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Oxigenoterapia Prof. Vinicius Gomes Competências • Conceituar a necessidade humana básica psicobiológica de oxigenação. • Conceituar oxigenoterapia. • Caracterizar o que é um sistema de baixo fluxo e um sistema de alto fluxo na administração terapêutica de oxigênio. • Conhecer os dispositivos oxigenoterápicos de baixo fluxo: cânula nasal ou cateter tipo óculos, cateter nasal, máscara facial simples; • Características, fluxo de oxigênio recomendado, indicações, contraindicações, intervenções de enfermagem em sua manutenção e complicações associadas ao uso. • Conhecer os dispositivos oxigenoterápicos com sistema de reservatório: máscara de reeinalação parcial e máscara de não reeinalação - características, fluxo de oxigênio recomendado, indicações, contraindicações, intervenções de enfermagem em sua manutenção e complicações associadas ao uso. Competências • Determinar os possíveis problemas de enfermagem associados ao comprometimento da necessidade humana básica psicobiológica de oxigenação, considerando o uso dos dispositivos oxigenoterápicos. • Determinar os cuidados de enfermagem associados ao comprometimento da necessidade humana básica psicobiológica de oxigenação, considerando o uso dos dispositivos oxigenoterápicos. Necessidade humana básica de Oxigenação • Conceito: Promoção de meios para que a função de oxigenação se processe nas condições mais próximas possíveis das normais. Exemplos de aplicação(cuidados): Favorecer a renovação de ar nos pulmões do paciente. Proporcionar um ambiente com movimento e renovação do ar. Administrar oxigênio por cateter, mascara, tenda ou outros métodos. Ensinar exercícios respiratórios ao paciente. O sistema respiratório • Qual a função do oxigênio para o corpo? O oxigênio é necessário para sustentar a vida. Os sistemas cardíaco e respiratório fornecem as demandas de oxigênio do corpo. O sangue é oxigenado através dos mecanismos de ventilação, perfusão e transporte de gases respiratórios. O’s reguladores neurais e químicos controlam a frequência e a profundidade da respiração em resposta às novas demandas de oxigênio do tecido. O sistema cardiovascular fornece os mecanismos de transporte para distribuir o oxigênio para as células e tecidos do corpo. Anatomia do sistema respiratório Conceitos importantes na Fisiologia do sistema respiratório • Ventilação: é o processo de mover os gases para dentro e para fora dos pulmões. Requer coordenação das propriedades musculares e elásticas do pulmão e do tórax. • Músculo principal da respiração: Diafragma. Este é inervado pelo nervo frênico, que sai da medula espinhal na quarta vértebra cervical. • Perfusão: refere-se à capacidade do sistema cardiovascular para bombear o sangue oxigenado para os tecidos e retornar o sangue desoxigenado para os pulmões. • Difusão: responsável para mover os gases respiratórios de uma área para outra por gradientes de concentração. Para a troca de gases respiratórios ocorrer, os órgãos, os nervos e os músculos da respiração precisam estar intactos; e o sistema nervoso central precisa ser capaz de regular o ciclo respiratório. Conceitos importantes na Fisiologia do sistema respiratório • Inspiração: processo ativo, estimulado pelos receptores químicos na aorta. • Expiração: processo passivo que depende das propriedades do recolhimento elástico dos pulmões, exigindo pouco ou nenhum trabalho muscular. • Surfactante: é uma substância química produzida nos pulmões para manter a tensão da superfície dos alvéolos e evitar que eles entrem em colapso (Atelectasia). Anatomia e Fisiologia do sistema respiratório A hematose (troca gasosa ou difusão) entre o gás carbônico e o oxigênio ocorrem no interior dos alvéolos. Para que haja a perfusão tecidual, ou seja, a irrigação dos tecidos com sangue oxigenado é preciso que o sistema cardiovascular realize a função de bombear este sangue até os pulmões. Principais fatores que afetam a oxigenação Circulação Ventilação Perfusão Transporte Todos podem sofrer influencia de fatores: 1-Fisiológicos; 2- Desenvolvimento; 3- Estilos de vida; 4- Ambiental; Fatores fisiológicos que afetam a respiração Diminuição do transporte de oxigênio. Exemplo: Anemia e inalação de monóxido de carbono (MC). Hipovolemia. Exemplo: choque e desidratação. Concentração de oxigênio inspirado diminuída. Exemplo: Obstrução de vias aéreas superiores (Diminuição do O2 ambiental em altas altitudes e hipoventilação em overdose de drogas). Taxa metabólica elevada. Ou seja, demanda elevada de oxigênio. Exemplo: exercícios físicos, gestação. Fatores que afetam o movimento da parede torácica na respiração Gravidez Obesidade: volumes pulmonares reduzidos do tórax inferior pesado e abdômen, sobretudo quando