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A pelve ou bacia é dividida em pelve maior e menor – esta é chamada de bacia obstétrica. Essas duas são separadas pela linha inominada, uma margem óssea encurvada que vai do promon1ório sacra! (articulação da vértebra L5 com a SI) até a margem superior da sínfise púbica. Assim, a linha terminal delimita a abertura superior da pelve menor, ou bacia obstétrica. A pelve é constituída por quatro ossos que possuem uma forma anelar e através dos quais o peso do corpo é transmitido para os membros inferiores (figuras 13 e 14): o sacro, localizado na região posterior; o cóccix. que juntamente ao sacro forma a pane inferior da coluna vertebral; e os dois ossos ilíacos, lateralmente. Esses ossos articulam-se por meio de três articulações (sínfise púbica. articulação sacroilíaca e articulação sacrococcígea): O sacro localiza-se entre os dois ossos ilíacos e se articula com eles por meio da articulação sacroilíaca. Juntamente à vértebra L5, constitui o ângulo sacrovertebral, cujo vértice é denominado promontório sacra!. Sua face anterior, voltada para a pelve, é côncava e apresenta algumas diferenças anatômicas de acordo com os vários tipos de bacia. O cóccix é formado pela fusão de quatro vértebras rudimentares e se une ao sacro por meio da articulação sacrococcígea, que apresenta grande mobilidade durante o parto. O osso ilíaco é constituído pela fusão de três ossos (ílio, ísquio e púbis) em um processo que se completa entre os 15 e os 16 anos de idade. Na face lateral externa desse osso, em que ocorre a ossificação desses três ossos, há uma depressão circular grande denominada acetábulo. Essa depressão é o ponto de articulação da pelve com os membros inferiores. Ílio: É formado por três ossos fundidos entre si: ílio, ísquio e púbis. Tal fusão se completa por volta de 15 a 16 anos; O ílio é o maior dos ossos pélvicos, ele se localiza na região mais superior e possui uma crista e quatro ângulos (espinhas) que servem para inserções musculares e são importantes pontos de reparo em anatomia de superfície. A crista ilíaca forma a proeminência do quadril e termina anteriormente na espinha ilíaca anterossuperior; logo abaixo está a espinha ilíaca anteroinferior. Posteriormente, a crista ilíaca termina na espinha ilíaca posterossupe.rior, abaixo da qual se localiza a espinha ilíaca posteroinferior, mais abaixo está a incisura isquiática maior, junto à qual passa o nervo isquiático. Medialmente à porção posterior da crista ilíaca, encontra-se a tuberosidade ilíaca (ponto de inserção do ligamento sacroilíaco), e na face medial do ílio está a face auricular rugosa, que se articula com o sacro. Sua face anterior é lisa e côncava, denominada fossa ilíaca. Ísquio: O ísquio é o osso posteroinferior do quadril. Medialmente, encontra-se a espinha isquiática, ponto de reparo importante na avaliação da descida fetal durante o trabalho de parto. Imediatamente acima e abaixo desse processo anatômico, localizam-se a incisura isquiática maior e a menor, respectivamente. Inferiormente, encontra-se a tuberosidade isquiática, que sustenta o peso do corpo na posição sentada. Anteriormente há um grande forame denominado obturatório, formado pelos ramos anteroinferior e posteroinferior do ísquio junto ao ramo inferior do púbis, no qual há uma membrana cuja função é a inserção muscular (membrana obturatória). Púbis: O púbis é o osso anterior do quadril. Possui ramos superior e inferior que sustentam o corpo do púbis, que se articula, por sua vez, com o púbis contralateral (sínfise púbica). Sacro: Osso posterior do quadril; Fica entre os dois ossos ilíacos, articulando através do ligamento sacro ilíaco; Delimitado superiormente com a 5 vértebra lombar, constituindo o ângulo sacro vertebral, cujo vértice é o promontório; Face anterior côncava. Cóccix: Osso posterior do quadril; Formando por 4 vértebras rudimentares fundidas entre si, que articulam entre si através da articulação sacroccígea; Importante por dar mobilidade durante o parto. Diâmetros da bacia: A pelve é dividida em bacia maior e menor (obstétrica). Do ponto de vista obstétrico, para a avaliação da via de parto é necessário apenas o conhecimento das dimensões da bacia menor. Bacia maior: A bacia maior se limita lateralmente com a articulação