Buscar

FORMAÇÃO DOCENTE NA PERSPECTIVA TRANSDISCIPLINAR


Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Continue navegando


Prévia do material em texto

11
NOME DA FACULDADE 
(FACULDADE A QUAL ESTÁ MATRICULADO(A) (Arial fonte 12)
NOME DO CURSO 
(Coloque aqui o nome do seu curso de pós em Arial fonte 12)
 NOME COMPLETO (do aluno) (Arial fonte 12)
	
 FORMAÇÃO DOCENTE NA PERSPECTIVA TRANSDISCIPLINAR
 
 CIDADE (do aluno) (Arial, fonte 12)
ANO (de envio do TCC)
FORMAÇÃO DOCENTE NA PERSPECTIVA TRANSDISCIPLINAR
Autor[footnoteRef:1], (digitada em letra tamanho 12) [1: E-mail do autor] 
Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços). “Deixar este texto no trabalho conforme se apresenta, fonte e cor vermelha”.
RESUMO - O presente artigo apresenta reflexões sobre a formação de professores embasadas nas teorias da transdisciplinaridade e do pensamento complexo, objetivando compreender o trabalho integral em sala de aula. Abordar acerca de uma proposta de ensino transdisciplinar é discutir uma ampla ressignificação do sistema de ensino, de transformação do sujeito, seu modo de pensar, sendo uma forma de suscitar à compreensão de que existem inúmeras formas de aquisição da aprendizagem, auxiliando na construção de uma formação ampla. Primou-se por analisar discussões bibliográficas que se respaldaram em autores como Morin (1997), Suanno (2014), Hernandez (1998), entre outros. As principais definições, levantamentos e contribuições são objetos de análise deste trabalho, que concebe a formação docente sendo de suma importância para que se promova o desenvolvimento consciente e interrelacionado, isto porque ele precisa ser um profissional ativo, criativo, que promova um processo de ensino e aprendizagem dinâmico, que leve o aluno a pensar, a problematizar e a construir conhecimento que possam ser aplicados em seu cotidiano.
PALAVRAS-CHAVE: Formação Docente. Interdisciplinaridade. Educação
INTRODUÇÃO
Na atualidade o mundo é cada vez mais dinâmico, globalizado e as pessoas tem cada vez mais acesso à informação e tecnologias, o que trouxe mudanças consideráveis em praticamente todos os setores da vida humana, aguçando desigualdades sociais, criando conflito religiosos, trazendo turbulências sociais e também econômicas. 
No ambiente escolar essas transformações acontecem na mesma proporção, mas é preciso ter discernimento sobre qual é a sua função social partindo do princípio de que os alunos precisam se desenvolver integralmente e que tenha dentro do espaço escolar a oportunidade de iniciar sua formação. 
Transformações são importantes para qualquer sociedade, porém, tal metamorfose precisa ser acompanhada de atitudes e ações que promovam o bem comum. A atualidade exige da educação uma ressignificação do ensino e de sua função social, trazendo grandes implicações em especial sobre a ação docente. 
O professor não pode ser mais visto como o centro do processo de ensino e aprendizagem, sendo este um aspecto positivo, pois, agora ele é visto como um mediador que possibilita diversas interações entre o aluno e o conhecimento, isto para atender as necessidades da sociedade que é cada vez mais globalizada e mutante. 
O foco da educação diante desse contexto é a formação de alunos mais críticos e participativos.
Hoje, o professor precisa ter sua formação inicial e continuada reestruturada, precisando ser criativo, trabalhar visando a sustentabilidade, inovar em suas propostas na sala de aula, assim como trabalhar de forma transdisciplinar, compartilhando conhecimentos, buscando compreender as mudanças que se inserem na sociedade, as problemáticas a serem respondidas e como a escola pode contribuir para uma sociedade melhor para todos. 
O trabalho é de cunho bibliográfico com a revisão de autores como: Morin (1997), Suanno (2014) e Hernandez (1998).
Conceituando o Pensamento Complexo e a Transdisciplinaridade
O pensamento complexo é um conceito criado por Edgar Morin (1997) que busca conscientizar as pessoas para uma nova forma de se pensar a educação e as relações da sociedade em geral. Tal modo, evidencia a necessidade de ruptura ideológica com o modelo cartesiano que está em voga desde o século XVII. Esse novo modo de pensar, confronta-se com a fragmentação do conhecimento, do disciplinamento do ser humano, questiona as certezas absolutas, igualmente analisa os métodos de ensino pautados na memorização, repetição entre outros mecanismos vistos com tradicionais que seguem ordens e hierarquias.
