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PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS, NORMATIVOS OU RECONHECIDOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA São os Princípios que não estão presentes no texto da Constituição. São vários, porém serão estudados esses a seguir: Princípios da Razoabilidade e da Proporcionalidade Atos administrativos: instrumento para manifestar a vontade da administração. Os atos administrativos podem ser: • Vinculados quando seus elementos e requisitos vem dispostos na lei e só há aquele modo de agir com aquele ato. • Ou também podem ser atos discricionários: fica a critério da administração agir da maneira mais conveniente, dando à administração uma certa liberdade de atuação. São nos atos discricionários que entra o princípio da Razoabilidade e Proporcionalidade. Razoabilidade: administração agir de forma adequada para aquela situação em específico e agir de acordo com a necessidade. (RAZOABILIDADE: ADEQUAÇÃO + NECESSIDADE). Especialmente quando se trata de medidas punitivas, devem ser adequadas e realmente necessárias. Proporcionalidade: está dentro da razoabilidade, significa a que administração deve agir sem excesso de poder, agindo de maneira equilibrada. Tem a função de evitar o abuso de poder. Por exemplo, uma infração leve deve sofrer uma sanção branda, porém uma falta grave deve ser correspondente ao seu grau, sendo mais severa. Quando um ato ferir esse princípio será ilegítimo e considerado NULO. Onde encontrar esse princípio de forma implícita? Lei 9.784/99 – Art. 2º + parágrafo único, VI. “Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência. Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de: VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público;” Princípio da Presunção de Legitimidade e Veracidade dos Atos Administrativos A prática dos atos da Administração Pública se dá em cumprimento de permissivos legais, então subentende-se que todo ato praticado pelos agentes públicos está dentro dos limites da lei. Dessa forma, presume-se que são legítimos. Além disso, um dos elementos dos atos administrativos é o motivo (os elementos fáticos e jurídicos que levam à Adm. a cometer aquele ato). Resumindo: os atos da adm. são, em tese, praticados nos limites da lei e dotados de motivos. • “Art. 19, inciso II da CF: veda à União, aos Estados, aos Municípios e ao Distrito Federal recusar fé aos documentos públicos.” Essa presunção vai prevalecer até que haja prova em contrário. A administração não precisa provar nada. É dever do indivíduo provar que esta presunção não está certa. Princípio da Continuidade dos Serviços Públicos Prestação de Serviços Públicos é uma das Atividades Administrativas realizadas pelo Estado. O Estado o faz quando atende diretamente uma necessidade da sociedade, que são de interesse de toda coletividade e se trata de questões básicas: educação, saúde, coleta de lixo, transporte coletivo (atendimentos inadiáveis). Entende-se que esses serviços não podem sofrer interrupções e devem ser realizados de forma CONTÍNUA e constante, visto que pode causar para sociedade certa desarmonia caso isso não ocorra. • Sua observância é obrigatória não só para toda a administração pública, mas também para os particulares que sejam incumbidos da prestação de serviços públicos sob regime de delegação. Existem normas que proíbem essa interrupção, por exemplo: - A greve é um direito do trabalhador, inclusive se for prestador de serviço público. Porém quando esta greve for realizada em atividades que são prestações de serviço público, este não pode ser interrompido em sua totalidade. Essa prestação de serviço deve ser mantida em, no mínimo, 30%. Ex.: greve no transporte público. - Regra contratual que se chama Exceção do Contrato não Cumprido > Ex.: dois particulares fazem um contrato, onde há obrigação de ambos. Um dos particulares não cumpre com sua obrigação, então o outro não tem mais a obrigação de cumprir com sua parte. PORÉM, ESSA REGRA NÃO É APLICÁVEL QUANDO A CONTRATAÇÃO DIZER RESPEITO À PRESTAÇÃO DE UM SERVIÇO PÚBLICO. Ex.: ST contrata uma empresa para realizar a coleta de lixo, recebendo X mensal. O município para de pagar. A empresa não pode parar de cumprir sua parte do contrato (coletar o lixo – trata-se de interesse público) em razão da Inoponibilidade da Exceção de contrato não cumprido nos contratos realizados com a Administração Pública (exceptio non adimpleti contractus). Porém, pelo abuso por parte do Poder Público em virtude dessa regra, foi estipulado um prazo na Lei de Licitações, onde o contratado (a empresa de coleta de lixo) pode depois de 90 de atrasos do pagamento, interpor com uma ação judicial que a permita parar a prestação de serviço. Princípio da Motivação Em regra, todo ato da adm. deve ser motivado (expressar suas razões de fato e jurídicas que motivaram a realização do ato). Por que o ato deve ser motivado? Porque as pessoas vão ser atingidas por esse ato necessita conhecer esses motivos a fim de observar se estão dentro da legalidade, permitindo um controle tanto da legalidade, quanto para o controle da moralidade. Por outro lado também, o conhecer desses motivos permite que os interessados possam se utilizar da ampla defesa e do contraditório. • Observar o que dispõe o art. 50, da lei 9.784/99. Nesse artigo, há a exigência dessa motivação principalmente para atos imponham penalidade, obrigações, sanções. • Há casos em que a motivação é dispensada, porém são exceções estabelecidas em lei. Ex.: Cargos comissionados – “de livre nomeação e exoneração” (não necessita apresentar os motivos) Princípio da Autotutela “Autotuela”: auto fiscalização/proteção. A lei determina que a própria Adm. deve se auto fiscalizar. Realizando periodicamente uma fiscalização/revisão sobre seus atos para verificar se seus eles estão dentro da legalidade e do mérito. • O princípio da autotutela possibilita à Administração Pública controlar seus próprios atos, apreciando-os quanto a legalidade ou quanto ao mérito. • 1) Legalidade, em relação aos quais a Administração, de oficio, procede à revisão de atos ilegais; • 2) Mérito, em que reexamina atos anteriores quanto à conveniência e a oportunidade de sua manutenção ou desfazimento, podendo revoga-los se assim entender (se é conveniente ou oportuno). OBS.: REVOGA-SE! Não há anulação, pois esta presume ilegalidade. Súmulas do STF: • n.º 346: “a administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.” • n.º 473: “A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá- los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.” • Previsão legislativa: Art. 53 da Lei 9784/99. Princípio da Segurança Jurídica É um princípio bem genérico dentro do Direito, uma vez que a relações jurídicas tanto entre particulares ou entre a sociedade e o Estado necessitam de uma certa estabilidade. A finalidade é dar essa estabilidade para que as pessoas tenham a sensação de segurança. Desse princípio decorre vários institutos jurídicos, por exemplo: Coisa julgada, Ato Jurídico Perfeito, o Direito Adquirido, Prescrição, Decadência. No âmbito da Administração Pública, podemos perceber esse Princípio em: • Lei 9.784, art. 2º, § único, inciso XIII: Art. 2º (...) “Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de: XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhorgaranta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação.” Isso significa que as normas jurídicas são criadas no mundo abstrato, mas ao acontecer fatos concretos, são aplicadas com uma interpretação. Porém essa interpretação muda ao longo do tempo. Mas essa nova interpretação não pode voltar para aplicar algo que já foi decidido atrás. (Irretroatividade) • Lei 9.784, art. 54: “O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em 5 anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.” A Adm. não pode anular seus atos a qualquer tempo.
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