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Larissa Leslye – Patologia – 19/08/2019 Patologia – Alterações macro e micro; adaptação celular, alteração de crescimento e diferenciação- Larissa Leslye → Patologia é dividida em geral (estuda os conjuntos de alterações genéticas das doenças) e sistêmica (estuda os mecanismos de ação da doença em determinado órgão) → Falamos que a patologia tem quatro pilares básicos: etiologia=causa; pq essa doença ocorre, sabemos a causa de poucas doenças; só sabemos as infecciosas, as doenças crônicas são multifatoriais, elas têm conjunto de fatores de risco + base genética + sistema imune para dar a suscetibilidade a essas doenças. Obs: CUIDADO: se o prof perguntar a causa, não confundir com o fator de risco; causa ela tem que obrigatoriamente causar a doença, fator de risco aumenta a chance de ter a doença é a oclusão da artéria coronária – trombose arterial; fatores de risco são a obesidade, tabagismo, hipertensão Ex: IAM: o que causa patogenia=mecanismos dessa doença; estudamos como o agente etiológico (causa), ou os fatores de risco vão alterar a célula e levar o aparecimento da doença. Ex: Hiperplasia da próstata – a causa é um aumento da conversão de testosterona em di-hidrotestosterona por uma enzima – isso é a etiologia. Agora a patogenia é como a doença aparece, a di-hidrotestosterona vai estimular a proliferação das células da próstata e reduzir a apoptose das células – acumulando as células levando a hiperplasia Alterações morfológicas macro e microscópicas: nesse pilar interessa saber quais alterações vemos em uma peça anatômica e quais são as alteraçoes histológicas causadas por essa doença. Ex: Cancer de mama – vemos um nódulo espiculado, granuloso, esbranquiçado... – peça anatômica; na microscopia vemos uma proliferação de células coesas formando ninhos sólidos. Larissa Leslye – Patologia – 19/08/2019 Alterações funcionais: uma vez instalada a doença como esse órgaãos vai se adaptar. Ex: enfisema: perda de tecido elástico, formando bolhas de ar – alteralções morfológicas macro e micro; já a alteração funcional – a pessoa perde o tecido elástico, com isso ela tem uma dificuldade de respiração – acúmulo de gás carbônico levando a uma acidose respiratória LESÃO: qualquer alteração da estrutura da célula dos tecidos; é uma mudança da morfologia, na patologia trabalhamos com doenças que causam lesões. A magnitude dessa alteração morfológica, não tem a ver com a consequência clínica. Ex: Esquizofrenia: impacto muito grande, mas se formos estudar o cérebro de uma pessoa com esquizofrenia não achamos lesões. Tumor benigno de ovário: deixa os ovários muito grandes e deformados, mas se retirarmos o ovário fica tudo bem. Adaptações Celulares → Nossas células são inseridas em um microambiente, as células se organizam em tecidos para desempenhar funções específicas com uma especificidade, e isso torna as células altamente dependentes entre si. Quanto mais especializada uma célula, mais dependente ela é do restante dos tecidos. → Homeostase: equilíbrio da capacidade da célula de desempenhar sua função e a capacidade dela de responder a esses estímulos do meio → o equilíbrio biológico de tudo. Mas as vezes as alterações do ambiente vão ser tão intensas que as células não conseguem manter a homeostase, então elas precisam se alterar morfologicamente e funcionalmente para conseguir sobreviver ao meio modificado, seja por um estado fisiológico diferente, seja por uma patologia/doença que se instaurou naquele tecido. Ex: Gravidez: alteração fisologica grnade, nossas células vão ter de se adaptar Ex2: Doença que se instala sobre um tecido fazendo com que as células tenham de se modificar. Um estomago que sofre infecção, as células vão ter de mudar seu fenótipo para sobreviver ao novo ambiente. Larissa Leslye – Patologia – 19/08/2019 →E ISSO TUDO, O QUANTO ELA CONSEGUE RESPONDER ESSES ESTIMULOS E SE ADAPTAR, VAI DEPENDER DO METABOLISMO DESSA CÉLULA, DO GRAU DE DIFERENCIAÇÃO DELA E DA ESPECIALIZAÇÃO