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1 Referência: aula do prof. Leandro Tavares Anatomia da próstata Divisão por zonas: A maior zona é a periférica. Em uma próstata normal, ela representa 70% do volume, já a de transição representa 20% e a central 10%. Também há um estroma fibromuscular anterior, acima da uretra. A HPB (hiperplasia prostática benigna) se desenvolve exclusivamente na zona de transição. Esses 20% é de onde se origina a hiperplasia. É ao redor da uretra, e é por isso que, quando há um crescimento da zona de transição, obstrui essa parte da uretra. Os tumores de próstata se originam, 85% das vezes, na zona periférica, daí a importância do toque retal. Diferentemente da HPB, o câncer de próstata também pode se desenvolver na zona de transição, embora seja um percentual bem menor 10-15%. A característica especial desses tumores é a produção de altos níveis de PSA. Pode ser um tumor menos agressivo em fase inicial, mas que já tem PSA bem elevado. Epidemiologia • Tumor sólido mais comum do homem o 65.840 novos casos em 2020 (Brasil) o 233.000 (USA) o Paraíba: 1.740 casos • Segunda causa de morte oncológica no homem: perde apenas para o câncer de pulmão. o 15.893 mortes em 2019 (Brasil) o 191.000 mortes em 2020 (USA) • Incidência em elevação e maior em países desenvolvidos • No passado, o diagnóstico era feito pela sintomatologia, o que significava que era descoberto já em fase avançada. • Atualmente, 80% dos tumores que são diagnosticados são impalpáveis – diagnóstico precoce. • Incidência crescente: devido ao aumento da longevidade e do estilo de vida ocidental (dieta calórica e sedentarismo). • Risco de 1 caso a cada 6 homens (18%): mesma do câncer de mama nas mulheres. • Mortalidade vem caindo: devido ao diagnóstico mais precoce, melhora no arsenal terapêutico, cirurgia com maior potencial de cura, radioterapia mais avançadas, bem como quimioterapia e hormonioterapias mais eficazes e com menos efeitos colaterais. A crescente incidência vem acontecendo devido ao aumento da longevidade. Quanto mais se vive, maior a probabilidade de se ter câncer de próstata. É ideal perguntar sobre o estilo de vida do paciente. Incidência por países Fatores de risco Não são fatores de risco: história de DST/prostatite, vasectomia, níveis séricos de estrogênios e androgênios, deficiência de vitamina D (vitamina D inibe a proliferação celular prostática – protege para que a proliferação seja menor, mas trabalhos mostraram que não há relação com CA de próstata), tabagismo, etilismo. São reconhecidamente fatores de risco: • Idade avançada • Cor negra: possuem uma sequência CAG CURTA no braço longo do cromossomo Xq11-12 – maior sensibilidade dos andrógenos e aumento na proliferação celular. Asiáticos têm sequência longa, o que os protege do câncer de próstata. • História familiar (10 a 20% dos casos) • Mutações BRCA-1 e BRCA-2 2 • Mutação HPC-1 (Hereditary Prostate Cancer 1) • IGF-1: aumenta a proliferação celular e inibe a apoptose • Estilo de vida: dieta rica em gorduras, obesidade (eleva os níveis de insulina e do IGF-1, o que aumenta proliferação celular e leva a um estado de inflamação no paciente). Estudos de autópsia vs. presença de câncer: não necessariamente se reflete em câncer de próstata clínico. Patologia O tipo histológico predominante é o adenocarcinoma acinar (95% dos casos). O não adenocarcinoma representa apenas 5% dos casos: • Carcinomas de células de transição (90%): as células de transição podem vir da uretra prostática ou pode ser tumor de bexiga que invade a próstata por contiguidade. • Carcinomas neuroendócrinos (células pequenas): são muito agressivos e não elevam PSA. • Sarcomas: geralmente não elevam PSA, crescem rápido e obstruem rápido. São mais comuns em adultos jovens e têm prognóstico bem ruim. Adenocarcinoma acinar • 70% estão localizados na zona periférica posterior, daí a importância do toque retal. • 80% dos casos é multifocal, acometendo várias regiões, e geralmente