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Direito Empresarial - Recuperação Empresarial Trata-se de anotação pessoal e resumos pré-elaborados de aulas acerca de Direito Empresarial. Prof. Prof. Pedro Ivo Lins Moreira LEI DE RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS - A LEI N. 11.105/05 - INTRODUÇÃO Sob a perspectiva da Lei n. 11.101/05, qual seria o conceito de empresa? Empresa é atividade econômica que envolve o conjunto organizado de capital, tecnologia e trabalho para produção ou circulação de bens e serviços. Sob a perspectiva da Lei n. 11.101/05, qual seria o conceito de empresário? Aquele (físico ou jurídico)que explora essa atividade organizada visando o lucro. A Lei n. 11.101/05 surgiu devido a necessidade de se ter um diploma (norma) específico que resolvesse com eficácia problemas específicos que não eram resolvidos nos demais âmbitos do Direito; ainda mais sobre esse assunto (empresa/recuperação) que é tão importante no Brasil e no mundo. Uma lei que trata de recuperação de empresas teria que obrigatoriamente tratar sobre tutela de crédito. PRINCÍPIOS DA LEI N. 11.105/05 1. Preservação da empresa A empresa gera empresa, tributos, bens, assim, a empresa deve ser protegida e preservada 2. A separação dos conceitos de empresa e empresário A lei não quer proteger os sócios, os donos, ela quer proteger a empresa. 3. Recuperação dos empresários recuperáveis A lei busca recuperar empresas que podem se recuperar. Por exemplo, empresas que produzem CD (algo que ninguém mais utiliza), entretanto não existe mercado para isso, pois o desenvolvimento da tecnologia com plataformas cheias de músicas acabou com a necessidade de bens e serviços. 4. Retirada do mercado de empresários não recuperáveis Darwinismo econômico, é preciso tirar empresas ineficientes para abrir espaço para as novas (com mais tecnologia, com mercado) 5. Proteção dos trabalhadores Visto que os trabalhadores e os sócios estão distantes um dos outros, por isso estes devem estar inseridos na lei de recuperação 6. Redução os custos do crédito no brasil A lei sobre recuperação já tinha mais de 60 anos e precisava de uma nova. Busca-se dar benefícios para alguns setores da economia. 7. Maximização do valor do ativo A preocupação do legislador é criar normas que cuidem da maximização do valor do ativo, quando uma empresa não sabe cuidar dos seus ativos a lei encontrará uma forma de cuidar. 8. Celeridade e eficiência dos processos judiciais Em qualquer âmbito relacionado à justiça é necessário. 9. Segurança jurídica Aquele texto de lei que aparenta ser claro está cada vez mais sendo alterada pelo judiciário por meio da jurisprudência flexibilizando alguns de seus dispositivos 10. Participação ativa dos credores Devem participar 11. Democratização da recuperação de ME e EPP Todas devem ser vistas como iguais, estas empresas em específico devem adentrar a lei também. 12. Rigor na punição de crimes Punir crimes relacionados a falência e recuperação de empresas deve ser punido com mais rigor. FUNÇÃO DA EMPRESA Função Social A empresa gera benefícios sociais, pois é atividade que gera lucro, postos de trabalho, pagamento de tributos, pagamento de tributos, promoção de oferta de bens e serviços, relação de troca, fortalecimento da concorrência, etc. Por esses motivos, o legislador construiu um diploma para a empresa sem perder os benefícios sociais mesmo que seja decretada a falência. Pode-se ter como dispositivo base sobre a necessidade da função social da empresa o art. 170, III, da CF que fala sobre função social da propriedade. Art. 47. A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica. Estes são os valores da recuperação judicial, e são estes os princípios que regem a função social da empresa dentro da Lei n. 11.101/05. § 2º A falência é mecanismo de preservação de benefícios econômicos e sociais decorrentes da atividade empresarial, por meio da liquidação imediata do devedor e da rápida realocação útil de ativos na economia. (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020) A falência é um dos meios de preservar os benefícios econômicos e a função social da empresa. OS FINS E OS MEIOS DA LEI N. 11.101/05 OS FINS DA LEI DE INSOLVÊNCIA http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L14112.