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MEDICINA LEGAL
Didatismo e Conhecimento 1
MEDICINA LEGAL
Prof. Adriano Augusto Placidino Gonçalves
Graduado pela Faculdade de Direito da Alta Paulista – FADAP.
Advogado regularmente inscrito na OAB/SP
4. PROGRAMA DE NOÇÕES DE 
MEDICINA LEGAL
4.1. PERÍCIAS E PERITOS.
Medicina Legal
Não é um ramo de especialização da Medicina, mas sim, a aplicação de conhecimentos médicos à perquirição de fatos a serem 
submetidos à apreciação jurídica. Genival de França Lacerda afirma que a Medicina Legal “não chega a ser uma especialidade médica, 
pois aplica o conhecimento dos diversos ramos da Medicina às solicitações do Direito” e é uma ciência que se constitui “da soma de 
todas as especialidades médicas acrescidas de fragmentos de outras ciências acessórias, destacando-se entre elas a ciência do Direito”. 
Esta posição do insigne Mestre contrasta com a de tantos outros literatos da área, que consideram a Medicina Legal uma especialidade 
médica. Conceituar a Medicina Legal não é tarefa simplória, nem há pacificação acerca de tal conceito. Muitas são as definições, mas 
todas revelam que a Medicina Legal é um campo científico que agrega conhecimentos de várias Ciências (Medicina, Física, Química, 
etc.) e disponibiliza esse conjunto cognitivo ao Direito e à Justiça. Dambre a define como “a expressão das relações que as ciências 
médicas e naturais podem ter com a Justiça e a Legislação”. Leonardo Mendes Cardoso apresenta uma definição bastante satisfatória: 
“é a ciência médica aplicada ao Direito, tratando-se, portanto, do emprego de técnicas e procedimentos científicos médicos e afins para 
elucidação de casos do interesse da Justiça nesta área”. José Jozefran Berto Freire aponta a Medicina Legal classificada como uma ci-
ência biopsicossocial.
É importante frisar que, para o Direito, a Medicina Legal se faz imprescindível não apenas para decisões judiciais, mas também para 
a confecção de normas. A legislação prevê e a Medicina Legal atesta, podendo então, o Juiz, prolatar a sentença. Do exposto, deve ser 
apreendido que o Direito não é um ramo de conhecimento autossuficiente, buscando em outras Ciências e áreas de estudo o suporte para 
sua existência e para o alcance de seu propósito.
Perícia Médico Legal
É aquela realizada aplicando-se os conhecimentos das ciências médicas ao procedimento realizado, visando apurar fato de interesse 
jurídico. França a define como um conjunto de procedimentos médicos e técnicos que tem como finalidade o esclarecimento de um fato 
de interesse da Justiça. Ou como um ato pelo qual a autoridade procura conhecer, por meios técnicos e científicos, a existência ou não 
de certos acontecimentos, capazes de interferir na decisão de uma questão judiciária ligada à vida ou à saúde do homem ou o que com 
ele tenha relação”.
Hélio Gomes conceitua a perícia médico-legal como sendo “todo procedimento médico (exames clínicos, laboratoriais, necroscopia, 
exumação) promovido por autoridade policial ou judiciária, praticado por profissional de Medicina visando prestar esclarecimentos à 
Justiça”. Percebe-se, em conformidade com todo o exposto, que a perícia médico-legal nada mais é que um meio de prova peculiar, 
através do qual se aplicam conhecimentos técnicos da Medicina para dirimir questões relacionadas à vida e à saúde e que possuem re-
levância jurídica; são de interesse da Justiça e não poderia o julgador dirimir as questões sem o auxílio do conhecimento especializado.
Ao contrário do que imaginam os de repertório cognitivo não suficientemente farto, as perícias médico-legais não se referem apenas 
aos exames post mortem. É verificada e atestada a existência ou não de lesões corporais, aborto, conjunção carnal, estupro, etc., inclusive 
é investigada a causa mortis de um indivíduo, muitas vezes independente de haver dúvidas acerca da materialidade de um delito, mas 
que provavelmente ensejará consequências jurídicas.
As perícias médico-legais estão disciplinadas no que dispõem os artigos 158 e 170 do Capítulo 2 (Do Exame de Corpo de Delito e 
das Perícias em Geral) do Código de Processo Penal (Decreto-Lei nº 3639, de 3 de outubro de 1941); o artigo 1º da Lei nº 8.862, de 28 
de março de 1994 (Dá nova redação aos artigos 6º, incisos I e II; 159, caput e § 1º; 160, caput e parágrafo único; 164, caput; e 181, caput, 
do Decreto-Lei nº3.689, de 03 de outubro de 1941); os artigos 145 e 147 da Seção II (Do Perito) e 420 e 439 da Seção VII (Da Prova 
Didatismo e Conhecimento 2
MEDICINA LEGAL
Pericial) do Código de Processo Civil (Lei nº5869, de 11 de janeiro de 1973, com modificações da Lei nº8.455, de 24 de agosto de 1992); 
o artigo 827 da Consolidação das Leis do Trabalho (Decreto-Lei nº 5452, de 1º de maio de 1943); o artigo 3º das Normas Processuais do 
Trabalho (Lei nº 5584, de 26 de junho de 1970); e no §1º, do artigo 77, da Lei nº 9099, de 26 de setembro de 1995 (Juizados Especiais, 
Cíveis e Criminais).
A finalidade da perícia é produzir a prova, e a prova não é outra coisa, senão o elemento demonstrativo do fato. Assim, tem ela a 
faculdade de contribuir com a revelação da existência ou da não existência de um fato contrário ao direito, dando ao magistrado a oportu-
nidade de se aperceber da verdade e de formar sua convicção. E o objeto da ação de provar são todos os fatos, principais ou secundários, 
que exigem uma avaliação judicial e que impõe uma comprovação.
As perícias se materializam por meio dos laudos, constituídos de uma peça escrita, tendo por base o material examinado. O atestado 
fornecido por médico particular não substitui o laudo para comprovação da materialidade em processo criminal, a não ser para atender 
o §1º, do artigo 77, Lei nº 9.099/1995. “Tratando-se de infração que deixa vestígios torna-se imprestável o laudo de exame de corpo de 
delito realizado com base em ficha de atendimento hospitalar, máxime se não havia qualquer impedimento para a vítima se submetesse 
à inspeção direta do médico legista, uma vez que fora atendida no mesmo dia da confecção do laudo” (JTACrimSP). Assim, devem as 
perícias de natureza criminal ser realizadas preferencialmente nas instituições médico-legais e, na inexistência delas, por médicos ou 
profissionais liberais de nível superior na área de saúde correlata ao fato, nomeados pela autoridade, seja no interesse dos procedimentos 
policial-judiciários seja nos inquéritos policial-militares.
Todavia, é necessário que esta legitimidade de requerer a perícia não está no fato de alguém ser autoridade, ainda que devidamente 
nomeada pelo poder público, mas tão só daquela que estiver no dever jurídico de determinar a perícia (exemplo, a autoridade policial 
– Código de Processo Penal, artigo 6º, VII). Mesmo a autoridade judiciária, não tendo tal dever, tem a prerrogativa de determinar que 
se procedam aos devidos exames periciais. Podem também as perícias ser da iniciativa da autoridade devidamente nomeada para um 
determinado procedimento processual em ação pública no âmbito penal, administrativo ou militar.
Nas ações penais, o laudo médico-legal não é documento sigiloso. É uma peça pública, com o boletim de ocorrência e o inquérito 
policial no qual ele é anexado. Quando a autoridade policial acredita que sua divulgação pode prejudicar o andamento da investigação, 
solicita a um juiz que decrete segredo de Justiça sobre o caso. Nas ações penais privadas, apenas o juiz nomeará o perito, e tal fato não 
coloca vinculado à perícia e, por isso, não ficará ele adstrito ao laudo, podendo aceitar ou rejeitá-lo o todo ou em parte (sistema do livre 
convencimento). Nas perícias de natureza civil, o juiz pode nomear o perito tendo as partes 5 (cinco) dias, depois da intimação de des-
pacho de nomeação do perito, a faculdade de indicar assistentes e apresentem quesitos. O perito apresentará laudo em cartório, no prazo 
fixado pelo juiz, até 20 (vinte) dias antes da audiência de instrução de julgamento. Os assistentestécnicos entregarão seus pareceres dez 
(10) dias após a apresentação do laudo do perito, sem necessidade de intimação. Podem as perícias ser realizadas nos vivos, nos cadáve-
res, nos esqueletos, nos animais e nos objetos.
Perícia Criminal
A perícia criminal é uma atividade técnico-científica prevista no Código de Processo Penal, indispensável para elucidação de crimes 
quando houver vestígios. A atividade é realizada por meio da ciência forense, responsável por auxiliar na produção do exame pericial e 
na interpretação correta de vestígios. Os peritos desenvolvem suas atribuições no atendimento das requisições de perícias provenientes 
de delegados, procuradores e juízes inerentes a inquéritos policiais e a processos penais. A perícia criminal, ou criminalística, é baseada 
nas seguintes ciências forenses: química, biologia, geologia, engenharia, física, medicina, toxicologia, odontologia, documentoscopia, 
entre outras, as quais estão em constante evolução.
Requisitada pela Autoridade Policial, Ministério Público e Judiciário, é a base decisória que direciona a investigação policial e o 
processo criminal. A prova pericial é indispensável nos crimes que deixam vestígio, não podendo ser dispensada sequer quando o crimi-
noso confessa a prática do delito. A perícia é uma modalidade de prova que requer conhecimentos especializados para a sua produção, 
relativamente à pessoa física, viva ou morta, implicando na apreciação, interpretação e descrição escrita de fatos ou de circunstâncias, 
de presumível ou de evidente interesse judiciário.