DELA. Morte celular de neurônios é mais comum que a morte celular de hepatócitos. Os neurônios são mais diferenciados, mais específicos, mais frágeis. O hepatócito é mais forte, pois é um célula que possui um nível de especialização que permite ela a ser dessa maneira. → Alterações da estrutura e da função dessa célula que permite que essas células sobrevivam em um ambiente modificado por uma alteração fisiológica ou doença. E se eliminarmos o estímulo que deu origem a adaptação celular, esse tipo celular vai voltar ao que ele era antes de se adaptar → as adaptações são reversíveis. → Se tivermos alteração no microambiente celular de forma mais agressiva, isso vai lesar a célula. Então lesão ocorre sempre quando a célula não consegue se adaptar aquele novo meio. Ex de alterações de meio celular que leva a lesão celular: privação de O2 e nutrientes; agentes físicos/quimjcos/biológicos; mutações em constituintes essenciais para a função celular (Ex: se tivermos mutações das proteínas necessárias para a contração muscular, as células musculares vão sendo mortas Ex: AF: pessoas que trabalham com ondas ionizáveis, o DNA dessas células são lesados e ela não consegue se adaptar a isso, ou ela vai adquirir mutação ou morrer. AB: o plasmodium falciparum ele parasita as hemácias e lisa essas hemácias – as hemácias sofrem morte celular, não tem como se recuperar AQ: todas as substancias químicas que entramos em contato. Ex: excesso de álcool mais do que o fígado consegue metaboliazar ele terá morte celular e fibrose Larissa Leslye – Patologia – 19/08/2019 • Se essa lesão for um estimulo leve que permanece por pouco tempo e depois é removida – estimulo transitório, essa célula vai sofrer alteração reversível – vai ser lesada mas pode voltar ao normal. Se esse estímulo for constante ou intenso teremos uma lesão irreversível – morte celular por necrose ou apoptose. → Uma célula normal conseguindo desempenhar suas funções ela vai estar em homeostase – se ela sofrer um estresse/estímulo nocivo, ela pode se adaptar e sobreviver a esse novo meio, mas se esse estímulo for maior que a capacidade de adaptação da célula, ela sofre uma lesão. Se for leve e transitória, pode voltar ao normal, se for intenso ou permanente se torna irreversível. ALTERAÇÕES DE CRESCIMENTO E DIFERENCIAÇÃO Saber: definir cada um dos processos patológicos, citar como ocorre e dar exemplos Hipertrofia: aumento de um órgão, ou tecido que forma aquele órgão. Essa hipertrofia é causada por um aumento no volume das células desse órgão. - Não aumenta o número de células, apenas aumenta o tamanho das células já existentes. → Vemos muito hipertrofia em células que não conseguem se dividir, ou que tem uma capacidade proliferativa muito escassa. Ex: tecido muscular principalmente cardíaco que não tem regeneração nenhuma, se ele for lesado ele vai ser substituído por fibrose. → A hipertrofia é uma resposta que prejudica a função da célula. Se vermos a proporção entre membrana da célula e volume, é interessante para a célula ter uma membrana grande e um volume menor, pois ai ela vai conseguir fazer mais trocas, e assim ela consegue sobreviver. Quando essa célula é muito grande ela vai ter pouca membrana para o tamanho dela. Então isso diminui a taxa de trocas e transporte através da membrana e isso é prejudicial para a célula. → A hipertrofia no futuro ela vai lesar as células de maneira irreversível, pois ela vai degenerando Larissa Leslye – Patologia – 19/08/2019 Mecanismo de formação da Hipertrofia: uma célula aumenta de tamanho pq ela sintetiza mais fosfolipídio/proteínas para aumentar sua membrana. Ela aumenta seu citoesqueleto, o aumento de suas organelas, então ai ela vai ter que sintetizar novas proteínas para poder crescer em tamanho. Uma célula cresce em tamanho por sobrecarga mecânica, fatoresde crescimento ou hormônios (gestação as células aumentam seu volume por conta dos seus hormônios; outro exemplo é o coração que aumenta o tamanho das células com a presença exagerada de