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Síndrome de Cri Du Chat A Síndrome Cri-Du-Chat foi descrita pelo geneticista francês Dr. Jerone Lejeune, em 1963, na França. Esta síndrome pode receber nomes diferentes, a saber: Síndrome 5p- (menos), Síndrome de Lejeune ou Síndrome do Miado do Gato, este último devido ao choro característico que os bebês ou crianças com esta síndrome possuem e que é semelhante aos sons emitidos por um gato em sofrimento. O choro miado de gato, próprio desta síndrome, tem relação direta com uma malformação da laringe das crianças com a síndrome. Isto foi verificado por Turleau e Grouchy, em 1977, ao constatarem que os sons emitidos por estas crianças eram semelhantes aos emitidos por gatos. À medida em que a idade aumenta, esse tipo de choro apresenta-se menos característico, o que dificulta o diagnóstico em pacientes mais velhos. De acordo com Hans e Dibbern (1992), a síndrome em questão se revela numa anomalia cromossômica, e é causada pela deleção parcial (quebra) do braço curto do cromossomo 5, ou seja, a pessoa que a possui apresenta um cariótipo de 46 cromossomos, XX, 5p- ou 46, XY, 5p-1 , daí advém o nome Síndrome 5p - (menos). Estatisticamente, esta síndrome afeta cerca de 1 em 50.000 nascidos no mundo. Ela se dá devido a quebra do cromossomo 5, constando de níveis de comprometimentos e estes comprometimentos irão variar de acordo com a localização e tamanho da perda no cromossomo. Um destes comprometimentos atinge não só a parte motora, o miado de gato, mas a fala, que se torna tardia e muitas vezes nem conseguem chegar a falar. A estimativa é que esta síndrome afeta cerca de 1 em 50.000 casos de crianças nascidas no mundo, e destes casos, 1% dos indivíduos também tem retardamento mental. As incidências maiores são nas meninas e nos meninos é de menos intensidade. Etiologia: A maior parte dos casos de Síndrome Cri-Du-Chat (SCDC) não é herdada dos pais, isto é, cerca de 85% dos casos resultam de novas deleções (perda de parte do cromossomo) esporádicas, enquanto que 5% dos casos se originam secundariamente a uma segregação (separação) desigual de uma translocação parental. Esses casos são causados quando ocorre uma translocação equilibrada nos cromossomas de um dos pais (material genético de um cromossomo que se uniu a outro). As pessoas com translocações equilibradas não possuem a síndrome, uma vez que nenhum material genético foi perdido, e, em boa parte das vezes, não saberão que possuem esta condição genética até o momento em que gerem uma criança que tenha a síndrome. A CDC é herdada em apenas 20% dos casos, causada pela translação equilibrada nos cromossomos de um dos pais (material genético de um cromossomo que se uniu ao outro). As pessoas com translações equilibradas são perfeitamente normais porque nenhum material genético foi perdido, assim sendo, provavelmente não saberão que são portadores, ate que tenham uma criança afetada com a CDC na família, ou um caso de reincidência da síndrome. Na maioria dos casos (80%) é de ocorrência esporádica, um acidente biológico. Uma pequena minoria dos casos de Síndrome de Cri-du-Chat corresponde à herança genética dos pais, teria origem secundária a uma segregação desigual de uma translocação parental, a qual decorre de alguma falha durante a divisão celular, sem motivo aparente. Assim, como não houve perda do material genético, um dos pais apresenta translocação equilibrada do cromossomo, porém não possui a síndrome e, provavelmente, só descobrirá ser portador da síndrome ao ter um filho afetado. Sintomas: Os sintomas característicos das pessoas com SCDC são: assimetria facial, microcefalia (cabeça pequena), má formação da laringe, hipertelorismo ocular (aumento da distância entre os olhos), hipotonia (tônus muscular deficiente), fenda palpebral antimongolóide (canto interno dos olhos mais altos do que o externo), pregas epicânticas (pele na pálpebra superior que cobre o canto interior ou medial do olho), orelhas mal formadas e de implantação baixa, dedos longos, prega única na palma das mãos (prega simiesca), atrofia dos membros que ocasiona retardamento