são bilaterais. Isso é importante, porque tem alguns tratamentos para câncer de próstata tentando não retirar a próstata do paciente, tratando focalmente, mas ainda são experimentais. • Organização glandular: tem menor tamanho, alta aproximação, pouca ou nenhuma ramificação, bem como ausência da camada externa de células basais. Quando o patologista tem dúvida na biópsia, ele pede um exame imunohistoquímico para identificar se tem ou não a camada de células basais, pois o câncer de próstata é o único que perde essa camada. • Quanto mais distorcida a glândula, pior o grau histológico e pior o prognóstico. A célula do adenocarcinoma tem um citoplasma abundante, nucléolo proeminente e pleomorfismo baixo. Apesar de ser totalmente diferente da célula de arquitetura normal, entre elas, são mais parecidas. • Para diagnóstico mais preciso: o Imunohistoquímica: anfametilacil coenzima A racemase (AMACR) • High Grade Prostatic Intraepitelial neoplasia o Possível lesão precursora do câncer de próstata. o Lesão idêntica à do câncer de próstata, porém com arquitetura preservada. Proliferação atípica de pequenos ácinos (ASAP) Não confirma o diagnóstico de câncer, mas eleva o risco de ter câncer de próstata em outras áreas que não o local biopsiado. Há uma chance de até 30% de haver câncer em uma nova biópsia, em áreas próximas a ele. É como se fosse uma lesão satélite. • Conduta: repetir a biópsia dentro de 6 a 8 semanas. Escore de Gleason 3 • Varia de 1 a 5 de acordo com o aspecto histopatológico da arquitetura glandular • Soma do grau primário (em maior quantidade na lâmina) + grau secundário (segundo em maior quantidade). Quando se soma tudo, pode variar de 2 a 10. o 2 a 5 – bem diferenciado: pode optar por conduta vigilante o 6 a 7 – moderadamente diferenciado o 8 a 10 – pouco diferenciado: mais agressivos. Esse paciente tem uma chance altíssima de morrer em pouco tempo devido ao câncer. Obs.: a atual classificação é a da ISUP 2016 (de 1 a 5). Formas de disseminação • Disseminação local: bexiga, uretra, vesícula seminal, linfonodos. • Disseminação hematogênica: ossos; através do plexo de Batson, invade primeiro vértebras lombares e depois disseminam pelo esqueleto. • Disseminação linfática: linfonodos pélvicos. Podem haver micrometástases em qualquer uma dessas três situações. Metástases • Por via hematogênica: segue a sequência → coluna lombar → fêmur proximal → pelve → coluna torácica → costelas. As lesões ósseas metastáticas são osteoblásticas, ou seja, produzem mais osso, mas vão destruindo a arquitetura do órgão com mais tecido ósseo. São lesões hiperdensas ou radiopacas. Sintomas Vai depender da fase do tumor. Se for uma doença localizada, é assintomático. Os sintomas aparecem na doença avançada e vão depender de onde estão as metástases. • Uretra, colo vesical ou trígono da bexiga: queixas miccionais obstrutivas ou irritativas. • Ossos: dor óssea. • Coluna vertebral e medula espinhal: sintomas de compressão medular (parestesias, fraqueza das extremidades inferiores, incontinência urinária ou fecal). Portanto, é preciso fazer exame anual na busca da doença. Sinais São percebidos através do exame físico • Toque retal: endurecimento ou nodularidade. • Exame das extremidades: linfedema. • Exame neurológico: sinais de compressão medular (fraqueza e espasticidade em MMII) e exaltação do reflexo bulbocarvenoso. Esses sinais eram mais vistos antigamente, quando haviam diagnósticos tardios de câncer de próstata. Achados laboratoriais • Doença localizada: alteração do PSA. • Doença avançada o Azotemia: obstrução ureteral bilateral ou de extensão do câncer para o trígono da bexiga. o Aumento da fosfatase ácida sérica: liberada através do osso;ocorre em doença localmente avançada. o Anemia: doença metastática (invasão de osso e medula óssea), síndromes paraneoplásicas. Antígeno prostático específico • Em 30% dos casos, o câncer de próstata vem com PSA normal. É preciso combinar com toque retal e biópsia. Trata-se de uma