O conjunto dos elementos materiais relacionados com a infração penal, devidamente estudados por profissionais especializados, 
permite provar a ocorrência de um crime, determinando de que forma este ocorreu e, quando possível e necessário, identificando todas 
as partes envolvidas, tais como a vítima, o criminoso e outras pessoas que possam de alguma forma ter relação com o crime, assim como 
o meio pelo qual se perpetrou o crime, com a determinação do tipo de ferramenta ou arma utilizada no delito. Apesar de o laudo pericial 
não ser a única prova, e entre as provas não haver hierarquia, ocorre que, na prática, a prova pericial acaba tendo prevalência sobre as 
demais. 
Isto se dá pela imparcialidade e objetividade da prova técnico-científica enquanto que as chamadas provas subjetivas depen-
dam do testemunho ou interpretação de pessoas, podendo ocorrer uma série de erros, desde a simples falta de capacidade da pessoa 
em relatar determinado fato, até o emprego de má fé, onde exista a intenção de distorcer os fatos.
Didatismo e Conhecimento 3
MEDICINA LEGAL
A execução das perícias criminais é de competência exclusiva dos Peritos Criminais. Essa afirmação é reforçada pela Lei 
12.030 de 2009, que estabelece que o Perito Oficial a que se refere o Código de Processo Penal são o Perito Criminal, o Perito 
Médico-Legista e o Perito Odonto-Legista. Prova pericial (ou arbitramento) pode ser dividida em: 
- Exame: concernente à inspeção de pessoas e bens móveis; 
- Vistoria: concernente à inspeção de bens imóveis. 
- Avaliação: estimativa do valor do bem de acordo com as prerrogativas de mercado.
LEI Nº 12.030, DE 17 DE SETEMBRO DE 2009.
Dispõe sobre as perícias oficiais e dá outras providências.
O Presidente da República, Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 
Art. 1o Esta Lei estabelece normas gerais para as perícias oficiais de natureza criminal. 
Art. 2o No exercício da atividade de perícia oficial de natureza criminal, é assegurado autonomia técnica, científica e funcio-
nal, exigido concurso público, com formação acadêmica específica, para o provimento do cargo de perito oficial. 
Art. 3o Em razão do exercício das atividades de perícia oficial de natureza criminal, os peritos de natureza criminal estão su-
jeitos a regime especial de trabalho, observada a legislação específica de cada ente a que se encontrem vinculados. 
Art. 4o (VETADO) 
Art. 5o Observado o disposto na legislação específica de cada ente a que o perito se encontra vinculado, são peritos de nature-
za criminal os peritos criminais, peritos médico-legistas e peritos odontolegistas com formação superior específica detalhada em 
regulamento, de acordo com a necessidade de cada órgão e por área de atuação profissional. 
Art. 6o Esta Lei entra em vigor 90 (noventa) dias após a data de sua publicação. 
Brasília, 17 de setembro de 2009; 188o da Independência e 121o da República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA 
Tarso Genro 
Paulo Bernardo Silva
Provas
Prova é o elemento demonstrativo da autenticidade ou da veracidade de um fato. Seu objetivo é “formar a convicção do juiz 
sobre os elementos necessários para a decisão da causa” (Tourinho Filho). O objeto de sua apreciação são todos os fatos, principais ou 
secundários, que demandam uma elucidação e uma avaliação judicial. Tão grande é a importância da prova, que se pode afirmar que 
todo processo consiste nela, como disse Mitermayer. Enfim, é o norte que aponta rumo a lide. Chama-se prova proibida aquela que é 
obtida por meios contrários à norma. Diz-se que ela é ilícita quando agride uma regra de direito material e de ilegítima quando afronta 
princípios da lei processual. A avaliação da prova pode ser feita por três sistemas conhecidos:
- Sistema legal ou tarifado – em que o juiz limita-se a comprovar o resultado das provas e cada prova tem um valor certo e prees-
tabelecido;
- Sistema da livre convicção – em que o magistrado é soberano, julga segundo sua consciência e não está obrigado a explicar as 
razões de sua decisão;
- Sistema da persuasão racional quando o juiz forma seu próprio convencimento baseado em razões justificadas. Este último é o 
sistema adotado entre nós. Nele, mesmo que o juiz não esteja adstrito às provas existentes nos autos, terá que fundamentar sua rejeição. 
A sentença terá que discutir as provas ou indicar onde se encontram os fatos de convencimento do juiz.
Não se deve confundir convicção íntima com livre convencimento do juiz na apreciação das provas. “Embora inexistam padrões 
legais valorativos dos elementos probatórios, inadmissível ao julgador alhear-se a estes” (TASCrimSP). Bentham sintetizava dizendo: “a 
prova é um meio para se atingir um determinado fim”, e ainda afirmava que “a arte do processo não é essencialmente outra cosa senão 
a arte de administrar as provas”. Mesmo que exista uma verdade sobre as razões do direito, existe outra: a verdade a respeito dos fatos 
que resolve por meio das provas dos autos.
Didatismo e Conhecimento 4
MEDICINA LEGAL
Assim, cada vez que a astúcia humana torna-se mais e mais sofisticada para fugir da revelação esclarecedora, urge ampliar-se a 
possibilidade de investir com maior empenho na contribuição da técnica e da ciência como fatores de excelência na elaboração da prova. 
O verdadeiro destino da perícia é informar e fundamentar de maneira objetiva todos os elementos consistentes do corpo de delito e, se 
possível, aproximar-se de uma provável autoria. Não existe outra forma de avaliar retrospectivamente um fato marcado por vestígios que 
não seja pelo seu conjunto probante. A missão da perícia é informar. Visum et repertum – visto e referido, eis a questão. E mais: é preciso 
que o clamor da Medicina Legal não cesse nas portas dos tribunais. É indispensável que ela transponha suas soleiras para que a verdade 
não seja o apanágio de uma avaliação isolada e intimista, e que a sentença seja uma proposta elaborada por um sistema ampliado e por 
uma decisão compartida.
A importância da prova está, pois, na necessidade que tem o julgador de fundamentar a convicção de sua sentença. Mesmo que a 
jurisprudência admita decisões quando várias evidências se juntam num único fato, o ideal será sempre que elas se inspirem em provas 
idôneas, veementes e/ou irrefutáveis, de responsabilidade cabalmente demonstrada.Perito
O código de processo penal, agora com as corrigendas da lei n.º 11.690 de 9 de junho de 2008, diz em seu artigo 159: O exame de 
corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial, portador de diploma de curso superior. Na falta de perito oficial, o exa-
me será realizado por duas pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área especifica, dentre as que 
tiveram habilitação técnica relacionada com a natureza do exame. Estes prestarão o compromisso de e finalmente desempenhar o cargo.
Durante o curso de processo judicial, é permitido às partes, quando à perícia: requer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova 
ou responder a quesitos, desde que o mandado de intimação e os quesitos ou questões a serem esclarecidos sejam encaminhados com 
antecedência mínima de 10 (dez) dias, podendo apresentar as respostas em laudo complementar. A atuação do perito far-se-á em qual-
quer fase do processo ou mesmo após a sentença, em situações especiais. Sua função não termina com a reprodução de sua análise, mas 
se continua além dessa apreciação por meio do juízo de valor sobre os fatos, o que faz a diferente da função de testemunha. A diferença 
entre testemunha e o perito é que a primeira é solicitada porque já tem conhecimento do fato e o segundo para que conheça e explique 
os fundamentos da questão discutida, por meio de uma análise técnica científica.
A autoridade que preside o inquérito poderá nomear, nas causas criminais, dois peritos. Em se tratando de peritos não oficiais, assi-
narão estes um termo de compromisso cuja aceitação é obrigatória com um “compromisso formal de bem e fielmente desempenharem a 
sua missão, declarando como verdadeiro o que encontrarem e descobrirem e o que em suas consciências entenderam”. Terão um prazo 
de 5 dias prorrogável razoavelmente, conforme dispõe o parágrafo único do artigo 160 do Código de processo penal. Apenas em caos de 
suspeição comprovada ou de impedimento previsto em lei é que se eximem os peritos da aceitação. 
O mesmo diploma ainda assegura como dever especial que os peritos nomeados pela autoridade não podem recusar a indicação, a 
não ser por escusa atendível (art. 277, a); não podem deixar de comparecer no dia e no local designados para o exame (art. 277, b); não 
podem deixar de entregar o laudo ou concorrer para que a perícia não seja feita no prazo estabelecido (art. 277, c). Pode ainda em casos 
de não comparecimento, sem justa causa, a autoridade determinar a condução do perito (art. 278). E falsa perícia constitui crime contra a 
administração da Justiça (art. 342). Quando os dois peritos não chegam, na perícia criminal, a um ponto de vista comum, cada qual fará 
à parte seu próprio relatório, chamando-se a isso perícia contraditória. Mesmo assim, o juiz, que é o peritus peritorum, aceitará a perícia 
por inteiro ou em parte em parte, ou não aceitará em todo, pois está forma determina o parágrafo único do artigo 181 do Código Penal, 
facultando-lhe nomear outros peritos para novo exame.
As partes poderão arguir de suspeitos os peritos, e o juiz decidirá de plano e sem recurso, à vista da matéria alegada e prova imediata 
(art. 105). Não poderão ser peritos: 
I – os que estiverem sujeitos a interdição de direito mencionada nos números I e II do artigo 47 do Código Penal; 
II – os que tiverem prestado depoimento no processo no processo ou opinado anteriormente sobre o objeto da perícia; 
III – os analfabetos e menores de 21 anos (art. 279). 
É extensível aos peritos, no que lhe for aplicável, disposto sobre a suspeição dos juízes (art. 280); 
I – se for amigo ou inimigo capital de qualquer das partes; 
II – se ele, seu conjugue ou descendente estiver respondendo a processo análogo, sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia; 
III – se ele, seu conjugue, ou parente consanguíneo, ou afim, até terceiro grau, inclusive, sustentar demanda ou responder a processo 
que tenha de ser julgado por qualquer das partes; 
IV – se tiver aconselhado qualquer das partes;
V – se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes; 
VI – se for sócio, acionista, ou administrador de sociedade interessada no processo. 