neuromotor, baixo peso ao nascer e retardamento mental acentuado, Micrognatia (desenvolvimento reduzido da mandíbula), estrabismo, Malformações dentárias (geralmente os dentes são projetados para frente devido a alterações no desenvolvimento crânio-facial), Luxação de quadril, Podem ocorrer problemas cardíacos e/ ou renais, Pé torto congênito, Apresenta frequentemente dificuldades na alimentação, como poucaforça para sugar, frequente engasgo com refluxo, Déficit cognitivo, Atraso no desenvolvimento da aquisição da linguagem, Algumas crianças desenvolvem escoliose. O desenvolvimento sexual é geralmente normal e a fertilidade feminina é possível uma vez que alguns casos de gravidez foram relatados. O nível de capacidade poder variar de atraso de desenvolvimento leve a profunda incapacidade física e intelectual. Somando-se às características já mencionadas, as crianças com Cri-Du-Chat têm dificuldade no treinamento do controle de suas necessidades fisiológicas. O sono pode ser agitado em bebês e crianças com SCDC, mas isto melhora com o avanço da idade. Estas crianças também podem apresentar problemas comportamentais tais como: hiperatividade, balanço excessivo da cabeça, podem dar mordidas ou beliscões. Há casos em que se desenvolvem obsessões por determinados objetos e fascínio por cabelos, e tendem a puxá-lo. É pouco provável que algum portador apresente todas as características que descrevem a síndrome, sendo assim, o elemento mais significativo e representativo em todos é o choro agudo e alto, similar ao de um gato, devido à alteração da laringe (laringomalacia – amolecimento da laringe). A Síndrome Cri Du Chat acomete 1 criança a cada 50.000 nascidos vivos no mundo e é responsável por alterações cerebrais, retardo mental (1% dos indivíduos) e problemas que afetam, em maior ou menor grau, dependendo do tamanho da deleção, translocação ou perda, que varia desde todo o braço curto do cromossomo 5p- até apenas um pequeno segmento. O desenvolvimento neuropsicomotor e a saúde geral também são afetados. As crianças começam a andar tardiamente, normalmente após os 3 anos, e geralmente esse andar é desajeitado e aparentemente inábil. As limitações no desenvolvimento cognitivo podem variar de moderadas a severas. Muitas crianças com a síndrome podem desenvolver habilidades sociais normalmente vistas em crianças de 5 a 6 anos e grau de independência moderado nas tarefas de autocuidado. Diagnóstico: O diagnóstico as Síndrome Cri-Du-Chat é realizado com a minuciosa observação das características clínicas apresentadas pelo paciente, e por um exame citogenético deste mesmo paciente; Para ter certeza que a criança tem SCDC é imprescindível a realização do cariótipo (estudo cromossômico) do paciente suspeito a partir de uma amostra de seu sangue. O mesmo visa identificar uma deleção (perda) do braço curto do cromossomo 5, Tratamento: Steenhagen (2013), ressalta que um acompanhamento multiprofissional é muito importante, vale lembrar que, como as características são variadas um tratamento individualizado é recomendado. Os profissionais envolvidos são: fisio, fono, psicólogo, psicopedagogo. Não há tratamento com prognóstico de cura para Cri-Du-Chat, Os sintomas individuais passam, portanto, a serem tratados de modo particular, de acordo com a especificidade de cada paciente. Daí advém terapias ocupacionais, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, psicólogos, psicopedagogos e tratamentos odontológicos. Para o aprendizado da Libras precisa-se usar a motricidade e o tônus muscular, pois se gesticula o corpo, da cintura para cima, as mãos, os ombros, a cabeça e a expressão facial, por isto a importância da psicomotricidade. Embora não haja tratamento ou prevenção para a CDC, crianças com o transtorno podem passar por terapias para melhorar as suas competências linguísticas, habilidadesmotores e ajudá-las a desenvolver o mais normal possível e se inserirem cada vez mais a sociedade. As crianças do CDC frequentemente têm um caminhar desajeitado e parecem inábeis. Com a educação especial precoce e um ambiente de apoio familiar, algumas crianças atingem um nível