Morin (2000), destaca esta necessidade urgente de ruptura com a segregação do saber em detrimento do poder, por isso evidencia sua teoria em prol das mudanças de paradigmas, ou seja, precisa-se imediatamente de uma tomada de consciência para que os seres humanos possam repensar suas atitudes em relação aos seus pares, valorizando assim práticas de educação humanizadas. Para esta transformação o autor supracitado destacou a necessidade do pensamento complexo ligado a atitudes transdisciplinares. Na busca do conceito do que é transdisciplinaridade, Suanno (2013) destaca que:
a transdisciplinaridade caracteriza-se por ser uma pulsão religadora, por buscar pensar complexo, multidimensional, multirreferencial, articulando razão, emoção e atitude transformadora, trabalhando assim com uma razão sensível e práxis complexa e transdisciplinar. (SUANNO, 2013, p. 18)
Com base nas informações referidas na citação, analisa-se que uma atitude transdisciplinar está intimamente relacionada com os inúmeros conhecimentos crucias para sua realização. Morin (2000) em seu livro: Os sete saberes necessários à educação do futuro, traz fundamentações essenciais para a construção de uma nova práxis educativa baseada na cooperação, na valorização do sujeito em sua totalidade, na ressignificação do conhecimento e na necessidade de religar saberes, compreendendo que estes saberes são vistos como fundamentais para enfrentar os problemas que são complexos desta sociedade contemporânea. 
Os sete saberes propostos por Morin (2000) são relevantes no sentido de proporcionar uma educação transformadora que emancipa o sujeito. Eventos científicos e conferências mundiais como UNESCO em Madrid (2009), Barcelona (2010) e Brasil (2010), já discutem estas abordagens de preservação e manutenção da vida no Planeta que podem ser fundamentadas nas teorias do Pensamento Complexo e da Transdisciplinaridade estando intimamente rela estão relacionados com a sustentabilidade. Tais encontros objetivavam auxiliar na construção de orientações fundamentadas, e, encontrar meios que levem a outras possibilidades educacionais visando a formação de alunos críticos e criativos, ativos, que compreendem o que é autonomia mais que exerça e se integre numa perspectiva coletiva.
As contribuições significativas do pensamento complexo são difundidas no ideário de se criar um modelo pedagógico integral na perspectiva transdisciplinar, na busca de que os envolvidos nesse processo possam ter uma ampla consciência acerca das diversas problemáticas sociais que afligem nossa sociedade. Visa-se reestruturar a prática pedagógica no sentido de estimular a criatividade e a inovação, tanto de professores como alunos, para que ambos se adaptem aos desafios do mundo moderno e diminuir os impactos da ação humana na natureza, bem como, criar mecanismos de preservação do meio ambiente.
Tais conceitos criados estão em confronto com uma didática construída e exercidadesde o século XVII que preconiza a individualidade, a disciplina por meio do autoritarismo e da relação professor-aluno em uma ordem vertical de aprendizagem. O pensamento complexo (Morin, 1997) valoriza atitudes significativas e restabelece as relações. Promovendo assim, o respeito a pluralidade cultural, a valorização da consciência ecológica e o compromisso com a responsabilidade social e planetária são características fundamentais deste novo paradigma emergente.
A transdisciplinaridade compreendia com uma proposta para educação, é entendida por Suanno (2013) como “aquilo que está ao mesmo tempo entre as disciplinas, através das disciplinas [...] um princípio que associa as partes e o todo, por compreender que é impossível conhecer as partes sem conhecer o todo” (SUANNO, 2013, p.7), ou seja, o relacionamento entre os saberes científicos em diferentes níveis e modalidades, local e global, individual e coletivo.