Didatismo e Conhecimento 5
MEDICINA LEGAL
Para que a Justiça não fique sempre na dependência direta de um ou de outro perito, criaram-se, há alguns anos, em alguns estados, 
como na Bahia e São Paulo, os Conselhos Médico-Legais, espécies de corte de apelação pericial cujos objetivos são a emissão de pa-
receres médico-legais mais especializados, funcionando também como órgãos de consultas dos próprios peritos. Eram, normalmente, 
compostos de autoridades indiscutíveis em medicina legal e representados por professores da disciplina, diretores de institutos Médico-
-Legais, propor um membro do Ministério Público indicado pela Secretaria do Interior e Justiça.
Características Processuais dos peritos:
- São órgãos estáticos (só agem por requisição e não de ofício), à semelhança dos Juízes;
- São órgãos dotados de formação universitária plena;
- Transformam-se em órgãos dinâmicos, quando regularmente requisitados por autoridade competente (policial, policial militar, 
judiciária penal, judiciária militar, ministério público), como os Juízes, ao receberem a denúncia ou a queixa.
 
Atribuições Legais
 
- Supervisionar, coordenar, controlar, orientar e executar perícias criminais em geral;
- Planejar, dirigir e coordenar as atividades científicas;
- Fornecer elementos esclarecedores para a instrução de inquéritos policiais e processos criminais;
- Promover o trabalho especializado de investigação e pesquisa policial;
- Executar atividades técnico-científicas de nível superior de análises e pesquisas na área forense;
- Proceder a levantamentos topográficos e fotográficos e a exames periciais, laboratoriais, odonto-legais, químico-legais e micro-
balísticos;
- Emitir parecer sobre trabalhos criminalísticos;
- Produzir laudos periciais;
- Elaborar estudos estatísticos dos crimes em relação à criminalística;
- Praticar atos necessários aos procedimentos das perícias policiais criminais;
- Executar as atividades de identificação humana, relevantes para os procedimentos pré-processuais judiciais;
- Desempenhar atividades periciais relacionadas às atribuições legalmente reservadas às classes profissionais a que pertencem.
 Atividades Desenvolvidas
 
As atividades desenvolvidas pelos peritos são de grande complexidade e de natureza especializada, tendo por objeto executar com 
exclusividade os exames de corpo de delito e todas as perícias criminais necessárias à instrução processual penal, nos termos das normas 
constitucionais e legais em vigor, exercendo suas atribuições nos setores periciais de: Acidentes de Trânsito, Auditoria Forense, Balís-
tica Forense, Documentoscopia, Engenharia Legal, Perícias Especiais, Fonética Forense, Identificação Veicular, Informática, Local de 
Crime Contra a Pessoa, Local de Crime Contra o Patrimônio, Meio Ambiente, Multimídia, Papiloscopia, dentre outros. A função mais 
relevante do Perito Criminal é a busca da verdade material com base exclusivamente na técnica. Não cabe ao Perito Criminal acusar 
ou suspeitar, mas apenas examinar os fatos e elucidá-los. Desventrar todos os aspectos inerentes aos elementos investigados, do ponto 
exclusivamente técnico.
Responsabilidades Civil e Penal do Perito
Aos peritos oficiais ou inoficiais são exigidas obrigações de ordem legal e a ilicitude de suas atividades caracteriza-se como violação 
a um dever jurídico, algumas delas com possíveis repercussões a danos causados a terceiros. Em tese, pode-se dizer que os peritos na 
área civil são considerados auxiliares da justiça, enquanto na perícia criminal são os servidores públicos. Quanto ao fiel cumprimento 
do dever de ofício, os primeiros prestam compromissos a cada vez que são designados pelo juiz e, os segundos, o compromisso está 
implícito com aposse no cargo público, a não ser nos casos dos chamados peritos nomeados ad hoc (Alcântara, HR. de; França, GV; 
Vanrell, JP; Galvão LCC; Martin, CCS).
Responsabilidade Civil
Em ações cíveis, os peritos serão escolhidos entre profissionais de nível universitário, devidamente inscritos no órgão de classe com-
petente e segundo a especialidade na matéria, e “nas localidades onde não houver profissionais qualificados que preencham os requisitos 
dos §§ 1° e 2° do art. 145 do Código de Processo Civil, a indicação dos peritos será de livre escolha do Juiz”. Poderão atuar junto com os 
assistentes técnicos nomeados para cada uma das partes envolvidas. O regulamento processual da Perícia Cível encontra-se disciplinado 
Didatismo e Conhecimento 6
MEDICINA LEGAL
no Capítulo V, Título IV, Seção II – artigos 145 a 147 e no Título VIII, Capítulo II, Seção VII, artigos 420 a 439. Estabelece o artigo 145: 
Quando a prova do fato depende de conhecimentos técnicos ou científicos, o Juiz será assistido por perito. Por outro lado, a atividade do 
perito também está sujeita a uma ação de reparação de danos quando caracterizada a má prática, caso ela se afaste das regras pertinentes 
ao trabalho pericial (Kfouri Neto, M.).
Assim, diz o artigo 186 do Código Civil: “Aquele que, por ação ou omissão involuntária, negligência ou imprudência, violar direito 
e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede, manifesta-
mente, os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes”. Uma das obrigações do perito está 
no dever de zelar pela boa técnica e pelo aprimoramento dos conhecimentos científicos. A lei, a técnica e o conhecimento científico são 
requisitos que se impõem dentro de um mesmo grau de responsabilidade. 
Macena observa: “Agirá com culpa e excederá os seus limites o perito que não manifestar a insuficiência de conhecimentos científi-
cos e de habilidades técnicas para exercício da atividade pericial. Não somente isso, mas também a experiência e o domínio da matéria, 
uma vez que essa atividade exige experiência profissional”.
O artigo 147 do diploma processual civil enfatiza: “O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas responderá 
pelos prejuízos que causa à parte, ficará inabilitado, por 2 (dois) anos, a funcionar em outras perícias e incorrerá na sanção que a lei penal 
estabelecer”. A lei penal a que se refere o artigo 147 do Código de Processo Civil é a que considera como ilícito penal fazer afirmações 
inverídicas. Todavia, para que se configure a responsabilidade civil do perito, há de se observar os três requisitos fundamentais à obriga-
ção de indenizar: O dano, a culpa e o nexo. Mas é preciso que esse dano tenha sido de uma ação ou omissão voluntária (dolo), ou de ne-
gligência, imprudência ou imperícia (Culpa em sentido estrito) e que também seja aprovado o nexo de causalidade entre a culpa e o dano.
Responsabilidade Penal
Na responsabilidade penal, o interesse não é mais patrimonial ou pecuniário, mas coletivo. O interessado é a sociedade, o ato infrator 
atinge uma norma de direito público e sua consequência é uma pena. Nesta área o perito tem deveres relacionados às regras processuais 
penais de incompatibilidade, impedimentos e suspeição. Diz o Código de Processo Penal no artigo 112: “O juiz, o órgão do Ministério 
Público, os serventuários ou funcionários de justiça e os peritos ou intérpretes abster-se-ão de servir no processo, quando houver incom-
patibilidade ou impedimento legal, que declararão nos autos. Se não se der a abstenção, a incompatibilidade ou impedimento poderá ser 
arguido pelas partes, seguindo-se o processo estabelecido para a exceção de suspeição”.
Os peritos, estando por força da lei sujeitos a disciplina judiciária, são obrigados a seguir formalidades. Os peritos oficiais, no pro-
cesso penal, e geral, fazem parte das instituições médico-periciais públicas, ou não oficiais, pessoas idôneas e qualificadas nomeadas 
para prestar seus serviços e cada processo em particular, também igualmente sujeitas às regras da autoridade judiciária. Toda vez que 
uma conduta do perito seja qualificada como dolosa poderá ser tipificada como crime. O Código Penal, a partir de 28 de agosto de 2001, 
em face da Lei n° 10.268/2001, alterou dispositivos do Decreto-Lei n° 2.848, de 7 de dezembro de 1940, como segue: Os arts. 342 e 343 
passam a vigorar com a seguinte redação.
Tipos Penais:
1) Falso testemunho ou falsa perícia
“Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, contador, tradutor ou interprete e processo 
judicial, ou administrativo, inquérito policial ou em juízo arbitral:
Pena – reclusão, de uma a três anos, e multa.
§ 1° [1ª parte] As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é praticado mediante suborno, ou [2ª parte] se cometido 
com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal, ou [3ª parte] em processo civil em que for parte entidade da 
administração pública direta ou indireta.
§ 2° O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade”.
Desta forma, o falso testemunho e a falsa perícia no processo judicial, seja no âmbito civil, administrativo, penal ou mesmo no 
inquérito policial, configuram crime. Segundo o parágrafo 2° do artigo 342, embora o falso testemunho ou perícia já esteja consumado, 
sua punição depende de agente não se retratar ou declarar a verdade antes da sentença do processo que depõe ou foi perito. Assim, pode o 
acusado de falso testemunho ou falsa perícia se retratar até antes da sentença, ficando assim livre da punição. Por isso, pode o juiz receber 
a denúncia antes da conclusão do processo em que a verdade foi agredida pelo falso testemunho ou pela falsa perícia.
“HABEAS CORPUS – Processo 58483
Ementa: Retratação. Crime de falsa perícia. A retratação, admitida no crime de falsa perícia, é causa de extinção de punibilidade, 
e tem caráter exclusivamente pessoal, pois só se justifica pelo arrependimento que encerra e pela índole honesta que manifesta, o que 
faz com que a pena não mais tenha finalidade para seu autor. É, portanto, incomunicável. Denúncia que descreve outros delitos com 
relação aos quais não se admite a retratação. Recurso ordinário a que se nega provimento. Moreira Alves”.