angiotensina). → A Hipertrofia pode ser Fisiológica: sobrecarga de trabalho gera estresse mecânico, e os receptores de membrana por exemplo das fibras musculares estriadas esqueléticas, vão se ativar, sintetizando mais actina e miosina, aumentando de tamanho, aumentando o seu citoplasma e ai ocorre a hipertrofia muscular – definição dos músculos. Outro exemplo é o útero gravídico que aumenta de tamanho – hipertrofia do musculo liso do útero para nutrir o bebê. Patológica: musculo estriado cardíaco sofre hipertrofia quando o coração está sobrecarregado. Obs: A concêntrica, o músculo vai ter mais força de contração, só que vai caber menos sangue no ventrículo – déficit de diástole – diminui a fração de ejeção – diminui o bombeamento de sangue. A excêntrica é a dilatação da concêntrica (com o tempo), aumentando as câmeras cardíacas, o que é ruim pois o coração não vai ter força para bombear, sangue parado no coração vai coagular – infartos Hiperplasia: aumento do numero de células gerando um aumento do tecido ou do órgão. Isso pode ocorrer apenas em tecidos que sofrer Larissa Leslye – Patologia – 19/08/2019 mitose (não tem hiperplasia então em músculo estriado esquelético nem cardíaco, mas o musculo liso pode sofrer) Obs: quando pegamos um órgão com hiperplasia, ele pode estar hipertrofiado também Mecanismo de ação: pela proliferação de células – mitose normal (uma célula da duas) desse tecido. Temos também tecidos que não sofrem mitose, mas selem tem uma célula tronco tecidual, que são responsáveis por renovar aquele tecido, formando novas células – exemplo disso são os queratinócitos. Ex de hiperplasias fisiológicas: órgãos genitais feminino quando as mulheres estão em seu período; mama feminina durante o período de gestação. Outro exemplo de hiperplasia fisiológica é no fígado, o fígado tem uma capacidade de regenerativa. Por exemplo, se uma pessoa doar o lobo direito do fígado, o órgão sofre hiperplasia e cresce novamente (não é perfeito, mas cresce e é funcional) Outro exemplo é a medula óssea vermelha – hematopoese – produção de células sanguíneas. Quando temos uma hemorragia, e perdermos hemácias, vamos ter uma proliferação das células tronco hematopoiéticas eritróides que são as que produzem as hemácias. Ex. de hiperplasia patológica: uma mulher na menopausa pode ter hiperplasia endometrial – miomas – ela desenvolve hiperplasia por um estímulo estrogênico excessivo sem contraposição da progesterona. A mulher manifesta isso com sangramento como se fosse menstruação depois da menopausa. Na histologia vemos o endométrio com muitas glândulas de formato irregular e dilatadas. Outro exemplo é a hiperplasia nodular da próstata proliferação excessiva das células pela conversão da testosterona em di-hidrotestosterona pela 5α-redutase, formando nódulos que comprimes a uretra. Ex3: Inflamações crônicas da pele, como uma hiperplasia de contato que se cornifica ela sofre uma liquifilização formando o líquen simples crônico que se manifesta como uma placa elevada, mais pigmentadas com um aumento dos sulcos da pele com escamas (hiperceratósica) Larissa Leslye – Patologia – 19/08/2019 Ex4: Infecção pelo vírus do HPV – verrugas – são exemplos de hiperplasia, o vírus parasita as células e o tecido se prolifera, formando pápulas com superfície ceratosica. Atrofia: redução de um órgão ou tecido do tamanho e/ou número de células. Pode perder só tamanho, número de células ou os dois juntos. A maioria das vezes ocorre as duas coisas ao mesmo tempo. Mecanismo de ação: degradação proteica. Uma célula atrófica para de sintetizar proteína e destrói as proteínas citoplasmáticas pelos proteossomos e organelas pelos autogagossomos. Isso acontece muito pelo proteassomo – lixeiro do nosso citoplasma. A ubiquitina se liga a proteínas velhas que precisam ser eliminadas formando uma cadeia, o proteassomo reconhece essa cadeia e digere essa proteína. E quando as organelas, elas sofrem autofagia – a célula come constituintes próprios. Por exemplo a célula forma um