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História do Sistema deHistória do Sistema de Saúde BrasileiroSaúde Brasileiro @resumosdeju Evolução das Políticas de Saúde Brasil Colônia e Império República Velha (1889 a 1930) Diretamente relacionada à evolução político-social e econômica de forma indissociável; Acompanhou o avanço do capitalismo no Brasil; A saúde nunca foi prioridade para a política de estado brasileira; Ações de saúde para importantes grupos sociais de regiões economicamente importantes para a estrutura social; Os direitos sociais são resultados da luta e reivindicação dos trabalhadores; Em determinados períodos, a história da saúde cruza e até se confunde com a história da previdência social. A capital era Salvador e passou a ser Rio de Janeiro; "Limpeza” das doenças do Rio de Janeiro; Fundação das academias médico- cirúrgicas no Rio de Janeiro e na Bahia; Início de políticas interventivas em saúde (controle de epidemias). Ações desenvolvidas: Delegação das atribuições sanitárias às juntas municipais; Controle de navios e saúde dos portos. 1850: febre amarela no Rio de Janeiro → criação da junta de higiene pública; Período marcado pela busca de controle sanitário mínimo da capital do império; Só demandavam ações de saúde os problemas de saúde ligados diretamente à economia; Emergência do modelo assistencial sanitarista/campanhista: ações pontuais e para grupos específicos. → cidade do Rio de Janeiro → centro de ações sanitárias: 1500: chegada dos colonizadores; Os problemas de saúde dos indígenas ficaram mais graves com a colonização; Sem modelo de atenção à saúde e sem interesse de criação por parte de Portugal; Atenção à saúde: recursos da terra (plantas e ervas) e curandeirismo; No Brasil Colônia, a doença era vista como castigo ou provação; Os padres jesuítas cuidavam dos enfermos nas Santas Casas de Misericórdia; O curandeirismo era praticado por físicos e cirurgiões barbeiros; 1808: Chegada da família real portuguesa → sede provisória do império português A abolição da escravatura e o capitalismo favoreceu a visão dos trabalhadores como “capital humano”. Primeiras indústrias, mas o modelo econômico predominante ainda era o agrário-exportador; Precárias condições de vida e de trabalho levaram ao surgimento de movimentos operários; Em busca de direitos trabalhistas e melhores condições de trabalho, foram realizadas duas greves gerais (1917 e 1919) → embriões da legislação trabalhista e previdenciária; Quadro sanitário caótico → doenças transmissíveis, grandes epidemias e doenças pestilenciais: Febre amarela; Varíola; Sífilis; Tuberculose; Endemias rurais. As doenças prejudicavam o comércio exterior e a imigração (mão de obra estrangeira para cafeicultura e indústria) → os navios estrangeiros não queriam atracar no porto do Rio de Janeiro, devido à situação sanitária; 1902: eleição de Rodrigues Alves para presidente da república, implantando um programa de governo voltado à: Melhoria do porto do Rio de Janeiro; Reforma e embelezamento da cidade; Combate a epidemias. Nomeação de Oswaldo Cruz como Diretor do Departamento Federal de Saúde Pública, propondo erradicar a epidemia de febre amarela no Rio de Janeiro: Exército de 1500 pessoas para desinfecção e combate ao mosquito transmissor. Modelo campanhista → perspectiva militar (os fins justificam os meios) → uso de força e autoridade; Lei 1261/1904: institui a vacinação anti- varíola obrigatória → revolta da vacina; Mesmo com exageros, o modelo campanhista erradicou a febre amarela @resumosdeju Oswaldo Cruz determinou como elementos das ações de saúde: Registro demográfico; Uso do laboratório como auxiliar do diagnóstico; Fabricação de produtos profiláticos para uso em massa. O Estado começa a assumir responsabilidade sobre a saúde dos trabalhadores; Lei Eloy Chaves em 1923: cada empresa ferroviária do país deveria criar um fundo de aposentadoria e pensão (CAP); Marco inaugural da previdência social no Brasil; Trabalhadores ferroviários marítimos; Caixas de Aposentadoria e Pensão (CAPs): Formulada por empresas; Oferta de aposentadorias e pensões; Serviços funerários, assistência médica à família e medicamentos por preço especial em troca de contribuições