na posição reclinada e deitada. Anormalidades musculoesqueléticas. Exemplos: Traumas, doenças musculares e doenças do SNC. Trauma. Exemplo: Pacientes com incisões cirúrgicas torácicas e abdominais; pacientes em uso de opioides (atinge centro respiratório). Alterações do Sistema Nervoso Central (SNC) Exemplos: doenças ou traumas da medula, afetando os nervos intercostais não somente o frênico. Fatores relacionados a doença crônica que afetam na respiração Hipoventilação. Exemplo: Paciente com DPOC. Hiperventilação. Exemplo: Ansiedade aguda, febre, desequilíbrios ácido- básicos. Hipóxia Exemplo: Diminuição de hemoglobina, diminuição do nível de oxigênio inspirado, diminuição da perfusão de oxigênio, diminuição da perfusão de oxigênio nos alvéolos. Fatores relacionados ao funcionamento cardíaco que afetam na respiração Alterações do ritmo cardíaco. Exemplo: Arritmias. Infarto agudo do miocárdio. Principais sinais e sintomas de uma paciente com necessidade de oxigenação em desequilíbrio • Experiência sensorial desagradável. Avaliar localização, intensidade, duração e irradiação. Dor • Perda de resistência. Geralmente associada a alterações cardiopulmonares. Fadiga • Falta de ar associada a hipóxia. Dispneia Batimento de asa de nariz Principais sinais e sintomas de uma paciente com necessidade de oxigenação em desequilíbrio • Expulsão súbita e audível de ar dos pulmões Tosse • Um som musical agudo causado pelo movimento de alta velocidade do ar através de um estreitamento das vias aéreas. Chiado Retrações: fúrcula, diafragmática, intercostal. Queda de saturação de oxigênio e cianose. Qual a conduta inicial para ajudar nessa demanda de oxigênio? Oxigenioterapia Conceito: é a administração de oxigênio em concentrações maiores que a existente no ar ambiente. Concentração de oxigênio na atmosfera Qualquer situação em que seja ofertado acima de 21% oxigênio é considerado uma terapia com oxigênio. Critérios para indicação de oxigenioterapia- Segundo Sociedade Brasileira de Pneumologia PaO2 menor que 55mmHg ou SaO2 igual ou inferior a 88% em ar ambiente PaO2 igual a 56-59mmHg ou SaO2 igual a 89% em associação a cor pulmonale, edema por insuficiência cardíaca e hematócrito menor que 56%. Modalidades de Oxigenioterapia não invasivas Baixo Fluxo • Oferta um volume de oxigênio menor que o fluxo inspiratório do paciente- geralmente de 1 a 10litros; FiO2 baixa e variável • Óculos nasal, cateter nasal e máscara facial. Sistema de reservatório • Coletam e armazenam oxigênio entre as inspirações do paciente. O paciente utiliza o suprimento da reserva quando o fluxo inspiratório for maior que o fluxo de O2. • Máscara de reinalação parcial e não reinalante. Alto Fluxo • Fornece volume de oxigênio igual ou acima do fluxo inspiratório do paciente; FiO2 alta. • Máscara de Venturi Fração inspirada de oxigênio: FiO2 A Fração inspirada de oxigênio (FiO2 ) é um parâmetro de ventilação mecânica frequentemente utilizado para otimizar a oxigenação tecidual. Entretanto, um ajuste inadequado da FiO2 pode causar hipóxia ou hiperoxia e, consequentemente, efeitos nocivos ao organismo Tiposde dispositivos de baixo fluxo • Cânula e cateter nasal Características: material simples que demanda fonte de oxigênio, circuito de conexão, umidificador com água e fluxômetro. Permite que o paciente converse, coma. Fluxo: 1 a 6 litros. Indicações: Quando o paciente requer quantidade média ou baixa de oxigênio Contra-indicações: paciente com demanda elevada de oxigênio. Intervenções de enfermagem: avaliar a cânula de acordo com o tamanho do paciente. Higienizar o material com álcool 70%. Trocar o sistema sempre que necessário. Complicações: formação de crostas que podem obstruir o fluxo de oxigênio. Cefaléia e ressecamento de mucosa. Tipos de dispositivos de baixo fluxo • Máscara facial Características: fonte de oxigênio, fluxômetro, frasco umidificador com água e circuito de conexão. Fluxo: 5 a 12 litros. Indicações: Quando o paciente requer quantidade de oxigênio acima de 40% de FiO2. Máscara simples libera menor concentração de oxigênio. Contra- indicações: paciente com demanda elevada de oxigênio. Intervenções de enfermagem: manter decúbito elevado em 30 a 45º e auxiliar na alimentação e repouso. Complicações: Retirar o acúmulo de água no interior do circuito sempre que necessário. Dificulta para beber, comer e se comunicar. Dispositivos de reservatório • Máscara de inalação parcial Características: não contém válvulas. Durante a inspiração, o oxigênio flui para o interior da máscara e passa diretamente ao paciente e durante a expiração parte do ar é armazenado na bolsa. Como não existe válvula separando a máscara da bolsa, parte do gás expirado pelo paciente também entra nesta, o que não acontece