sacroilíaca, posteriormente com a coluna vertebral e anteriormente com a musculatura abdominal. No estudo da bacia maior, consideram-se os diâmetros transverso e anteroposterior: Diâmetros transversos: o diâmetro biespinha estende-se da espinha ilíaca anterossuperior de um lado à do lado oposto e mede 24 cm (entre as duas espinhas ilíacas anterossuperior); o diâmetro da bicrista vai do ponto mais alto da crista ilíaca de um lado até o lado oposto, medindo 28 cm; Diâmetro anteroposterior: o diâmetro sacropúbico externo, ou conjugata externa, estende-se da fosseta situada abaixo do processo espinhoso da última vértebra lombar (L5) até a borda superior da sínfise púbica e mede 20 cm. Bacia menor: Limita-se anteriormente com a sínfise púbica, posteriormente com o promontório, e lateralmente com a eminência íleopectínea e linha arqueada. Apresenta 3 estreitos: superior, médio e inferior. A bacia menor é também denominada, obstetricamente, escava, escavação ou, ainda, bacia obstétrica. Didaticamente, quando na abordagem obstétrica, ela é dividida nos estreitos superior, médio e inferior. Esses estreitos são denominados no sentido da progressão do produto conceptual e a divisão tem importância na diferenciação dos tipos de distocias ósseas, que são causadas por alterações na bacia obstétrica. Estreito superior: É delimitado, no sentido posteroanterior, pelo promontório sacral, pela borda anterior da asa do sacro, pela articulação sacroilíaca, pela linha inominada, pela eminência ileopectínea e pe.la borda superior da sínfise púbica. Apresenta dois diâmetros anteroposteriores, dois diâmetros transversos e dois oblíquos. O diâmetro anteroposterior é o de maior interesse para a obstetrícia e se divide em: a) Conjugata anatômica: vai do promontório a borda superior da sínfise púbica, com diâmetro de 11 cm; b) Vera obstétrica: vai do promontório a tuberosidade pubiana, com diâmetro de 10,5 cm; c) Diagonalis: vai do promontório a borda inferior da sínfise púbica, com diâmetro de 12 cm. Observa-se, então, que a conjugata vera obstétrica é mais curta que a anatómica e pode impedir a passagem da apresentação ainda que passe o diâmetro promontossuprapúbico e, por isso, constitui o verdadeiro diâmetro útil. Os diâmetros transversos vão do ponto mais afastado da linha inominada de um lado à linha do lado oposto, com 13 a 13,5 cm; e médio, que se estende na mediana da conjugata vera anatômica e mede 12 cm. Os diâmetros oblíquos, também chamados de diâmetros de insinuação, vão de uma eminência ileopectínea de um lado à articulação sacroilíaca contralateral e recebem dos autores franceses o nome de direito e esquerdo. Uma nomenclatura mais simples e bastante aceita propõe denominar: primeiro oblíquo, o que parte da eminência ileopectínea esquerda, e o segundo oblíquo, o que sai da eminência ileopectíneia direita. Eles medem aproximadamente 12 cm cada e o primeiro é discretamente maior que o segundo. Estreito médio: Terço inferior do sacro, espinha isquiática e borda inferior da sínfise púbica. Diâmetro anteroposterior:12 cm; diâmetro transverso: 10,5 cm. É delimitado no sentido pósteroanterior pela concavidade do osso sacro (precisamente entre as vértebras S4 e S5), passa pelo processo transverso da vértebra S5, pela borda inferior dos ligamentos sacroisquiáticos e pelas espinhas isquiáticas, e segue anteriormente até a margem inferior dasínfise púbica. Dois diâmetros devem ser citados: o sacromediopúbico (anteroposterior), que vai do meio do da concavidade do osso sacro (S4/S5) até o meio da face posterior da sínfise púbica, medindo 12 cm; e o bi-isquiático (transverso), que se estende de uma espinha isquiática à outra, mede 10,5 cm e é o ponto de maior estreitamento do canal de parto. Estreito inferior: Borda inferior da sínfise púbica ao cóccix. É delimitado, no sentido posteroanterior, pela ponta do cóccix, estende-se pela borda inferior do grande ligamento sacroisquiático, pela face interna da tuberosidade isquiática e pela borda inferior do ramo isquiopúbico, até atingir a borda inferior da sínfise púbica. Esse estreito é representado por dois triângulos, tendo como base uma linha que passa pelas tuberosidades isquiáticas. O anterior tem seu ápice no meio da borda inferior da sínfise púbica, e o posterior o tem na ponta do cóccix. O