Didatismo e Conhecimento 7
MEDICINA LEGAL
Três são as formas do crime de perícia falsa: fazer afirmação falsa, negar a verdade e calar a verdade. Se o perito agir por culpa, 
engano ou esquecimento prestando informações inverídicas, não incorrerá em qualquer sanção penal, pois a lei penal não reconhece 
a modalidade culposa. Assim, considera-se falsa a perícia quando o perito distorce a verdade, com o objetivo específico de favorecer 
alguém e influir sobre a decisão judicial, enganando a autoridade julgadora, ainda que não atinja o fim desejado (TJSP, RT 507/346; STJ, 
RT 707/367). A simples diferença de diagnostico entre laudos médicos não leva a concluir que houve deliberada distorção da verdade 
(TJRJ, RT 584/391). A diferença de diagnóstico entre laudos não constitui falsa perícia: STJ. H/C n° 42.727 – DF (2005/0046564-3).
2) Corrupção ativa
Artigo 343 c/c 333 - Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem a testemunha, perito, contador, tradutor ou 
intérprete, para fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade em depoimento, perícia, cálculos, tradução ou interpretação: Pena – re-
clusão, de três a quatro anos e multa. Parágrafo único. As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é cometido com o fim 
de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal ou em processo civil em que for parte entidade da administração pública 
direta ou indireta. Nesta condição considera-se conduta incriminadora dar, oferecer ou prometer dinheiroou vantagem a perito para fazer 
afirmação falsa.
3) Exploração de prestígio
Artigo 357 – Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto de influir em juiz, jurado, órgão do Ministério 
Público, funcionário de justiça, perito, tradutor, intérprete ou testemunha:
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Parágrafo único – As penas aumentam-se de um terço se o agente alega ou insinua que o dinheiro ou utilidade também se destina a 
qualquer das pessoas referidas neste artigo.
Tratando-se de funcionário público, em geral, aplica-se o artigo 332. No tráfico de influência o “elemento subjetivo é a vontade de 
obter vantagem ou promessa desta, sabendo que não tem prestígio para influir no funcionário ou que este não é acessível suborno (TJSP, 
RT 519/319)”.
4) Extravio de documento
Em casos de extravio de processo ou de qualquer outro documento sob sua guarda será o perito responsabilizado pela reorganização 
do mesmo, pelos custos, pelos atrasos do processo e pelo prejuízo às partes. As partes, inclusive, poderão processá-lo por danos materiais e 
morais que porventura vier a acarretar. Sob a ótica penal:
“Artigo 314 – Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem guarda em razão do cargo; sonega-lo ou inutiliza-lo, total ou 
parcialmente: Pena – reclusão, de um a quatro anos, se o fato não constitui crime mais grave.”
5) Prevaricação
Prevaricar, de acordo com o artigo 319 do Código Penal, é “retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo 
contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal: Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa”. Este 
crime atinge o perito na qualidade de funcionário público. E de acordo com o artigo 327 do Código de Processo Penal “considera-se funcio-
nário público, para efeitos penais, cargo, emprego ou função pública”.
6) Violação do segredo na prática da perícia
O artigo 154 do Código Penal afirma: “Revelar alguém, sem justa causa, segredo, de que tem ciência em razão de função, ministério, 
ofício ou profissão, e cuja revelação possa produzir dano a outrem: Pena – detenção de 3 meses a 1 ano ou multa”. No exercício da medicina 
o médico pode revelar o segredo a pedido do paciente, por legal ou por justa causa. A infração de quebra do sigilo profissional é sempre 
por dolo, ou seja, quando o agente divulga conscientemente uma confidência e quando ele sabe que está agindo de forma contraria à nor-
ma. Nunca por culpa, pois nesta faltariam os elementos necessários para sua caracterização. Assim, por exemplo, a perda de um envelope 
contendo resultados de exames de um paciente, possibilitando alguém conhecer sobre sua doença, não caracteriza o crime de divulgação 
do segredo. O mesmo se diga quando o rompimento do sigilo ocorre por coação física ou moral. A perícia médica, quando da realização 
dos exames em juntas oficiais e por interesse administrativo, no tocante ao segredo está regulada pelo artigo 205, da Lei nº 8.112, de 11 de 
dezembro de 1990, que assim estatui:” o atestado e o laudo de junta médica não se referirão ao nome ou natureza da doença, salvo quando 
se tratar de lesões produzidas por acidentes em serviço, doença profissional ou qualquer das doenças especificadas no artigo 186, parágrafo 
1º”. No entanto estas regras não se aplicam à perícia criminal porque o perito está sempre obrigado a dizer a verdade.
Armamento Utilizado
 
Os peritos criminais, quando pertencentes aos quadros das policias civis, polícias científicas, ou da polícia federal, diferem da maioria 
dos policiais civis e militares pelo fato de não praticarem atos de policiamento ostensivo ou preventivo especializado. Sendo a atividade 
das Polícias Científicas (e dos Departamentos Técnico-Científicos das Polícias Civis) de natureza estritamente pericial, é praticamente nula 
Didatismo e Conhecimento 8
MEDICINA LEGAL
a existência de armamento pesado (como fuzis e submetralhadoras) em posse de Peritos Criminais e policiais técnico-científicos. Ainda 
assim, como estão os peritos sujeitos a trabalhos em locais de crime de variada periculosidade e com deslocamento feito em viaturas de-
vidamente caracterizadas, a maioria dos Peritos , nos estados da federação em que estes estão lotados em órgão policiais, está dotada de 
pistolas, revólveres e espingardas.
As principais armas de fogo que são utilizadas pelos Peritos Criminais dos estados são as pistolas Taurus nacional, de calibre 40 
S&W dos modelos: Taurus PT 100, Taurus PT 940, Taurus PT 640, Taurus PT 24/7, enquanto os Peritos Criminais Federais adotam 
como padrão a pistola Glock austríaca, de calibre 9 mm Luger, nos modelos G17, G19 e G26. Em alguns Estados da Federação a Polícia 
Científica se organiza de forma independente da Polícia Civil. Com o estatuto do desarmamento, houve a perda do porte de arma. Um 
projeto de lei de 2006 está em tramitação para reavê-lo.
 
Autonomia Hierárquica
 
Como consequência dos protestos, bem como da supracitada valorização das carreiras envolvidas na perícia criminal, muitos Esta-
dos separaram a estrutura dos Institutos de Perícias e de Criminalística das Polícias Civis, resultando na autonomia administrativa, técni-
ca e funcional. Em grande parte dos Estados da Federação, o Perito Criminal continua integrando uma das várias carreiras existentes nas 
Polícias Civis, as quais, por força constitucional, são dirigidas, exclusivamente, pelos Delegados de Polícia de carreira. Esse quadro tem 
mudado nas últimas décadas, onde diversos Estados da Federação tem se movimentado para prover a autonomia pericial. Atualmente os 
seguintes Estados possuem organismos periciais desvinculados da polícia civil: 
AL - Centro de Perícias Forenses (CPFOR); 
AP - Polícia Técnico-Científica (POLITEC); 
BA - Departamento de Polícia Técnica (DPT); 
CE - Perícia Forense do Ceará (PEFOCE); 
GO - Superintendência de Polícia Técnico-Científica; 
MS - Coordenadoria-Geral de Perícias (CGP); 
MT - Superintendência de Perícia Oficial e Identificação Técnica (POLITEC); 
PA - Centro de Perícias Científicas (CPC); 
PB - Instituto de Polícia Científica (IPC); 
PE - Gerência Geral da Polícia Científica (GGPOC); 
PR - Polícia Científica; 
RN - Instituto Técnico-Científico de Polícia (ITEP); 
RS - Instituto Geral de Perícias (IGP); 
SC - Instituto Geral de Perícias (IGP); 
SE - Coordenadoria Geral de Perícias (COGERP); 
SP - Superintendência da Polícia Técnico-Científica (SPTC); 
TO - Superintendência da Polícia Técnico-Cientifica.
 
Essa é uma tendência que claramente busca assegurar a autonomia pericial, tornando-a independente da potencial ingerência da 
autoridade policial, o que poderia ocorrer em casos onde o perito deva examinar vestígios relacionados a eventuais abusos de autoridade, 
uma situação possível principalmente em crimes relacionados à afronta aos direitos humanos. Essa tendência de desvinculação vai ao 
encontro do estabelecido no Decreto Nº 7.037, de 21 de Dezembro de 2009, que aprova o Programa Nacional de Direitos Humanos, e 
que prevê como um de seus objetivos estratégicos, no âmbito do Ministério da Justiça, a proposição de projeto de lei para proporcionar 
autonomia administrativa e funcional dos órgãos periciais federais.
As associações de classe dos Peritos Criminais ressaltam que tal movimentação decorre da inexistência no ordenamento jurídico 
de uma necessária subordinação administrativa do perito à autoridade requisitante dos exames (podendo ser ela o juiz, o delegado de 
polícia ou o ministério público), tampouco de qualquer subordinação funcional além daquela estrita e necessariamente estabelecida no 
Código de Processo Penal, onde determina-se que o Perito fará os exames conforme o requisitado pelas autoridade policial ou judiciária. 
Segundo postulam, extrapolar os conceitos da subordinação necessária pode levar a se estabelecer situações de dependência que possam 
comprometera imparcialidade dos exames periciais, haja vista a possibilidade inafastável de coerção administrativa ou assédio moral, 
ainda que de forma velada, por parte de superiores hierárquicos, sendo necessário assegurar, acima de qualquer coisa, a subordinação 
do perito à correção técnica e a busca pela verdade material, por meio de sua autonomia técnica, aminstrativa e funcional. Seja ou não o 
órgão pericial pertencente aos quadros policiais civis, deve-se observar que a autonomia pericial não faz com que a prova pericial seja 
inatacável e tampouco isso lhe afasta a possibilidade de contraditório, uma vez que, às partes será assegurada a indicação de assistentes 
técnicos, e ao Magistrado é assegurado o poder de decisão, não ficando o Magistrado adstrito ao laudo do Perito, conforme Art. 182 do 
Código de Processo Penal:
Didatismo e Conhecimento 9
MEDICINA LEGAL
 Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte.