mensais dos empregados e empregadores. Assistência por acidente de trabalho; Financiamento e gestão: trabalhador e empregador. Caráter semi-público, sendo administrativamente autônomas, mas fiscalizadas pelo Conselho de Trabalho; ·Atendeu primeiro aos ferroviários, depois aos marítimos e estivadores. Exclusão de boa parte da população brasileira; Não se estendia a grande parte das zonas rurais. no Rio de Janeiro; Assistência à saúde de baixa qualidade @resumosdeju Criação do Ministério da Educação e Saúde Pública (Mesp): responsabilidade sobre tudo o que dizia respeito à saúde da população e não se enquadrava na medicina previdenciária: Serviço Especial de Saúde Pública (SESP): controlar a malária no Vale do Rio Doce e na Amazônia (região economicamente interessante no período); Formação de técnicos e especialistas em saúde pública; Fortalecimento do modelo de prestação de serviços. Marcos institucionais: Criação do Ministério da saúde em 1953; Reorganização dos serviços do Departamento Nacional de Endemias Rurais em 1956; Campanhas nacionais contra a lepra e de controle e erradicação de doenças, como a malária, de 1958 a 1964; 3ª Conferência Nacional de Saúde em 1963. mercado formal de trabalho era excluída do sistema e contava apenas com serviços assistencialistas para indigentes, oferecidos por prefeituras, governos estaduais e entidades filantrópicas; Era Vargas (1930 a 1964) Governo de Getúlio Vargas → regime corporativista → trabalhadores assalariados urbanos como ponto de sustentação política; Promulgação de leis trabalhistas; Criação de estrutura sindical do Estado; Estendeu os benefícios da previdência para todas as categorias operárias urbanas organizadas; 1933 → substituição das CAPs pelos IAPs (Institutos de Aposentadoria e Pensão) → trabalhadores organizados por categoria profissional (marítimos, comerciários e bancários), e não mais por empresa; Administração segundo o modelo da lei Eloy Chaves, mas com acréscimo da participação direta do Estado em cada instituto; Direção dos IAPs: Presidente ou diretor nomeado pelo presidente da República; Assessoria de um colegiado; Representação igualitária de empregados e empregadores (4 a 8) indicados pelos sindicatos. IAPs → modelo tripartite → contribuição dos trabalhadores, patrões e da União (diretamente); Benefícios dos IAPs: Aposentadoria; Pensão em caso de morte, para familiares ou beneficiários; Assistência médica e hospitalar com internação por até 30 dias; Socorros farmacêuticos. A grande parcela da população fora do Campanhas sanitárias Santas Casas de Misericórdia Criação das CAPs em 1923 IAPs substituíram as CAPs a partir de 1933 Assistência médica apenas para determinadas categorias profissionais Saúde pública a cargo do Mesp Autoritarismo (1964 a 1985) Exclusão da participação da sociedade nos rumos da previdência; Centralização da autoridade decisória → fusão dos IAPs em 1966 → criação do Ins- @resumosdeju Concentração de todas as contribuições previdenciárias; Gestão das aposentadorias, pensões e assistência médica de todos os trabalhadores formais. Inclusão dos trabalhadores rurais (1971), empregados domésticos (1972) e autônomos (1973); De 1968 a 1974: política de saúde caracterizada pela reorganização do sanitarismo campanhista do início do séc. XIX e do modelo de atenção médica previdenciária do período populista; Estado como gerenciador do sistema de seguro social e extinção da participação da sociedade na gestão do sistema; Criação do Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social (SINPAS). Sistema complexo administrativa e financeiramente → criação de estrutura administrativa própria → Instituto Nacional da Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS) em 1977 → mantém a compra de serviços do setor privado; Modelo médico privatista/curativo: foco na doença e no doente, sematuar sobre as necessidades reais da população. Conferência de Alma-Ata (1978): Primeira Conferência Internacional sobre Atenção Primária à Saúde; Ponto culminante da discussão contra a elitização da prática médica e inacessibilidade das grandes massas populacionais; Reafirmou a saúde como direito fundamental do homem e responsabilidade dos governos; Reconhecimento da determinação intersetorial da saúde; Resultou em um olhar diferenciado para a oferta de ações e serviços de saúde no mundo. Política econômica e repressão → -tituto Nacional de Previdência Social (INPS): Aumentos constantes dos custos da medicina curativa; Diminuição do crescimento econômico e, consequentemente, redução das receitas do sistema previdenciário; Incapacidade do sistema em atender cada vez mais pessoas marginalizadas; Desvio de verba do sistema previdenciário para cobrir despesas de outros setores; Não repasse de recursos do tesouro nacional pela União para o sistema previdenciário (tripartite). 