diâmetro anteroposterior (cóccix-subpúbico), que se estende da ponta do cóccix à borda inferior da sínfise púbica e mede 9,5 cm, é de interesse obstétrico e, na fase final da expulsão fetal após a retropulsão do cóccix, amplia-se em 2 a 3 cm, recebendo o nome de conjugata exitus. Já o diâmetro transverso se situa entre as duas faces internas da tuberosidade isquiática, mede 11 cm e é chamado de bituberoso. A pelve feminina pode possuir vários tipos: Ginecoide (50%): diâmetros anteroposterior e transverso igual em formato arredondado; Antropoide (25%): tem diâmetro anteroposterior maior que o transverso, de modo que o ângulo subpúbico é levemente estreitado; Androide (20%): tem formado triangular, ângulo subpúbico estreitado e diâmetro anteroposterior e transverso reduzido; Platipeloide (5%): duas espinhas isquiáticas estão mais afastadas, possuindo maior diâmetro transverso em relação ao anteroposterior. Tem amplo ângulo subpúbico e facilita durante o parto normal. São os movimentos exercidos pelo feto sob ação das contrações uterinas ao transitar pelo canal de parto, permitindo sua adaptação às dificuldades do trajeto. Assim, a progressão do trabalho de parto é mais ou menos facilitada, de acordo com a relação entre as características de forma e tamanho da pelve materna e as do produto conceptual. Deve-se pensar que o feto é o objeto que percorre o trajeto (bacia) impulsionado pelo motor (útero), ou seja, as contrações uterinas são a força motriz do trabalho de parto, a qual impulsiona o feto através da pelve da gestante para alcançar a vulva e desprender-se, finalizando o ato de nascer. Relações urofetais: São as relações espaciais entre o organismo materno e o produto conceptual, utilizando-se para isso nomenclatura e definições convencionadas. Atitude: É a relação entre as partes fetais entre si, sendo que depende da posição dos membros e da coluna vertebral; Ou o feto está em flexão ou deflexão (que representa sofrimento fetal); Na maioria das vezes, o feto apresenta atitude de flexão generalizada durante toda a gestação e o parto; A coluna vertebral se curva ligeiramente, produzindo uma concavidade voltada para a face anterior de concepto, enquanto os membros se apresentam flexionados e anteriorizados. Assim, configura-se uma formação de aspecto oval ou ovoide, com duas extremidades representadas pelo polo cefálico e pélvico; Em situações anômalas, pode haver extensão da coluna com deflexão do polo cefálico, o que leva às apresentações defletidas de 1°, 2° e 3° graus; A ausência persistente de flexão de todos os membros é anormal e pode significar sofrimento fetal grave por perda do tônus muscular. Situação: A situação consiste na relação entre o maior eixo da cavidade uterina e o maior eixo fetal; Essa relação dá origem a três possibilidades de situação fetal: longitudinal, transversa e oblíqua; Longitudinal: cabeça e eixo corpóreo no mesmo eixo da mãe; Transverso: eixo do bebê está transverso em direção ao útero; Oblíquo: eixo oblíquo ao da mãe. Apresentação: A apresentação é definida como a região fetal que ocupa a área do estreito superior e nela vai se insinuar; Quando a situação fetal é longitudinal, há duas possibilidades de apresentação: cefálica ou pélvica, dependendo do polo fetal que ocupa a região inferior do útero; Nas situações transversas, nas quais se distinguem as apresentações córmicas (ou de ombro), em que o dorso fetal se apresenta anterior ou posteriormente, ou as apresentações dorsais superior e inferior, em que o dorso fetal se apresenta superior ou inferiormente (raro); Na posição transversa, quando uma parte fetal menor (por exemplo, um dos membros) se antepõe à apresentação durante o trabalho de parto, ocupando a vagina, ou mesmo se exteriorizando pela vulva, denomina-se procidência ou prolapso – com bolsa rota; Quando uma parte menor se antepõe a apresentação durante o trabalho de parto, ocupando vagina e vulva, com bolsa íntegra, temos o procúbito. As apresentações cefálicas podem ser: 1) Cefálica fletida: mento está aconchegado ao esterno. 