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20- Dopplervelocimetria obstétrica
UFPB
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1 Referência: aula do prof. Moises Lima Princípios básicos da dopplervelocimetria • A frequência de som emitida e refletida é proporcional à velocidade das hemácias em movimento. • A velocidade de deslocamento das hemácias é proporcional ao diâmetro do vaso e, em geral, é constante. Se o vaso está dilatado, a velocidade é mais lenta, se ele está contraído, por outro lado, a velocidade é mais alta. Assim, conseguimos inferir o diâmetro do vaso em função da velocidade dos elementos sólidos. Avaliação quantitativa do sonograma arterial 1. Relação sístole (A) / diástole (B): A/B (Índice de Stuart, 1990) A imagem acima (do lado direito) mostra as ondas do Doppler. Tal exame detecta tanto movimento sistólico (pico da onda), quanto movimento diastólico. Essa é uma análise espectral, em que se tem apenas desenho das ondas, o que permite avaliação subjetiva do vaso. No desenho acima, do lado esquerdo, o movimento sistólico é representado pela letra A e o diastólico pela letra B. É mostrado, por exemplo, que o momento diastólico do vaso é bem alto em relação à linha de base. Isso nos demonstra, do ponto de vista subjetivo, que o vaso tem complacência adequada, permitindo fluxo diastólico abundante. É exatamente nesse momento que ocorre a perfusão do órgão, já que a sístole tem apenas função de ejeção. Quanto mais diástole dirigida para o órgão, mais perfusão ele tem. Determinados órgãos não precisam de fluxo diastólico tão abundante. A diástole reflete a resistência vascular periférica. Se o componente diastólico do vaso é muito dilatado – amplo, é porque a perfusão é adequada, sendo o inverso verdadeiro. Uma resistência vascular diminuída faz o vaso ser complacente, o inverso também é verdadeiro. Isso pode ser normal ou patológico, dependendo da necessidade ou não de fluxo no vaso. Procura-se uma análise mais objetiva dessa onda de fluxo. Temos basicamente quatro índices, através de equações matemáticas, para definir se o vaso é de baixa ou alta resistência. A partir dessa análise, faz inferência clínica do que aquilo representa naquele momento. Lembre-se de sempre contextualizar esse estudo às condições clínicas da gestante. A relação sístole/diástole é uma equação entre o pico da velocidade sistólica dividido pelo pico da velocidade diastólica. O valor obtido, dentro de uma curva de normalidade, diz se o componente de fluxo está adequado ou não para a perfusão do órgão analisado. Essa relação, na obstetrícia, é pouco utilizada. 2. Índice de resistência: S(A) – D(B) / S(A) (Índice de Pourcelot, 1974) É uma equação que leva em consideração a subtração do pico da sístole pelo da diástole, dividindo pelo pico sistólico. Quanto maior o índice de resistência (IR), menos fluxo diastólico e, portanto, o vaso está mais comprimido. Por outro lado, quanto menor o IR, maior o componente diastólico, então mais dilatado e complacente é o vaso. Quando se analisa a artéria umbilical, no decorrer da gestação, ela vai aumentando cada vez mais a sua amplitude e diâmetro, a fim de proporcionar ao feto o máximo de volume sanguíneo e, consequentemente, de oxigenação. Sabendo que a artéria umbilical dilata progressivamente ao longo da gestação, se encontrarmos uma resistência alta em idade gestacional avançada, podemos inferir que o vaso está com pouca complacência e pouca perfusão para o feto. 3. Índice de pulsatilidade: S(A) – D(B) / VM (Índice de Gosling, 1975) É a relação entre o pico da sístole menos o pico da diástole, dividido pela velocidade média da onda que está sendo estudada. É um dos índices mais estudados. 