1982 → Criação do Conselho Consultivo de Administração da Saúde Previdenciária (CONASP), ligado ao INAMPS, para: Aumentar a produtividade; Melhorar a qualidade da assistência; Equilibrar as ações ofertadas à população urbana e rural. O CONASP deveria atuar como organizador e racionalizador da prática médica, instituindo medidas moralizadoras na área da saúde; Primeiras ações descentralizadas no Brasil → Ações Integradas de Saúde (AIS) em 1983/1984 → MARCO INICIAL DA ATENÇÃO PRIMÁRIA NO BRASIL: Projeto interministerial → Previdência + Saúde + Educação; Novo modelo assistencial incorporando o setor público; Integração de ações curativas- preventivas e educativas. desemprego → aumento da marginalidade, favelas e mortalidade → incapacidade do modelo curativo de solucionar problemas de saúde coletiva, causando: Unificação dos IAPs em INPS em 1966 Criação do INAMPS em 1977 @resumosdeju Início do movimento da Reforma Sanitária Políticas de saúde não privilegiavam o setor saúde Criação das CONASP em 1982 Criação das AIS em 1983 Fim da Ditadura (1985 a 1988) Criação das associações dos secretários de saúde estaduais (CONASS) e municipais (CONASEMS); Movimento Sanitário Brasileiro: VIII Conferência Nacional de Saúde, em 1986: Lançou as bases da reforma sanitária e do Sistema Único Descentralizado de Saúde (SUDS); Destacou o conceito ampliado de saúde → direito de todos e dever do Estado; Grande marco da reforma sanitária brasileira; Participação dos usuários pela primeira vez; Discutiu e aprovou a unificação do sistema de saúde; Propôs a criação do Sistema Único de Saúde (SUS). SUDS: objetivou fortalecer os estados no processo de descentralização das ações e serviços para os municípios (entre 1987 e 1989); Promulgação da nova Constituição em 1988. Fortalecimento do movimento da Reforma Sanitária Brasileira VIII Conferência Nacional de Saúde Criação do SUDS em 1987 Criação das SUS em 1988 Período Pós-Constituinte Constituição Federal de 1988, capítulo VIII da Ordem social, seção II, artigo 196: O SUS é inserido nas políticas públicas de seguridade social, que abrange a Saúde, a Previdência e a Assistência Social; Artigo 198. “As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: Descentralização, com direção única em cada esfera de governo; Atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; Participação da comunidade. Embora tenha sido definido pela CF em 1988, o SUS só foi regulamentado em 19 de setembro de 1990, através da lei 8.080: definiu o modelo operacional do SUS e sua forma de funcionamento; Definição de saúde: “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.” “A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais; os níveis de saúde da população expressam a organização social e econômica do País.” @resumosdeju Princípios doutrinários do SUS: Universalidade; Equidade; Integralidade. Princípios organizativos do SUS: Hierarquização; Participação popular; Descentralização político- administrativa. O SUS não é só assistência médico- hospitalar, também é: Prevenção, vacinação e controle de doenças; Vigilância sanitária e de segurança do trabalho; Regulação do registro de medicamentos, insumos e equipamentos; Controla a qualidade dos alimentos. Adesão aos princípios e diretrizes do SUS Extinção do INAMPS Implantação do SUS Obstáculos na consolidação do SUS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS SOUZA, Natale Oliveira de; BORGES, Jakeline; COLETTO, Yara Cardoso. Legislação do SUS esquematizada e comentada. 3ªed. Salvador: SANAR, 2019.
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