envoltório duplo de membrana em volta das organelas formando o autofagossomo que vai se fundir com o lisossomo e essas organelas vão ser digeridas. Ex. fisiológicos: toda estrutura que temos na vida embrionária e desaparece na vida adulta, desaparece por atrofia. Ex: a notocorda precisa regredir depois de criar o tubo neural. Ex2: Órgãos genitais femininos: enquanto tem estrógeno ou órgãos tem normal, quando ela entra na menopausa e não tem mais folículo ovariano para produzir estrógeno (só tem pouco), todos os órgãos regridem de tamanho Ex patológicos: - Atrofia por desuso: órgão ou extremidade, fica parada sem ser utilizada - Atrofia por denervação: quando cortamos algum nervo a célula muscular estriada esquelética depende de fatores de crescimento que são liberados pelos neurônios, então se cortarmos esses nervos essas células entram em atrofia (diminuição de tamnho ou número) - Atrofia por esquimia: diminuindo O2 para um órgão, ele entra em atrofia Larissa Leslye – Patologia – 19/08/2019 - Desnutrição proteico calórico: não tendo energia para fornecer para os órgãos nobres, as células vãp mobilizar inicialmente o tecido adiposo, depois de tecido muscular. - Caquexia pelo câncer: quando temos neoplasias malignas avançadas, essas células produzem mediadores de fase aguda da inflamação – TNF alfa – ele mobiliza gorduras e proteínas. - Atrofia testicular: pela privação hormonal – FSH E LH secretado pela hipófise. - Atrofia por compressão: quando algo cresce e empurra o que ta do lado, comprimindo os VS que passam e o órgão sofre diminuição do aporte sanguíneo, atrofiando Metaplasia: substituição de um tipo celular maduro ou diferenciado por um segundo tipo celular maduro ou diferenciado. Reprogramação genética das células tronco (mecanismo) que param de formar determinado tipo celular e passam a formar outro tipo – substituição Ex de metaplasia fisiológica: - Metaplasia escamosa do colo uterino: o colo uterino. A parte da ectocervix é revestida por um epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado – epitélio escamoso. Já o epitélio do canal endocervical é o epitélio glandular. EM nível do orifício externo do colo temos a transição entre esses dois epitélios (junção escamocervical). Na puberdade com um grande estímulo hormonal, os dois epitélios vão crescer, mas o glandular cresce mais, então ele se exterioriza para o canal cervical indo em direção a vagina isso é chamado de epitrópio. Mas o epitélio glandular não é resistente como o escamoso, e não é adaptado para aguentar o ph ácido ou o coito. Então ele vai ser substituído – metaplasia – fromando uma zona de transformação, ou seja, o epitélio glandular que saiu da vagina e foi trocado por epitélio escamoso. Obs: Essa área é mais frágil e mais propensa a se infectar com o HIV Larissa Leslye – Patologia – 19/08/2019 Metaplasia patológica: Obs: Os brônquios são revestidos por um epitélio respiratório – pseudoestratificado cilíndrico ciliado com células caliciformes – nos fumantes essas frágeis células cilíndricas ciliadas vão se danificar, começando uma metaplasia sendo substituídas por epitélio escamoso. - Esofago de Barret: um epitélio escamoso- estratificado pavimentoso não queratinizado; é substituído por um colunar. Os dois epitélios fazem uma junção na linha Z – transição dos dois epitélios. Quem tem o refluxo muito acentuado o epitélio do esôfago não consegue aguentar a acides do estomago, então é substituído por um epitélio glandular – simples cilíndrico. Metaplasia intestinal no estômago associada à infecção pelo Helicobacter pyloriou- gastrite autoimune: essa bactéria faz ph se tornar muito alcalino, lesando o epitélio do estomago. Então esse epitélio do estomago vai sofrer metaplasia intestinal, tenho células caliciformes (só tem no intestino delgado e grosso) Metaplasia Mesenquimal: forma cartilagem, osso, tecido adiposo em lugares que não é para ter isso. À longo prazo: Larissa Leslye – Patologia – 19/08/2019
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