A sociedade atual é caracterizada como complexa, que se transforma constantemente, por isso há uma necessidade urgente do pensamento humano evoluir também, tendo as comunidades escolares que acompanhar tal processo. Diante deste panorama, Suanno (2015) revela que:
emerge uma educação humanizadora e complexa que intencionada ensinar: o diálogo; a compreensão; a diversidade cultural e a pluralidade dos indivíduos; a cidadania planetária; a dialógica democrática; a ética; a justiça social; a condição humana; o conhecimento pertinente e complexo, que seja crítico, histórico, social, ambiental e autopoiético; a capacidade de indignar-se e comprometer-se com a transformação de si mesmo e do mundo; a formação do humano autônomo, emancipado, solidário, cooperativo e consciente. (SUANNO, 2015, p. 03)
Trata-se de uma educação diferente, inovadora, pois, segue-se um princípio de articulação, integração, de um trabalho em rede, legitimando assim a originalidade da palavra complexidade que segundo Morin (2000) “é um tecido (complexus: o que é tecido em conjunto) de constituintes heterogêneos inseparavelmente associados. Envolve ainda nesta abordagem ampla de formação do sujeito cognoscente[footnoteRef:2], aspectos que valorizam a subjetividade, os valores, as atitudes, enfim, multidimensões formativas essenciais a este novo contexto contemporâneo. [2: Sujeito cognoscente é uma expressão criada por Edgar Morin (1997) como um dos princípios organizadores do pensamento complexo e trata-se da reintrodução do sujeito dentro do próprio processo de aprendizagem, ou seja, ele reconhece sua importância, tornando o conhecimento mais significativo e interessante.] 
2.1. Emerge uma formação docente embasada na criatividade, sustentabilidade e na transdisciplinaridade
Moraes (2008) traz elementos que nos permitem refletir sobre nossa dificuldade em compreender os múltiplos aspectos que ameaçam a nossa existência no planeta. Segundo a autora não conseguimos encontrar soluções para os problemas que assolam a sociedade nas diversas situações sociais, revelando as seguintes problemáticas: 
Ao questionar o mundo ao nosso redor, com o que é que nos deparamos? Estamos dando conta de resolver a maioria de nossos problemas, de nossas inquietudes atuais? Quais são os problemas ou inquietudes que mais nos angustiam? Com certeza, a educação é um deles e a sustentabilidade do planeta é outro! Que tipo de lógica está sendo utilizada para resolvê-los? Será que a lógica clássica, a lógica binária, Aristotélica, vem dando conta de resolver nossos problemas atuais? Ela é suficiente ou insuficiente? Será que é preciso algo mais? Não seria preciso colocar para funcionar outras perspectivas paradigmáticas para dar conta dos graves problemas atuais, por nós, enfrentados? Novas perspectivas teóricas e práticas que vão além do conhecimento disciplinar, multidisciplinar ou interdisciplinar? (MORAES, 2008, p. 01-02)
É preciso refletir também sobre o processo de formação docente, pois, os professores são os principais agentes de transformação. Atualmente tem-se a consciência de que não basta a simples exposição de conteúdos, metodologias tradicionais, aluno passivo, educador omisso. A sociedade como um todo, exige uma nova concepção de indivíduo, um cidadão ativo, por isto, o professor necessita buscar outros vieses para atuar em sala de aula e desenvolver um processo de ensino e aprendizagem de qualidade. 
Isto quer dizer que na construção e propagação de conhecimentos, é de fundamental importância que o processo de ensino e aprendizagem seja baseado em situações que permitam ao aluno dar respostas aos problemas do seu cotidiano, o que envolve questões sociais, ambientais e tecnológicas (LEFF, 2001). Não há dúvidas, assim que tanto o professor e aluno precisam serem criativos, que consigam propor respostas urgentes e diversificadas para o meio em que vivem. O professor é a figura que media as interações dos alunos com o meio em que vivem, por isto é preciso desenvolver seu trabalho pedagógico demonstrando ações e atitudes de preservação da vida.
Quando tratar da abordagem sobre meio ambiente, para o aluno deve ficar claro que a principal causa de degradação é a ação antrópica, uma autodestruição, revelando como ela tem sido nociva e como é possível modificá-las para que assim todos se tornem corresponsáveis pela saúde do planeta, promovendo assim um desenvolvimento sustentável. 
A criatividade precisa ser compreendida como um elemento integrado a sustentabilidade, primando pela criação de um futuro melhor, que envolva as diferentes áreas da sociedade (HOWLKINS, 2007). Para tanto, o professor também precisa ser alguém criativo, isto porque os alunos aprendem de maneira diferenciada, tem perfis e necessidades múltiplas e todas elas precisam ser atendidas e abrangidas dentro da escola, possibilitando que o aluno dentro dessas diversidades possa opinar, criar conhecimentos e participar efetivamente do mundo a sua volta. 
