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A prevalência de cada bactéria está correlacionada com um ou mais entre os seguintes fatores: idade do paciente; porta de entrada ou foco séptico inicial; tipo e localização da infecção no SNC; estado imunitário prévio específico e geral; situação epidemiológica local. Em períodos não endêmicos, cerca da metade dos casos ocorre em pessoas com menos de 15 anos de idade. De modo semelhante, a mortalidade varia com a idade, sendo mais alta nas faixas extremas da vida. MENINGITES BACTERIANAS Amanda Vieira Sampaio - Medicina UFMA PHO 01. Quais os tipos de menínges? São membranas do tecido conjuntivo. A pia-aracnoide, mais interna, e a aracnoide, mais externa, que envolvem o espaço subaracnoide, que, com a meníngea dura-máter, envolvem o encéfalo e a medula espinal. A meningite é um processo inflamatório das membranas leptomeníngeas (pia-aracnoide e aracnoide) que, com a dura- máter, envolvem o encéfalo e a medula espinal. Infecção purulenta das meninges e do espaço subaracnoide. 02. O que é meningite? Pode-se prevenir a meningite meningocócica por meio da vacinação. Atualmente, a vacina conjugada contra o meningococo sorotipo C faz parte do calendário vacinal básico das crianças brasileiras. As vacinas que contemplam outros sorotipos são menos imunogênicas e por isso não fazem parte do calendário vacinal, porém podem ser utilizadas na vigência de surtos epidêmicos. Na meningite por Haemophilus influenzae, também tem- se a vacina como forma de prevenção. No Brasil, a vacina anti-Hib faz parte da vacina PENTAVALENTE (DTP+Hib+HBV). O esquema nacional contempla crianças < 1 ano, três doses (2º, 4º e 6º mês de vida). A profilaxia pós-exposição é indicada em contatos familiares e íntimos do paciente na meningite meningocócica e para contatos familiares quando houver criança com menos de quatro anos na meningite por Haemophilus influenzae. A prevenção das meningites bacterianas no período neonatal inclui prevenção da prematuridade, diagnóstico e tratamento precoce de infecções em gestantes, adequado manejo obstétrico durante o parto e redução de infecções hospitalares. A profilaxia com penicilina para a gestante no momento do parto é recomendada pelo Centers for Disease Control and Prevention (CDC). 05. Existe forma de prevenir? Quais? E quem deve ser priorizado? As três mais frequentes (entre 50 e 90% dos casos) são: Streptococcus pneumoniae (penumococo), Neisseria meningitidis (meningococo) e Haemophilus influenzae (Hib). Gram-negativas: Neisseria meningitidis; Haemophilus influenzae b; Escherichia coli K; Salmonella sp; Proteus sp; Klebsiella pneumoniae; Serratia sp; Citrobacter sp; Aerobacter sp; Pseudomonas aeruginosa. Gram-positivas, micobactérias e "oportunistas": Streptococcus pneumoniae; Streptococcus beta-hemolítico; Staphylococcus aureus; Mycobacterium tuberculosis; M. avium-intracellulare; Anaeróbicos (Bacterioides sp e Streptococcus); Listeria monocytogenes; Ravobacterium meningossepticum; Acinectobacter calcoaceticus; Streptococcus alfa-hemolítico; Staphylococcus epidermidis. 03. Quais as bactérias mais frequentemente associadas à meningite? 04. A idade do paciente influencia na prevalência desses agentes? 06. Qual a apresentação clínica das meningites? Os sinais e sintomas principais no diagnóstico da meningite incluem febre, vômitos, rigidez da nuca e alterações sensoriais do SNC. Alerta para possibilidade de meningite diante de qualquer situação me que o paciente apresente tão somente febre, cefaleia holocraniana que não cede com analgésicos, e vômitos, independentemente dos outros sinais ou sintomas. Os sintomas produzidos pela meningite diferem em relação a dois fatores: agente etiológico e idade do paciente. Em recém- nascidos e crianças com até 18 meses, os sinais clássicos da meningite podem estar ausentes porque a caixa craniana pode se distender devido à presença de suturas cranianas abertas. Em crianças maiores e adultos sadios a meningite se exterioriza por meio de três síndromes. a) Síndroma infecciosa: febre (hipertermias superiores a 39°C), anorexia, mal-estar, prostração, mialgias e estado toxêmico. b) Síndrome de hipertensão endocraniana: cefaleia por toda a cabeça, paroxismos desencadeados por flexão da cabeça ou aumento da pressão intratorácica e/ou abdominal, vômitos, alterações de consciência, sinais de estimulação simpática por pressão compressiva de centros adrenérgicos, edema de papila, convulsões generalizadas ou localizadas e sinais neurológicos focais. c) Síndrome de comprometimento meníngeo (decorrem da compressão do exsudato purulento sobre a emergência dos nervos