Dessa forma, o próprio código de processo penal, deixa claras as relações de independência técnica e funcional que deve existir 
entre o Perito Oficial e a Autoridade Policial, pois estabelece que cabe ao juiz (e somente a este), rejeitar, no todo ou em parte, o Laudo 
produzido.
4.1.1. DOCUMENTOS MÉDICO-LEGAIS.
O Documento Médico-Legal é o meio através do qual a marcha e o resultado final de uma perícia médica chegam ao conhecimento 
da autoridade solicitante. 
O médico, como perito em saúde, tem fé de ofício, e, qualquer papel assinado pelo mesmo, é considerado como documento médico, 
estando sujeito ao segredo profissional e à responsabilidade médica. Quando passa a ter interesse para a Justiça (civil, criminal ou traba-
lhista), é denominado de documento médico-legal. 
Assim, denominam-se documentos médico-legais a simples exposição verbal e os instrumentos escritos por médicos objetivando 
elucidar a Justiça e servir pré-constituidamente para a prova ou de prova do ato neles representados. Observa-se, então, que os docu-
mentos médico-judiciários podem ser escritos ou verbais. Os documentos médico-judiciários ou médico-legais são basicamente de seis 
espécies: notificações, atestados, relatórios, pareceres, consultas e depoimentos orais.
a) NOTIFICAÇÕES - As notificações são comunicações compulsórias às autoridades competentes de um fato médico sobre molés-
tias infectocontagiosas e doenças do trabalho, para que sejam tomadas as providências sanitárias, judiciárias ou sociais cabíveis. Embora 
se impute a todo ser humano, por dever de solidariedade, a notificação de doenças infectocontagiosas de que tenha conhecimento, e 
assim impedir o evento, só o médico que se omite, não havendo participação criminosa, comete o crime tipificado no art. 269 do Código 
Penal: “Deixar o médico de denunciar à autoridade pública doença cuja notificação é compulsória”. Admite-se a participação criminosa 
se o médico se omite a pedido do doente maior e capaz ou de seu responsável (art. 29 do CP). Trata-se de deito especial, omissivo pró-
prio, que ocorre na simples abstenção da atividade devida pelo profissional de Medicina. A inação non facere, o “deixar de comunicar” 
é que constitui o crime, sendo irrelevante a motivação do agente. 
O delito consuma-se na omissão daquele que, devendo e podendo atuar para evitar o evento lesivo no caso concreto, apesar de ser ele 
previsível, não o faz, por inércia psíquica, por preguiça mental, por displicência. Não se atribui a omissão à regra do sigilo profissional 
tutelada pelo art. 154 do Código Penal, pois o dever do médico guarda-lo não é absoluto, se há justa causa; o que a lei proíbe é a quebra 
do segredo profissional por maldade, jactância e simples leviandade e não a que, como na vertente, é praticada no exercício regular do 
direito (art. 146, § 3.°, do CP) ou de faculdade legal, objetivando a prestação da incolumidade pública, bem inestimável tutelado pelo 
Estado, cujo interesse prepondera sobre a liberdade individual.
O art. 8.° da Lei n. 6.259, de 30 de outubro de 1975, regulamentada pelo Decreto n. 78.231 de 12 de agosto de 1976, estendeu 
a obrigatoriedade a outros profissionais de saúde no exercício da profissão, que não apenas o médico e o dever aos responsáveis por 
organizações e estabelecimentos públicos e particulares de saúde e ensino de denunciar casos suspeitos ou confirmado de doenças de 
notificação compulsória à autoridade pública. Todavia, crime só comete o médico, pois estão essas pessoas fora do alcance da lei penal, 
ficando elas somente sujeitas às sanções do regulamento. Para os efeitos da aplicação da Lei n. 6.259, de 1975, e do Decreto n. 12.984, 
de 15 de dezembro de 1978 (estadual), que aprova Normas Técnicas Relativas à Preservação da Saúde, constituem objeto de notificação 
compulsória as seguintes doenças relacionadas:
I – em todo o Território Nacional: cólera, coqueluche difteria, doença meningocócica e outras meningites, febre amarela, febre tifoi-
de, hanseníase, leishmaniose, oncocercose, peste, poliomielite, raiva humana, sarampo, tétano, tuberculose, varíola;
II – em áreas específicas: esquistossomose (no Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Alagoas, Pernambuco e Sergipe); 
filariose (exceto Belém e Recife); malária (exceto região da Amazônia Legal).
“Por qualquer meio pode ser feita a denuncia, devendo lançar-se mão naturalmente do mais seguro e rápido. Existem fórmulas im-
pressas para esse fim, porém, não lhes está sujeito o médico. Sua comunicação poderá ser efetivada pessoalmente, por carta, telegrama, 
telefone, etc.” (E. Magalhães Noronha).
Da mesma forma, também as doenças profissionais e as produzidas em virtude de condições especiais de trabalho são de notificação 
compulsória, de conformidade com instruções baixadas pelo Ministério do Trabalho (art. 169 da CLT). Igualmente, em caráter de emer-
gência, o é toda morte encefálica comprovada em hospital público ou privado, de acordo com o art. 13 da Lei n. 9.434, de 4 de fevereiro 
de 1997. E por fim, os crimes de ação pública (Lei de Contravenções Penais, art. 66). A notificação compulsória não mais se aplica aos 
viciados em substâncias capazes de determinar dependência física ou psíquica, conforme Lei n. 11.343, de 23 de agosto de 2006. 
Didatismo e Conhecimento 10
MEDICINA LEGAL
b) ATESTADOS - Denominados, também, certificados médicos, são a afirmação simples e redigida de um fato médico e de suas 
possíveis consequências. Classificam-se os atestados em oficiosos, administrativos e judiciários ou oficiais. Os primeiros são solicita-
dos pelo interessado ou por seu representante legal, visa interesse privado para justificar ausência ao trabalho, às aulas, etc. Os atestados 
administrativos são os reclamados por autoridade administrativa para efeito de licenças, de aposentadorias ou abono de faltas, vacina-
ções, etc. E finalmente, judiciários são os atestados que interessam à Justiça, requisitados sempre pelos juízes. Somente os atestados 
judiciários constituem documentos médico-legais.
O Código de Ética Médica (CEM), no art. 112 e seu parágrafo único, diz: “É vedado ao médico deixar de atestar atos executados no 
exercício profissional, quando solicitado pelo paciente ou seu representante legal”. 
 Parágrafo único: “o atestado médico é parte integrante do ato ou tratamento médico, sendo o seu fornecimento direito inquestioná-
vel do paciente, não importando em qualquer majoração dos honorários”.
O atestado médico é documento que não exige compromisso legal; no entanto, nem por isso se faculta ao médico nele fitar inverda-
des, para evitar que se imputem ao profissional os delitos de Falsidade Ideológica e de Falsidade de Atestado Médico, conforme estabe-
lecem respectivamente os arts. 299 e 302 do nosso diploma penal. Dessa forma, a infelizmente difundida prática dos atestados de favor, 
ditos graciosos ou complacentes, deve ser rigorosamente proscrita, pois só faz desprestigiara imagem do médico e da Medicina. Não 
obstante o rigor legem, é esta modalidade de falso conduta ilícita em que mais incorrem alguns profissionais de Medicina desavisados 
e geralmente desinteressados de lucro, por negligência ou imprudência e não por vontade consciente de cometê-la. Insta dizer, todavia, 
que não se admite a forma culposa, já que os crimes contra a fé pública são sempre dolosos. Então, para a tipificação do delito do art. 
302 do Código Penal é indispensável que o sujeito ativo aja com dolo, consistente na vontade conscientemente dirigida à falsa atestação.
“Para que se configure o delito do art. 302 do CP é preciso que se demonstre o médico ter agido com consciência da falsidade do óbi-
to que atesta” (RT). A lei pune o facultativo pela inveracidade da declaração atestada (saúde de quem é enfermo, doença em pes-
soa hígida, doença diversa da real, óbito de cujo fato não tenha ciência própria etc.) suficientemente idônea para gerar prejuízo, 
potencia ou real, a direito, obrigação ou a fato juridicamente relevante, e não pela inverdade sobre circunstâncias secundárias, 
como a afirmação de que é necessário repouso por período de 30 dias quando 15 dias bastam. Constitui infração ética atestar 
sem ter examinado o paciente, ainda que a doença seja verdadeira (art. 110 do Código de Ética Médica). Sendo o certificado falso 
fornecido mediante pecúnia, além da pena corporal, aplicar-se-á multa.
O art. 302 do Código Penal é aplicável ao médico que comete o delito em caráter particular, portanto, à margem de função pública, 
pois responderá ele pela infração penal elencada no art. 301 do mesmo Código, “em razão de função pública”, se na qualidade de funcio-
nário público falsear conscientemente atestado objetivando favorecer pessoa interessada a obter vantagem de ordem pública. “O médico 
que assina declaração ou atestado de óbito ideologicamente falso para efeito de alteração da verdade no Registro Público pratica o delito 
previsto no art. 299 do CP, e não o art. 302, do mesmo estatuto, de punição mais leve e branda” (RJTJSP).