O professor, porém, não agirá de forma criativa e crítica se sua formação não o auxiliou a formar essas habilidades e competências e por isto Tibeau (2002) considera que a educação superior é responsável por uma formação de qualidade para o professor e é o momento de desenvolver sua criatividade. Em sala de aula, será o momento deste profissional estimular a criatividade de seus alunos, utilizando diferentes procedimentos pedagógicos, diversificando suas aulas, utilizando exercícios diferenciados e que possam levar os alunos a desenvolver tipos diferentes de experiências, estas que se reflitam na construção de habilidades. Assim, discutindo a formação de professores a partir das discussões da sustentabilidade, a perspectiva transdisciplinar se desenvolve neste sentido, de acordo com Nicolescu (1997):
se as universidades pretendem ser agentes válidos do desenvolvimento sustentável, têm primeiramente que reconhecer a emergência de um novo tipo de conhecimento - o conhecimento transdisciplinar - complementar ao conhecimento disciplinar tradicional. (NICOLESCU, 1997, sem página)
Isto quer dizer que, na maioria das instituições ainda falta essa postura profissional transdisciplinar, que transcende a busca pelo conhecimento, pelo saber, da busca de fontes diversificadas, das trocas de experiências entre os profissionais, de maneira que os acadêmicos (futuros professores) tenham acesso a conteúdo e conhecimentos de forma mais eficiente, que os possibilite compreender o meio em que vivem, suas diversas problemáticas e utilizar esses conhecimentos para melhorar a vida do lugar em que vivem e posteriormente de seus alunos. Essa docência transdisciplinar de acordo com Suanno (2014) é uma prática emergente que: 
se constrói a partir da relação entre teoria, prática e sujeito, por meio da reintrodução do sujeito cognoscente na produção do conhecimento (princípio operador do pensamento complexo). A partir deste princípio compreende-se o conhecimento como fruto de uma construção relacional, dinâmica, interativa e recursiva entre sujeito e objeto, envolto em níveis de realidade, níveis de percepção e níveis de consciência. (SUANNO, 2014,p. 01)
Vislumbra-se que é necessário utilizar situações-problemas, metodologias ativas e inovadoras no sentido de tornar as aulas mais interessantes. Proporcionar aos alunos experiências enriquecedoras, trabalhar em grupos, solucionar pequenos conflitos, religar os saberes das distintas disciplinas, compreender o todo e as partes do conhecimento. Possibilitar situações para que o aluno demonstrar sua aprendizagem, seu desenvolvimento.
A transdisciplinaridade parte da necessidade de tornar o ensino escolar um ponto de partida para que o aluno possa compreender as múltiplas relações existentes na vida. Trata-se de interligar conteúdos a sua vida, que o ensino oferecido traga a possibilidade real de formação de um cidadão atuante no meio em que vive buscando conhecê-la e compreendê-la em todas as diversidades e complexidades que ela carrega. 
O professor deve se preparar para exercer uma prática educativa variada, porque seus alunos aprendem de maneira diferenciada, assim, um único método de ensino não é capaz de atender a todos em suas necessidades e nas possíveis dificuldades por eles apresentadas. Nesse contexto, motivar os alunos tem sido uma das prioridades dos professores, porque é necessário que esses alunos saiam do estado de inércia em que se encontram e se façam participativos dentro do processo de ensino e aprendizagem e o professor é o responsável por conduzir esse processo. 
Dentro das possibilidades de uma ação educacional tendo como objetivo o entendimento da preservação da vida, isto com discussões acerca da sustentabilidade, Moraes (2008) revela que:
assim, educar na sustentabilidade, a partir deste referencial teórico, é cuidar da multidimensionalidade do ser aprendente, cuidar de sua corporeidade e de sua espiritualidade; cuidar de sua ecologia interior, de suas relações político-sociais, de suas relações consigo mesmo, com o mundo, com a natureza, enfim, com a vida ao seu redor. É educar para restabelecer a inteireza humana, para deixar aflorar a beleza de cada ser humano. É criar condições para evolução do pensamento, do sentimento, da inteligência e do espírito humano, para que cada ser humano possa realizar a finalidade maior de sua existência sem precisar agredir ou negar a existência do que quer que seja. (Moraes, 2008, p.16)
Tem-se uma fundamentação completa que auxilia tanto os processos de formações de professores quanto ao cotidiano escolar, percebendo que tratar da sustentabilidade é uma ação que torna o sujeito ativo, conhecedor das problemáticas sociais, permitindo que ele tenha uma visão total dos diversos fenômenos que formam a sociedade. Diante de uma prática docente embasada nos pressupostos transdisciplinares, os envolvidos no processo educacional têm uma ampliação dos níveis de consciência, com metapontos de vistas, estabelecendo conexão com inúmeros conceitos, ou seja, o sujeito é flexível, crítico e atuante. 