2) Cefálica defletida: quando a cabeça está em extensão, com o mento longe do esterno. Se divide em: Defletida de primeiro grau: fontanela bregmática no estreito superior (testa); Defletida de segundo grau: fronte no estreito superior glabela/nariz); Defletida de terceiro grau: queixo no estreito superior (mento/queixo). As apresentações pélvicas podem ser: 1) Pélvica completa: atitude fisiológica do polo pélvico, quando as coxas estão fletidas e aconchegadas ao abdome, e as pernas fletidas junto às coxas. 2) Pélvica incompleta: qualquer atitude assumida pelos membros inferiores. Divide-se em modo nádegas (membros inferiores estirados e rebatidos de encontro à parede abdominal fetal – figura A) ou modo joelhos-pés (joelhos e pés na parte inferior do útero – figura C). Posição: É a relação dorso fetal com o lado materno; A finalidade da posição é buscar a melhor localização para ausculta cardíaca fetal durante o trabalho de parto, que será ipsilateral a seu dorso na maioria das vezes, exceção para as apresentações cefálicas defletidas de terceiro grau, em que os batimentos cardíacos fetais são audíveis com maior nitidez na face anterior do tronco do cencepto; A variedade posição complementa a orientação espacial do concepto ao relacionar um ponto de referência da apresentação fetal com um ponto de referência ósseo da bacia materna, levando-se em consideração as faces anterior, posterior ou lateral da gestante; O feto está dentro da pelve, voltado para um dos pontos de referência materno; Condicionou-se, para tal, o emprego de três letras como nomenclatura definidora de apresentação, posição e variedade de posições fetais: - A primeira letra representa o ponto de referência da apresentação fetal, em que: O – occipício; B – bregma; N – naso; M – mento; S – sacro; A – acrômio. - A segunda letra refere-se ao lado materno para o qual está voltado o ponto de referência fetal (posição): D – direita e E – esquerda. É importante lembrar que essa letra é suprimida nas variedades anteroposteriores (sacral e púbica). - A terceira letra indica a variedade de posição, conforme o feto esteja voltado para o ponto de referência ósseo da bacia materna: A (anterior) – eminência íleopectínea; T (transversa) – extremidade do diâmetro transverso; P (posterior ou púbis) – sinostose sacroilíaca ou púbis; S (sacro) – materno. Tempos do mecanismo de parto: 1. Insinuação: É definida como a passagem do maior diâmetro da parte apresentada, perpendicular à linha de orientação fetal, pelo estreito superior da bacia materna; É a passagem do maior diâmetro da apresentação fetal através do estreito superior; Nas apresentações cefálicas o diâmetro de insinuação corresponde ao biparietal e nas apresentações pélvicas, ao bitrocantérico; Na maioria das mulheres, quando a parte fetal apresentada está insinuada, significa que o ponto de referência ósseo fetal está no nível das espinhas isquiáticas maternas (plano 0 de De Lee ou terceiro plano de Hodge) ou muito próximo dele; A ocorrência de insinuação indica que o estreito superior é adequado para a passagem do feto, mas não permite inferir as características dos estreitos médio e inferior; Em primigestas a insinuação ocorre, na maioria das vezes, por volta de 15 dias antes do parto. Já em multíparas, a insinuação pode ocorrer a qualquer momento, desde antes do início do trabalho de parto até após a dilatação completa do colo uterino; Para fazer a insinuação o feto precisa fazer três movimentos (que ocorrem ao mesmo tempo): - Flexão: colocar o queixo no peito; - Acavalgamento: diminuição do diâmetro das suturas, em que o frontal e o occipital se locam por baixo dos ossos parietais e as bordas internadas dos parietais se sobrepõem; - Acincletismo: é um movimento de flexão lateral da cabeça, em que o feto joga um parietal e depois o outro, para passar no diâmetro transverso do estreito médio. 2. Descida: A descida ou progressão, também considerada segundo tempo de mecanismo de parto, é o momento definido pela passagem do polo cefálico (ou da apresentação fetal em geral) do estreito superior para o estreito inferior da pelve materna; A definição e o estudo desse momento do parto têm apenas fins didáticos, já que sempre ocorre de forma sincrônica com o primeiro tempo, o terceiro tempo ou ambos; Por essa razão, é de suma importância ter em mente que, enquanto a descida está ocorrendo, a insinuação pode não ter ocorrido ainda e a rotação interna está acontecendo concomitantemente; É a passagem do estreito superior ao inferior, ocorrendo com o movimento de espira descendente da cabeça fetal para orientação do diâmetro anteroposterior da cabeça com o da bacia; Se inicia com o trabalho de parto e termina com a expulsão fetal. 