É comum o médico redigir o atestado em papel timbrado de receituário próprio ou de instituição e entidades médico sociais, pois 
somente os atestados de óbito tem forma especial. Pode fazê-lo também em folha de papel comum. Embora não se obrigue ao atestado 
forma fia, convém que dele constem, sumariamente, quatro partes: nome e sobrenome do médico, seus títulos e qualidades; qualificação 
do paciente, tendo-se o cuidado de especificar quem solicita o documento; o estado mórbido e demais fatos verificados; as consequências 
do que foi apurado. Deve o médico prudentemente esclarecer no atestado que ele é redigido a pedido do próprio interessado ou de seu 
representante legal, e para os devidos fins, ou seja, a finalidade a que se destina, evitando tanto quanto possível, declarar o diagnóstico, 
para salvaguarda do sigilo profissional.
A celebratória e interminável querela sobre a obrigatoriedade ou não do facultativo apor o diagnóstico nos atestados oficiosos perdeu 
a razão de ser, ante a revogação da Resolução n. 1.190/84 pela n. 1.219/85, do Conselho Federal de Medicina. A norma revogada pre-
via: “... subordina a eficácia do atestado médico ao fato de nele constar o diagnóstico preferentemente codificado (ou não), conforme o 
Código Internacional de Doenças – CID, com a expressa concordância do paciente...”. A colocação no atestado médico do diagnóstico, 
codificado ou não, admite a presunção absoluta de que houve a concordância expressa do paciente, ou, se menor, de seu representante 
legal. Nos atestados administrativos e judiciários em que as autoridades exigem o diagnóstico, é obrigatório o médico declará-lo utilizan-
do a Classificação Internacional de Doenças, Lesões e Causas de Morte, com anuência do paciente. Afinal, o atestado jamais se arvora 
status de laudo de perícia médica, nos casos em que esta é expressamente exigida.
Atestado de Óbito
O Conselho Federal de Medicina, no dia 11 de novembro de 2005, aprovou a Resolução n. 1.779/2005, que disciplina o forneci-
mento de atestados de óbito. 
Didatismo e Conhecimento 11
MEDICINA LEGAL
Resolução CFM nº 1.779/2005
(Publicada no D.O.U., 05 dez 2005, Seção I, p. 121)
Regulamenta a responsabilidade médica no fornecimento da Declaração de Óbito. Revoga a Resolução CFM n. 1601/2000.
O CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA, no uso das atribuições conferidas pela Lei nº 3.268, de 30 de setembro de 1957, regu-
lamentada pelo Decreto nº 44.045, de 19 de julho de 1958, e CONSIDERANDO o que consta nos artigos do Código de Ética Médica:
Art. 14. O médico deve empenhar-se para melhorar as condições de saúde e os padrões dos serviços médicos e assumir sua parcela 
de responsabilidade em relação à saúde pública, à educação sanitária e à legislação referente à saúde.
É vedado ao médico: 
Art. 39. Receitar ou atestar de forma secreta ou ilegível, assim como assinar em branco folhas de receituários, laudos, atestados ou 
quaisquer outros documentos médicos.
Art. 44. Deixar de colaborar com as autoridades sanitárias ou infringir a legislação vigente.
Art. 110. Fornecer atestado sem ter praticado o ato profissional que o justifique, ou que não corresponda a verdade.
Art. 112. Deixar de atestar atos executados no exercício profissional, quando solicitado pelo paciente ou seu responsável legal.
Art. 114. Atestar óbito quando não o tenha verificado pessoalmente, ou quando não tenha prestado assistência ao paciente, salvo, no 
último caso, se o fizer como plantonista, médico substituto, ou em caso de necropsia e verificação médico-legal.
Art. 115. Deixar de atestar óbito de paciente ao qual vinha prestando assistência, exceto quando houver indícios de morte violenta;
CONSIDERANDO que Declaração de Óbito é parte integrante da assistência médica;
CONSIDERANDO a Declaração de Óbito como fonte imprescindível de dados epidemiológicos;
CONSIDERANDO que a morte natural tem como causa a doença ou lesão que iniciou a sucessão de eventos mórbidos que direta-
mente causaram o óbito;
CONSIDERANDO que a morte não-natural é aquela que sobrevém em decorrência de causas externas violentas;
CONSIDERANDO a necessidade de regulamentar a responsabilidade médica no fornecimento da Declaração de Óbito;
CONSIDERANDO, finalmente, o decidido em sessão plenária realizada em 11 de novembro de 2005,
Resolve: 
Art. 1º O preenchimento dos dados constantes na Declaração de Óbito é da responsabilidade do médico que atestou a morte.
Art. 2º Os médicos, quando do preenchimento da Declaração de Óbito, obedecerão as seguintes normas:
1) Morte natural:
I. Morte sem assistência médica:
a) Nas localidades com Serviço de Verificação de Óbitos (SVO): A Declaração de Óbito deverá ser fornecida pelos médicos do SVO;
b) Nas localidades sem SVO: A Declaração de Óbito deverá ser fornecida pelos médicos do serviço público de saúde mais próximo 
do local onde ocorreu o evento; na sua ausência, por qualquer médico da localidade.
II. Morte com assistência médica: 
a) A Declaração de Óbito deverá ser fornecida, sempre que possível, pelo médico que vinha prestando assistência ao paciente.
b) A Declaração de Óbito do paciente internado sob regime hospitalar deverá ser fornecida pelo médico assistente e, na sua falta por 
médico substituto pertencente à instituição.
Didatismo e Conhecimento 12
MEDICINA LEGAL
c) A declaração de óbito do paciente em tratamento sob regime ambulatorial deverá ser fornecida por médico designado pela insti-
tuição que prestava assistência, ou pelo SVO;
d) A Declaração de Óbito do paciente em tratamento sob regime domiciliar (Programa Saúde da Família, internação domiciliar e 
outros) deverá ser fornecida pelo médico pertencente ao programa ao qual o paciente estava cadastrado, ou pelo SVO, caso o médico 
não consiga correlacionar o óbito com o quadro clínico concernente ao acompanhamento do paciente.2) Morte fetal: Em caso de morte fetal, os médicos que prestaram assistência à mãe ficam obrigados a fornecer a Declaração de 
Óbito quando a gestação tiver duração igual ou superior a 20 semanas ou o feto tiver peso corporal igual ou superior a 500 (quinhen-
tos) gramas e/ou estatura igual ou superior a 25 cm.
3) Mortes violentas ou não naturais: A Declaração de Óbito deverá, obrigatoriamente, ser fornecida pelos serviços médico-legais.
Parágrafo único. Nas localidades onde existir apenas 1 (um) médico, este é o responsável pelo fornecimento da Declaração de 
Óbito.
Art. 3º Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação e revoga a Resolução CFM nº 1.601/00.
Brasília-DF, 11 de novembro de 2005
Edson de Oliveira Andrade
Presidente
Lívia Barros Garção
Secretária-Geral
c) RELATÓRIOS - é a descrição minuciosa e por escrito de todas as etapas de uma perícia médica, requisitada por autoridade 
policial ou judiciária, a um ou mais peritos, previamente nomeados e compromissados na forma das leis. No foro criminal são dois 
os peritos, o que redige o documento é o relator, sendo e segundo o revisor. 
Pode ser AUTO: quando o exame é ditado diretamente a um escrivão e diante de testemunhas ou LAUDO: relatório realizado 
pelos peritos após suas investigações. 
Possui as seguintes partes: 
1) Preâmbulo - o perito escreverá o seu nome, os títulos de que é portador, o nome da autoridade que o nomeou, o motivo da 
perícia, o nome e a qualificação do paciente a ser examinado, local, dia e horas da realização da perícia. É uma espécie de introdução. 
2) Histórico – corresponde a anamnese dos exames clínicos; narrar tudo que possa interessar sobre os comemorativos do fato, 
localizando-os no tempo e no espaço. Quando se trata de relatório de necropsia, o histórico, normalmente, é retirado do Registro 
da Ocorrência ou da Guia de Encaminhamento. O histórico pode conter, ainda, referências a laudos anteriores, se existirem (exame 
complementar). É aconselhável a iniciar com expressões como “refere que...”, “afirma o(a) periciando(a) que...”, para evitar compro-
metimento com o que for informado. Prestar atenção no exagero das queixas apresentadas, assim como simulação de doença mental. 
Nas necropsias, os dados da guia de remoção são transcritos e não endossados (“Ofício No. ou Guia de Remoção Nº, assinada pelo 
Bel.(a) ou Dr...., Cremepe..., que diz...”, para evitar acusações de acobertar falsas versões. 
3) Descrição (visum et repertum) - parte mais importante do relatório; descrição minuciosa e precisa de todo o exame externo e 
interno. Expor com método e documentar com esquemas, desenhos, gráficos e fotografias. Quando se tratar de cadáver constar : sinais 
de morte, elementos que permitam estabelecer a identidade, exame das vestes, exame externo e interno. Evitar ideias ou hipóteses pre-
concebidas, para que o próprio perito, ou outro, discutam outras possibilidades diagnósticas. Lembrar-se que a descrição não poderá ser 
refeita com a mesma riqueza de detalhes (processos cicatriciais, inflamatórios, fenômenos cadavéricos). O primeiro exame é sempre o 
mais importante, quando é feita uma boa descrição. 
4) Discussão - o perito fará os seus diagnósticos, externará a sua opinião, transcreverá os ensinamentos dos melhores autores e mos-
trará as vantagens e desvantagens dos diversos critérios e opiniões sobre o fato. Os dados do histórico são comparados com os achados 
do exame objetivo e, algumas vezes, quando surge discrepâncias, os dados são analisados sob novos ângulos, sendo necessário estudos 
mais detalhados e exames complementares. 
5) Conclusões - o perito deverá sintetizar o seu ponto de vista, baseando-o sempre em elementos objetivos e comprovados segu-
ramente. Afirmar somente o que puder demonstrar cientificamente. Se houver mais de uma possibilidade quanto ao que ocorreu, deve 
mencionar cada uma das alternativas e a probabilidade de acerto. O perito não julga, ele esclarece, demonstra, ilumina. As conclusões 
podem ser afirmativas ou negativas. Quando não for possível firmar uma conclusão, o perito deverá referir que não tem elementos para 
afirmar ou negar; a impossibilidade de concluir já é uma conclusão. 
