendo finos grânulos azurófilos e podem 
conter um número variável de bastonetes 
de Auer (grânulos azurófilos anormais nos 
lisossomos). 
 
 
 
 
Tratamento da LMA 
 
 Pacientes jovens são tratados de forma 
diferente dos idosos. 
 Normalmente é feito com duas drogas 
quimioterápicas: 
 Citarabine 
 Daunorrubicina 
 Nos protocolos pediátricos e de 
adolescentes em geral é incluída uma 
terceira droga. 
 
 
Status da leucemia após o tratamento 
 
 Remissão completa: 
 Contagem de blastos na medula óssea < 
5%. 
 Ausência de bastonetes de Auer, 
ausência de doença extramedular. 
 Contagem de neutrófilos > 1000/μL e de 
plaquetas > 100,000/μL 
 Remissão completa com recuperação 
incompleta. 
 Remissão parcial 
 Remissão completa citogenética 
 Remissão completa molecular 
 Recaída 
 
 
LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA 
 
 A LMC é uma doença clonal da célula 
progenitora hematopoética, caracterizada 
pela presença do cromossomo Filadélfia, 
produto da translocação t(9;22)(q34;p11) e 
que resulta na fusão dos genes ABL e BCR, 
gerando um novo gene híbrido e anormal: o 
gene BCR-ABL. 
 
 
 
 
 
 
 Constitui 14% de todas as leucemias. 
 Pode ocorrer em qualquer idade, sendo 
mais comum em adultos de idade mediana 
(40 – 60 anos). 
 Radiação ionizante é o único fator de risco 
conhecido. 
 Nessa doença, ocorre expansão clonal de 
uma célula-tronco pluripotente. Essa célula 
possui capacidade de se diferenciar em 
células da linhagem mieloide, linfocítica, 
monocítica ou megacariocítica. 
 Clínica: 
 Hiperplasia mieloide, leucocitose, 
neutrofilia, basofilia e esplenomegalia. 
 
 
Manifestações clínicas 
 
 As manifestações clínicas dependem da fase 
e do volume da doença. 
 
 
Fase crônica 
 
 Duração mediana (de três a cinco anos). 
 Exame clínico: palidez e esplenomegalia 
(presente em mais de 80% dos casos, 
podendo ocorrer infarto esplênico), fadiga, 
perda de peso, sudorese e febre. 
 A intensidade das manifestações clínicas 
depende do volume da doença existente, 
traduzido pela leucocitose e organomegalia. 
 Hepatomegalia discreta a moderada. 
 Hiperviscosidade, priapismo, zumbido e 
alterações visuais são observadas raramente 
e ocorrem em pacientes com elevada 
leucocitose. 
 Sangue periférico: 
 Leucocitose: acima de 25.000/L 
 Contagem diferencial: 
o Granulócitos em todas as fases de 
maturação, predominando os 
mielócitos e as formas maduras, 
enquanto os mieloblastos e 
promielócitos representam menos de 
10%. 
o Basofilia comum, podendo ocorrer 
eosinofilia. 
o Anemia normocítica em 
normocrômica. 
o Contagem de plaquetas normal ou 
aumentada. 
 Medula óssea: 
o Intensa hiperplasia granulocítica com 
morfologia geralmente normal. 
o Número de blastos inferior a 10%. 
o Hiperplasia megacariocítica. 
o Biópsia de medula: útil para ratificar a 
hiperplasia e detectar a presença de 
fibrose. 
 Exames bioquímicos 
 LDH aumentada 
 Fosfatase alcalina dos leucócitos 
diminuída. 
 Ácido úrico elevado. 
 
 
Fase acelerada 
 
 Tem duração de alguns meses e caracteriza-
se por resistência à terapêutica 
citorredutora, aumento da esplenomegalia, 
da basofilia e do número de células 
blásticas, trombocitose ou trombocitopenia, 
mielofibrose e evolução clonal citogenética. 
 Nessa fase, os pacientes podem estar 
assintomáticos ou mais frequentemente 
apresentar febre, sudorese noturna, perda 
de peso e dores ósseas. Qualquer desses 
achados, mesmo ocorrendo isoladamente, é 
suficiente para definir a fase acelerada da 
doença. 
 
 
Crise blástica 
 
 Considera-se que a LMC está em crise 
blástica quando o número de blastos é 
superior a 20% na medula óssea ou no 
sangue periférico. Essas células imaturas são 
mieloblastos em 50% dos casos, linfoblastos 
em 25% e no restante são células 
indiferenciadas. 
 Nessa fase, é comum a presença de febre, 
sudorese noturna, anorexia, perda de peso e 
dores ósseas. A esplenomegalia aumenta e a 
infiltração extramedular pode estar 
presente, particularmente nos linfonodos, 
pele, ossos e SNC. 
 A crise blástica isolada em sítios 
extramedulares precede a infiltração da 
medula óssea. 
 Alguns pacientes, quando tratados, podem 
voltar para a fase crônica da doença, porém 
esta é de curta duração. A expectativa de 
vida sem tratamento é de 3 a 6 meses após 
o início da crise blástica. 
 
 
Diagnóstico 
 
 O achado da leucocitose neutrofílica, com 
presença de células mieloides em várias 
fases de maturação associada à basofilia e à 
inexistência de doença infecciosa ou 
neoplásica sistêmica praticamente definem 
o diagnóstico. 
 Confirmação do diagnóstico: presença do 
cromossomo Filadélfia ou do gene BRL-ABL. 
 
 
Exames 
 
 Mielograma: 
 Série granulocítica: intensamente 
hiperplasiada com predomínio de células 
maduras, discreta eosinofilia e basofilia. 
 Serie megacariocítica: normocelular com 
alguns elementos hipolobulados. 
 Hemograma: 
 Anemianormocítica e normocrômica. 
 Leucocitose 
 Predominância de células da linhagem 
mieloide 
 Trombocitopenia, plaquetas normais ou 
trombocitose. 
 RT-qPCR: 
 Útil na detecção de doença residual após 
quimioterapia ou transplante de medula 
óssea. 
 Monitoração da resposta molecular: 
 Três a seis meses 
 A cada seis meses após resposta. 
 
 
Tratamento 
 
 -Interferon 
 Inibidores da tirosinocinase 
 Transplante de células-tronco 
hematopoéticas (mais eficiente).

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