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L14112.htm#art1 1) Proteção adequada ao crédito, especialmente de grupos vulneráveis e estratégicos 2) Saneamento do mercado a) Tirando empresas ineficientes para que novas possam surgir 3) Preservar a função social da empresa e da propriedade 4) Promover a distribuição equitativa dos bens a) Constata-se que na recuperação é impossível satisfazer todas as dívidas, é preciso hierarquizar os credores que devem receber na frente de quem DESAFIOS A SEREM ENFRENTADOS 1) Evitar a destruição da empresa viável a) A empresa é uma organização que envolve bens e tecnologias e a partir do momento em que o credor penhora uma unidade industrial não se terá empresa a ser recuperada pois a principal unidade da empresa foi penhorada, inviabilizando a recuperação de uma empresa viável b) Quando a atividade é viável perde-se o valor agregado à empresa e seus benefícios. 2) A escassez patrimonial a) Assim, no caso de escassez patrimonial não se pode penhorar atividades ou propriedades específicas que inviabilizam a atividade da empresa. Mas, por outra via, o credor tem direito a receber o que lhe é devido. O problema torna-se como distribuir os bens remanescentes (que podem ser penhorados sem destruir a empresa) 3) Individualismo a) As pessoas tendem a ignorar o interesse em grupo, dando foco em seu interesse pessoal, a lei tenta assim neutralizar esse comportamento. 4) Comportamentos estratégicos a) Corrida desordenada entre credores (busca desordenada dos credores em posição superior tentam individualmente executar seus direitos, adquirindo o que lhe é devido) INSTRUMENTOS DA INSOLVÊNCIA ● Universalização da competência ○ Apenas um juiz que pode tratar sobre ● Suspensão das ações e execuções ○ Visto que só um juiz pode, qualquer outras ações devem ser suspensas ● Alienação sem sucessão ○ Quem compra bens livra-se do ônus de pagamento ● Negociação coletiva e novação ○ Na busca pelo coletivo e esquecendo o individualismo ● Pars conditio creditorum ○ Trata-se do tratamento igualitário entre os credores RESUMO DOS PRINCIPAIS INSTITUTOS DA LEI N. 11.105/05 CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES PRELIMINARES CAPÍTULO II - DISPOSIÇÕES COMUNS À RECUPERAÇÃO JUDICIAL E À FALÊNCIA CAPÍTULO III - DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL CAPÍTULO IV - DA CONVOLAÇÃO DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL EM FALÊNCIA CAPÍTULO V - DA FALÊNCIA CAPÍTULO VI - DA RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL CAPÍTULO VI-A - DA INSOLVÊNCIA TRANSNACIONAL CAPÍTULO VII - DISPOSIÇÕES PENAIS CAPÍTULO VIII - DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS INSOLVÊNCIA RECUPERAÇÃO Procedimento que um empresário pode utilizar para tentar suspender a crise que afeta sua empresa e preservá-la mediante a renegociação do passivo mediante o oferecimento de um plano de recuperação a ser negociado e aprovado pelos credores sujeitos à ele. FALÊNCIA Procedimento judicial liquidatório marcado pelo afastamento do empresário que estava à frente da empresa. Todo patrimônio é arrecadado e depois alienado para que o produto da venda sirva de pagamento. Os roedores são reunidos e classificados para receberem na ordem legal. FASES DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL Infelizmente o prazo de 180 dias pode não ser respeitado devido a inúmeras razões não relativas a falta de celeridade, mas sim sua complexidade. Os credores são regidos pelo princípio da maioria (mas como essa maioria é escolhida trata-se de um assunto mais complexo). Na fase extrajudicial o empresário já apresentouo plano de recuperação e foi aprovada pela maioria dos credores. Trata-se de um procedimento sumário, pois o empresário obteve a autorização anteriormente. Falência é involuntária. Decretada a falência este é o procedimento, mesmo que nem todos os credores tenham recebido o processo será finalizado. O DEVEDOR Art. 1º Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária, doravante referidos simplesmente como devedor. Devedor: empresário e sociedade empresária Art. 2º Esta Lei não se aplica a: I – empresa pública e sociedade de economia mista; II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade de previdência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores. A lei de falências não dá um procedimento eficiente para algumas instituições específicas citadas acima. PRODUTOR RURAL RESP 1193115/MT RESP 1800032/MT RESP 1811953/MT O produtor rural não está obrigado a ser registrado, é facultativo e de natreza constitutiva, se ele não está registrado e tem uma atividade análoga empresarial ele não é obrigado. Produtor não registrado: como não fez o registro ele não está disciplinado pelo direito comercial não pode Produtor registrado sem os dois anos de atividade (com atividade longa anterior ao registro): o registro é fundamental e retroage, logo o regime vai retroagir para o tempo antes do registro para que o produtor possa utilizar-se da lei de falências. Assim como o registro retroage, os credores também Código Civil. Art. 971. O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, pode, observadas