protease sintetizada no epitélio prostático, sendo excretada no fluido seminal. Contudo, uma parte é liberada para o sangue. A função dessa enzima é a liquefação do fluido seminal, para facilitar que o espermatozoide possa nadar até o óvulo, durante a fecundação. As células cancerígenas causam mais lise celular e elevam sua concentração sérica, não é porque as células 4 produzem mais PSA, mas sim porque elas proliferam muito, causam lise celular e jogam PSA na circulação sanguínea. Embora o PSA seja órgão-específico, ele não é câncer específico, pois existem outras situações a nível de próstata que podem alterar os níveis dessa enzima. • Fatores que não alteram o PSA: toque prostático, cateterismo vesical, cistocospia. • Fatores que alteram o PSA: idade, prostatite, infarto prostático, ITU, HPB, retenção urinária, cálculos, ejaculação (não ter relação sexual 48h antes da coleta), exercícios físicos. PSA = antígeno prostático específico • Produzido por tecidos prostáticos benignos e malignos, podendo circular na forma livre ou ligada. • Marcador usado como método diagnóstico e de controle terapêutico. • Estratifica o risco de câncer. Risco de CaP em pacientes com PSA abaixo de 4,0 ng/dl Não pode dizer que não há probabilidade de câncer de próstata em casos de PSA baixo. É importante pedir PSA anualmente para justamente acompanhar esse marcador, porque isso vai dar um resultado mais fidedigno. Métodos de refinamento dos resultados do PSA • Cinética do PSA: quanto mais rápida, maior a probabilidade. É por isso que é importante acompanhar o PSA anualmente. Existe um limite de 0,5 ng/dl por ano. • Densidade do PSA: volume de próstata e nível de PSA; acima de 0,1-0,15, maior probabilidade. Pega o tamanho da próstata (ex.: 50g) e divide por 10, esse será o valor de PSA máximo que o paciente pode ter (ex.: 50/10 = 5 ng/dl). • Relação PSA livre/PSA total: ligado a proteínas. • PSA vs. idade: tabela de Osterling. Tabela de Osterling – valores normais do PSA PCA3 – marcador urinário • Especificidade: 83% • Valor preditivo negativo: 90% • Exclusivo da próstata • Não é alterado pela HPB, prostatite, idade ou pelo volume prostático. • Redução de biópsias desnecessárias: tirar dúvida para saber se pode só observar ao invés de fazer biópsia. • O resultado vem: positivo ou negativo. • Alto custo Diagnóstico • Paciente assintomático • Dosagem de PSA total • Exame de toque retal • Biópsia de próstata Estadiamento 5 O tumor mais identificado, hoje em dia, é o T1C. Estratificação pelo risco Exames de imagem • Ressonância magnética endorretal: é o método de escolha. o Avalia: extensão tumoral extracapsular, invasão de vesículas seminais, doença linfonodal e metástases ósseas pélvicas. o Acurácia maior com a RM multiparamétrica, 3 Tesla e Bobina ER ▪ Anatômica: sequência ponderada em T2. ▪ Funcional: difusão + perfusão + espectroscopia. • Tomografia computadorizada: valor limitado, baixa resolução quando comparada à RNM, reservada apenas para pacientes com alto risco de doença linfonodal. • RM multiparamétrica • Cintilografia óssea: altamente sensível, mas pouco específica (não diferencia metástase de lesão regenerativa ou degenerativa); na dúvida, faz biópsia ou RNM. Está indicada em caso de dor óssea, PSA > 20 ng/dl, T3, Gleason ≥ 7. o Geralmente, em paciente com PSA abaixo de 20, a cintilografia vai dar negativa. • PET SCAN o Medicina nuclear o Radiofármaco habitual é o FDG (18- FLUORO-DEXOXIGLICOSE): ▪ Não é bom, porque detecta áreas de metabolismo celular aumentado e o metabolismo celular do câncer de próstata é baixo. Além disso, ele é excretado pela urina e o câncer de próstata fica muito próximo, então não se sabe se é tumor ou apenas eliminação do marcador. o Atualmente, faz PET com PSMA, que detecta metástases ósseas, linfonodais e recidiva local. o Positiva em PSA a partir de 0,5 ng/dl. Screening • Permanece a controvérsia, uma vez que não consegue separar os tumores normais dos indolentes. Prevenção • Mudar estilo de vida: exercícios físicos, dieta hipocalórica, relações sexuais frequentes. • Ingestão de inibidores da 5-alfa-redutase, vitaminas e macronutrientes, licopeno: sem evidência. • Exposição solar – vitamina D: sem evidência. Tratamento O tratamento depende do estadiamento, se é doença localizada, localmente avançada ou avançada. • Fatores a serem considerados: idade, expectativa de vida, comorbidades, atividade e interesse sexual, perfil psicológico, nível do PSA, estadiamento e escore de Gleason. 