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Dengue https://www.santacasasaocarlos.com.br/Arquivos/ProtocolosMedicos/26%20-%20PROTOCOLO%20D ENGUE-CHIKUNGUNYA-ZIKA%20-%20SANTA%20CASA%20-%202017.pdf ● Conceito o Doença febril aguda que pode ter curso benigno ou grave, a depender da sua apresentação. ● Epidemiologia o Arbovirose mais importante que afeta o humano, sendo um problema de saúde mundial o Ocorre e dissemina-se especialmente nos países tropicais, onde o desenvolvimento e a proliferação do mosquito Aedes sejam favorecidos. o Mais comum no verão o Ocorre no brasil de forma continuada, intercalando-se com epidemias, associadas a introdução de novos sorotipos em áreas antes indenes ou alteração do sorotipo predominante. o Os mais atingidos são adultos jovens o A pior epidemia foi a de 2008, em que o DENV2 foi predominante. A de 2010 foi o DENV1, 2012 foi DENV4. o 2002-2010 teve um aumento de incidência por causa da rapida urbanização o notificação compulsória a partir de 2016 ● Etiologia o Infecção causada por arbovírus RNA do gênero flavivírus (Flaviviridae), apresentando 4 sorotipos: DENV 1, 2, 3 e 4. o A imunidade é permanente para um mesmo sorotipo (homóloga), mas a imunidade cruzada dura cerca de 3-6 meses. o O homem serve como fonte e reservatório, assim como alguns macacos na África e Ásia. O mosquito é vetor. o Transmitida pela picada do mosquito fêmea Aedes aegypti, ou também do Aedes albopictus (+Ásia). Não há transmissão direta homem-homem, há alguns relatos de transmissão vertical do DENV2. o Período extrínseco: O mosquito fica apto a transmitir o vírus depois de 8-12 dias de incubação extrínseca (no vetor), após um repasto de sangue infectado, através da saliva, podendo transmitir até sua morte em 6-8 semanas. o Período intrínseco: A transmissão entre o humano e o mosquito pode acontecer enquanto há vírus circulante (período de viremia), que consiste no 1º dia antes da febre e vai até o 6º dia de doença https://www.santacasasaocarlos.com.br/Arquivos/ProtocolosMedicos/26%20-%20PROTOCOLO%20DENGUE-CHIKUNGUNYA-ZIKA%20-%20SANTA%20CASA%20-%202017.pdf https://www.santacasasaocarlos.com.br/Arquivos/ProtocolosMedicos/26%20-%20PROTOCOLO%20DENGUE-CHIKUNGUNYA-ZIKA%20-%20SANTA%20CASA%20-%202017.pdf ● Fisiopatologia o Período médio de incubação é de 5-6 dias, podendo variar de 4-10d ou de 3-15d. o Tem 4 apresentações: infecção inaparente, dengue clássico (DC), febre hemorrágica da dengue (FHD) ou síndrome do choque de dengue (SCD) o Imunidade ▪ A resposta imunológica pode ser primária e secundária ▪ Primária: ocorre em pessoas não expostas previamente ao flavivírus, havendo aumento lendo de anticorpos ▪ Secundária: pessoas com infecção aguda por dengue mas que já tiveram contato com flavivírus, produzindo rapidamente anticorpos até altos níveis. o Suscetibilidade em relação à febre hemorrágica da dengue: ▪ Teoria de Rosen ● FHD relacionada a virulência da cepa infectante, ou seja, quanto mais virulento, mais grave. ▪ Teoria de Halstead ● Relaciona FHD com infecções sequenciais por diferentes sorotipos da dengue, o que acarretaria em resposta imunológica exacerbada e numa forma mais grave da doença ▪ Teoria integral de multicausalidade ● Alia vários fatores de risco à teorias de virulência da cepa e infecções sequenciais. ● Fatores individuais: <15 anos e lactentes, adulto do sexo feminino, raça branca, bom estado nutricional, presença de enfermidades crônicas (alergia, diabetes, HAS, asma, anemia falciforme), preexistência de anticorpos, intensidade da resposta imune anterior ● Fatores virais: sorotipos circulantes e virulência das cepas ● Fatores epidemiológicos: existência de população suscetível, circulação simultânea de dois ou mais sorotipos, presença de vetor eficiente, alta densidade vetorial, intervalo de tempo calculado de 3 meses e 5 anos entre duas infecções por sorotipos diferentes, sequencia de infecções (DENV2 secundário aos outros sorotipos), ampla circulação do vírus. ● Quadro Clínico DENGUE CLÁSSICA - Fase febril inicial – difícil diferenciar de outras doenças febris. o Febre alta >38°C de inicio abrupto que dura 2-7 dias, seguida de cefaleia, mialgia, artralgia, prostração, astenia, dor retrorbital, exantema e prurido cutâneo (3-4d pós começo da febre), anorexia, náusea e vômitos, dor retroocular. o Pode ser acompanhada também de hepatomegalia dolorosa. o Em crianças, é comum dor abdominal generalizada o Manifestações hemorrágicas como petéquias, epistaxe, gengivorragia, metrorragia são mais frequentes em adultos. - Fase de defervescência da febre geralmente entre 3° e 7° dia de doença o Aumento da permeabilidade capilar concomitante a aumento no nível de hematócrito (hemoconcentração) - Fase crítica o Leucopenia progressiva seguida por rápida diminuição da contagem de plaquetas precede o extravasamento de plasma FEBRE HEMORRÁGICA DA DENGUE o Sintomas iniciais semelhantes aos do DC, com agravamento do quadro