Didatismo e Conhecimento 13
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6) Quesitos – perguntas cuja finalidade é a caracterização de fatos relevantes que deram origem ao processo. As respostas devem 
ser claras e sucintas, o mais possível concludente, não pode permitir interpretação duvidosa. Todos os quesitos devem ser respondidos, 
preferencialmente monossilábicos (sim/não) ou a afirmação de que a perícia não tem condições de esclarecer a dúvida levantada. No foro 
penal são padronizados para caracterização de um fato típico. O quesito: “Se a morte foi produzida por meio de veneno, fogo, explosivo, 
asfixia ou tortura, ou por outro meio insidioso ou cruel”, tem a finalidade de estabelecer as formas de homicídio qualificado, entretanto, 
nem sempre o perito tem elementos para determinar a causa jurídica da morte, sendo preferível responder como “prejudicado” e aguar-
dar uma consulta posterior. Não existem quesitos oficiais no foro cível. 
d) CONSULTAS - esclarecimento requisitado em consequência de duvidas ou omissões de ordem médica, sendo necessário ouvir 
a opinião de um mestre da medicina legal ou de uma instituição renomada. Deve ser feita com clareza e por escrito, devendo vir acom-
panhada de tudo que for pertinente ao caso, para facilitar o trabalho do especialista consultado (exames médico-legais, laudos, decisões 
judiciais e os próprios autos processuais). Pode ser solicitada pela Autoridade ou mesmo por outro perito, com a finalidade de comple-
mentar o seu laudo. 
e) PARECERES - opinião pessoal sobre determinados fatos médicos; vale pelo prestígio e conceito. O especialista ou a instituição 
consultada responderão baseados nos dados fornecidos, sem qualquer grau de parcialidade. Deve ser feita de modo claro e lógico, fun-
damentada em citações de autores consagrados visando evitar futuras contestações. 
O valor e credibilidade do parecer dependerá do prestígio, bom conceito, renome científico e moral usufruído por aquele que o 
emite (parecerista). Trata-se de documento particular, unilateral, que não exige compromisso legal do parecerista, donde que nunca 
se possa enquadrar como falsa perícia. 
Consta das seguintes partes: 
1 - Preâmbulo – qualificação da autoridade solicitante, do parecerista com seus títulos, o número do processo e da vara criminal 
ou civil correspondente. 
2 - Exposição – o motivo da consulta, transcrição dos quesitos formulados e o histórico cronológico dos fatos do caso a ser 
analisado. 
3 - Discussão – parte mais importante de um parecer. Aqui, o parecerista deve demonstrar a sua cultura, capacidade de análise e 
poder de argumentação; são apontados os pontos falhos da perícia, sem excessos de linguagem para não ferir a ética. 
4 - Conclusões – síntese dos pontos relevantes da discussão, clara e sucinta. Podem ser colocadas à medida que são respondidos 
os quesitos.
f) DEPOIMENTOS ORAIS - O perito chamado a depor nos tribunais e na audiência de instrução e julgamento – providência 
por vezes necessária ou até indispensável -, como parte técnica do corpo judicante, nunca como testemunha, presta depoimento de 
viva voz a respeito do laudo que ofereceu nos autos, em linguagem despida de rebuscados literários, compreensível e simples, emi-
tindo respeitosamente opinião rigorosamente científica, respondendo objetivamente a todas as perguntas e explicando devidamente, 
quando necessário, terminologia técnica. Convém relembrar que, consoante o parágrafo único do art. 435 do CPC, os peritos e os 
assistentes técnicos só estarão obrigados a prestar verbalmente os esclarecimentos a que se refere este dispositivo quando intimados 
cinco dias antes da audiência de instrução e julgamento. Do que disser cada um lavrar-se-á o respectivo termo, sendo indispensávelque o assine o juiz, o perito, as partes, subscrevendo-o o escrevente.
4.1.2. QUESITOS OFICIAIS.
Os Quesitos Oficiais (área criminal) são instituídos por Lei Estadual e somente podem ser modificados por uma nova Lei que 
altere a vigente. No Estado de Minas Gerais foram estabelecidos pela Lei 5141 de 1956, ainda em vigor. Eles foram elaborados 
levando-se em conta cada crime em que pudesse haver um ato pericial. Consequentemente são genéricos. 
Os Quesitos Complementares (área criminal) são formulados pela Autoridade Policial ou Judiciária, pelo Ministério Público, 
pelos Presidentes de Inquéritos Policiais Militares, pelos Presidentes de Conselhos Tutelares e, na falta de um deles, pelo Juiz de 
Paz da Comarca. Nesta condição os quesitos são próprios de cada caso e visam esclarecer dados do crime no Inquérito ou Processo. 
Na área Cível e Trabalhista os quesitos são sempre específicos para cada caso e podem ser formulados pelo Juiz, pelas partes 
(quantas forem) e pelo Ministério Público, se participante do Processo. 
Didatismo e Conhecimento 14
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OBRIGATORIEDADE EM RESPONDER
 AOS QUESITOS.
Qualquer médico que estiver investido na condição de Perito, seja no Juízo Criminal, Cível ou Trabalhista, deverá responder aos 
quesitos obrigatoriamente por imposição de Lei. 
Código de Processo Penal. 
Art. 160 - Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde descreverão minuciosamente o que examinarem, e responderão aos que-
sitos formulados. 
TIPOS DE RESPOSTAS AOS QUESITOS.
Monossilábicas. 
A casos que somente cabe uma resposta monossilábica. Por exemplo, se o quesito for: “Houve a morte?” entende-se que somente 
caberá um Sim ou um Não. Entretanto é prudente, embora não obrigatório, não usar resposta monossilábica quando houver dubiedade 
na interpretação. Recomenda-se que se faça uma transcrição do quesito na resposta. Por exemplo: “O perito encontrou deformidade 
física no paciente examinado?” Se a resposta for negativa, sugere-se: Não; o perito não encontrou deformidade física no paciente 
examinado. Esta resposta, se transcrita posteriormente alhures, não deixará dúvidas no leitor do laudo. 
Justificadas. 
Há quesitos em que há uma determinação de se justificar a resposta. Nesses casos ao final do quesito esta determinação está 
colocada entre parênteses - (resposta justificada). Logo lembre-se de colocar a justificativa, seja no texto da resposta, seja no corpo 
do laudo. 
Especificadas. 
Há quesitos, de modo semelhante ao anteriormente explicado, que estipula “(resposta especificada)”. Nestes casos o quesito é 
complexo e cheio de perguntas em vários itens. Assim é indispensável que se aponte, na resposta, a qual item se refere a reposta. 
Evasivas. 
Há perguntas em que a resposta não pode ser conclusiva. Assim usa-se o termo “sem elementos para afirmar ou negar... “. Este 
tipo de resposta deve ser usado parcimoniosamente. Deve traduzir uma condição real e não uma forma de eximir-se de resposta. 
Prejudicadas. 
Uma outra condição é aquela em que a resposta é impossível. Normalmente o quesito está concatenado com outro anterior cuja 
resposta invalida qualquer outra conclusão posterior. Por exemplo: se a pergunta refere-se a um ferimento que inexiste no examinado, 
somente cabe a resposta: “Resposta prejudicada em virtude da inexistência do alegado ferimento.” ou simplesmente “Prejudicado”. 
REGIONALIZAÇÃO DOS QUESITOS
Os quesitos Oficiais do Juízo Criminal, como são oriundos de uma Lei Estadual, têm sua restrição ao Estado em que foram formu-
lados. Como cada Estado Brasileiro pode formular, pela sua Lei, quesitos diferentes, é prudente ao médico, quando nomeado Perito na 
área Criminal, inteirar-se do teor dos quesitos oficiais da localidade onde está trabalhando. Também o leitor de Livros de Medicina Legal 
deverá estar atento que os quesitos referem-se aos Estado em que o Autor se encontra.
Didatismo e Conhecimento 15
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4.1.3. PERÍCIAS MÉDICAS.
A perícia médica é atribuição privativa de médico, podendo ser exercida pelo civil ou militar, desde que investido em função que 
assegure a competência legal e administrativa do ato profissional. O exame médico-pericial visa a definir o nexo de causalidade (causa 
e efeito) entre:
- doença ou lesão e a morte (definição da causa mortis);
- doença ou sequela de acidente e a incapacidade ou invalidez física e/ou mental;
- o acidente e a lesão;
- doença ou acidente e o exercício da atividade laboral;
- doença ou acidente e sequela temporária ou permanente;
- desempenho de atividade e riscos para si e para terceiros.
Por outro lado, o médico perito, através de competente inspeção médica, pode concluir se a pessoa portadora ou não de doença ou 
vítima de sequela resultante de acidente reúne condições para exercer determinada atividade (ocupação); é o denominado exame de 
aptidão/inaptidão física e/ou mental. Ainda é considerada tarefa médico-pericial especializada a definição do grau de parentesco entre 
pessoas, diversos exames especiais para identificar indivíduos, dos mais simples aos mais complexos, como, por exemplo, a identifica-
ção através de polimorfismo genômico, cuja prática é esporádica ou excepcional.
A perícia médica há muito tempo, vem sendo utilizada para apoiar as investigações a cargo das policias técnicas, sempre que do 
evento investigado resulte dano físico e/ou mental. É a base do trabalho exercido pelo médico perito junto às instituições de medicina 
legal, vinculadas aos setores de polícia especializada, destacando-se aí o papel dos IML’s. O trabalho médico-pericial também tem sido 
requisitado pelos juízes, objetivando definir a existência, grau, natureza e causa de lesões físicas ou mentais sofridas por pessoas que 
recorrem ao Poder Judiciário, na expectativa da reparação de danos sofridos sob a responsabilidade direta ou indireta de terceiros. 
