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· Tipos de movimentos · Reflexos: fazem uma interação específica com a medula espinhal, pela via mais inferior, gerando movimentos involuntários. · São simples, rápidos, estereotipados (sempre do mesmo jeito, não há envolvimento do córtex), involuntários e integrados na medula. · Os estímulos sensoriais vão apenas para até a medula e o estímulo motor volta pro músculo. · Lesões no córtex: deixa de inibir os reflexos e eles ficam exacerbados (hiperreflexia). · Voluntários: · São comandados por áreas cerebrais superiores, dependem do córtex. · São proposicionais, complexos (variáveis e abundantes). · Lesão cortical: demora a iniciar o movimento (delay no córtex para iniciar). · Eles melhoram com a prática, através de repetição e especificidade. · Automáticos (rítmicos): · Toda vez que repetimos muito um movimento, ele se torna automático. · A atividade do córtex é necessária apenas para começar, assim que entra em padrão rítmico, o córtex deixa de agir. · O ritmo é mantido pelo tronco encefálico. · Andar, mascar chiclete… · Movimentos voluntários e automáticos se misturam no controle postural e no ato motor mais delicado. Para que qualquer movimento seja realizado, há uma tríade: · Percepção: é preciso receber todas as informações sensoriais do ambientes (todas as informações sobre um objeto) pelo córtex sensorial, que manda essas informações para áreas cognitivas (de controle motor) e então planejam a melhor estratégia motora que você deve fazer. · quanto de flexão de ombro, abertura da mão, extensão de punho… precisa fazer. · Cognição: planejamento motor do movimento; · Ação: acionamento do movimento pelos músculos · O tempo desde a percepção até a ação é considerado o tempo de reação. Planejador: córtex pré-motor e suplementar; Controlador: cerebelo e núcleos da base; Ordenador: tronco encefálico e medula espinhal; Efetor: músculos Medula espinhal Se encontra dentro do canal vertebral até L2 (abaixo é cauda equina: raízes periféricas). A medula possui 2 grandes funções: · Condução de estímulos: leva impulsos até o músculo; se está lesionada, mesmo com a percepção e com a cognição, o estímulo não chega ao músculo, então há perda do movimento. · Controle de reflexos: já discutido acima. Até 4 meses intra-uterino, a medula e o canal vertebral crescem simetricamentes. Após esse período, o osso cresce mas a medula não mais, fazendo com que as raízes se alonguem, formando a cauda equina. Na medula, a substância cinzenta é interna e a substância branca, é externa. · Substância branca: por onde chegam os axônios; · Substância cinzenta: corpos de neurônio, onde os axônios se integram para formar reflexos. · As raízes sensitivas chegam na parte posterior do H medular (na subst. cinzenta) e as raízes motoras saem da parte anterior. · Considerações anatomoclínicas Na substância branca: · Funículo posterior (fascículo): vias que sobem (aferente - informação sensorial) - tátil e propriocepção. · Via espinotalâmica: fica na parte anterior, mas é aferente - informação térmica e dolorosa. · Trato corticoespinhal lateral e anterior: fazem conexão com a coluna anterior da substância cinzenta; são vias motoras (eferentes). · TCL: responsável por levar informação a músculos distais do MMSS principalmente (sistema lateral). · TCA: leva informações para músculos axiais (sistema medial). Vias térmicas e dolorosas cruzam na medula: acometimento contrário à lesão. Vias proprioceptivas e motoras cruzam no córtex: acometimento do mesmo lado. · Lesão da coluna anterior da medula (Brown-sequard): déficit motor de MMSS do mesmo lado e térmico e doloroso do lado contrário. · Lesão da coluna posterior da medula: por HPV - déficit em propriocepção e tato do mesmo lado. · Reflexos espinhais No reflexo patelar, por exemplo, testamos as raízes responsáveis pela contração do quadríceps (L3-L4). O estímulo chega até a medula e ali, o interneurônio faz a associação da informação sensorial, vinda do neurônio sensitivo, com a informação motora, transformando em movimento através do neurônio motor. Os reflexos sofrem influência do SNC, que regulam o grau de atividade do neurônio motor. Lesões no córtex causam uma hiperatividade dos reflexos (hiperreflexia). Qualquer estímulo sensorial dado a um segmento é recebido pela região posterior da medula (raiz dorsal). Os interneurônios estão no H medular da substância cinzenta. · O neurônio motor também é conhecido como neurônio alfa, neurônio motor inferior, neurônio eferente motor… O trato corticoespinhal (via motora), que chega na coluna anterior, regula a atividade do neurônio alfa - no repouso estamos inibidos. · Com lesão da via motora, a atividade do trato corticoespinhal reduz e não consegue regular a resposta inibitória do neurônio motor alfa, tendo sua atividade aumentada, fazendo com que a amplitude do reflexo seja muito mais alta. · Quanto maior a amplitude de reflexo que o paciente neurológico apresentar numa fase precoce, pior é o seu quadro motor, indicando uma quantidade de lesão na via motora muito grande. · Receptores periféricos · Fuso muscular: Estrutura sensorial localizada no músculo, importante para a percepção da variação de comprimento da fibra muscular durante o dia (alongamento). No estiramento muscular (alongamento rápido), o fuso detecta a variação de comprimento e dispara como uma via sensorial (aferência). Como resposta, temos o aumento do tônus do músculo, ou seja, o neurônio motor alfa faz o músculo contrair. · Essa contração é totalmente involuntária. · Nosso tônus muscular é basicamente uma atividade reflexa do NM-alfa. Quem leva a informação sensitiva do fuso é o neurônio aferente Ia. O NM-alfa contrai o agonista e o interneurônio inibitório Ia relaxa o antagonista, por uma sinapse inibitória; processo chamado de inibição recíproca. · Se agonista e antagonista contraem juntos, temos co-contração, muito comum no Parkinson. Devido a rigidez muscular, ele trava no movimento, na marcha… O reflexo pelo fuso muscular é um reflexo envolvido na precisão e ajuste do movimento frente a um estiramento, como quando é adicionado uma certa quantia de peso em nossas mãos e reajustamos a nossa contração, de forma involuntária, para suportar o peso, sem deixar que ele caia. · Se esse peso excede o que conseguimos suportar, o fuso muscular não aguenta e não há resposta provinda dele. · Reflexo tendinoso de Golgi: Sua maior ativação acontece no alongamento sustentado ou força máxima pela ativação do OTG. Agora, o fuso muscular do agonista é inibitório, pois, com a tensão máxima do músculo, é preciso fazer uso de um canal inibitório para evitar uma possível lesão. O OTG é ativado pela via Ib e o NM-alfa faz a inibição do agonista. · Reflexo de extensão cruzada: Frente a um estímulo doloroso, temos uma ação reflexo de retirada; ao pisar em um caco de vidro, por exemplo, retiramos (flexionamos) uma perna, e com a outra fazemos a extensão. O estímulo doloroso chega à medula espinhal e faz uma conexão do mesmo lado e do lado contrário. O lado contrário aumenta a sua atividade para se manter em pé, enquanto retiramos a outra perna. · Na marcha: quando estamos no balanço, nossa medula entende involuntariamente, que o quadríceps precisa ativar (pela contração realizada pelos motoneurônios alfa). Depois dos anos 2000, foi descoberto que temos, na região lombar, um GPC (gerador de marcha automática) - não necessariamente precisamos do córtex para andar, por conta desse reflexo.
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