as formalidades de que tratam o art. 968 e seus parágrafos, requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que, depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro. Código Civil. Art. 984. A sociedade que tenha por objeto o exercício de atividade própria de empresário rural e seja constituída, ou transformada, de acordo com um dos tipos de sociedade empresária, pode, com as formalidades do art. 968, requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da sua sede, caso em que, depois de inscrita, ficará equiparada, para todos os efeitos, à sociedade empresária. RESUMO DE DEVEDOR Algumas empresas podem utilizar da lei de falências (parcialmente) outras não. Art. 2º Esta Lei não se aplica a: I – empresa pública e sociedade de economia mista; II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade de previdência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores. Essas entidades do II não podem pedir recuperação ou falência, entretanto pode-se verificar que em alguns casos o liquidante (que é legitimado) pode pedir a falência por ser o melhor mecanismo para lidar com a situação. Temas interessantes: Se existem empresas públicas sob regime de empresa privada seria possível utilizar também o regime especial dessas empresas privadas? STF diz que não (Tema 1101) Alguns institutos (mesmo não sendo empresas, pois não visam o lucro) pedem a recuperação judicial devido sua importância na função social (por exemplo: associação sociedade brasileira de instituição e instituto Candido Mendes; Hospital evangélico da Bahia; Figueirense Futebol Clube; Instituto Metodista). Jurisprudência: não podem pois estes (associações) não estão registradas como empresas logo não podem usufruir desta lei. COMPETÊNCIA Art. 3º É competente para homologar o plano de recuperação extrajudicial, deferir a recuperação judicial ou decretar a falência o juízo do local do principal estabelecimento do devedor ou da filial de empresa que tenha sede fora do Brasil. § 8º A distribuição do pedido de falência ou de recuperação judicial ou a homologação de recuperação extrajudicial previne a jurisdição para qualquer outro pedido de falência, de recuperação judicial ou de homologação de recuperação extrajudicial relativo ao mesmo devedor. PRINCIPAL ESTABELECIMENTO ● É o local da sede estatutária? ● É o local onde fica o centro de comando? ● É o local que corresponde ao núcleo econômico? ● É o local onde se concentram a maior parte dos credores? A jurisprudência varia de caso a caso para ver qual comarca se adequa melhor, devendo prevalecer o local onde se concentram as atividades econômicas mais importantes da empresa (cúpula administrativa ou onde é realizada a atividade?) UNIVERSALIDADE DE COMPETÊNCIA Art. 115. A decretação da falência sujeita todos os credores, que somente poderão exercer os seus direitos sobre os bens do falido e do sócio ilimitadamente responsável na forma que esta Lei prescrever. “Trata-se de uma construção jurisprudencial. Por lei, o juízo universal é previsto apenas na falência, pois ela sujeita todos os sujeitos, no entanto percebeu-se que o atingimento das finalidades da recuperação judicial só poderia ser possível se houvesse um único juízo competente para decidir sobre as questões mais importantes da insolvência”. Universalização da competência “A crise empresarial precisa ser resolvida de forma macro e uniforme. Ataques ao patrimônio da empresa por juízes distintos podem implicar na sua inviabilidade. O juízo universal permitirá a compreensão global do problema e a coordenação coletiva dos interesses. Com isso, favorece-se a manutenção do intangível, o combate à fraude e facilita o exercício de defesa do devedor” Vantagens do juízo universal “A construção da teoria do juízo universal é pragmática. Ela busca resolver alguns problemas práticos impensados pelo legislador. O juízo universal permite resolver diversos desses problemas, pois: i) demonstrou-se capaz de evitar o derretimento pulverizado da empresa; ii) permite uma visão macro do problema; iii) é capaz de sopesar os dramas coletivos; iv) outorga maior segurança jurídica e estabilidade; v) incentiva a especialização da função jurisdicional.” Ideias principais ● Competência absoluta para atos constitutivos e interpretação da lei; ● Duração até o encerramento da recuperação ou falência ● Controle sobre todo o patrimônio da empresa, sendo irrelevante o momento do ato de construção praticado ● Análise da extraconcursalidade e da essencialidade dos bens Cisão funcional de competência no plano horizontal “ATENÇÃO: Essa competência universal não significa que o juiz da recuperação judicial será competente para processar as execuções