2.2. Contribuições da Pedagogia de Projetos
A principal proposta de Hernández (1998) é de uma nova concepção e modo de reorganizar o currículo escolar, são os chamados projetos de trabalho. Com base nesta nova concepção de currículo, tanto professor quanto aluno assumem posturas diferentes do atual cenário educacional. Há uma ruptura com o ensino pautado na transmissão de conteúdos, caminhando rumo a uma transformação cuja finalidade e que educadores e educandos se tornem pesquisadores. É atribuído ao aluno diante deste contexto o papel de ser sujeito de sua aprendizagem, na maioria das vezes as elaborações dos projetos são para responder dúvida dos alunos, nesse sentido, os trabalhos com as pesquisas são essenciais.
É exatamente esta busca por respostas e soluções que o aluno é inserido como sujeito ativo. Como a proposta de elaboração gira em torno das dúvidas, os objetivos e a ações projetadas vão de encontro as estas proposições, por isso Hernandez (1998) fala da tomada de decisões como fator crucial. Para o autor o Projeto de Trabalho não é uma metodologia, precisando ser identificado como uma concepção de ensino, de forma que o conhecimento seja aguçado de uma maneira diferente, levando os alunos a compreensão dos saberes sistematizados e extraescolares, auxiliando-os a construírem sua própria identidade.
O ensino que preconiza o uso dos projetos, precisam objetivar a superação de uma visão reducionista na educação. Nesse sentido Morin (2001) alerta que:
[...] nos ensinam a isolar os objetos (do seu meio ambiente), a separar as disciplinas (em vez de reconhecer suas correlações), a dissociar os problemas, em vez de reunir e integrar. Obrigam-nos a reduzir o complexo ao simples, isto é, a separar o que está ligado; a decompor, e não a recompor; a eliminar tudo o que causa desordens ou contradições em nosso entendimento. (MORIN, 2001, p.15)
Como meio de superar esta dicotomia construída desde o século XVII, se faz urgente um ensino multirreferencial, que os estudantes participem de aulas expositivas, seminários, trabalhos individuais e em grupos, ou seja, estudem em diferentes situações e contextos. Estes projetos precisam se relacionar diretamente com os objetivos, conteúdos e as principais diretrizes da escola, havendo uma significação e uma contextualização. Igualmente, os professores precisam tomar consciência da importância de desenvolverem um trabalho coletivo, discutindo as propostas, esclarecendo as dúvidas, colocando suas sugestões, primando por uma educação coletiva e democrática.
Há necessidade de propiciar momentos de interação com os alunos, para criar oportunidades de desenvolvimento do “olhar crítico’, para que as informações sejam analisadas, refletidas e só depois transformadas em saberes construídos à luz da criticidade e do fazer inteligente”. 
Conclusão
Há de se considerar, porém, que a formação de professores na atualidade ainda se encontra deficitária, principalmente pela falta de habilidades e competências que possibilitem compreender e enfrentar as várias mudanças sobre saberes e práticas. Essa falta de uma formação de qualidade acaba incidindo sobre o ensino como um todo, principalmente porque o professor transmite conhecimentos de forma fragmentada, cria aulas monótonas, baseia sua prática em procedimentos pedagógicos excessivamente tradicionais e, muitas vezes não se reportam as necessidades apresentadas pelos alunos e pelo meio em que vivem. 
Não há dúvidas de que a criatividade é um elemento de fundamental importância para a atuação do professor nos dias de hoje, pois, ela é capaz de auxiliar em seu desenvolvimento pessoal, social, ambiental e cultural, gerando inovações e progresso não somente no processo de ensino e aprendizagem, mas na sociedade em que esse profissional atua. Isto leva a crer que o professor precisa desenvolver um olhar transdisciplinar que se baseia em procedimentos pedagógicos que também levem o aluno a ser mais criativo.
Diante desta situação, a participação da escola é de suma importância na formação integral dos sujeitos enquanto cidadãos, objetivando construir conhecimentos que promovam atitudes diferenciadas em relação ao meio ambiente, vislumbrando a possibilidade de um desenvolvimento sustentável. É importante que as aulas sejam mais dinâmicas e que todos dirijam seu olhar para o desenvolvimento integral, algo que todos precisam contribuir para que o desenvolvimento também seja aliado a sustentabilidade em todos os seus sentidos.