1. Doença localizada: vigilância ativa, cirurgia radical, radioterapia. 1.1 Vigilância ativa: geralmente em tumores indolentes. • Homens com câncer localizado e em estágio inicial – baixo ou muito baixo risco. • Idosos (> 70 anos) com comorbidades ou baixa expectativa de vida. • Apenas intervir quando houver evolução da doença. • Avaliações seriadas de toque retal e PSA. • Biópsias de seguimento a cada ano ou a cada 2 anos. • Mudança de conduta no primeiro sinal de progressão clínica. • Tumores com características indolentes. • Série de Toronto (DR, Klotz) – 70% de pacientes em vigilância não precisaram de tratamento. 1.2 Prostectomia radical • Método mais utilizado – padrão-ouro • Técnica de preservação dos feixes neurovasculares (Patrick Walsh): são nervos importantes para a continência e para a ereção. • Melhor para pacientes mais jovens • Estimular reinício da atividade sexual o mais precoce possível • Baixos índices de incontinência grave (< 3%) 6 • Oferece uma boa qualidade de vida pós- operatória. A cirurgia pode ser feita pela técnica aberta (retropúbica ou perineal), laparoscópica ou robótica. Existem controversas sobre a necessidade de linfadenectomia. O prognóstico depende do grau anatomopatológico, estágio da doença e resposta do PSA. • Toda vez que faz cirurgia, o PSA tem que ficar abaixo de 0,2 ng/ml já nos 30 dias iniciais. • Sobrevida livre de doença aos 10 anos: 70 a 90%. • Morbidades associadas ao ato cirúrgico: sangramentos, incontinência, disfunção erétil etc. • Melhor resultado oncológico que a radioterapia e que a observação vigilante. • O PSA deve cair a níveis não detectáveis dentro de 6 semanas da cirurgia, na maioria dos casos. Para pacientes com obesidade mórbida, a melhor técnica é a perineal. Só muda a via de acesso, a cirurgia é a mesma (remoção da próstata e das vesículas seminais, depois une bexiga com uretra remanescente). Complicações • Hemorragia intra e trans-operatória • Disfunção erétil • Incontinência urinária • Estenose da anastomose vésico-uretral • Linfocele • Abscesso pélvico – Grave!! 1.3 Radioterapia conformacional – 3D • Terapia com feixe externo – conformacional 3D: analisa forma, tamanho e volume da próstata de cada paciente e faz uma dose de radiação selecionada para cada indivíduo. • Uso de privação de androgênios neoadjuvante: reduzir volume prostático. • Braquiterapia (Iodo-125, Ouro ou Paladium) • Colocação de sementes radioativas por meio de USTR • Efeitos colaterais: complicações retais e vesicais, dose entre 72 e 80Gγ, ruim se tiver HPB associada. Tratamento em pacientes super selecionados (não suportam cirurgia ou são muito idosos) 1.4 Crioterapia • Ablação tecidual usando temperaturas extremamente baixas (< 40°C) em 2 ciclos • Lesão celular direta e vascular • Aparelho criocirúrgico com sondas múltiplas • Via percutâneaguiado por USTR – via períneo (2h) • Acompanhamento é difícil • Disfunção erétil como efeito colateral a considerar • Resultados controversos na literatura O grande problema é que o câncer de próstata é multifocal, então é difícil de destruir todos os focos. 