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Objetivos da cirurgia pré-protética ● O objetivo da cirurgia pré-protética é criar estruturas de suporte adequadas para a instalação subsequente de aparelhos protéticos. Esta prótese pode ser uma prótese fixa ou removível, parcial ou total. ● Facilitar a adaptação, retenção e manutenção de uma prótese dentro da boca. ● Durante a cirurgia os ossos e tecidos moles (gengiva e músculos) são manipulados de modo que a instalação da futura prótese ocorra sem interferências. Princípios de avaliação do paciente e plano de tratamento Antes de qualquer tratamento cirúrgico ou protético, deve-se desenvolver uma avaliação meticulosa, delineando os problemas a serem resolvidos e um plano de tratamento detalhado para cada paciente. É imperativo que nenhum procedimento cirúrgico seja iniciado sem um claro entendimento do desenho desejado para a prótese final. ● Avaliação dos tecidos de suporte: - A avaliação do tecido ósseo de suporte deve incluir inspeção visual, palpação, exame radiográfico e, em alguns casos, avaliação de modelos. - Anormalidades do osso remanescente geralmente podem ser avaliadas durante a inspeção visual; no entanto, em razão da reabsorção óssea e da localização das inserções musculares e dos tecidos moles, muitas anormalidades ósseas podem ser mascaradas. - É necessária a palpação de todas as áreas da maxila e mandíbula, incluindo a área chapeável primária e a área vestibular. - O rebordo mandibular remanescente deve ser avaliado visualmente, observando-se sua forma e contorno, a presença de irregularidades grosseiras, torus e exostoses vestibulares. - O rebordo alveolar deve ser largo e em forma de U, ou seja, deve apresentar altura, espessura e configuração óssea apropriadas, com um contorno adequado da abóbada palatina e da tuberosidade maxilar; - Ausência de protuberâncias em tecidos ósseos e mole, bem como um revestimento com mucosa queratinizada do tecido mole inserido na área de suporte primário e uma profundidade apropriada de vestíbulo. - A reabsorção e o remodelamento do rebordo alveolar após a remoção do dente são fenômenos naturais da cicatrização, fisiologicamente indesejável e possivelmente inevitável. - Nos três primeiros meses após extração dentária, a neoformação óssea e a perda de altura do rebordo acontecem simultaneamente, com uma redução aproximada de dois terços da espessura alveolar. Avaliação imaginológica Escolha do exame a ser solicitado: 1. saber o que se está procurando 2. ter conhecimento da técnica que melhor visualiza o tecido a ser observado 3. ser pouco invasivo, expor o paciente à mínima radiação possível 4. evitar gastos desnecessários e iniciar o estudo sempre pela técnica mais simples. Radiografia: Alveoloplastia simples associada à remoção de múltiplos dentes ● A forma mais simples de alveoloplastia consiste na compressão das paredes laterais do alvéolo dentário após extração dentária simples. Quando há muitas irregularidades, um recontorno mais extenso geralmente é necessário. Faz-se alveoloplastia conservadora em combinação com extrações múltiplas após a remoção de todos os dentes do arco. ● As áreas específicas que requerem recontorno alveolar são óbvias se essa sequência for seguida. Quer o recontorno do rebordo alveolar seja feito no momento da extração dentária ou após um período de cicatrização, a técnica é essencialmente a mesma. As áreas ósseas que necessitam de recontorno devem ser expostas usando-se um retalho tipo envelope. ● Uma incisão mucoperiosteal ao longo da crista do rebordo, com extensão anteroposterior adequada à área a ser exposta, e o rebatimento do retalho permitem visualização e acesso adequados ao rebordo alveolar. Quando não for possível exposição adequada, pequenas incisões verticais relaxantes podem ser necessárias. ● Os principais objetivos do rebatimento do retalho mucoperiosteal são permitir visualização adequada e acesso às estruturas ósseas que requerem recontorno e proteger o tecido mole adjacente a essa área durante o procedimento. ● Após o recontorno, o retalho deve ser reaproximado com pressão digital, e o rebordo, palpado para assegurar que todas as irregularidades tenham sido removidas. Após irrigação abundante para assegurar a remoção de detritos, as margens do tecido podem ser reaproximadas com suturas interrompidas ou contínuas. ● Quando existe rebordo em ponta de faca na mandíbula, a porção superior afiada do alvéolo pode ser removida de maneira similar à descrita para uma alveoloplastia simples. Após anestesia local, faz-se uma incisão sobre a crista, estendendo-a ao longo do rebordo alveolar, aproximadamente 1 cm além das margens da área que necessita de recontorno. ● Após descolamento mínimo do mucoperiósteo, pode-se usar uma pinça-goiva para remover a maior parte da área afiada da face superior da mandíbula. ● Usa-se uma lima para osso para regularizar a face superior da mandíbula. Após irrigação abundante, fecha-se essa área com suturas contínuas