raquidianos): rigidez da nuca, sinal de Brudzinski, sinal de Kernig, sinal do "tripé", sinal de Lasègue, posição de "gatilho de espingarda". MENINGITES BACTERIANAS Amanda Vieira Sampaio - Medicina UFMA PHO Consiste na limitação, pela dor, da flexão do pescoço, acompanhada, secundariamente, de flexão dos joelhos. Limitação dolorosa da extensão da perna quando de traciona positivamente a coxa sobre a bacia. A perna oposta tense a se flexionar. Ao se flexionar passivamente o tronco, paciente fica com a cabeça rígida, joelhos articulados e braços para trás. Três pontos de apoio: mãos, bacia e pés. O paciente reage com manifestação de dor à movimentação passiva da coxa sobre a bacia. Secundariamente, há flexão ativa da outra coxa. 07. Quais exames devemos solicitar? O exame do LCR é o teste de laboratório mais importante para o diagnóstico de meningite. Ele permite determinar com alto grau de acerto a intensidade do processo inflamatório e a identificação do agente etiológico por bacterioscopia, cultura, corologia, anticorpos específicos, pesquisa de marcadores de infecção bacteriana e pesquisa de antígenos por biologia molecular. O hemograma não sugestivo de meningite bacteriana; frequentemente revela leucocitose, neutrofilia e desvio à esquerda; e o exame bioquímico sanguíneo também não fornece maiores informações diagnósticas. Em algum momento da evolução, os métodos de neuroimagem devem ser solicitados, uma vez que evidenciam com clareza áreas de edema e/ou isquemia. A ressonância magnética é preferida sobre a tomografia de 12. Quais as complicações mais frequentes? Coleção subdural, ventriculite, abscesso cerebral, arterite e obstruções liquóricas crônicas (hidrocefalia). Coma, choque séptico, sequelas (surdez/cegueira). > 50% Neutrófilos < 50% Linf./Monóc. 0-poucos Eosinófilos Aspecto purulento; (-) Hemácias; > 500 Leucócitos; (+) Cultura Glicose Proteínas crânio. MENINGITES BACTERIANAS Amanda Vieira Sampaio - Medicina UFMA PHO A indicação de TC antes da realização da punção liquórica tem sido recomendada nas seguintes situações: imunossuprimidos, doenças do SNC (p. ex. AVC), convulsão e papiledema, nível de consciência anormal e lesões neurológicas focais (p. ex. anisocoria). 08. Há necessidade de realizar TC de crânio em todos os pacientes antes da coleta de líquor? 09. Quais as alterações liquóricas esperadas? O exame do LCR. A identificação do agente etiológico pode ser feita por bacterioscopia, cultura, sorologia, anticorpos específicos, pesquisa de marcadores de infecção bacteriana (prova do látex por aglutinação, pesquisa do lactato) e pesquisa de antígenos por biologia molecular. 10. Quais exames são capazes de identificar o agente etiológico? Não se deve esperar a bacterioscopia e cultura para iniciar o tratamento. Impõe-se o início imediato do antibiótico, escolhido empiricamente de acordo com a faixa etária e outros dados clínico e epidemiológicos. A via de administração deve ser, sempre que possível, intravenosa. A via intratecal é um procedimento excepcional. Não utilizar corticosteroides em RN. Considerar corticosteroides em crianças não vacinadas contra hemófilos e se pneumococo na cultura ou forte suspeita. Em gestantes, a ampicilina é a droga de escolha; entretanto, doses mais altas são requeridas. 11. Qual o tratamento empírico? Uso de corticosteroides como adjuvante terapêuticoem adultos jovens (0,15 mg/kg de dexametasona, a cada 6 horas, EV, por 4 dias). Assunto controverso. Idealmente, o GC deve ser iniciado 15-30 minutos antes do início da antibioticoterapia ou, no máximo, junto com a 1º dose do antibiótico. Os corticosteroides atuam na redução da inflamação e na organização do exsudato inflamatório e, em consequência, diminuem a pressão endocraniana. O único benefício efetivamente demonstrado está na redução do risco de surdez em crianças com meningite por H. influenzae tipo b. 13. Em quais situações realizamos a profilaxia pós-exposição? a) Meningite Meningocócica Profilaxia indicada em contatos familiares e íntimos do paciente. Indivíduos que permaneceram com o paciente por cerca de quatro horas por dia durante cinco a sete dias também devem receber profilaxia, assim como profissionais de saúde que foram expostos às secreções respiratória do paciente. Rifampicina para adultos e ceftriaxona para pessoas gestantes. b) Meningite por Haemophilus influenzae A profilaxia é indicada para contatos familiares somente quando houver uma criança com menos de quatro anos de idade além do caso índice. É necessário o uso de antibiótico para todos os membros da família. Rifampicina.
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