REFERÊNCIAS
DONAIRE, D. Gestão ambiental na empresa.2 ed. São Paulo: Atlas, 1995.
HERNÁNDEZ, Fernando. Transgressão e mudança na educação: os projetos de trabalho. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.
KOFF, Adélia Maria Nehme Simão e. Escolas, conhecimentos e culturas: Trabalhando com projetos de investigação. Rio de Janeiro, 7letras: 2009.
MANFÉ, Ana Teresa Assunção. Progresso x equilíbrio ambiental: é possível gerar o desenvolvimento das sociedade sem esgotar os recursos naturais do planeta? Think, Porto Alegre, v. 4, n. 2, p. 36-40, jul./dez. 2006.
MORAES, Maria Cândida & TORRE, Saturnino de la. Sentipensar: fundamentos e estratégias para reencantar a educação.Petrópolis, RJ: Vozes, 2004.
MORAES, Maria Cândida. Ecologia dos Saberes: complexidade, transdisciplinaridade e educação. São Paulo: Antakarana/ProLibera, 2008.
MORIN, Edgar. Abertura. In: ALMEIDA, Maria da Conceição de; CARVALHO, Edgard de Assis; CASTRO, Gustavo de. (Org.). Ensaios de Complexidade. Porto Alegre: Sulina, 1997.
MORIN, E. Da necessidade de um pensamento complexo. In: MARTINS, F. M. M.; SILVA, J. M. da S. (Org.). Para navegar no século XXI. Porto Alegre: Sulina, 2000.
MORIN, E. Os sete saberes necessários à educação do futuro. Tradução de Catarina Eleonora F. da Silva e Jeanne Sawaya ; revisão técnica de Edgard de Assis Carvalho. – 2. ed. – São Paulo: Cortez: Brasília, DF: UNESCO, 2000.
MORIN, Edgar. A religação dos saberes: o desafio do século XXI. Tradução e notas Flávia Nascimento. Rio de Janeiro: Bertrand, 2001.
NICOLESCU, Basarab. Em busca de uma evolução transdisciplinar para a universidade. In: Congresso Internacional Que Universidade para o Amanhã?, 1997, Locarno.
OLIVEIRA, Zélia Maria Freire de.; ALENCAR, Eunice Maria Lima Soriano de. Criatividade, Sustentabilidade e Olhar Transdisciplinar; uma tríade necessária na formação do professor. 2013. Disponível em <http://educere.bruc.com.br/ANAIS2013/pdf/6992_4186.pdf>. Acesso em 21 de setembro de 2021.
SCHMIDT NETO, Álvaro A. A fotolinguagem como metodologia transdisciplinar. In: SUANNO, Marilza V. R.; MAURA PUJOL, Maria Ántonia e DITTRICH, Maria Glória (Org.). Resiliência, criatividade e inovação: potencialidades transdisciplinares na Educação. Anápolis: Editora UEG, 2013.
SUANNO, Marilza Vanessa Rosa. Em busca da compreensão do conceito de transdisciplinaridade. In: MORAES, Maria Cândida e SUANNO, João Henrique. O pensar complexo na educação: sustentabilidade, transdisciplinaridade e criatividade. Rio de Janeiro: WAK, 2013
SUANNO, Marilza Vanessa Rosa. Outra finalidade para a educação: emerge uma didática complexa e transdisciplinar. In: ZWIEREWICZ, Marlene. Criatividade e inovação no ensino superior: experiências latino-americanas e europeias em foco. Blumenau: Nova Letra, 2013.
SUANNO, Marilza Vanessa Rosa. Estágio curricular e transdisciplinaridade na formação de professores. VI Congresso Internacional sobre Transdisciplinaridade, Complejidad y Ecoformación. I Congresso Internacional del Pensamiento Complejo y Ciencias de la Complejidad. Vías para la transformación de la educación. www.citceperu2014.org. Lima/Peru, 2014.
SUANNO, Marilza Vanessa Rosa. Fogo Prometeico, Reforma Do Pensamento e o Redimensionar das práticas educativas: Emergem perspectivas didáticas a partir da complexidade e da transdisciplinaridade. ISSN 2237-079X NUPEAT–IESA–UFG, v.5, n.1, Jan./Jun., 2015, p. 41-64, Artigo 82 Dossiê ECOTRANSD: Ecologia dos saberes e Transdisciplinaridade
TIBEAU, C. P. Concepções sobre criatividade em atividades motoras. Revista Brasileira de Ciência e Movimento. 2002.