com as máscaras que possuem válvulas. Fluxo: 5 a 12 litros. FiO2 60- 80%. Indicações: Quando o paciente requer quantidade de oxigênio acima de 40% de FiO2. Intervenções de enfermagem: manter decúbito elevado em 30 a 45º e auxiliar na alimentação e repouso. Observar padrão de respiração. Complicações: Esquenta a face. Adaptação ruim. Retirar para alimentação. Dispositivos de reservatório • Máscara não - reinalante Características: impede a reinalação através de válvulas unidirecionais. Uma válvula inspiratória se encontra no topo da bolsa, enquanto as válvulas expiratórias cobrem as portas de expiração sobre o corpo da máscara. Durante a inspiração, uma leve pressão negativa fecha as válvulas expiratórias, impedindo a diluição aérea; ao mesmo tempo, a válvula inspiratória localizada no topo da bolsa se abre fornecendo oxigênio ao paciente. Durante a expiração, a ação da válvula reverte à direção do fluxo; uma pressão positiva discreta fecha a válvula inspiratória, impedindo que o gás expirado entre na bolsa. Fluxo: FiO2 de até 90%. Indicações: Quando o paciente requer quantidade de oxigênio elevada. Fácil utilização. Contra- indicações: pacientes agitados e dispneicos. Intervenções de enfermagem: manter decúbito elevado em 30 a 45º. Posicionamento adequado. Complicações: Não possui reinstalação de oxigênio expirado. Necessário retirar para alimentação. Dispositivo de alto fluxo • Máscara de Venturi Características: Método mais eficaz para liberar a concentração necessária de oxigênio sem considerar a profundidade ou frequência da respiração. Quanto menor for o diâmetro deste, maior a velocidade do fluxo e maior quantidade de ar arrastado. A máscara possui um orifício de jato ou bocal em torno do qual se encontra uma porta de arrastamento. O corpo da máscara possui várias portas largas que permitem o escape tanto do fluxo excessivo do dispositivo quanto do gás expirado pelo paciente. Fluxo: FiO2 de até 90%. Indicações: quando o paciente apresenta respiração ruidosa. Ou saturações menores que 88% em baixo fluxo. Não resseca mucosas. Contra- indicações: pacientes com demandas baixas de oxigênio. Intervenções de enfermagem: Não ocluir o anel de arrastemento; Titular o fluxo em Lpm compatível com a FiO2 de cada compartimento (24% a 50%). Complicações: Pressão facial; necessário retirar para alimentação. Dispositivo de alto fluxo Máscara de Venturi Oxigenioterapias: vídeos • https://www.clinicalskills.com.br/MediaPlayer/video_player.aspx?D=S pATD%2bWnl3eY3OWW1a08bA%3d%3d https://www.clinicalskills.com.br/MediaPlayer/video_player.aspx?D=SpATD%2bWnl3eY3OWW1a08bA%3d%3d Complicações comuns da oxigenioterapia Ruptura da integridade da pele; Ressecamento de mucosa Epistaxe: infecção secundária a mucosa nasal; Toxicidade do oxigênio: pode ocorrer quando utilizadas frações inspiradas de oxigênio acima de 50% por longos períodos. Recomenda-se o menor fluxo de oxigênio necessário para manter a SaO2 adequada. Toxicidade do oxigênio O oxigênio pode causar lesões pulmonares e sistêmicas quando administrado em altas concentrações ou por um período prolongado de tempo. Dessa maneira, os pacientes com doenças respiratórias crônicas que dependem de oxigenioterapia por longo prazo e aqueles que necessitam de ventilação mecânica prolongada podem estar mais expostos a esses riscos. Considerando-se que o tratamento adequado da hipoxemia depende primeiramente de uma compreensão fisiopatológica satisfatória de todos os mecanismos envolvidos, concentrações desnecessárias de oxigênio podem ser utilizadas em determinadas situações sem que a real causa da hipoxemia seja efetivamente corrigida. Principais problemas de enfermagem relacionados ao desequilíbrio da NHB oxigenação e uso de dispositivo Valentina, 10 Dias de vida, apresenta desconforto respiratório adaptativo, em uso de cateter nasal, apresenta Necrose de septo. Brad Pit, 35 anos, tabagista. Pós operatório cardíaco em uso de cateter nasal. Apresenta mucosa nasal com ressecamento. Pietro, 6 anos, em quadro de broncoespasmo, em uso de máscara não reinalante. Apresenta hiperemia em face e dor. Dona Mafalda, 42 anos, obesa mórbida, apresenta respiração encurtada, em uso de cateter nasal, apresenta sangramento nasal Senhor Cipriano, 81 anos, portador de DPOC, em uso de máscara de Venturi. Apresenta dificuldade para se alimentar sozinho. Referências • Fundamentos de Enfermagem, 41: Oxigenação| Patricia A. Potter, Patricia A. Stockert, Anne Griffin Perry, Amy M. Hall and Wendy R. Ostendorf,https://www.evolution.com.br/epubreader/978853528826 1 • Unasus. Programa Multicêntrico de qualificação profissional em atenção domiciliar a distância. Prof. Vinicius Gomes viniciusgomes@uni9.pro.br
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