3. Rotação interna: O objetivo da rotação interna é coincidir o diâmetro anteroposterior do polo cefálico com o maior diâmetro da bacia materna; Começa quando entra no plano 0 de De Lee, para que o ponto de referência fetal (lambda) possa ficar púbico ou sacro; Os diâmetros com maiores proporções variam, dependendo do estreito em que se encontra a cabeça fetal, assim, o estreito superior apresenta maior dimensão no sentido transverso; no estreito médio, o sentido anteroposterior é maior ou eles tem iguais proporções; e no inferior, o anteroposterior é maior; Durante a descida do feto, ocorre movimento de rotação para locar o polo cefálico sob o púbis, descrevendo-se assim um movimento de espira; A rotação normalmente traz o ponto de referência fetal para a frente, junto ao púbis, o que é denominado rotação anterior (ou púbica). Quando, excepcionalmente, o feto roda para trás, diz-se que ocorreu rotação posterior (ou sacra). Simultaneamente com a rotação interna da cabeça ocorre a penetração das espáduas (bi-acromial) no estreito superior da bacia, reduzindo o diâmetro da cintura escapular por meio do aconchego dos ombros. O feto progride em espiral juntamente com o polo cefálico, de modo que o dorso fetal se mantém a 45° da linha de orientação; Nas apresentações cefálicas fletidas, o occipício é o ponto de referência que irá percorrer a distância de um arco de circunferência, necessária para sua locação no subpúbis. Dessa forma, será observada a rotação, em graus, conforme as seguintes variedades: - 45° nas anteriores (occipitoesquerda anterior e occipitodireita anterior); - 90° nas transversas (occipitoesquerda transversa e occipitodireita transversa); - 135° nas posteriores (occipitoesquerda posterior e occipitodireita posterior). 4. Deflexão e desprendimento cefálico: O desprendimento cefálico ocorre com a descida final da cabeça fetal em posição occipitopúbica, até que seja possível a locação do suboccipício no subpúbis materno; Como o polo cefálico está em flexão, é necessário que ocorra movimento de deflexão ou extensão da cabeça para ocorrer exteriorização do maciço frontal. Dessa forma, o diâmetro suboccipitobregmático (9,5 cm) ocupa o diâmetro anteroposterior do estreito inferior e a fronte do feto rechaça o cóccix, aumentando esse diâmetro de 9 cm para 11 cm, o que se denomina retropulsão coccígea; Ou seja, a cabeça se desprende do estreito inferior pela retro pulsão do cóccix, que ocorre para haver a locação do suboccipício no subpúbis materno; O hipomóclio é o movimento de deflexão da cabeça fetal para sua expulsão; Por meio de duas forças antagônicas (contração uterina e resistência perineal), o feto é impulsionado para baixo e para fora do canal de parto. Ao vencer tal resistência, a cabeça fetal desfere movimento abrupto de extensão, externando os diâmetros anteroposteriores do polo cefálico na sequência: suboccipitobregmático (9,5 cm), suboccipitofrontal (10,5 cm) e suboccipitomentoniano (9,5 cm). Ocorre, portanto, exteriorização do bregma, da fronte, do nariz e do mento do feto, sucessivamente. 5. Rotação externa: A rotação externa da cabeça fetal, também denominada movimento de restituição, leva o occipício a votar-se para o lado materno que ocupava no interior do canal de parto; A sutura sagital apresenta-se em sentido transversal ao da fenda vulvar ao fim desse tempo; Nessa ocasião, as espáduas, que se insinuaram do diâmetro oblíquo oposto ao da cabeça fetal rodam, trazendo o diâmetro biacromial para o diâmetro anteroposterior do estreito inferior. 6. Desprendimento do tronco: As escápulas penetram no estreito superior da bacia, reduz-se o diâmetro da cintura escapular por meio do aconchego dos ombros e esse movimento progride em espiral juntamente com o polo cefálico, em que o restante do feto sai sem resistência; O ombro anterior apoia o ângulo subpúbico e deflete lateralmente, desprendendo, de modo que o ombro posterior sofre flexão e se desprende. Para o que ocorra o desprendimento do polo pélvico basta uma leve inflexão lateral no sentido do plano ventral para liberá-lo.
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