entre o 3º e 4º dia de evolução, com aparecimento de manifestações hemorrágicas e colapso circulatório o Pode ter petéquias, equimoses, epistaxe, gengivorragia, hemorragia em diversos órgãos, hemorragia espontânea nos locais de punção venosa. o Graus (todas preenchendo todos os critérios de FHD) ▪ Grau I – sendo a única manifestação a prova do laço positiva. ▪ Grau II – apresenta manifestações hemorrágicas espontâneas como sangramentos de pele, petéquias, epistaxe, gengivorragia, etc) A partir daqui já seria Síndrome de choque da dengue ▪ Grau III – apresenta colapso circulatório com pulso fraco e rápido, diminuição da pressão arterial ou hipotensão, pele pegajosa e fria e inquietação ▪ Grau IV – apresenta choque profundo, com pressão arterial e pulso imperceptíveis. CHOQUE DE DENGUE o Em casos graves de FHD, o choque acontece entre 3º e 7´dia de doença, precedido por dor abdominal. o Decorre de aumento da permeabilidade vascular, seguida de extravasamento plasmático (com hemoconcentração, derrames cavitários e hipoalbuminemia) e falência circulatória o É de curta duração e pode levar a óbito em 12 a 24horas ou à recuperação rápida após terapia antichoque apropriada. o Pulso rápido e fraco, com diminuição da pressão de pulso e arterial, extremidades frias, pele pegajosa e agitação. Podem ainda apresentar manifestações neurológicas como convulsão e irritabilidade Sinais de alarme na dengue - Dor abdominal intensa e continua, vômitos persistentes, hipotensão postural e/ou lipotimia, hepatomegalia dolorosa, hemorragias importantes, sonolência e/ou irritabilidade, diminuição da diurese, diminuição repentina da temperatura corpórea ou hipotermia, desconforto respiratório, aumento repentino de hematócrito, queda abrupta das plaquetas ● Exame físico o Prova do laço ▪ Evidencia fragilidade capilar através do uso do manguito do esfigmomanômetro, insuflado até a média entre a maior e menor pressão, durante 5 minutos no adulto e 3 na criança. Pesquisa-se petéquias no local do manguito. ● Se for 20 ou mais petéquias em adultos, ou 10 ou mais em crianças, em um quadrado com 2,5cm de lado, a prova é considerada positiva. ● Exames Específicos - sempre faz primeiro os diretos (pesquisa de virus e seu DNA ou antigenos) e depois os indiretos (anticorpos) o Pesquisa de anticorpo IgM por teste sorológico ELISA ▪ A partir do 5º dia de doença ▪ Método de escolha o Pesquisa de vírus por isolamento viral (imunofluorescência) ▪ Método padrão ouro, mais especifico ▪ Identificação do sorotipo infectante ▪ Até o 5º dia de inicio de sintomas o Pesquisa de genoma do vírus dengue RT-PCR ▪ Não tão usada na rotina, mas pode ser útil em indefinição de diagnóstico com métodos usuais, em casos de óbito ou em urgências. ▪ Detecta infecção precoce ▪ O problema maior dele é ter que manter o espécime em -70°C o Pesquisa de antígeno NS1 ▪ Método imunoenzimático (ELISA) que permite detecção de antígenos virais específicos de dengue do tipo NS1 ▪ Usado em pesquisa e casos graves ▪ se der negativo não exclui diagnóstico o Anatomopatológicoseguido de pesquisa de antígenos virais por imuno-histoquímica. ▪ Diagnóstico histopatológico presuntivo -> detecção de antígenos virais corados pela fosfatase alcalina ou peroxidase marcada com anticorpo especifico ▪ Sensível e especifico, exame confirmatório ● Exames inespecíficos o Grupo A ▪ Hematócrito, hemoglobina, plaquetas e Leucograma para pacientes com fator de risco o Grupo B ▪ Hematócrito, hemoglobina, plaquetas e Leucograma para todos desse grupo o Grupos C e D ▪ Hematócrito, hemoglobina, plaquetas, Leucograma, gasometria, eletrólitos, transaminases, albumina, Rx de tórax, USG de abdômen. Orientados pela história e evolução: ureia, creatinina, glicose, eletrólitos, provas de função hepática, liquor, urina o Achados ▪ Hemograma: leucopenia até leucocitose leve, podendo ser com atipia linfocitária ▪ Coagulograma: aumento no tempo de protrombina, tromboplastina parcial e trombina. Diminuição de fibrinogênio, protrombina, fatores VIII e XII, antitrombina e antiplasmina. ▪ Bioquímica: hipoalbuminemia e discreto aumento nas funções hepáticas AST, ALT. ● Tratamento o Hidratação adequada o Tratamento sintomático com paracetamol ou dipirona o Grupo A – tratamento ambulatorial para os que se consultam nas primeiras 48h e sem sangramento ou sinal de alarme ▪ prova do laço negativa, ausencia de sinais de alarme o Grupo B – unidade de saúde com leito de observação, se tiverem algum sangramento espontâneo ou induzido ▪ prova de laço positiva ▪ risco: criança, gestante, idoso, comorbidades o Grupo C – unidade hospitalar com internação para aqueles com sinais de alerta o Grupo D – leito em UTI para os com sinais de choque ● Prevenção o Prevenir a proliferação do mosquito através de campanhas públicas para evitar água limpa parada, principalmente nas épocas propícias (verão). o Usar repelente de inseto
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