Buscar

Síndrome de Cushing

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Síndrome de Cushing 
 
Introdução 
 
A síndrome de Cushing é a condição clínica resultante da exposição crônica a 
níveis circulantes excessivos de glicocorticoides. É também conhecida como 
hipercortisolismo. A causa mais comum da síndrome consiste na secreção 
excessiva de ACTH pela adenohipófise (doença de Cushing). 
A síndrome de Cushing reflete uma série de manifestações clínicas, as quais 
resultam da exposição crônica a um excesso de glicocorticoides de qualquer 
etiologia. O distúrbio pode ser dependente de ACTH ou independente de ACTH, 
bem como iatrogênico. 
O termo doença de Cushing refere-se, especificamente, à síndrome de Cushing 
causada por um adenoma de corticotrofos hipofisários. 
 
Etiologia 
A síndrome de Cushing pode ocorrer de modo espontâneo ou em consequência 
da administração crônica de glicocorticoides (síndrome de Cushing iatrogênica). 
É nove vezes mais comum nas mulheres do que nos homens. 
 
1. NÃO IATROGÊNICA 
 
A. Hipersecreção de CRH pelo hipotálamo 
Em casos raros, pacientes com síndrome de Cushing apresentam hiperplasia 
difusa das células corticotróficas da hipófise como causa responsável pela 
hipersecreção de ACTH. A hiperplasia deve-se, provavelmente, à hipersecreção 
de CRH pelo hipotálamo ou por tumores não hipotalâmicos que secretam CRH 
ectópico. A hipersecreção crônica de CRH não provoca adenomas hipofisários. 
 
B. Doença de Cushing hipofisária 
A doença de Cushing constitui a causa mais comum de hipercortisolismo não 
iatrogênico. 
Os pacientes com doença de Cushing apresentam adenoma hipofisário, 
causando secreção excessiva de ACTH. Esses adenomas estão localizados na 
adenohipófise, medem geralmente menos de 10 mm de diâmetro 
(microadenomas) e são compostos por células corticotróficas basofílicas 
contendo ACTH em grânulos secretores. Os macroadenomas são menos 
comuns, enquanto os carcinomas são extremamente raros. Na doença de 
Cushing, a hipersecreção crônica de ACTH causa hiperplasia bilateral do córtex 
da glândula suprarrenal. 
 
C. Síndrome do ACTH ectópico 
 
Na síndrome do ACTH ectópico, um tumor não hipofisário sintetiza e secreta 
quantidades excessivas de ACTH biologicamente ativo ou de um peptídeo 
semelhante ao ACTH. 
 
2. IATROGÊNICA 
 
D. Administração de glicocorticoides exógenos: 
 
Administração de glicocorticoides em altas doses no tratamento de distúrbios 
não endócrinos. 
 
Fisiopatologia 
 
A. Doença de Cushing 
 
Na doença de Cushing, ocorre produção excessiva e persistente de ACTH pelo 
adenoma hipofisário. A hipersecreção de ACTH é desordenada, episódica e 
aleatória; o ritmo diurno normal de secreção de ACTH e de cortisol está muitas 
vezes ausente, e os valores do cortisol obtidos à meia-noite estão elevados e 
podem ser usados em procedimentos diagnósticos. Os níveis plasmáticos de 
ACTH e de cortisol variam e, algumas vezes podem estar dentro da faixa normal. 
Todavia, o hipercortisolismo é confirmado pela determinação do cortisol livre na 
urina de 24 horas. O nível excessivo de cortisol não suprime a secreção de ACTH 
pelo adenoma hipofisário. maioria dos pacientes (90%) com doença de Cushing 
apresenta uma resposta exagerada do ACTH e do cortisol plasmáticos à 
estimulação pelo CRH e supressão incompleta da secreção de ACTH e de 
cortisol pelos glicocorticoides exógenos (p. ex., teste de supressão com 1 mg de 
dexametasona). 
 
B. Síndrome do ACTH ectópico 
 
Na síndrome do ACTH ectópico, a hipersecreção de ACTH e de cortisol é 
aleatória e episódica e quantitativamente maior que a de pacientes com doença 
de Cushing. De fato, os níveis plasmáticos e a excreção urinária de cortisol, 
androgênios suprarrenais e outros esteroides estão, com frequência, 
acentuadamente elevados. A secreção ectópica de ACTH por tumores 
geralmente não é suprimida pela administração de glicocorticoides exógenos, 
como a dexametasona. 
 
C. Síndrome do CRH ectópico 
 
Do ponto de vista clínico, a síndrome do CRH ectópico é indistinguível da 
síndrome do ACTH ectópico. Todavia, do ponto de vista bioquímico, as 
concentrações plasmáticas de CRH estão elevadas (não suprimidas), e a 
secreção de ACTH estimulada pelo CRH pode ser suprimida por altas doses de 
dexametasona (o que não ocorre na síndrome do ACTH ectópico). Algumas 
vezes, tumores não hipofisários produzem ectopicamente tanto CRH quanto 
ACTH. 
 
Manifestações Clínicas 
 
Os glicocorticoides afetam quase todas as células do corpo, e, em consequência, 
os sinais de excesso de cortisol têm impacto emmúltiplos sistemas fisiológicos, 
com suprarregulação da gliconeogênese, da lipólise e do catabolismo das 
proteínas, causando manifestações mais proeminentes. 
 Face em forma de Lua cheia 
 Pletora facial 
 Estrias cutâneas 
 Gibosiddade supraclavicular 
 Abdome em “pêndulo” 
 Equimoses 
 Fragilidade capilar 
 Fraqueza muscular proximal 
 
 
FIGURA 1: Manifestações clínicas da síndrome de Cushing. A. Observe a obesidade 
central e as estrias largas e violáceas (B. visão ampliada). C. Pele fina e frágil de um 
paciente idoso com síndrome de Cushing. D. Hiperpigmentação das articulações dos 
dedos da mão de um paciente com excesso de hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) 
ectópico. 
 
Diagnóstico 
 
A primeira etapa mais importante no manejo de pacientes com suspeita de 
síndrome de Cushing consiste em estabelecer o diagnóstico correto. 
Os erros no manejo clínico, que levam à realização desnecessária de exames 
de imagem ou de cirurgia, são cometidos, em sua maior parte, porque o 
protocolo diagnóstico não é seguido. 
Pode-se considerar o diagnóstico de síndrome de Cushing como estabelecido 
se os resultados de vários exames forem consistentemente sugestivos da 
síndrome. Esses exames podem incluir aumento da excreção de cortisol livre na 
urina de 24 horas em três coletas separadas, incapacidade de suprimir de 
maneira apropriada o cortisol pela manhã após exposição noturna à 
dexametasona e evidências de perda do ritmo circadiano de cortisol com níveis 
elevados à meia-noite, o momento em que a secreção está fisiologicamente mais 
baixa. 
 
 Teste de supressão com dexametasona em dose baixa 
 Cortisol plasmático ou salivar Noturno 
 Cortisol livre na urina de 24h. 
 
 
Lupébhia Tarlé 
Instagram: @lupebhia 
 
REFERÊNCIAS: 
Livro: GOLDMAN, L. Cecil Medicina. Elsevier, 24º ed. 
Livro: JAMESON, J. L.; KASPER, D. L.; LONGO, D. L.; FAUCI, A. S.; HAUSER, 
S. L., LOSCALZO, J. Medicina interna de Harrison. 20. ed. Porto Alegre: 
AMGH, 2020. 
Livro: Vilar L. Endocrinologia Clínica. 5a ed. – Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan; 2013.

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Perguntas Recentes