social e psicomotor de uma criança normal, a cerca de seis anos de idade. As habilidades motoras finas são atrasadas também, embora algumas crianças estejam conseguindo aprender a escrever. As crianças se desenvolvem lentamente e permanecem muito atrás em termos de postura estática e desenvolvimento psicomotor. Com o aumento da idade pode piorar o atraso de capacidades intelectuais. No entanto, o prognóstico dos afetados está intimamente relacionada com malformações decorrentes e associada ao retardo psicomotor. Se os portadores mostrarem sinais de curiosidade em relação ao novo, deseja comunicar o que aprendem, o interesse nas regras de convivência, experiências interpessoais, são sinais muito positivos para o prognóstico geral, independentemente de suas possibilidades específicas e danos irreversíveis. Graças aos avanços da medicina, a expectativa de vida pode aumentar para os 50 anos de idade, quando superado o primeiro ano de vida que é considerado como o mais crítico e durante o qual ocorrem em torno de 10% dos óbitos. Desenvolvimento psicomotor: O desenvolvimento psicomotor dos afetados por esta síndrome é mais lento: a criança demora mais para sustentar a cabeça, sentar, andar ou falar; algumas não falam. Durante o primeiro ano de vida, as crianças afetadas apresentam hipotonia generalizada que, em idade mais avançada, derivará em hipertonia. Os reflexos primitivos desaparecem tardiamente, fato que contribui para o atraso geral no desenvolvimento neuropsicomotor. Muitas podem apresentar dificuldades durante a alimentação que vão desde a dificuldade de sucção até engasgos frequentes, comprometendo a boa nutrição. Estimulação precoce: Entende-se por estimulação precoce aquele conjunto de técnicas terapêuticas e educativas dirigidas a potencializar ao máximo as capacidades das crianças no que se refere ao seu desenvolvimento psicomotor e intelectual. Esta deve se iniciar durante os primeiros dias ou meses de vida, abordando a criança de forma global em todas as suas áreas de desenvolvimento. A intervenção precoce pressupõe, além de um contato com a problemática dos pais acerca da deficiência de seu filho, a elaboração de um programa individual e especializado envolvendo as áreas motora, cognitiva, de linguagem, de autonomia e socialização. - As atividades devem ter sempre um caráter lúdico, com materiais atrativos para a criança. - Devem-se aproveitar os momentos em que a criança esteja mais receptivas, sem fome, sem sono, etc. - Não se deve forçar a criança, sendo que o mais importante é motivá-la para a aprendizagem. - As apresentações das atividades devem começar com a mais simples, indo gradualmente para a mais complexa e acabar com uma que a criança saiba realizar. Essas atividades não devem apresentar com a mesma sequência para evitar a automatização (condicionamento) das mesmas. - Oferecer a possibilidade de brincar livremente, desde os primeiros meses. Deixar ao alcance da criança e à sua vista jogos ou objetos que possam chamar a sua atenção. Psicomotricidade: Os profissionais devem centralizar-se nas potencialidades e déficits que estiverem presentes clinicamente e não somente no diagnóstico da criança. As abordagens geralmente incluem técnicas para melhorar o tono muscular e favorecer desenvolvimento de padrões normais de movimento (equilíbrio, coordenação motora, marcha). Devemos, também, estimular a melhor integração de algumas modalidades sensoriais como, por exemplo, a proprioceptiva (vestibular, muscular e articular), bem como visuais e táteis. Fisioterapeuta: este profissional irá orientar os pais, para uma conduta adequada, ainda nos primeiros meses de vida, com relação ao posicionamento, estímulo ao movimento, controle postural e outra dúvidas que irão surgindo durante seu crescimento. Buscar alívios para quaisquer déficits sensoriomotores, enfatizar o desenvolvimento neuromotor normal, focalizar suas necessidades totais. Através de abordagens que irão trabalhar tônus muscular, que favorecerá a busca por padrões normais de movimento (equilíbrio, coordenação motora e marcha).
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