Cabe destacar o papel da Previdência Social, que, desde a década de 30, vem condicionando a concessão ou manutenção de bene-
fícios à ocorrência de incapacidade ou invalidez, comprovada por inspeção médico-pericial. O Regime Trabalhista, ao adotar as estraté-
gias de proteção à saúde do trabalhador, institui mecanismos de monitoração dos indivíduos, visando a evitar ou identificar precocemen-
te os agravos à sua saúde, quando produzidos ou desencadeados pelo exercício do trabalho. 
Ao estabelecer a obrigatoriedade na realização dos exames pré-admissional, periódico e demissional do trabalhador, criou recursos 
médico-periciais voltados a identificar o nexo de causalidade entre os danos sofridos e a ocupação que desempenha. Do mesmo modo, 
nos serviços prestados ao Estado, os servidores públicos civis e militares estão amparados por dispositivos dos Regimes Jurídicos a que 
estão filiados, sendo-lhes assegurada a proteção a saúde. Para tanto, as estratégias utilizadas no acompanhamento do funcionário público 
em nada devem diferir daquelas adotadas no Regime Trabalhista.
No Regime Trabalhista, como no Regime Jurídico do Servidor Público, a concessão ou manutenção de licenças remuneradas, em 
virtude de doença ou acidente que produz incapacidade ou invalidez, está condicionada à realização da inspeção médico-pericial. Como 
se vê, a perícia médica é exercida, praticamente, em todas as áreas de atuação do médico. Muitas vezes, praticada em sua plenitude, sem 
que estejam alertas para as graves responsabilidades assumidas. Um “simples” atestado de aptidão ou de incapacidade que emitimos 
deve proceder da competente avaliação médico-pericial, não somente para cumprir as exigências legais, como também em respeito ao 
indivíduo que se orientará por nossa recomendação. Por outro lado, teríamos cometido um delito ético, se atestássemos um ato que não 
tivéssemos praticado.
4.1.4. LEGISLAÇÃO SOBRE PERÍCIAS 
MÉDICO-LEGAIS.
A prática médico-pericial obedece a uma extensa e complexa relação de leis, decretos, portariase instruções normativas, que esta-
belecem os limites de atuação dos setores administrativos e indicam quais as competências e atribuições do médico investido em função 
pericial. A aplicação dos dispositivos contidos nos principais diplomas legais (leis, decretos e portarias), todos da área federal, depende 
da avaliação médico-pericial, e entre eles, destacamos:
Didatismo e Conhecimento 16
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I- Legislação Previdenciária
É a mais extensa, já que disciplina a atuação da perícia médica na concessão e manutenção de diversos benefícios que integram o 
Plano de Beneficias da Previdência Social.
- Lei 8.213/91 e Decreto nº 3.048/99 - tratam do Plano de Benefícios do Regime Geral de Previdência Social, ai incluídos os Auxí-
lios-doença, Aposentadorias por Invalidez, Auxílios-acidentes, Pecúlios, Qualificação e Habilitação do Dependente Maior Inválido, para 
concessão de benefícios de família, entre outros; sua concessão e manutenção dependem de exame médico-pericial;
- Lei 6.179/74 - trata da renda mensal vitalícia, concebida a maiores de 70 anos ou inválidos, sendo indispensável a perícia médica 
na segunda hipótese;
- Lei 7.070/82 - trata da concessão de benefícios por invalidez aos portadores de sequelas resultantes do uso da talidomida;
Exemplificando a Lei n. 8.213/91, reproduz integralmente o que dispõe os artigos das leis e regulamentos previden-
ciários anteriores.
SEÇÃO V - DOS BENEFÍCIOS
Art. 42.
§ 1º -”A concessão da aposentadoria por invalidez dependerá da verificação da condição de incapacidade mediante exame médico-
-pericial a cargo da Previdência Social, podendo o segurado, às suas expensas, fazer-se acompanhar de médico de sua confiança”.
§ 2º -”A doença ou lesão de que o segurado já era portador ao filiar-se ao Regime Geral de Previdência Social não lhe conferirá 
o direito à aposentadoria por invalidez, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de agravamento ou progressão da 
doença ou lesão.”
Art. 59 - O auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido nesta 
Lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.
Parágrafo único - Não será devido auxílio-doença ao segurado que se filiar ao Regime Geral de Previdência Social já portador da 
doença ou lesão invocada como causa para o benefício, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento 
dessa doença ou lesão.
Art. 60. O auxílio-doença será devido ao segurado empregado a contar do décimo sexto dia do afastamento da atividade, e, no caso 
dos demais segurados, a contar da data do início da incapacidade e enquanto ele permanecer incapaz.
§ 1º - Quando requerido por segurado afastado da atividade por mais de 30 (trinta) dias, o auxílio-doença será devido a contar da 
data da entrada do requerimento.
§ 2º - (Revogado pela Lei nº 9.032, de 1995)
§ 3º Durante os primeiros quinze dias consecutivos ao do afastamento da atividade por motivo de doença, incumbirá à empresa 
pagar ao segurado empregado o seu salário integral. 
§ 4º - A empresa que dispuser de serviço médico, próprio ou convênio, terá a seu cargo o exame médico e o abono das faltas cor-
respondentes ao período referido no § 3º, semente devendo encaminhar o segurado a perícia médica da Previdência Social quando a 
incapacidade ultrapassar a 15 (quinze) dias.
II- Legislação Trabalhista
- Capítulo V do Titulo II da Consolidação das Leis do Trabalho e trata da higiene, medicina e segurança do trabalho; entre as diversas 
providências adotadas, institui a obrigatoriedade dos exames pré-admissionais, periódicos e demissionais, instrumentos de monitoração 
do trabalhador. Estas avaliações médicas visam, sobretudo, a identificar o nexo de causalidade entre os agravos à saúde e o exercício da 
atividade ou ocupação.
- Art. 827 da CLT, que assim dispõe: O juiz ou presidente poderá arguir os peritos compromissados ou os técnicos, e rubricará, para 
ser junto ao processo, o laudo que os primeiros tiverem apresentado.
- Portaria MTb nº 3.214/78 - e as Normas Regulamentadoras (NR).
III- Legislação do Regime Jurídico do Servidor Público Federal
- Lei 8.112/90 - Regime Jurídico Único do Servidor Público Federal.
- Lei 7.923/89 e Lei 8.270/91 - tratam, entre outras questões, da concessão dos adicionais de insalubridade e periculosidade, que de-
pende de laudo pericial.
Visando a esclarecer as dúvidas quanto ao papel do atestado médico na concessão da licença de natureza médica, transcrevemos os 
dispositivos legais que disciplinam a questão.
Didatismo e Conhecimento 17
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 Lei 8.112/90
(...)
Da Licença por Motivo de doença em Pessoa da Família
Art. 83. Poderá ser concedida licença ao servidor por motivo de doença do cônjuge ou companheiro, dos pais, dos filhos, do padrasto ou 
madrasta e enteado, ou dependente que viva a suas expensas e conste do seu assentamento funcional, mediante comprovação por perícia 
médica oficial.
§ 1º A licença somente será deferida se a assistência direta do servidor for indispensável e não puder ser prestada simultaneamente com 
o exercício do cargo ou mediante compensação de horário, na forma do disposto no inciso II do art. 44. 
§ 2º A licença de que trata o caput, incluídas as prorrogações, poderá ser concedida a cada período de doze meses nas seguintes condi-
ções:
I - por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, mantida a remuneração do servidor; e
II - por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, sem remuneração. (Incluído pela Lei nº 12.269, de 2010)
§ 3º O início do interstício de 12 (doze) meses será contado a partir da data do deferimento da primeira licença concedida. 
§ 4º A soma das licenças remuneradas e das licenças não remuneradas, incluídas as respectivas prorrogações, concedidas em um mesmo 
período de 12 (doze) meses, observado o disposto no § 3º, não poderá ultrapassar os limites estabelecidos nos incisos I e II do § 2º. 
Da Licença para Tratamento de Saúde
Art. 202 - Será concedido ao servidor licença para tratamento de saúde, a pedido ou de ofício, com base em perícia médica, sem 
prejuízo da remuneração a que fizer jus.
Art. 203. A licença de que trata o art. 202 desta Lei será concedida com base em perícia oficial.
§ 1º Sempre que necessário, a inspeção médica será realizada na residência do servidor ou no estabelecimento hospitalar onde se en-
contrar internado.
§ 2º Inexistindo médico no órgão ou entidade no local onde se encontra ou tenha exercício em caráter permanente o servidor, e não se 
configurando as hipóteses previstas nos parágrafos do art. 230, será aceito atestado passado por médico particular.
§ 3º No caso do § 2º deste artigo, o atestado somente produzirá efeitos depois de recepcionado pela unidade de recursos humanos do 
órgão ou entidade.
§ 4º A licença que exceder o prazo de 120 (cento e vinte) dias no período de 12 (doze) meses a contar do primeiro dia de afastamento 
será concedida mediante avaliação por junta médica oficial.
§ 5º A perícia oficial para concessão da licença de que trata o caput deste artigo, bem como nos demais casos de perícia oficial previstos 
nesta Lei, será efetuada por cirurgiões-dentistas, nas hipóteses em que abranger o campo de atuação da odontologia.
Art. 204. A licença para tratamento de saúde inferior a 15 (qZinze) dias, dentro de 1 (um) ano, poderá ser dispensada de perícia 
oficial, na forma definida em regulamento.
Em face da presente legislação, com abrangência no setor público e setor privado, o abono das faltas ao trabalho motivadas por 
incapacidade resultante de doença ou lesão acidentaria é da competência e atribuição do médico perito, especificamente designado para 
tal função.
IV- Legislação Fiscal
- Leis 7.713 e 8.541/92 - tratam do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica e Pessoa Física, ai incluído

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