1.5 HIFU – USG focada em alta intensidade • Destruição focal: poupando a próstata normal e estruturas ao redor. • Temperaturas acima de 100°C • Perda do PSA como indicador confiável 7 • Ainda não existem dados robustos que indiquem seu uso rotineiro 2. Doença localmente avançada (T3) • Tumores com extensão extracapsular (T3a) ou acometimento de vesículas seminais • Cerca de 10% dos casos recém diagnosticados • Alto risco de progressão • Não tem indicação de observação ou vigilância ativa • O tratamento ideal é reconhecidamente o multimodal: prostatectomia radical + radioterapia adjuvante. Riscos inerentes à cirurgia • Incontinência urinária: por lesão do esfíncter urinário externo; incontinência de esforço. • Disfunção erétil: por lesão dos nervos cavernosos. A recuperação da função sexual geralmente acontece dentro de 6 a 24 meses após a cirurgia. A potência pode ser melhorada com o uso precoce de inibidores da 5-fosfodiesterose (PDE- 5) (“reabilitação peniana”). 3. Doença avançada (metastática ou recidivada) São os tumores que apresentam recorrência após tratamento primário curativo ou tumores que se apresentam metastáticos desde o seu diagnóstico. A opção terapêutica consiste na hormonioterapia, por meio do bloqueio de testosterona a níveis de castração. Esse tratamento objetiva prolongar a vida do doente e prevenir ou postergar os sintomas associados à progressão da doença, melhorando a qualidade de vida dos pacientes e reduzindo a morbidade do tratamento. O bloqueio hormonal pode ser em diversos pontos do eixo: • Hipotálamo-hipófise • Glândulas suprarrenais • Testículo • Receptores androgênicos no interior da célula prostática Efeitos colaterais: diminuição ou ausência de libido, impotência, ondas de calor, diminuição dos testículos e do pênis, sensibilidade e crescimento do tecido mamário, osteoporose, anemia, diminuição da agilidade mental, perda de passa muscular, ganho de peso, fadiga, aumento do colesterol, depressão. Refratário à hormonioterapia: ocorre quando o PSA volta a subir, mesmo na vigência do tratamento hormonal. Nesse caso, deve-se lançar mão da quimioterapia (docetaxel, cabazitaxel, mitoxantrona, estramustina). O tratamento hormonal deve ser suspenso? Não, pois a inibição dos receptores androgênicos sinaliza que permitir que os níveis de testosterona voltem a aumentar afeta os resultados do tratamento. Hoje em dia, alguns protocolos já indicam entrar com os dois tratamentos ao mesmo tempo – quimioterapia + hormonioterapia. Outras opções • Cetoconazol: interfere na síntese de esteroides pela adrenal e de testosterona pelas células de Leydig, levando a uma queda abrupta dos níveis de testosterona. o Associação com hidrocortisona por apresentar um declínio rápido em sua eficácia. o Dose sugerida: 400 mg de 8 – 8 horas. o Considerada terapia de 2ª linha, devido aos efeitos adversos. • Abiraterona: ela age através da inibição seletiva e irreversível da enzima CYP17, responsável pela síntese de androgênios na suprarrenal e no interior do tumor a partir do precursor pregnolona. o Usada associada com a prednisona. o Dose diária única de 1000 g ao dia (4 comprimidos de 250 mg) 1h antes ou 2h após refeição. o Sobrevida média de 14,8 meses vs. 10,9 meses do grupo placebo: tempo de progressão do PSA, sobrevida livre de progressão, número de pacientes que apresentam redução do PSA após o tratamento, atraso na progressão das lesões ósseas, menos efeitos adversos. • Enzalutamida – Xtandi: ela se liga ao receptor de androgênio dentro da célula, inibindo sua translocação para o núcleo e ligação com a molécula de DNA. Com isso, ela inibe a síntese de fatores essenciais para a multiplicação celular. A dose recomendada é de 160 mg dose única diária (4 cápsulas de 40 mg) e não necessita uso concomitante de corticoide. o O estudo PREVAIL aleatorizou 1.717 pacientes com câncer de próstata metastático resistente à castração não expostos previamente à quimioterapia, 8 que receberam enzalutamida ou placebo. O estudo foi fechado precocemente, pois uma análise pré-planejada já demonstrava um benefício para o braço enzalutamida (32,4 vs. 30,2 meses). Além disso, a droga postergou o tempo até a elevação do PSA, tempo até a primeira complicação óssea pela doença e, assim como a abiraterona, postergou o início da quimioterapia. o Preço mensal = R$ 13.500,00
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