contra o devedor em recuperação judicial. A competência se limita a efetivação e controle dos atos constritivos. A matéria de mérito propriamente dita continua com os respectivos juízos. Cooperação entre juízos: Via carta precatória – art. 67 a 69 do CPC Duração da competência: Até o encerramento do processo de insolvência. AgInt no REsp 1668877/D” Exceções: 1. Ação de Despejo: AgRg no CC 133.612/AL, CC 123.116/SP 2. Ação de Depósito: CC 147927/SP 3. Execução de cota condominial: AgInt no REsp 1822787/SP, AgInt no REsp 1646272/SP e REsp 1627457/SP 4. Bens de terceiros não afetados pela insolvência: AgInt no CC 157947/MT e AgInt nos EDcl no CC 162321/RS 5. Demanda ilíquida: CC 114.952/SP 6. Ações não reguladas pela Lei n. 11.101/05 em que o devedor é autor Súmulas STJ S. 480. O juízo da recuperação judicial não é competente para decidir sobre a constrição de bens não abrangidos pelo plano de recuperação da empresa *[que pertençam a terceiros]. S. 581. A recuperação judicial do devedor principal não impede o prosseguimento das ações e execuções ajuizadas contra terceiros devedores solidários ou coobrigados em geral, por garantia cambial, real ou fidejussória. SUSPENSÃO DAS AÇÕES E EXECUÇÕES Art. 6º A decretação da falênciaou o deferimento do processamento da recuperação judicial implica: I - suspensão do curso da prescrição das obrigações do devedor sujeitas ao regime desta Lei; II - suspensão das execuções ajuizadas contra o devedor, inclusive daquelas dos credores particulares do sócio solidário, relativas a créditos ou obrigações sujeitos à recuperação judicial ou à falência; III - proibição de qualquer forma de retenção, arresto, penhora, sequestro, busca e apreensão e constrição judicial ou extrajudicial sobre os bens do devedor, oriunda de demandas judiciais ou extrajudiciais cujos créditos ou obrigações sujeitem-se à recuperação judicial ou à falência. § 4º Na recuperação judicial, as suspensões e a proibição de que tratam os incisos I, II e III do caput deste artigo perdurarão pelo prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contado do deferimento do processamento da recuperação, prorrogável por igual período, uma única vez, em caráter excepcional, desde que o devedor não haja concorrido com a superação do lapso temporal. A SUSPENSÃO E O PERÍODO DE “DEFESO” “Defeso é uma medida que visa proteger os organismos aquáticos durante as fases mais críticas de seus ciclos de vida, como a época de sua reprodução ou ainda de seu maior crescimento. Dessa forma, o período de defeso favorece a sustentabilidade do uso dos estoques pesqueiros e evita a pesca quando os peixes estão mais vulneráveis à captura, por estarem reunidos em cardumes” VANTAGENS DA SUSPENSÃO ● Evita egoísmo e oportunismo ● Estimula negociação ● Contribui para coordenação ● Fornece tempo para o devedor ● Equalizar as forças ● Facilita o diagnóstico da cris FUNÇÃO DO PRAZO DE SUSPENSÃO Na Recuperação Judicial Conferir o tempo necessário para que o devedor possa construir seu plano e levá-lo para a votação em assembleia. Na Falência Evitar que ocorra desvio de bens ou pagamentos em descompasso com a ordem preestabelecida pelo legislador. Existem credores que não estarão sujeitos ao processo de recuperação judicial, então terão seus interesses apreciados pela justiça comum. Contudo, durante o prazo de 180 dias ou mais se houver prorrogação o juiz pode suspender os bens para que esse credores não retirem os bens de uma empresa durante uma recuperação judicial. § 7º-A. O disposto nos incisos I, II e III do caput deste artigo não se aplica aos créditos referidos nos §§ 3º e 4º do art. 49 desta Lei, admitida, todavia, a competência do juízo da recuperação judicial para determinar a suspensão dos atos de constrição que recaiam sobre bens de capital essenciais à manutenção da atividade empresarial durante o prazo de suspensão a que se refere o § 4º deste artigo, a qual será implementada mediante a cooperação jurisdicional, na forma do art. 69 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil), observado o disposto no art. 805 do referido Código. O credor titular da garantia não pode ser dinheiro. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art69 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art805 Art. 49 §3º Tratando-se de credor titular da posição de proprietário [...] prevalecerão os direitos de propriedade sobre a coisa e as condições contratuais, observada a legislação respectiva, não se permitindo, contudo, durante o prazo de suspensão a que se refere o § 4º do art. 6º desta Lei, a venda ou a retirada do estabelecimento do devedor dos bens de capital essenciais a sua atividade empresarial Deve o devedor demonstrar que determinado bem é essencial para a atividade da empresa. ENUNCIADO CFJ. 99. Para fins de aplicação da parte final do art. 49, § 3º, da Lei n. 11.101/2005, é do devedor o ônus da prova da essencialidade do bem. O juiz da recuperação tem competência para trocar a escolha de bens para um menos oneroso para o devedor. Novo entendimento: Art. 6º § 7º-B. O disposto nos incisos I, II e III do caput deste artigo não se aplica às execuções fiscais, admitida, todavia, a competência do juízo da recuperação judicial para determinar a substituição dos atos de constrição que recaiam sobre bens de capital essenciais à manutenção da atividade empresarial até o encerramento da recuperação judicial, a qual será implementada mediante a cooperação jurisdicional, na forma do art. 69 [...] Código de Processo Civil, observado o disposto no art. 805 [...] Velho entendimento (ainda é o entendimento do STJ): ENUNCIADO CFJ. 74. Embora a execução fiscal não se suspenda em virtude do deferimento do processamento da recuperação judicial, os atos que importem em constrição do patrimônio do devedor devem ser analisados pelo Juízo recuperacional, a fim de garantir o princípio da preservação da empresa. O juiz da recuperação extrajudicial também tem competencia para determinar a suspensão. ENUNCIADO CJF. 106. O juízo da recuperação extrajudicial poderá determinar, no início do processo, a suspensão de ações ou execuções propostas por credores sujeitos ao plano de recuperação extrajudicial, com a finalidade de preservar a eficácia e a utilidade da decisão que vier a homologá-lo. PRAZO DE SUSPENSÃO ● Prorrogação: Possibilidade - AgRg no AREsp 639746/MG. ● Requisitos: quando for necessário para manutenção da empresa e não houver culpa do devedor. ● Contagem do prazo? Ver Resp n. 1698283 Ver REsp n. 1699528 • ● Art. 6, §4º e art. 53 – Dias corridos Ideia original: “O prazo de suspensão serve para o devedor se organizar até a assembleia. Depois disso as execuções dos “créditos não sujeitos” deveriam voltar a correr normalmente (REsp 1374259/MT e REsp 1610860) Reconstrução jurisprudencial: A preservação da empresa justifica que se mantenha a suspensão, conservando bens essenciais do devedor em relação aos credores não sujeitos, cabendo ao juízo universal a análise dos atos constritivos até o encerramento da recuperação judicial. (AgInt no AREsp 1087323 / SP” Em caso de decorrer o prazo e o plano do devedor não ser aceito: Art. 6º, §4º-A. O decurso do prazo previsto no § 4º deste artigo sem a deliberação a respeito do plano de recuperação judicial proposto pelo devedor faculta aos credores a propositura de plano alternativo, na forma dos §§ 4º, 5º, 6º e 7º do art. 56 desta Lei Enunciado CJF: 42. O prazo de suspensão previsto no art. 6º, § 4º, da Lei n. 11.101/2005 pode excepcionalmente ser prorrogado, se o retardamento do feito não puder ser imputado ao devedor. 43. A suspensão das ações e execuções previstas no art. 6º da Lei n. 11.101/2005 não se estende aos coobrigados do devedor. ALIENAÇÃO SEM SUCESSÃO Art. 60. Se o plano de recuperação judicial aprovado envolver alienação judicial de filiais ou de unidades produtivas isoladas do devedor, o juiz ordenará a sua realização, observado o disposto no art. 142 desta Lei. Parágrafo-único. O objeto da alienação estará livre de qualquer ônus e não haverá sucessão do arrematante nas obrigações do devedor de qualquer natureza, incluídas, mas não exclusivamente, as de natureza ambiental, regulatória, administrativa, penal, anticorrupção, tributária e trabalhista, observado o disposto no § 1º do art. 141 desta Lei Art. 60-A. A unidade produtiva isolada de que trata o art. 60 desta Lei poderá abranger bens, direitos ou ativos de qualquer natureza, tangíveis ou intangíveis, isolados ou em conjunto, incluídas participações dos sócios. Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo não afasta a incidência do inciso VI do caput e do § 2º do art. 73 desta Lei “Os bens vendidos nos procedimentos de recuperação judicial e falência são entregues ao adquirente livre de qualquer ônus. Acredita-se que a segurança jurídica e a diminuição dos riscos são capazes de atrair maior número de interessados e, por conseguinte, propiciar preços mais atrativos, contribuindo para o interesse de todos. Essa regra não se aplica apenas aos credores sujeitos, mas a todo e qualquer credor da recuperanda. Não se aplica a recuperação extrajudicial.” EXCEÇÕES “O privilégioda “não sucessão” não se aplica à recuperação extrajudicial. Devedor que deverá se acautelar os efeitos do art. 133 do CTN e do art. 10 e 448 da CLT.” Risco sucessório: o adquirente terá que ser responsável pelas dívidas do devedor.
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