2 Avaliação qualiquantitativa do sonograma venoso 1. Índice de pulsatilidade venosa: Sv – As / VM Acima, onda clássica do compartimento do ducto venoso, o qual consiste em um vaso que faz shunt da veia umbilical, a qual entra na parede abdominal e se dirige imediatamente para o fígado. Nesse percurso, existe o ducto venoso, que drena 30 a 40% do fluxo, levando o sangue diretamente para o AD. O forame oval desvia para o AE, VD e aorta. Esse desvio de fluxo faz com que a oxigenação chegue mais rapidamente ao coração do feto, bem como aos demais órgãos fetais. Isso vai ter uma importância muito grande, porque quando há alta resistência na artéria umbilical, fala-se de resistência também no espaço interviloso placentário, lá na localização do shunt da placenta com o útero materno, onde se dá a perfusão dessa estrutura e, consequentemente, a concentração maior de oxigênio. Havendo degeneração placentária, a placenta se torna pobre em vascularização, então a artéria umbilical vai ficando cada vez mais contraída, tentando vencer essa barreira. Naturalmente, isso não é possível, o que faz com que haja um aumento de pressão retrógrada das artérias umbilicais, aorta, VE, AE, AD e câmaras direitas do coração. Isso pode ser facilmente detectado pelo doppler venoso do ducto venoso. Quando o feto atinge alterações no fluxograma do ducto venoso, ele está em uma situação de vitalidade bastante comprometida, podendo chegar ao óbito. Voltando a imagem acima... a primeira onda é a sístole ventricular, a segunda é a diástole ventricular e a terceira é a sístole atrial. O aumento de pressão retrógrada do AE para AD, através do forame oval, faz o fluxo ficar com uma resistência tão grande a ponto de desaparecer a onda da sístole atrial. Na medida em que ela desaparece em relação a linha de base, infere-se que o coração direito do feto está sobrecarregado. O padrão normal é o que está contido na imagem acima. À medida que o coração direito começa a sofrer pressão, a onda pode desaparecer ou ser detectada abaixo da linha de base, no lado negativo do fluxo. Do ponto de vista objetivo, procuramos identificar o índice de pulsatilidade, que significa a sístole ventricular menos o pico da sístole atrial, dividido pela velocidade média do ciclo selecionado. Esse índice também é colocado em uma curva de normalidade, para identificar se o feto está em boas condições de fluxo do compartimento venoso. Na insuficiência cardíaca (IC) do adulto, é feita a mesma observação. No que se refere à pulsação da veia jugular em pacientes com IC, se fizer doppler de tal vaso, busca-se exatamente as mesmas informações. No doppler do ducto venoso, queremos extrair informações quanto à funcionalidade do coração fetal. A patologia obstétrica em questão gera uma IC no feto, que deve ser corrigida da melhor forma possível, a fim de protege-lo. Principais vasos analisados • Compartimento materno: artéria uterina • Compartimento placentário: artéria e veia umbilical. Lembrando que o cordão umbilical é formado por duas artérias e uma veia. • Compartimento fetal: artéria cerebral média, ducto venoso (próximo do fígado do feto), aorta fetal. Acima, vascularização do útero. A artéria uterina é procedente da ilíaca, que se dirige junto à região do ligamento do paramétrio, capilarizando-se na parede uterina. A artéria uterina também tem contribuição da artéria ovárica, ramo direto da aorta. Anastomose da capilarização da artéria uterina: não é possível fazer doppler de vasos microscópicos, porém, através da artéria uterina, pode-se ter uma ideia da perfusão terminal capilar do útero. Os vasos que nos interessam são as artérias espiraladas, as quais vão até a superfície do endométrio – inclusive, durante a menstruação, um segmento endometrial descama e é eliminado, junto a uma parte necrosada das artérias 3 espiraladas, até que o endométrio retome seu crescimento. Artéria uterina Quando se fala em artéria uterina, estamos analisando de forma indireta todo o sistema vascular até o sistema mais capilar do útero. Por conseguinte, avaliamos a perfusão uterina. A partir do momento em que uma mulher engravida, ocorre um processo