ou interrompidas. ● Antes de remover qualquer tecido ósseo, deve-se considerar seriamente a reconstrução do rebordo por meio de procedimentos de enxerto. Exodontias múltiplas seguida de prótese imediata Opção terapêutica que favorece o processo de cicatrização, a promoção de hemostasia local pela estabilização do coágulo, o auxílio na determinação da dimensão vertical e ser um facilitador para o paciente na adaptação ao aparelho protético. - O paciente deverá ser submetido, antes das exodontias, a todas as etapas necessárias à confecção de uma prótese total Redução de tubérculo geniano Quando grandes atrofias se instalam na mandíbula, o tubérculo geniano torna-se proeminente, o que poderia dificultar a manutenção de uma prótese. Técnica cirúrgica: Anestesia mentual associada ao bloqueio do nervo lingual bilateral, seguida de incisão linear sobre o rebordo mandibular, na região anterior, entre os forames mentuais. Divulsão total do retalho por lingual para acesso à região, com desinserção do músculo genioglosso. A osteotomia da proeminência pode ser realizada com instrumentos rotatórios de baixa ou alta rotação, com irrigação constante. A sutura é realizada com pontos contínuos e o músculo genioglosso deverá reposicionar-se casualmente. Redução de crista milo-hióidea À medida que a reabsorção mandibular avança, a localização da inserção dessa musculatura torna-se desfavorável para a estabilização das próteses. Em mandíbula com intensa reabsorção, a superficialização da crista milo-hióidea resulta em sintomatologia dolorosa, por vezes intensa. Técnica cirúrgica: ● O bloqueio dos nervos bucal, lingual e alveolar inferior ● Acesso por lingual em cima do rebordo na posterior para vestibular a fim de se evitar o nervo lingual. ● Desinserção do músculo milo-hióideo ● Osteotomia da proeminência ● Abundante irrigação local ● Sutura Tratamento de Exostose Consideradas anomalias do desenvolvimento benignas são classificadas de acordo com sua localização em exostose vestibular, na mandíbula ou maxila e exostose palatina na maxila, com predileção pela região da tuberosidade. Sua remoção cirúrgica está indicada apenas quando interferem na estética do indivíduo ou na funcionalidade do sistema estomatognático ou impossibilitam a confecção de peças protéticas. Técnica cirúrgica: ● Anestesia infiltrativa ● Acesso em cima do rebordo ● Desinserção da exostose ● Osteotomia da proeminência ● Para a remoção da exostose serão utilizados instrumentos rotatórios, pinça-goiva e lima de osso na sua regularização ● Sutura simples ou contínua Exérese de tórus palatino e mandibular O tórus é considerado uma exostose comum e benigna e não requer tratamento, a menos que seja local de frequentes traumas em sua superfície, resultando em ulceração e dor local ou, ainda, interferindo nos movimentos da língua, na fonação e na fisiologia da mastigação. Se o tamanho do tórus for discreto e não interferir na adaptação da prótese, sua remoção estará contraindicada. Redução da tuberosidade Excesso de tecido ósseo ou mole na região de tuberosidade maxilarpode acarretar diminuição da distância entre os arcos, tornando-o inadequado à confecção de uma prótese. Realizar radiografia panorâmica, pois auxilia na quantificação do tecido a ser reduzido e identifica a extensão do seio maxilar, minimizando os riscos no transcirúrgico. Cirurgia dos frênulos Os freios ou frênulos bucais são estruturas de origem congênita, consistem em cordões de tecido conjuntivo fibroso, muscular ou fibromuscular, recobertos por membrana mucosa e localizados na linha média. Em pacientes edêntulos, um freio labial hipertrófico, firme e tenaz, ou com inserção inadequada, devido à reabsorção vertical do rebordo alveolar, pode interferir na estabilidade e promover o deslocamento de próteses dentárias, tornando necessária a sua remoção cirúrgica. - Frenectomias (remoção cirúrgica do freio) - Frenectomia lingual - Frenulotomias (secção do freio sem, no entanto, removê-lo) - reinserção do freio (que promove o seu reposicionamento) Vestibuloplastias O procedimento cirúrgico de vestibuloplastia com epitelização secundária consiste basicamente na incisão e no reposicionamento da mucosa que recobre o osso alveolar e das inserções musculares, o retalho é suturado no periósteo, promovendo um aprofundamento do sulco vestibular. Remoção de hipermobilidade tecidual Tecido com hipermobilidade excessiva sem inflamação sobre o rebordo alveolar geralmente é resultado de reabsorção do osso subjacente, próteses mal-adaptadas ou de ambas. Se a altura do rebordo alveolar permanecer adequada após a remoção do tecido com hipermobilidade, então se pode indicar a exceção. Hiperplasia Fibrosa Inflamatória Também chamada de epulis fissurado ou fibrose por prótese, é um aumento hiperplásico generalizado da mucosa e do tecido conjuntivo fibroso no rebordo alveolar e na região vestibular que muito comumente resulta de próteses mal adaptadas.
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